sábado, 31 de janeiro de 2015

Paul Craig Roberts: A democracia ocidental morreu?

29/1/2014, [*] Paul Craig Roberts − Institute for Political Economy
Traduzido por Mberublue


Povo comemora vitória do Syriza (25/1/2015)
Descobriremos a resposta para a pergunta colocada no título quando soubermos o resultado da contenda entre o novo governo grego, formado pelo partido político Syriza e o Banco Central Europeu que se alinha aos interesses da União Europeia e dos Estados Unidos contra a Grécia.

Os espartanos, cujas capas vermelhas e proezas na guerra enchiam de medo os invasores da terra grega e de seus oponentes de outras cidades-estados, não existem mais. Mesmo a própria Atenas não passa de uma ruína histórica. Os gregos quando confrontados foram capazes, apesar de contar com apenas 300 espartanos aos quais se somaram alguns milhares de coríntios, tebanos e outros guerreiros, de deter um exército persa de cem mil homens nas Termópilas, e que no final derrotaram a frota persa na Batalha de Salamina e o exército persa na Batalha de Plateia só existem nos livros de História.

Os gregos históricos se tornaram um povo legendário. Nem mesmo os romanos conseguiram conquistar a Pérsia, mas um punhado de gregos conseguiu deter a tentativa persa de conquistar a Grécia.

Mas, apesar de sua história gloriosa, os gregos não conseguiram deter um punhado de bancos da Alemanha e da Holanda que invadiram a Grécia. Caso ainda existisse aquela Grécia gloriosa e destemida da historia, os bancos privados da União Europeia estariam tremendo de medo, pois o povo grego está sendo explorado impiedosamente por estes bancos e pela União Europeia, que representam atualmente para a Grécia uma ameaça muito maior do que a Pérsia jamais representou.

A Grécia, espoliada de sua independência pela adesão à União Europeia e pela aceitação do Euro como moeda única, perdeu sua soberania. Não pode financiar a si mesma, pois perdeu o controle sobre o próprio dinheiro. A Grécia tem que contar com bancos privados de outros países. No século XXI os bancos privados europeus não podem contemplar a possibilidade de perder dinheiro simplesmente porque são incompetentes e concederam empréstimos sobre empréstimos aos países membros da União Europeia. Por incrível que pareça, a falha evidente desse procedimento não é creditada aos bancos e sim aos governos mutuários e sua população.

Gold Sacks
Há relatos esclarecendo que os banqueiros norte americanos da empresa Goldman Sachs, também chamada ocasionalmente de “Gold Sacks” (“ouro em sacas” – NT) escondeu o real volume do débito grego, para que os bancos estendessem ainda mais os empréstimos para a Grécia, colocando dessa maneira o país e o povo grego prontos para serem saqueados.

Os banqueiros trapaceiros podem sempre argumentar, mais uma vez desonestamente, que o povo grego se aproveitou dos recursos obtidos através dos empréstimos e, portanto, agora têm que pagar esses empréstimos através do corte das pensões de seus idosos, do desemprego, da redução dos salários e através da venda dos bens nacionais gregos.

Esta é a verdadeira face da austeridade imposta ao povo grego pela União Européia e dos credores da Grécia.

A Grécia se encontra em estado de prostração. Os gregos atualmente estão na realidade cometendo suicídio, por que não podem prover a si mesmos, nas atuais condições de baixa em que vivem e que foram criadas para eles pela União Europeia e pelos bancos privados, sem nenhuma outra razão a não ser a negativa dos bancos, que não devem amortizar (write down – condição econômica em que acontece a depreciação monetária de determinado ativo, porque ele se encontraria supervalorizado em relação ao seu real valor de mercado – NT) os empréstimos.

Então, um dos resultados da “democracia” grega é o suicídio. Com suficiente democracia, poderemos controlar a população mundial e deter a destruição do capital natural. Tudo o que temos que fazer é permitir que os banqueiros saqueiem à vontade o mundo inteiro.

O que o Syriza pode fazer?

Na realidade muito pouco, sem os espartanos.


As intenções do partido e de seus líderes são honestas e merecem o nosso respeito. O Syriza é um partido popular e é exatamente isso o que o marca para a destruição. Jamais se permitirá que a voz do povo afete as políticas do mundo ocidental. As pessoas que eles governam não poderiam ser menos importantes para os poderosos grupos de interesses dos ricos que dominam o mundo ocidental.

Mal o Syriza havia se instalado no gabinete quando a Bloomberg, uma agência de notícias de negócios, comunicou ao novo Primeiro Ministro grego, Alexis Tsipras, que o Syriza tinha que dançar conforme a música dos credores 

Tsipras declarou que o novo governo grego não pretende impor um “choque catastrófico” aos seus credores, mas apenas conseguir melhorar as condições irracionais impostas à Grécia, na intenção de poder dar satisfações aos bancos privados que são seus credores e ao mesmo tempo evitar a instabilidade social, política e econômica da Grécia.

Em oposição a estas declarações bem razoáveis, a Bloomberg relatou que o novo gabinete grego teria comunistas que são favoráveis a uma maior aproximação com a Rússia. Na clara intenção de lembrar ao novo gabinete dos dominados gregos quem é o dono do chicote que desce sobre suas costas e sobre o mercado financeiro grego, as ações e títulos gregos sofreram um ataque do qual resultou uma baixa violenta.

O aviso de Wall Street e da União Europeia foi claro: você será destruído se nos desafiar.

A punição do novo governo grego foi imediata. Segundo a Bloomberg:

(...) as ações e títulos gregos tiveram queda por três dias consecutivos, depois que os novos ministros afirmarem que devem cessar com a venda de alguns bens do Estado Grego e aumentar o salário mínimo. Os rendimentos de títulos com vencimento em três anos subiu de 2,99% para 16,69%. O referencial Índice Geral de Atenas decresceu 9,2%, atingindo o menor nível desde o ano de 2012, levado para baixo por um colapso no valor dos bancos.

Entenderá Tsipras que as instituições financeiras gregas continuarão a ser punidas enquanto estiverem por trás de seu governo? A Bloomberg colocou tudo em pratos limpos:

(...) a Alemanha advertiu a nação mediterrânea contra o abandono de acordos de ajuda previamente assinados, depois de analistas afirmarem que a Grécia parecia estar em rota de colisão com seus pares europeus, o que fatalmente levaria a um futuro abandono da zona do euro.

Alexis Tsipras comemora vitória eleitoral (25/1/2015)
As declarações dos ministros recém nomeados “sugerem que em futuro breve deverão acontecer confrontação e negociações tensas”, escreveu em nota a seus clientes Vangelis Karanikas, presidente da Títulos Euroxx, baseada em Atenas.

O que é a “rota de colisão” (aqui, parece ter havido um erro de digitação no original, pois anteriormente o autor grafara “collision course” [rota de colisão] e neste parágrafo “collusion course” - NT) do Syriza? O novo governo quer apenas tornar menos onerosos os acordos feitos pelos governos anteriores que venderam o povo grego. O novo governo quer apenas para de doar os bens gregos a preço vil para os clientes de seus credores e aumentar o salário mínimo para que o povo grego possa ter pão e água o bastante para sobreviver.

No entanto, para os bancos privados que são credores da Grécia, para a Alemanha de Merkel que está por trás dos bancos, para Washington que pouco se importa com o que quer que venha a acontecer com os gregos, para as elites gregas que se veem como “parte da Europa”, o Syriza é apenas um obstáculo a ser removido.

Assim, os títulos e ações gregos são atacados, ameaças que podem influenciar e causar medo em parte da população grega saturada de propaganda no sentido de que ou a Grécia faz parte da União Europeia ou será ignorada pela história são lançadas diuturnamente.

Uma conclusão a ser tirada disso tudo é que o povo grego parece muito com o povo americano em sua despreocupação. O partido Syriza obteve apenas 37% dos votos. São mais votos que os obtidos por qualquer outro partido grego, mas não o suficiente para demonstrar para a União Europeia e para os Estados Unidos que o povo grego está ombro a ombro com seu governo.

Em vez disso, mostra que o novo partido teve que formar um governo em coligando-se com outro partido, o qual poderia cair fora do governo a qualquer tempo em troca, talvez, de um pouco de dinheiro. Mostra também que o partido Syriza pode ser demonizado no ocidente e apresentado ao povo grego como uma ameaça para a Grécia.

O novo partido está ciente de sua fraqueza. O novo Primeiro Ministro afirma não querer confronto, mas que também não pode continuar com a leniência exibida por governos anteriores. É necessário que se alcance uma acomodação razoável de parte a parte.

Syriza - passeata da VITÓRIA (25/1/2015)
Acontece que é pouco provável que haja uma acomodação razoável, pelo simples motivo de que tal acomodação não faz parte dos desejos de Washington, da União Europeia e dos credores da Grécia.

Qual o propósito da criação da “crise financeira da Grécia”? É deixar estabelecido para todos os países membros que não mais existe soberania entre eles e que os bancos que emprestam dinheiro para os tais estados não soberanos não são responsáveis por quaisquer perdas relativamente a esses empréstimos. A responsabilidade é da população dos países endividados. Para garantir que os bancos não tenham perdas, a população é obrigada a aceitar a diminuição de seus padrões e abdicar de sua qualidade de vida.

Assim é a “Nova Democracia”. Nada mais que o ressurgimento da ordem feudal. Alguns aristocratas absurdamente ricos e todo o resto da população como servos obrigados a sustentar a nova ordem vigente. A pilhagem que teve início na Grécia continua agora na Ucrânia. Quem será a próxima vítima?

Terá o partido Syriza condições para levantar o povo grego contra seus saqueadores, levando-se em consideração de que obteve apenas 37% dos votos?

Conseguirá a Grécia obter forças para escapar de uma situação semelhante à Idade das Trevas na Europa, quando as populações foram longa e barbaramente espoliadas por piratas saqueadores?

Talvez, se a Grécia se realinhar com a Rússia e ao grupo de países BRICS em busca de amparo financeiro.


[*] Paul Craig Roberts (nascido em 03 de abril de 1939) é um economista norte-americano, colunista do Creators Syndicate. Serviu como secretário-assistente do Tesouro na administração Reagan e foi destacado como um co-fundador da Reaganomics. Ex-editor e colunista do Wall Street JournalBusiness Week e Scripps Howard News ServiceTestemunhou perante comissões do Congresso em 30 ocasiões em questões de política econômica. Durante o século XXI, Roberts tem frequentemente publicado em Counterpunch e no Information Clearing House, escrevendo extensamente sobre os efeitos das administrações Bush (e mais tarde Obama) relacionadas com a guerra contra o terror, que ele diz ter destruído a proteção das liberdades civis dos americanos da Constituição dos EUA, tais como habeas corpus e o devido processo legal. Tem tomado posições diferentes de ex-aliados republicanos, opondo-se à guerra contra as drogas e a guerra contra o terror, e criticando as políticas e ações de Israel contra os palestinos. Roberts é graduado do Instituto de Tecnologia da Geórgia e tem Ph.D. da Universidade de Virginia, com pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley e na Faculdade de Merton, Oxford University.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Miséria econômica (de “classe média”) & dominação (de classe dominante): Obama: O golpe ideológico da hora

28/1/2015, [*] Norman PollackCounterpunch
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Classe Média mundo afora...
Por que tentar agora uma discussão teórica do capitalismo, embora esquelética e fragmentada, quando tanta coisa acontece pelo mundo, a militarização da cultura dos EUA com reforço social para sua postura hegemonista – mais ameaçada do que nunca antes desde a IIª Guerra Mundial pelo crescimento de outras nações e respectivas economias políticas, no que se vai rapidamente tornando um sistema internacional multipolar? A pergunta quase se autorresponde.

Os EUA correm cada vez mais apertados, talvez já com medo, nada habituados a que alguém desafie seu domínio exclusivo unilateral sobre o tal sistema, apoiado em “amigos e aliados” servis e na FORÇA, real e de reserva, para implementar a suserania norte-americana.

Essa semana, foram Índia e Arábia Saudita: fazer a sintonia fina do Império, negociar e/ou renovar alianças militares, oferecer garantias de segurança-proteção, processo sem fim de pôr um dedo no buraco para fechar a represa, sendo o buraco, nesse caso, a aspiração das pessoas a uma vida livre de exploração, acordos comerciais enviesados e tortos, o cogumelo nuclear engordando sempre no céu e escurecendo todos os futuros.

Por que agora, outra vez? Talvez pela mais transparente das razões, o discurso Estado da União de Obama, com seu mais recente clichê de enganação: a chamada economia de classe média, para encobrir a diferença escandalosa entre ricos e pobres, para, assim, enrijecer a estrutura de classes nos EUA, com consequências mais antidemocráticas a cada dia.

Novos dados da distribuição de renda explicam o golpe, pelo menos em parte. Mas não explicam tudo, porque o poder cresce geometricamente quanto mais amplas sejam as fundações, e quanto mais seja dado por indiscutível e confirmado pelo povão (submisso, doutrinado, engambelado, acostumado).

Em nenhum lugar mais que nos EUA, com seus mentirosos clamores de democracia, de superação das classes, de guardião da paz do mundo e do estado de direito, o poder traz com ele mais falsa consciência, com a IDEOLOGIA que vem à tona na estabilização e aprofundamento do capitalismo.


Daí, a economia de classe média, que não passa de capitalismo de monopólio embrulhado em papel-de-seda para parecer política inclusiva de oportunidades feita conforme a receita: Todos somos capitalistas! Todos somos altruístas! Somos todos iguais – posto que todos somos norte-americanos.

O subterfúgio é velho como as montanhas – Tocqueville bebeu no mito, as modernas empresas de relações públicas/propaganda/publicidade vivem da coisa, desde então, e o Evangelho dos Ricos opera sem parar, executivos de empresas & bancos, glutões in extremis, varrendo a entrada.

Obama é talhado para nossos tempos, sujeito sem nenhum escrúpulo, agente avançado da plutocracia. Com seus predecessores a chicanería era óbvia; Clinton, o Democrata, mãos-nas-mãos com Bush, o Republicano, passo a passo na arena da desregulação, penetração no mercado do outro lado do mundo, e estímulo econômico de preparação para a guerra, solenemente pronunciado “segurança” e “defesa”.

Mas quem leva a taça é Obama, enterrando o processo de acumulação de riqueza nas platitudes do norte-americanismo, a mais modernosa economia de classe média.

**********************

Herbert Marcuse em Razão e Revolução, [1] um dos trabalhos mais significativos da filosofia política do século XX, diz no Epílogo que a sobrevivência do capitalismo dependeria de ele absorver a própria negatividade, tarefa crítica para que fosse bem-sucedido, mas superior aos seus meios. Dito de modo mais simples, o capitalismo é suas contradições, não como alguma fórmula abstrata (para mim) de materialismo dialético, mas nos modos políticos e estruturais mais pão-com-manteiga, de comportamento sistêmico que leve à formação e à manutenção de um estado-classe no qual os trabalhadores em termos relativos, aproximam-se muito do exército industrial de reserva de Marx, via uma condição de subconsumo que o mantenha onde está, e o princípio da HIERARQUIA firmemente intacto no dia a dia.

Contradições que são como código, então, para normalizar a repressão. Mas... não! Pode-se chamar a coisa toda, mais simples, de “economia de classe média”.

Discuti recentemente nessas páginas aquele discurso, o golpe de Ben e Rebekah  [convidados de Michelle Obama para assistirem ao discurso na Casa Branca] para personificar e miniaturizar o capitalismo avançado, Todos & Todas sentados à mesa do café da manhã preparando a lista de compras do dia, enquanto Johnny sai para a escola – um conto de Megacapitalismo digno, como escrevi, de Goebbels.

Ben e Rebekah Erler com os 2 filhos
Mas voltemos à distribuição de renda, não com Kuznets, ou melhor, Gabriel Kolko de “Riqueza e Poder”, para contrabalançar o piegas social-democrata de Michael Harrington “A Outra América”.

Em vez disso, tomemos o artigo de Dionne Searcey e Robert Gebeloff no New York Times, Nos EUA, a classe média só encolhe, com mais gente saindo dela, do que ascendendo para ela (Jan. 26, 2015), como resposta informal à economia de classe média. Começam assim:

A classe média que o presidente Obama identificou em seu discurso do Estado da União semana passada, como o fundamento da economia norte-americana vem encolhendo já há quase meio século.

Nada mau para o The NYTimes, até aí.

Mas eles também desapontam, usando uma banda elástica de renda, de US$ 35 mil a US$ 100 mil, para definir a classe média, onde se encaixavam, no final dos anos 1960s, metade dos lares norte-americanos. Ninguém (exceto, claro, os que foram expulsos da “classe”) percebeu a mudança em curso, porque muitos mais estavam “ascendendo a ladeira econômica para as faixas mais altas”.

Nesse ponto, Searcey-Gebeloff ficam mais sérios (digo isso, porque estatísticas pré-2000 mostram quadro diferente, quando os níveis de renda são mais precisos, incluindo a proporção nos 2/10 inferiores de renda):

Mas desde 2000, a faixa de classe média continuou a diminuir nos EUA. A razão principal da diminuição é que mais gente passou a escorregar para faixas inferiores. Ao mesmo tempo, poucos e cada vez mais poucos dos que estavam nesse grupo enquadram-se na imagem tradicional de casal casado com filhos em casa, espaço preenchido cada vez mais por idosos.

E os autores admitem:

Mesmo assim, independente da renda, muitos norte-americanos identificam-se como “classe média”.

O termo é de tal modo amorfo, que políticos muitas vezes citam esse grupo ao introduzir propostas para as quais buscam apoio amplo. (E, ideia minha: nem pensar que Obama estaria usando o discurso do Estado da União para fazer a mais reles propaganda!) Mesmo nessa faixa de renda, “muitos norte-americanos que fazem mais que US$ 100 mil se autoconsideram de classe média”, especialmente “quem viva em regiões caras”, como a Costa do Nordeste e a Costa do Pacífico. Quase dá pena dos que estão na ou acima da faixa dos US$ 100 mil – mais uma vez: a minha; os jornalistas observam: “Contudo, as linhas estão traçadas, é claro que milhões estão lutando para não perder itens que a maioria dos especialistas consideram essenciais para uma vida de classe média”.

Diminuição da Classe Média nos EUA (1967-2013) 
As mudanças demográficas na composição da “classe média” são instrutivas. “A classe média passou por uma transformação, ao mesmo tempo em que encolhia” – escrevem eles. – Idosos trabalhando depois de se aposentarem caem aí; casais com filhos pequenos caem abaixo dessa faixa como a vemos hoje. Significa que “em anos recentes, o componente de mais rápido crescimento da nova classe média têm sido lares chefiados por pessoas com mais de 65 anos”, com as aposentadorias garantindo alguma proteção, “agora que norte-americanos idosos cada vez mais trabalham até bem depois da idade tradicional de aposentadoria”. Por outro lado “casais com crianças – a categoria que mais encolheu – são a categoria que também diminui mais rapidamente de toda a classe média”. Mulheres casadas na força de trabalho vêm impedindo que esse grupo caia ainda mais. “A mais recente recessão pôs fim a qualquer avanço mesmo nessa categoria em geral bem-sucedida. Sua porcentagem na classe média caiu três pontos percentuais, e o grupo que vive com menos de US$ 35 mil dólares/ano aumentou”.

Mas vai tudo bem no Mundo Todo Feito de Pirulitos de Obama.

Adiante, o comentário que enviei ao The New York Times, sobre o artigo de Searcey-Gebeloff:

Enquanto alguém falar de “classe média”, seja estatisticamente (a faixa de US$ 35 mil-US$ 100 mil é absurda) ou como tópico de narrativa, continuaremos a ser enganados, induzidos a pensar que a distribuição de renda é mais democrática do que é, e que o poder está distribuído mais equitativamente do que na verdade está.

A tal “classe média” de Obama não passa de bordão de Relações Públicas, truque deliberado para não deixar ver a realidade. O presidente apela às almas boas para que vejam os EUA em termos não estruturais de não classe, ocultando assim a concentração de riqueza e varrendo para baixo do tapete tudo que só faz aumentar a DESIGUALDADE.


Ao usar esse quadro de referências que, claro, foi predominante por décadas, The NY Times contribui para a visão de que pobreza e riqueza possam ser analisadas e discutidas em termos não sistêmicos. Mas... E se a desigualdade estiver inscrita nas fundações da sociedade norte-americana?

E o quanto, para o bem ou para o mal, têm a ver com o fracasso econômico demográfico, o gasto militar massivo, a guerra, a intervenção e o militarismo em geral?

Os EUA como nação dependemos do militarismo. Os números seriam ainda piores se não estivessem aí esses gastos e essas políticas militaristas. E nem se fala do empurrão artificial que a economia recebeu.

O discurso “Estado da União” de Obama foi solene farsa, em plena discussão séria sobre “em que pé estamos?”. O imposto para empresas que ele propõe é inferior ao que temos vigente hoje. A “desregulação” de Obama só faz promover a consolidação financeira de vários modos da acumulação de capital. Ponha na mesma conta a inflação, e o que se tem, seja por decisão política ou por consenso bipartidário, é muita gente lutando para não morrer.


Nota dos Tradutores
[1] HERBERT MARCUSE [1898-1979] (1941) Razão e RevoluçãoHegel e o surgimento da teoria social, Rio de Janeiro: Paz e Terra.
__________________________________________

[*] Norman Pollack é o autor de The Populist Response to Industrial America (Harvard) e The Just Polity (Illinois), Guggenheim Fellow e professor emérito de História na Michigan State University. Seu último livro, Eichmann on the Potomac, foi publicado por CounterPunch/AK Press, no outono de 2013.

Presidente Bashar al-Assad da Síria: “Israel apoia organizações terroristas na Síria” (2/3)

27/1/2015, entrevista de Bashar al-Assad à revista Foreign Affairs em 20/1/2015, reproduzida pela Agência SANA, Síria
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu



Bashar al-Assad
Pergunta 14: O que parece ao senhor que seja o melhor meio para um acordo entre todos os diferentes partidos na Síria?

Presidente Assad: É indispensável negociar diretamente com os rebeldes, mas há dois tipos de rebeldes. A maioria deles é da al-Qaeda, que é ISIS e al-Nusra, com outras facções também da al-Qaeda, mas menores. E o que Obama chamou de “oposição moderada”, uma fantasia. Não é “oposição”: são rebeldes. A maior parte deles uniu-se à al-Qaeda, e alguns deles recentemente uniram-se ao exército. Ao longo da última semana, muitos deles deixaram seus grupos e uniram-se ao exército.

Pergunta 15: Serão antigos desertores que voltaram?

Presidente Assad: Sim. Agora, voltaram para o exército. Dizem que não querem mais guerra. Assim sendo, resta muito pouco daqueles grupos. Afinal, se pode negociar com al-Qaeda e outros? Não estão prontos para negociar, eles têm o plano deles. A reconciliação que nós começamos e o Sr. de Mistura continuará é a solução prática em campo. Esse é o primeiro ponto. Em segundo lugar, é preciso implementar a Resolução n. 2.170 do Conselho de Segurança sobre al-Nusra e ISIS, aprovada há alguns meses, e essa Resolução é muito clara: ela proíbe qualquer apoio militar, financeiro ou logístico àquelas facções. OK, mas Turquia, Arábia Saudita e Qatar continuam a apoiá-las. Se a Resolução não é implementada, não se pode falar de solução real, porque há obstáculos. É indispensável começar por aí.

Em terceiro lugar, os países ocidentais devem retirar o “guarda-chuva”, que é como dizem vários dos que apoiam a tal “oposição moderada”. Eles sabem que protegem principalmente a al-Qaeda, ISIS e a Frente al-Nusra.

Pergunta 16: O senhor estaria preparado para algumas medidas antes das conversações, para construir confiança? Por exemplo, troca de prisioneiros ou o fim das barreiras de artilharia, ou a libertação de prisioneiros políticos, para construir confiança no outro lado, de que o senhor está disposto a negociar de boa fé?

Presidente Assad: Essa não é uma relação pessoal. Aqui se trata de mecanismos, de instituições. Na política só se cogita de mecanismos e de instituições. Ninguém precisa confiar pessoalmente em alguém para fazer alguma coisa no mundo político. Se há um mecanismo claro, que todos conheçam, é possível chegar a um resultado. O povo quer resultados. Portanto, a pergunta correta é: qual o mecanismo que poderá ser acionado? Com isso, voltamos necessariamente àquela pergunta anterior: quem são os grupos com quem negociar? O que representam? Que influência têm? De que adiantaria a alguém “construir confiança” com gente que nada representa e não tem influência alguma?

Bashar al-Assad
Jornalista: As medidas de que falei teriam o efeito de baixar a temperatura, alguma coisa concreta.

Presidente Assad: Já temos o processo de reconciliação, muito concreto. Gente depôs armas, nós demos anistia a quem depôs armas, vivem hoje vida normal. Esse é exemplo muito concreto. Essa também é medida de confiança mútua. Por outro lado, que relação haveria entre aquela “oposição” e os prisioneiros? Nenhuma relação. Não são prisioneiros daqueles grupos. A questão aí é completamente diferente.

Pergunta 17: O senhor está dizendo que ofereceu anistia aos combatentes?

Presidente Assad: Claro que sim, e várias vezes.

Pergunta 18: Quantos aceitaram? O senhor tem números?

Presidente Assad: Não tenho aqui os números precisos, mas são milhares, milhares, não centenas, de militantes.

Pergunta 19: E o senhor está disposto a dizer a toda a oposição que se depuserem armas estarão seguros?

Presidente Assad: Claro que sim. Já disse exatamente isso, publicamente, num de meus discursos.

Pergunta 20: E como o senhor garantiria a segurança deles? Porque eles têm razões para desconfiar do seu governo.

Presidente Assad: Não há garantia absoluta para nada, mas, no fim, se, digamos, mais de 50% dos casos forem bem-sucedidos, já será um sucesso. Nada é absoluto. O caminho é esse e todos temos de contar com algumas dificuldades, mas as dificuldades não são predominantes.

Pergunta 21: Gostaria de mudar um pouco de assunto. O Hezbollah, a força Quds do Irã e as milícias xiitas treinadas no Irã têm, todos esses, papel significativo na luta contra os rebeldes aqui na Síria. Dado esse envolvimento, o senhor se preocupa com a influência do Irã sobre a Síria? Afinal, o Iraque, e mesmo o Líbano, mostram que quando uma potência militar estrangeira estabelece-se dentro de um país, é muito difícil conseguir que saiam.

Presidente Assad: O Irã é país importante na região, e já era influente antes da crise. A influência do Irã nada tem a ver com a crise, tem a ver com o papel do país, com sua posição política em geral. Quando se fala de influência, há vários fatores que tornam influente um determinado país. No Oriente Médio, nossa região, há uma mesma sociedade, uma mesma ideologia, tantas coisas semelhantes, as mesmas tribos, que cruzam fronteiras. Todos os fatores de influência cruzam fronteiras, por aqui. Se alguém influencia num fator, a influência cruzará fronteiras. Isso é parte de nossa natureza. Não está relacionado ao conflito. Claro, quando há conflito e anarquia, outro país poderá ser mais influente sobre um ou outro país. Se você não tem vontade de ter um país soberano, essa influência prevalecerá. Mas, respondendo sua pergunta: o Irã não tem qualquer ambição na Síria e, como país, a Síria jamais admitirá que qualquer país “influencie” nossa soberania. Nós não admitiremos em nenhum caso, nem os iranianos desejam tal coisa. Admitimos a cooperação.

Mas se se admite que qualquer país influencie, por que não deixar que os norte-americanos mandem aqui? Porque esse é o problema com os norte-americanos: eles só querem influenciar, sem cooperar.

[Continua]

Ucrânia: Por que Kiev está perdendo a guerra

29/1/2015, [*] Eric Zuesse4th media
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

"Jornalismo" ocidental: MENTIRAS
Dia 27/1/2015, o ministro de Defesa da Ucrânia divulgou que “militantes continuam a sofrer perdas” e noticiou que quatro helicópteros e outras armas dos “militantes” teriam sido destruídos em combate, mas não ofereceu qualquer prova de que dizia.

Apenas dois dias antes, o jornal Kiev Post (que também milita a favor de Kiev) publicara notícia diferente:

Ucrânia está escondendo pesadas perdas, enquanto avançam os combatentes apoiados pela Rússia  e que o segredo mais mal guardado da Ucrânia: o exército ucraniano está divulgando números artificialmente reduzidos de baixas.


(clique na imagem para aumentar)
Depois de detalhar o que parece ser acintosa desatenção pelo governo de Kiev, pelo bem-estar dos soldados que envia aos combates (inclusive ao instalar soldados feridos em hospitais civis comuns, não preparados para tratar vários tipos de seus ferimentos), a matéria fecha com um médico que diz:

Tudo está mal em todas as frentes. Sim os soldados ainda permanecem em suas posições dispostos a lutar. Mas não chega até eles nenhum tipo de apoio ou ajuda.

A agência ucraniana de notícias RIAN noticiou com destaque, dia 26/1/2015:

Mobilização em Dnipropetrovsk [governada pelo amigo da Casa Branca e bilionário ucraniano-suíço-israelense Ihor Kolomoysky, cujo exército pessoal de mercenário tinha, só ele, mais de 5 mil homens armados], fracassa, com milhares de homens fugindo do alistamento. Funcionários encarregados de alistar novos soldados reconhecem que será muito difícil levar adiante sua tarefa.

Mais de 2.000 pessoas já alistadas não se apresentaram para o serviço: simplesmente evaporaram.

Consequentemente, o governo está “caçando”, “emboscando” (como diz o jornal), virtualmente todos que buscam qualquer ajuda do governo, “mobilizando desempregados” e outros “desesperados”. “Oficiais militares encarregados do alistamento reclamam” que alguns alistados estão tão doentes que não têm absolutamente nenhuma condição de combater.

Também dia 26/1/2015, o blog Fort Russ publicou que:

Comandante de Azov se descontrola e declara a guerra “perdida”. Culpa todo mundo e diz que políticos e generais ucranianos já perderam a guerra e que o ocidente não ajudou.

Eis o cerne da declaração do comandante do Batalhão de Azov [batalhão de “punição”, quer dizer, criado para castigar os residentes que se opõem ao governo na região], e atualmente também Deputado ao Parlamento, Andrey Biletsky, em seu “Discurso à Nação”.

Andrey Biletsky, comandante do Batalhão nazista Azov
Segundo Biletsky, depois da ficção de “milhares de inimigos falsamente mortos e tanques falsamente queimados, o despertar pode ser muito doloroso”, por causa da decepção provocada pelas incontáveis mentiras do governo de Kiev. [1]

A agência RIAN noticiou em manchete, dia 27/1/2015, “Situação no front e manifestações contra o alistamento obrigatório” [orig. “The Situation at the Front and Riots Against the Mobilization”] e Andrew Vajra, do site de notícias “Alternative”, citou Biletsky: “Não estávamos preparados para o confronto atual”.

Ao mesmo tempo, os soldados ucranianos não dão sinal de disposição para arriscar a própria vida para fazer valer o atual governo ucraniano [“governo de Kiev”, como diz o presidente Putin, mais corretamente] (posto lá pelo golpe de Estado orquestrado por Obama em fevereiro de 2014), e impô-lo contra a população da região do Donbass, 90% da qual votou pelo fim do governo do homem de Obama. Os moradores da região que ainda permanecem ali não têm nenhum interesse em permitir que o governo “de Obama” os mate até o último homem ou mulher. Implica dizer que a motivação entre os habitantes do Donbass que o governo de Kiev-Obama está tentando matar é muito mais forte do que a motivação de soldados regulares, do que resta do exército ucraniano, para matá-los.

Os únicos homens armados realmente ansiosos para matar ucranianos são ucranianos nazistas apoiadores de dois partidos nazistas (ou fascistas-racistas): o Partido “Liberdade” (que foi rebatizado pela CIA, que entendeu que o nome anterior “Partido Nacional-socialista”, como o partido de Hitler, não era adequado para os novos tempos) e o Partido “Setor Direita” (Pravy Sektor).

Militantes nazistas do Pravy Sektor (Setor Direita)
Esses partidos obtiveram parcela mínima de votos na Ucrânia – o que não impediu a gangue de Obama de implantá-los no poder. Uma vez instalados no poder, fizeram aprovar leis para mantê-los para sempre no governo.

Mas o problema do governo da Ucrânia é que não há por lá nazistas em número suficiente para defender o governo; e, também, que não há dinheiro suficiente para alugar número suficiente de matadores para matar ucranianos em quantidades suficientes que possibilite que o regime Obama-Ucraniano consiga (I) fazer a limpeza étnica das terras do Donbass e (II) manter-se naquelas terras como governo.

Os 90% dos eleitores que votaram a favor do homem que Obama derrubou do governo (Viktor Yanukovych) são muito mais numerosos e mais motivados – e estão presentes em maioria equivalente também entre os soldados ucranianos.

Os oligarcas dos EUA e da Ucrânia não estão conseguindo garantir dinheiro suficiente para terminar o serviço, mas o grande “financista” de Obama, George Soros, anda em vilegiatura pelo planeta tentando convencer contribuintes em todo o ocidente a garantir o dinheiro que falta – falando em coisa entre 20 e 50 bilhões de dólares. Seus pedidos, até o momento, parecem estar caindo em ouvidos moucos.

E essa é a real razão pela qual está fracassando a guerra de Obama na Ucrânia: ninguém dá mostras de interesse em manter ativada suficiente sanha assassina, nem a Ucrânia nem o “ocidente”.

Não há nazistas em número suficiente em lugar algum. Obama deu passo muito maior que suas capacidades e competências quando, em fevereiro de 2014, derrubou o presidente eleito Viktor Yanukovych.

Viktor Yanukovych
Agora, das duas, uma; e Obama já está, cada dia mais, obrigado a escolher: ou desiste do governo anti-Rússia que impôs aos ucranianos, ou desiste, de vez, de controlar o território do Donbass.

Nos dois casos, o resultado cobrirá de embaraços a “potência indispensável” e o próprio presidente Obama. Será talvez menos embaraçoso para Obama do que foi o fim da Guerra do Iraque, para Bush. (Claro, os republicanos poderiam viver momentos de glória proclamando que “Obama perdeu a Ucrânia”, embora tudo tenha começado quando Obama tomou ilegalmente a Ucrânia — mas Republicanos jamais criticam presidente por invadir ilegalmente outros países: é precisamente os que Republicanos esperam de Republicanos).  

Por outro lado, pode acabar sendo ainda mais embaraços que isso, para Obama, caso ele insista em ficar onde está e acabe envolvendo os EUA numa guerra nuclear contra a Rússia.

Quanto ao próprio governo ucraniano, foram postos no poder por Obama, em golpe de estado; em seguida esse mesmo governo ucraniano pôs-se a promover ações de limpeza “eleitoral”, separando os residentes no Donbass, de seus representantes eleitos; por isso, os atuais membros do Parlamento e da administração ucraniana não podem culpar nem Obama nem o próprio governo ucraniano. À falta de alguém para culpar, estão culpando... Vladimir Putin e a Rússia – país que Obama (como George Soros e muitos outros aristocratas norte-americanos) odeia(m). E país odiado também pelo pessoal que Obama presenteou com o governo na Ucrânia.

Por tudo isso, na 4ª-feira, 28/1/2015, a agência noticiosa RIAN distribuída o Texto Integral da Petição para que a Rússia seja Reconhecida como País Agressor, e noticiava:

O Parlamento Ucraniano tornou público o texto integral da Resolução n. 1.854, pela qual o país apela à ONU, ao Parlamento Europeu, à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, à Assembleia Parlamentar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), à Assembleia Parlamentar da Organização de Segurança de Cooperação da Europa (OSCE), à Assembleia Parlamentar de Geórgia, Ucrânia, Azerbaijão, Moldávia (GUAM), e aos parlamentos nacionais dos países do mundo, para que reconheçam a Federação Russa como estado agressor.

Além do mais, o jornal German Economic News noticiou que a iniciativa do Parlamento fora aprovada pro “271 dos 289 deputados presentes”, e que pode gerar “consequências legais internacionais”. A matéria do GEN também dizia que líderes ucranianos dizem que “precisam obter urgentemente” novos empréstimos da União Europeia porque, se não houver dinheiro “novo”, os empréstimos existentes deixarão de ser pagos.

Petro Poroshenko
Os comentários na página de comentários de leitores no website de GEN parecem tender muito mais a ver o governo da Ucrânia como governo nazista, do que como “vítima” da Rússia ou de qualquer outro país, muito menos como vítima dos contribuintes europeus, os quais já deram muito ao governo ucraniano e serão precisamente os menos a sofrer o “calote” da dívidas da Ucrânia, caso a Ucrânia vá à bancarrota, como muitos esperam que aconteça em breve. Em outras palavras: parece haver bem pouco apoio na Alemanha, à ideia de pôr ainda mais dinheiro na Ucrânia.

Se os líderes da União Europeia decidirem atender aos pedidos desesperados do governo da Ucrânia, a União Europeia passará a contar com ainda menos apoio na Alemanha, do que conta hoje. Portanto, o mais provável é que a União Europeia rejeite o pedido de Kiev/Soros/Obama/nazistas [feito em nome de uma “Ucrânia” que já nem existe (NTs)], o que faz aumentar cada dia mais a ameaça que já pesa sobre a própria existência da União Europeia.

Além do quê, obviamente, a menos que a Kiev consiga os tais novos “empréstimos ocidentais” para manter sua guerra contra os habitantes do Donbass, jamais conseguirá vencer a tal guerra. É a maldição que pesa sobre o governo de Kiev.

Nota dos Tradutores
[1] Todas essas mentiras foram e são diariamente reproduzidas pela imprensa-empresa brasileira, aplicadas estações repetidoras das mentiras distribuídas pelas agências norte-americanas e europeias de notícias propaganda (por exemplo: em O Globo e na Folha de S.Paulo). Não por acaso, o Portal de Angola já noticiava desde dezembro/2014 as pesadas baixas do “governo de Kiev” [como diz o presidente Putin]. 

[*] Eric Zuesse é historiador, jornalista investigador e autor. Seu livro mais recente é They're Not Even Close: The Democratic vs. Republican Economic Records, 1910-2010, e CHRIST'S VENTRILOQUISTS: The Event that Created Christianity.