O Caso Paribas ou fraude à
francesa do Príncipe dos Ociólogos
Palmério Dória |
18 de Dezembro de 2011 às
08:30 - Palmério
Doria
Acho que Protógenes Queiroz nem
sonhava com uma candidatura quando me falou pela primeira vez do Caso Paribas.
Não apenas falou: de noite, no saguão do hotel em que se hospedava entre uma e
outra operação em São Paulo, fez mapa minucioso da armação de tucanos de
megabico para manipular a dívida externa em seu proveito.
A segunda vez foi em sua primeira
entrevista à imprensa, na sede da revista Caros Amigos, que durou de 2 da tarde
às 7 da noite. De tudo se tratou. Selecionei apenas o capítulo que trata do Caso
Paribas, que pode levar à convocação de FHC e Armínio Fraga, entre outros, pelo
Congresso.
Protógenes Queiroz |
Não por coincidência, depois da
entrevista, a caixa d’água veio abaixo na vida de
Protógenes.
PALMÉRIO DÓRIA - Você está falando
do Fernando Henrique Cardoso?
Fernando Henrique
Cardoso.
PALMÉRIO DÓRIA - Você está falando
do Paribas, de como o presidente manipulou e ganhou com
isso?
Exatamente. Nossa dívida externa é
artificial e eu provei isso na investigação. Houve repulsa minha porque quando
era estudante empunhei muita bandeira "Fora FMI", "Nós não devemos
isso".
MYLTON SEVERIANO - "A dívida já
está paga".
"A dívida já está paga". E foi
muito jato d'água, muita cacetada, muito gás lacrimogêneo, "bando de doido, tem
que tomar porrada, pau nesses garotos". Você cresce achando que era um idiota,
não é? Chega um momento que pensa "a dívida foi criada no regime militar, mas a
gente precisa pagar".
FERNANDO LAVIERI - Como você
provou isso?
PALMÉRIO DÓRIA - O jogo começou a
ser jogado no Ministério da Fazenda?
Sim. Querem essa
história?
TODOS - Sim!
Vocês não vão dormir direito. Isso
é para maiores de 50 anos. Estamos em 2002, me atravessa as mãos o expediente
para um banco francês, "esse banco eu conheço, é sério". E a suspeita que
investigo é fraude com títulos públicos brasileiros, negociados no mercado
internacional, títulos da dívida externa. Negociados na década de 1980: o que
chama atenção?
MYLTON SEVERIANO - Fim da
ditadura.
E transição para o regime civil.
José Sarney pega o país em frangalhos, devendo até a alma, sem dinheiro para
financiar as contas públicas, muito menos honrar compromissos, a famigerada
dívida com o FMI. Havia até o "decrete-se a moratória". Era o papo nosso, da
esquerda, dos estudantes, "não vamos pagar, já levaram tudo". E o Sarney, o que
faz? Bota a mão na manivela e nossos títulos da dívida externa valiam, no
mercado internacional, no máximo 20% do valor de face, era negociado na bolsa de
Nova York. No paralelo valiam 1%. O que significa? Não
pass...
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Enviado por Sílvio de Barros Pinheiro
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