29/7/2013, [*] Sharmine
Narwani - Al-Akhbar
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
No
âmago de todas as políticas jaz o mais duro, o mais frio oportunismo. Novas
circunstâncias alteram as alianças e eventos inesperados sempre conspirarão para
modificar os planos que se façam com vista a promover uma agenda núcleo.
Mohamed Mursi |
Hoje,
no Oriente Médio, todos os cálculos e projetos estão tendo de ser ajustados com
frequência e rapidez que não se viam há décadas.
No
Egito e na Síria, por exemplo, o sentimento popular é genuinamente dividido para
acompanhar as alianças e os respectivos interesses. Metade dos egípcios parecem
convencidos de que o deposto presidente Mohamed Mursi é o
vilão-representante-residente de EUA-Israel; a outra metade acredita que quem
defende e promove essas agendas estrangeiras são os militares egípcios.
Bashar al-Assad |
Na
Síria, pode-se dizer o mesmo dos sírios conflagrados, metade para cada lado,
sobre se o presidente Bashar al-Assad ou o Conselho Nacional Sírio [orig.
Syrian National Council (SNC)] é o principal promotor dos interesses
hegemônicos de Israel e dos EUA na Região.
Mas
egípcios e sírios, que apontam dedos alternativamente acusatórios ou contra os
islamistas ou contra o Estado, que consideram ferramentas do imperialismo,
enganam-se todos num ponto: o império é oportunista. E tem meios para
beneficiar-se tanto dos islamistas como do Estado.
Há
outro cenário muito mais destrutivo, que os árabes não levam em consideração,
enquanto se ocupam com conspirações e minúcias especulativas: há uma terceira
opção, mais daninha para todos os envolvidos.
A balkanização dos estados-chaves do
Oriente Médio
"Dividir e Conquistar"- Projeto Imperial Anglo-Americano para o Oriente Médio Clique na imagem para visualizar melhor este exemplo |
Em evento realizado dia 19/6/2013,
na Escola de Políticas Públicas Gerald R. Ford, da Universidade de Michigan, o
ex-secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger, tocou num alarmante novo
refrão que se ouve no discurso ocidental sobre resultados no Oriente Médio; uma
terceira estratégia, caso todas as demais deem em nada, para redesenhar
fronteiras acompanhando linhas sectárias, étnicas, tribais ou nacionais que
farão desaparecer o alcance político/militar de países árabes chaves, e
permitirão que o ocidente reforce seu controle (hoje em rápido processo de
evanescimento) sobre a região. Eis
o que diz Kissinger sobre essas duas nações:
Henry Kissinger |
Há três resultados possíveis (na
Síria). Uma vitória de Assad. Uma vitória sunita. Ou um resultado no qual as
várias nacionalidades concordam com co-existirem juntas, mas em regiões mais ou
menos autônomas, de modo que uns não possam oprimir outros. Esse é o resultado
que eu preferiria ver. Mas não é ideia muito popular... Primeiro de tudo, a
Síria não é estado histórico. Foi criada na forma atual em 1920, e recebeu essa
forma para facilitar o controle que a França exercia sobre o país, depois do
mandato da ONU (...). O vizinho Iraque recebeu formato ‘'estranho'’,
exclusivamente para facilitar o controle pelos ingleses. E o formado dos dois
países foi desenhado para dificultar que um ou outro desses dois países viesse a dominar a
região.
Enquanto Kissinger assume
francamente que prefere a opção de “regiões autônomas”, muitos governos
ocidentais declaram que teriam algum interesse em impedir que os territórios
sejam fragmentados. Não acreditem nisso. É mais uma vez e sempre narrativa
inventada e cenários pré-montados. Repita incansavelmente qualquer coisa – por
exemplo, a ideia de que esses países
poderiam ser “redivididos” – e as plateias midiáticas já nem
lembrarão se você disse que sim, ou disse que não. Guardarão a mensagem de que
esses estados podem ser divididos.
O
mesmo se passa com o discurso sectário. Os governos ocidentais vivem a alertar
contra a escalada da divisão sunita/xiita. Simultaneamente, não fazem outra
coisa além de jogar gasolina ao fogaréu dos conflitos em toda a região,
sobretudo nos estados nos quais o Irã tem influência considerável (Líbano,
Síria, Iraque) ou pode começar a ter alguma influência (Egito, Bahrain, Iêmen).
“Semear”
sectarismo, para rachar os estados
Se
algum dia houve conspiração com pernas, é essa. Inflar os conflitos
árabes-iranianos e sunitas-xiitas a favor dos EUA tem sido objetivo político
central dos EUA desde a Revolução Islâmica de 1979 no Irã.
WikiLeaks
ajudou a lançar luz sobre as maquinações de Washington, no momento em que os
levantes árabes começaram a aparecer nas nossas telas de televisão.
Telegrama
do Departamento de Estado, em 2006, que
lamenta que o presidente sírio Bashar al-Assad estivesse em posição fortalecida
na Síria, oferece, simultaneamente, as linhas gerais de um plano para semear a
discórdia dentro do estado sírio, com o objetivo de romper os laços entre sírios
e iranianos. O “assunto”? “Explorar” todas as
“vulnerabilidades”:
JOGAR
COM OS MEDOS QUE OS SUNITAS TÊM DA INFLUÊNCIA IRANIANA: Há medos na Síria de que
os iranianos xiitas estão ativos na propaganda e na conversão de sunitas (quase
sempre, dos mais pobres). Embora quase sempre exagerados, esses medos refletem
um elemento da comunidade sunita na Síria, cada dia mais perturbada pela
influência iraniana em sue país, em atividades que vão da construção de
mesquitas a ampliação de negócios. As missões egípcia e saudita locais (além de
destacados líderes religiosos sírios sunitas) têm dado atenção crescente ao
assunto. E temos de coordenar melhor as nossas ações com aqueles governos, para
obter melhores resultados de publicidade e conseguir orientar o foco regional
para essa questão.
Somos
levados a questionar se semelhantes acusações sobre a “disseminação do xiismo”
no Egito seriam também verdadeiras, ou se não passariam de intriga com vista a
semear sentimentos de antixiismo e anti-Irã num país que, até esse mês, era
governado pela Fraternidade Muçulmana Sunita.
Telegrama
de 2009, da Embaixada dos EUA em Riad, Arábia Saudita, insiste no mesmo tema.
Mohammad Naji al-Shaif – líder tribal ligado por laços pessoais muito próximos
ao então presidente do Iêmen, Ali Abdallah Saleh e seu círculo pessoal mais
íntimo – diz que figuras chaves “têm-se mostrado muito céticos, em contatos
privados, sobre o que Saleh tem dito sobre ajuda iraniana aos rebeldes
Houthi”:
Shaif
disse ao [oficial de embaixada encarregado de contatos econômicos, orig. EconOff], dia 14/12, que membros da
Comissão [gabinete especial do governo saudita para assuntos do Iêmen] têm
repetido, em conversas privadas, que Saleh tem mentido ou distribuído informação
exagerada sobre auxílio que os iranianos estariam dando aos rebeldes Houthis,
para obter envolvimento diretos dos sauditas e regionalizar o conflito. Shaif
disse que um membro da Comissão lhe disse que “sabemos que Saleh está mentindo
sobre o Irã. Mas não podemos fazer coisa alguma, agora, para
desmenti-lo.
Hillary Clinton |
Nada
disso jamais impediu que a secretária de Estado, Hillary Clinton continuasse a
mentir desavergonhadamente a uma Comissão do Senado, apenas alguns poucos anos
adiante: “Sabemos que eles – os iranianos – estão profundamente envolvidos nos
movimentos de oposição no Iêmen”.
Telegramas
da embaixada dos EUA, de Manama, Bahrain, em 2008, ainda insistiam nessa mesma
tecla:
Funcionários
do governo do Bahrain, às vezes, em contatos privados, têm dito a visitantes
norte-americanos que alguns oposicionistas xiitas estão sendo apoiados pelo Irã.
Cada vez que se fala disso, pedimos que o Governo do Bahrain distribua as provas
que tenha. Mas até agora não vimos qualquer prova convincente de armas ou
dinheiro do governo iraniano por aqui, desde, pelo menos, meados dos anos 1990s.
Na avaliação desse embaixador, se o governo do Bahrein tivesse provas de
subversão iraniana recente, teria interesse em partilhá-las conosco o mais
rapidamente possível.
Mas, como os governantes do
Bahrain continuam a reprimir com violência os protestos pacíficos da maioria
xiita, já passados dois anos desde o início dos levantes populares naquele país,
vê-se ali o mesmo discurso que se vê também em Washington: de que seria
resultado de interferência iraniana.
Washington
tem sido extremamente rápida ao ativar as narrativas anti-xiitas e anti-Irã,
desde o início dos levantes árabes. Já em março de 2011, os militares
norte-americanos executaram um exercício secreto para construir uma “linha
narrativa” que perpetue diferenças entre árabes e iranianos, sunitas e xiitas.
Eis
aqui alguma das premissas e questões incluídas no exercício do CENTCOM, de
árabes versus iranianos. (Atenção: no texto, os iranianos são referidos
como “persas”).
Premissa: “Há
uma divisão na dinâmica árabes-persas. História, religião, idioma e cultura
impõem obstáculos demais para que sejam
superados”.
Premissa: “Um
complexo árabe de inferioridade em relação aos persas implica que muitos árabes
temem a expansão e a hegemonia persa em todo o Oriente Médio. Em sua mente, o
Império Persa jamais deixou de existir e é mais autossuficiente que muitos
estados árabes”.
Premissa:
“Simples choque de civilizações – i.e., cruzados modernos, Islã versus judeu-cristãos; guerra entre
ocidente/Israel versus
árabes/presas – não parece ser cenário no qual árabes e persas venham a unir
forças contra os EUA/Ocidente”.
Pergunta: “Seria
apropriado circunscrever a discussão em termos de ‘árabes-persas’, ou a divisão
‘sunita-xiita’ é circunscrição mais apropriada?”.
Pergunta:
“Assumindo o cisma, o que uniria árabes e persas, ainda que só
temporariamente?”.
Todas
essas narrativas assumem duas coisas: que a divisão entre iranianos e árabes é
fato; e que a maior unidade dos dois grupos no início dos levantes árabes é
ameaça potencial aos interesses dos EUA. Daí a pergunta seguinte, em tom
preocupado: o que os uniria, mesmo que só temporariamente?
“Pequenos
Estados” enfraquecem os árabes
Com
o aumento de conflitos pré-fabricados na Região, as opções também diminuem. Dada
a importância estratégica do Oriente Médio e suas reservas vitais de petróleo e
gás... por causa do desejo de manter a estabilidade em estados-chaves que
salvaguardam interesses dos EUA, como Israel, Jordânia, Turquia (membro da
OTAN), monarquias do Golfo Persa... conflitos sem prazo para terminar em vários
estados são, dito em fórmula simples, indesejáveis.
Modelo de "balcanização" da Síria |
Ao longo do conflito sírio – e com
certeza ao longo do ano passado, quando a partida de Assad parecia menos
provável – o ocidente, através
da mídia e de intermediários “especialistas”, frequentemente
trouxe à tona a ideia de dividir o estado em várias partes menores, seguindo
linhas sectárias e étnicas. Embora apresentada como meio para “impedir conflito
futuro”, essa ideia atualmente acompanha o experimento de federalismo iraquiano
que os EUA tentam implantar e que efetivamente tentaram implantar, dividindo o
Iraque em três zonas distintas (sunita, xiita e curda).
Esqueça
o fato de que não se encontram cinco sírios não curdos ou iraquianos não curdos
que tenham renome nacional e que apóiem a divisão da própria nação. A ideia é
claramente ideia dos EUA, na visão de Washington. Ou é visão ocidental, na qual
se veem as impressões de Israel por, de fato, todos os cantos.
A
visão de Israel, dos “Pequenos Estados”
Em 1982, com Israel aquecendo as
máquinas para invadir o Líbano, o estrategista do Ministério de Relações
Exteriores de Israel, Oded Yinon rascunhou um
plano para redesenhar o Oriente Médio, dividido em vários pequenos
cantões que jamais representariam qualquer tipo de ameaça à supremacia regional
do estado judeu:
A
total dissolução do Líbano, em cinco províncias, serve como precedente para todo
o mundo árabe, incluindo o Egito, a Síria, o Iraque e a Península Arábica, e já
está em andamento. A dissolução da Síria e do Iraque, logo depois, em áreas
étnicas ou religiosas puras, como no Líbano, é o alvo primário de Israel no
front oriental no longo prazo; e a dissolução do poder militar desses estados
serve como alvo primário de curto prazo. A Síria rachará, acompanhando suas
linhas internas de estrutura étnica e religiosa, em vários estados, como o
Líbano hoje; e haverá um estado xiita alawita junto à costa; um estado sunita na
área de Aleppo; outro estado sunita em Damasco, hostil contra o vizinho do
norte; e os drusos, que não terão estado, talvez mesmo no nosso Golan; e com
certeza em Hauran e no norte da Jordânia.
O
Egito é dividido e esfacelado em vários focos de autoridade. Se o Egito
esfacelar-se, países como a Líbia, o Sudão e mesmo estados mais distantes
deixarão de existir sob a forma que têm hoje e acompanharão a decadência e a
queda do Egito. A visão de um estado cristão copta no Alto Egito, ao lado de
vários estados fracos com poder bem local e sem governo centralizado a
enfrentar, é a chave para um desenvolvimento histórico que só foi contido pelo
acordo de paz, mas que parece inevitável, no longo prazo.
O
Iraque, rico em petróleo por um lado, mas internamente rachado por outro lado, é
candidato certo a ser alvo dos israelenses. A dissolução é ainda mais importante
para nós, que a da Síria. No curto prazo, a maior ameaça hoje, contra Israel, é
o poder iraquiano. Uma guerra Iraque-Irã rachará ao meio o Iraque e levará à
queda, antes de o país conseguir organizar a luta em front mais amplo contra
nós. Qualquer tipo de confronto intra-árabes nos ajudará no curto prazo, e
apressará o processo para alcançarmos o objetivo mais importante de rachar o
Iraque entre as diferentes denominações, como na Síria e no Líbano.
No
Iraque, é possível a divisão em províncias, acompanhando linhas
étnicas/religiosas como nos tempos otomanos. Assim, três (ou mais) estados
existirão em torno de três grandes cidades: Basra, Bagdá e Mosul; e áreas xiitas
no sul separarão as áreas sunitas e o norte curdo. É possível que o atual
confronto Irã-Iraque aprofunde essa polarização.
Não
há chance de a Jordânia continue a existir em sua estrutura atual por muito
tempo; e a política de Israel, tanto em paz quanto em guerra, tem de ser
dirigida para liquidar a Jordânia sob seu regime atual, com transferência de
poder para a maioria palestina.
O sonho sionista de Oded Yinon. A linha vermelha demarca as "novas fronteiras de Israel" |
Cuidado
com a ruptura artificialmente provocada dos estados
Na via oposta às narrativas
ocidentais sobre “revoluções” árabes que anunciariam uma era de
“liberdade e democracia”, os russos adotaram via de análise
dos eventos muito mais cautelosa.
Dmitry Medvedev |
Já
em fevereiro de 2011, o então presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, alertou que
as revoluções que começavam a eclodir no mundo árabe levariam ao poder, mais
provavelmente, grupos de fanáticos, o que por sua vez determinaria “anos de fogo
e a disseminação do extremismo na Região e no tempo”. E a quebra de estados, na
sequência desses eventos, disse ele, era clara possibilidade a ser levada em
conta:
A
situação é dificílima. Podemos estar falando da desintegração de estados
grandes, densamente povoados. Podemos estar falando da pulverização desses
estados, de sua redução a pequenos cacos.
Os
russos acertaram perfeitamente. Os norte-americanos erraram – grave e
perigosamente
O
Oriente Médio um dia precisará fazer correções de fronteiras, mas, para ser
bem-sucedido, terá de fazê-lo como processo determinado de dentro para fora, por
interesses indígenas. As batalhas que incendeiam a Síria, o Iraque, o Líbano, o
Iêmen, o Bahrain e outros países são manifestação de luta maior que se disputa
entre dois “blocos”, cada um deles com desejos diferentes para toda a região. E
um desses desejos é um novo traçado para as fronteiras do Oriente Médio.
O
primeiro grupo, um bloco agressivamente liderado pelos EUA busca manter a
hegemonia regional a qualquer custo; para isso, usa narrativas cuidadosamente
construídas para promover divisões locais e levar a população a apoiar “a causa”
das novas fronteiras apoiadas pelo ocidente. Essas fronteiras dividirão os
países segundo linhas sectárias, étnicas e tribais, de modo a garantir que haja
conflito eterno entre os “novos” estados e respectivas “novas” fronteiras, os
quais contribuirão para que os novos estados tenham de ocupar-se com conflitos
locais e sejam assim “redirecionados” de qualquer luta contra o maior poder
imperial. Um Oriente Médio unificado, afinal de contas, mais ou menos
naturalmente se organizaria contra o sempre odiado Império – e as fronteiras de
Israel seriam as primeiras a ser sacrificadas. E nesse clima, revisões de
fronteiras fomentadas pelo ocidente serão dramaticamente mais caóticas do que [o
acordo] Sykes-Picot jamais foi.
O
segundo bloco (Irã, Iraque, Síria, Rússia, China e um pequeno grupo de estados -
grupamentos independentes) que se opõe à hegemonia ocidental-israelense não tem
nem meios nem força ou competência para impor soluções de fronteira exceto em
sua própria base geográfica, o que cada vez mais se aproxima de uma linha
traçada do Líbano ao Iraque (e não por acaso, porque é aí que está canalizada a
maior parte do caos). Esse grupo tem uma estratégia de defesa, baseada
largamente em desconstruir tramas que semeiam divisionismos, minimizar a luta e
esvaziar insurgências cevadas do exterior, inclusive por meios militares, se
necessário.
Do
ponto de vista desse bloco, Sykes Picot será desfeito, mas dentro de um processo
orgânico de correções de fronteiras baseado em consenso regional e considerações
racionais. Na verdade, esse bloco está menos focado em redesenhar fronteiras do
que em controlar e dosar os confrontos criados para gerar divisões prejudiciais
para todos.
Árabes
e muçulmanos têm de começar a prestar máxima atenção a essa terceira opção de
“pequenos estados”. Se não se dedicarem a isso, todos cairão na perigosa
armadilha de deixar-se distrair-se por detalhes de somenos, enquanto suas nações
estarão sendo retalhadas, e seus povos lançados em conflitos e guerras
perpétuas.
[*]
Sharmine Narwani é autora, comentarista e analista política, que cobre o
Oriente Médio para várias publicações.
Pode
ser encontrada pelo Twitter, @snarwani .
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