Enquanto nós, mortais, estamos com os olhos e corações voltados para a Copa do Mundo na África do Sul, a situação no Oriente Médio vai se deteriorando, com os meios de comunicação conservadores sonegando informações. São poucas as agências internacionais que informam, por exemplo, que navios de guerra dos Estados Unidos, com foguetes e submarinos nucleares e a colaboração militar israelense, estão navegando através do Canal de Suez rumo ao litoral do Irã.
É possível que essa movimentação seja manobra intimidatória contra o Irã, mas não é impossível que essas forças belicosas decidam agir de alguma forma ou, quem sabe, orquestrar uma ação interna contra o regime dos aiatolás e desestabilizar o governo de Mahmoud Ahmadinejad. O Irã se declarou em estado de guerra para fazer frente a qualquer eventualidade.
Concomitante ao deslocamento, a Câmara de Representantes dos Estados Unidos, seguindo a trilha do Senado, aprovava mais sanções contra o Irã, além daquelas decididas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Ou seja, os tambores da guerra estão ressoando com mais força na região mais conflagrada do Planeta. O jogo de interesse do complexo industrial militar estadunidense não se contenta apenas em escoar a sua produção no Afeganistão e Iraque, quer ainda mais, sempre mais. O Irã, que não é o Iraque, não se intimidará assim tão facilmente e se ocorrer alguma precipitação dos acontecimentos reagirá em sua defesa. Em havendo algum confronto, as consequências serão sentidas em todo o planeta.
Brasil e a Turquia quando procuravam resolver a “crise” nuclear através de um acordo com o Irã tentavam exatamente conseguir o relaxamento da tensão. A resposta veio imediatamente com a aprovação das sanções contra o Irã pelo Conselho de Segurança e segue agora com o deslocamento das forças militares dos EUA e Israel.
Outro fato marcante envolvendo o Oriente Médio está a ocorrer na Suécia e nos Estados Unidos. Em protesto contra as agressões de Israel em Gaza, o sindicato de trabalhadores portuários suecos deu início, no último dia 23 de junho, a um bloqueio de uma semana de mercadorias procedentes de Israel. No porto estadunidense de Oakland, a carga de um navio israelense foi impedida de desembarcar. Mas as TVs brasileiras não deram uma linha a respeito, preferindo informar com destaque o lançamento de um satélite israelense destinado, segundo o noticiário, a espionar as usinas nucleares do Irã.
Mas tudo bem, a Copa está aí mesmo para absorver diariamente quatro bilhões de telespectadores espalhados pelo mundo com as partidas de futebol, algumas delas parecendo uma grande mutreta armada pela Fifa. Mas aí cabe aos cronistas esportivos analisarem os fatos.
Em meio a tudo isso, os telespectadores que acompanham também informações alternativas à grande mídia ficam sabendo que por detrás da contenda Rede Globo x Dunga estão altos interesses em jogo, que o senhor Ricardo Teixeira tentou intermediar entrevistas exclusivas com alguns jogadores da seleção e tudo isso tendo em vista a corrida atrás do lucro fácil para a Vênus Platinada. Como Dunga cortou o esquema da Globo, o resto da história já é conhecida. Como disse o Eliakim em sua coluna do Direto da Redação, o treinador brasileiro virou o Brizola de 2010.
O que aconteceu é a repetição de fatos relacionados com a informação diária, manipulada e obedecendo não a padrões jornalísticos mas a interesses de empresas da área de comunicação, como a Globo e outras.
E, para finalizar, a Senadora Katia Abreu, do Demo, também presidente da Confederação Nacional da Agricultura, uma lídima representante do agronegócio, escreveu artigo assustadoramente favorável ao deputado Aldo Rebelo, do Partido Comunista do Brasil (PC do B). Sabem o motivo? A Senadora e seus pares estão levantando as mãos para o céu por encontrarem no deputado comunista, relator do projeto do novo Código Florestal Brasileiro, um defensor incondicional de seus interesses. E quem perde em toda essa brincadeira de mau gosto, segundo o Greenpeace, é exatamente o meio ambiente, pois se prevalecer o que quer impor Rebelo serão ampliadas as áreas de degradação das terras. Segundo cálculo do Ministério do Meio Ambiente, se prevalecer o relatório de Rebelo serão autorizados para desmatamento 80 milhões de hectares de vegetação nativa, o que equivale a 138 territórios equivalentes ao Distrito Federal, segundo o jornal Correio Brasiliense.
Em suma: já não se fazem comunistas como antigamente, como demonstra concretamente o relator do Código Florestal, que está fazendo exatamente o jogo do setor do agronegócio. Não é à toa que a senadora Katia Abreu está exultante.
Extraído do Direto da Redação