Comentário traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Resposta de um leitor, a artigo da London Review of Books, vol. 33, n. 12, 16/6/2011 (The Story of Laurent Gbagbo), em que o autor explica o quanto teria sido civilizatório e progressista o ataque militar “para mudança de regime” que trocou Laurent Gbagbo, na Costa do Marfim, por Oudara, do Banco Mundial:
From: Eoin Dillon, Dublin
Stephen Smith escreve que a democracia não é algo que “irrompa” e que não teria “irrompido” na África subsaariana depois do fim da Guerra Fria (LRB, 19/5/2011).
Mas, se não “irrompeu”, a democracia fez algo bem parecido, na África subsaariana entre o início e meados da década dos 1990s: por todo o continente caíram os regimes de partido único e reemergiu a política pluripartidária (que desaparecera completamente da região desde os anos 1960s) – movimento turbinado, dizem alguns, por imagens do destino de Ceausescu na Romênia.
Foi fenômeno urbano, mas, sim, houve debate político aberto sobre o significaria a democracia em locais que não conheciam nenhuma democracia há muito tempo. Houve e continua a haver eleições.
Mas a ideia de que os eleitores possam ter o que dizer em matéria de política econômica parece ter sucumbido ante uma combinação de ministros das finanças, doadores de dinheiro para campanhas eleitorais, ONGs internacionais, instituições financeiras globais, a ‘mídia’ e outras organizações da elite da sociedade civil – todos dedicados a implantar “ajustes estruturais” mais ou menos severos.
Não sei se a democracia “irrompe” ou não. Mas houve democracia em vários pontos da África que, hoje, no século 21, são outra vez alvo de ataques militares para “troca de regime”.
[assina] Eoin Dillon, Dublin, Irlanda
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