“Projetos do Ministério da Defesa ganharão velocidade e solidez”, poutua a presidenta
Presidenta Dilma participa da solenidade de posse do ministro da Defesa, Celso Amorim. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR |
Brasília, 08/08/2011 – A presidenta da República, Dilma Rousseff, empossou nesta segunda-feira à tarde o novo ministro da Defesa, Celso Amorim, em solenidade realizada no Palácio do Planalto. Confira a íntegra do discurso de Amorim por ocasião da cerimônia de posse no cargo. O texto não inclui improvisos feitos ao longo da fala.
Palavras do ministro de Estado da Defesa, Celso Amorim, por ocasião da cerimônia de posse no cargo
Palácio do Planalto, 08 de agosto de 2011
Antes de mais nada, agradeço o honroso convite da presidenta da República, Dilma Rousseff, para assumir a pasta da defesa.
Sou grato pela confiança e pela oportunidade de participar dessa importante etapa da longa transição do Brasil rumo a uma sociedade mais livre, mais justa e mais igualitária.
Serei breve.
A realidade de uma política pública complexa e multifacetada como a Defesa não oferece espaço à pretensão.
De maneira serena, cabe a mim neste momento mais ouvir do que falar – sem com isso me furtar ao diálogo franco e transparente.
Identifico nos militares valores dignos de admiração:
- patriotismo;
- abnegação;
- zelo pela coletividade;
- respeito à hierarquia e à disciplina.
Graças a importantes iniciativas levadas a cabo em governos anteriores, e mais particularmente durante o governo do presidente Lula, o panorama da Defesa nacional é qualitativamente distinto do cenário em que nos encontrávamos no início da redemocratização.
Contamos com Forças Armadas profissionais e plenamente conscientes de sua subordinação ao poder democrático civil.
A Estratégia Nacional de Defesa e o Plano de Articulação e Equipamento da Defesa dela decorrente oferecem um horizonte de curto, médio e longo prazo para o setor.
Sob o signo da continuidade que caracteriza os estados que atingiram maturidade democrática, trabalharei para implementá-los.
Farei isso com espírito crítico e de maneira atenta aos ajustes e adaptações que se façam necessários.
Dedicarei esforços ao fortalecimento da indústria nacional de material de emprego militar e à ampliação da autonomia tecnológica de nossas Forças Armadas, em estreita coordenação com os ministérios do Desenvolvimento e da Ciência e Tecnologia.
O momento que vivemos em termos de política industrial reforça essa prioridade.
O aprimoramento da capacidade de operação conjunta entre marinha, exército e aeronáutica, a racionalização de processos e programas e o robustecimento da supervisão do Ministério da Defesa sobre as políticas setoriais das forças são compromissos do titular da pasta.
O Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas terá importante papel nesse processo.
O Instituto Pandiá Calógeras, a ser implantado com celeridade, será importante instrumento de reflexão sobre temas estratégicos e servirá para formar os futuros analistas civis de Defesa.
Não ignoro a centralidade da questão orçamentária.
Conhecendo a atenção que a presidenta da República atribui aos assuntos de Defesa, cabe a mim empenhar-me em obter os recursos indispensáveis ao equipamento adequado das Forças Armadas. Conto para tanto com a compreensão de meus colegas da área financeira. Afinal, o próprio documento legal que instituiu a Estratégia Nacional de Defesa estabelece vínculo indissociável entre esta e a estratégia nacional de desenvolvimento.
Devemos conceber e aprovar mecanismo que permita conferir previsibilidade, estabilidade e perenidade aos projetos de equipamento e de desenvolvimento tecnológico das Forças.
Na mesma linha, não desconheço as legítimas aspirações dos militares no que se refere à garantia de condições de vida compatíveis com suas responsabilidades, vitais para toda a nação.
Um país pacífico como o Brasil não pode ser confundido com país desarmado e indefeso.
Vivemos em paz com os nossos vizinhos. Mas o Brasil é detentor de enormes riquezas e possuidor de infraestruturas de grandes dimensões.
Cabe ao estado brasileiro resguardar extensas fronteiras terrestres e marítimas.
Além da indispensável defesa da população, devemos proteger nossos recursos naturais, a começar pelas riquezas contidas na Amazônia e nas águas jurisdicionais brasileiras.
As descobertas de significativas reservas de petróleo, sobretudo na camada pré-sal, reforçam essa necessidade.
Nosso território, da Amazônia ao Aquífero Guarani, que compartilhamos com os vizinhos do Mercosul, é repositório de enorme quantidade de água, recurso cada vez mais escasso no mundo.
É fundamental assegurar que a nossa soberania sobre o recurso água – além de sua utilização sustentável – seja preservada.
Hoje, é preciso admitir, nossas forças sofrem de carências que não permitem o efeito dissuasório indispensável à segurança desses ativos.
Há um descompasso entre a crescente influência internacional brasileira e nossa capacidade de respaldá-la no plano da Defesa. Uma não será sustentável sem a outra.
Atentos ao ecumenismo que caracteriza a inserção internacional do Brasil contemporâneo devemos valorizar o Conselho de Defesa Sulamericano e intensificar a cooperação entre os países da região.
Pretendo também atribuir especial ênfase ao relacionamento de Defesa com os países africanos.
Juntamente com o Itamaraty, fortaleceremos a zona de paz e cooperação do Atlântico Sul.
Buscaremos assegurar que o Atlântico Sul seja uma área livre de armas de destruição em massa, em particular de armas nucleares.
Continuaremos a dar nossa contribuição a operações de paz da ONU, dentro dos preceitos do direito internacional, sobretudo naquelas áreas de maior interesse para o Brasil e onde disponhamos de clara vantagem comparativa.
Defesa e sociedade devem estar permanentemente em harmonia.
Historicamente, nossas Forças Armadas constituíram importantes instrumentos de ascensão social.
É importante, assim, que reflitam de forma crescente a diversidade da sociedade brasileira.
Devemos valorizar a discussão de temas como direitos humanos, desenvolvimento sustentável e igualdade de raça, gênero e crença.
Gostaria de encerrar com as palavras de um grande defensor das Forças Armadas, José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio-Branco. Em seu último discurso, proferido no Clube Militar, em 11 de outubro de 1911, Rio-Branco afirmou:
“Toda a nossa vida como estado livre e soberano atesta a nossa moderação e os sentimentos pacíficos do governo brasileiro, em perfeita consonância com a índole e a vontade da nação”.
Essa convicção sobre nossa vocação pacifista não impediu Rio-Branco de, nas suas palavras:
“Lembrar, como tantos outros compatriotas, a necessidade (…) de tratarmos seriamente de reorganizar a Defesa nacional”.
Muito obrigado.
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(transcrição das palavras da presidenta Dilma Rousseff)
Boa tarde a todos,
Senhor vice-presidente da República, Michel Temer,
Senhor senador José Sarney, presidente do Senado,
Senhor deputado Marco Maia, presidente da Câmara dos Deputados,
Embaixador Celso Amorim, ministro de Estado da Defesa, por intermédio de quem cumprimento os ministros presentes,
Minha querida ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, por intermédio de quem cumprimento as ministras presentes,
Senhores comandantes de Força: almirante de esquadra Julio Soares de Moura Neto, da Marinha; general de exército Enzo Martins Peri, do...; tenente-brigadeiro-do-ar Juniti Saito, da Aeronáutica; general de exército José Carlos De Nardi, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas,
Meu querido governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro,
Almirante de esquadra Álvaro Luiz Pinto, presidente do Superior Tribunal Militar, por intermédio de quem cumprimento todos os oficiais-generais aqui presentes,
Senador Romero Jucá,
Senador Fernando Collor,
Deputados e deputadas federais aqui presentes. Eu cumprimento o líder da Câmara, Cândido Vaccarezza, em nome de todos eles.
Senhoras e senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas,
Senhoras e senhores aqui presentes,
E senhora querida Ana. E, cumprimentando a Ana, eu cumprimento toda a família do Celso, especialmente os netos. Quem tem neto, sabe a importância deles.
Senhoras e senhores,
Mudanças importantes, elas sempre provocam tensão. Mas elas requerem cuidado, elas cobram sensatez e exigem escolhas bem refletidas. E foi com cuidado e com a devida reflexão que eu convidei o embaixador Celso Amorim para o cargo de ministro da Defesa.
O convoquei porque tenho convicção de que ele é o homem certo para o lugar certo. Muitos projetos estratégicos para o país e para o nosso futuro estão em andamento lá no Ministério da Defesa. São projetos que não podem, em hipótese alguma, sofrer rupturas, atrasos ou adiamentos. Eu escolhi o ex-ministro Celso Amorim porque eu tenho certeza absoluta de que com ele esses projetos terão continuidade e ganharão mesmo maior velocidade e solidez.
Celso Amorim é um homem de Estado, um funcionário de carreira, um profissional dedicado ao Brasil. Foi assim como Chanceler, durante o governo de Itamar Franco; foi assim como nosso representante na ONU e em organismos internacionais de comércio, durante o governo Fernando Henrique Cardoso; e foi assim também como ministro das Relações Exteriores do governo do nosso querido presidente Lula, quando o Brasil foi elevado à condição de protagonista, com voz ativa no cenário mundial e sujeito do seu próprio destino.
Celso Amorim tem qualidades pessoais que o aproximam muito dos senhores, militares de longa formação: cultura e preparo técnico, coleguismo e solidariedade no ambiente de trabalho, moderação nas manifestações públicas, elegância no relacionamento, profissionalismo e método na atividade como homem público. Sobretudo, disciplina e respeito à hierarquia. Na verdade, Celso Amorim é um patriota, Celso Amorim é um homem talhado para esta fase do Brasil, que é um país de cabeça erguida, consciente da sua soberania.
Falo aqui, na verdade, de características da formação militar e da formação diplomática, duas carreiras de Estado. Não tenham dúvida: com o meu apoio e sob meu comando direto, ele ajudará muito o Ministério da Defesa a vencer os seus maiores desafios, tanto os mais urgentes, os mais conjunturais, quanto os mais estratégicos.
A experiência de Celso Amorim em política externa será valiosa para o Ministério da Defesa. O Brasil enfrentará importantes questões que envolvem diretamente as nossas Forças Armadas: há acordos bilaterais em andamento, há negociações sobre compra de armamento e aquisição de tecnologia bélica, além da inadiável exigência de proteção e controle de nossas fronteiras terrestres e de nosso mar territorial, com suas – como todos sabem – enormes riquezas.
O meu governo – e eu acredito que todo e qualquer governo – tem ministérios cuja importância estratégica para o país impõem rigorosa distância de injunções externas de qualquer tipo – o Ministério da Defesa é um deles. A lógica do Ministério da Defesa é a disciplina, a competência e a dedicação. A ideologia do Ministério da Defesa é o respeito à Constituição e a subordinação aos interesses nacionais. O partido do Ministério da Defesa é a pátria. Os senhores sabem disso, o novo Ministro sabe disso, e todos sabemos que trocas de comando fazem parte da rotina, desde que se troque o comandante, mas não se deixe de fazer o que precisa ser feito.
Eu tenho absoluta certeza de que esse brasileiro chamado Celso Amorim fará não só o que precisa ser feito, mas dedicar-se-á de corpo e alma a construir esta política de defesa, esta estratégia nacional de defesa, que a todos nós é muito cara.
Desejo boa sorte a todos.
Fonte: Blog do Planalto
Magnífico discurso do Pequeno Gigante. Celso Amorim abordou que NÃO temos Poder de Dissuasão e o quanto estamos desprotegido.
ResponderExcluirFabricar armamento bélico no Brasil é de suma importância mas é de longo prazo, não temos tempo hábil para isso.
Marco Aurélio Garcia disse ontem que o resultado da Licitação do FX-2 será ainda em 2011.
ATENÇÃO: Nós NÃO podemos ficar DEPENDENTES da OTAN comprando seus produtos!!
É só lembrar do CASO dos EXOCET na Guerra das Malvinas ou dos caças F-16 do Chávez.
Tanto na Rússia, quanto na China se compra produto com CUSTO/BENEFÍCIO muito melhor, e longe de posteriores embargos, traições e falta de ética da galera da OTAN. E comprar da prateleira do Putin ou do Jiabao se faz necessário, chega de ficar sem Poder de Defesa, sem Poder de Dissuasão.
Se o Kadafi estivesse armado a OTAN não estaria distribuindo sua "Ajuda Humanitária" na Líbia através de Bombas de Fragmentação sobre a população civil, e ainda, recheadas com urânio empobrecido contaminando futuras gerações.
Quem está por trás dessa imundice do FX-2 é JUNITI SAITO, ENTREGUISTA, VIRA-LATA, LAMBE BOTAS BILDERBERG.
Fechando com a OTAN só vai ser bom para os SIONISTAS da EMBRAER na Bolsa de New York e para seus CAPOS: O Parque Industrial do BANDIDO do Luiz Marinho e Paulo Skaf e, para o bolso do irmão canalha do Aloizio Mercadante, amiguinho de Aético Never e sua HELIBRAX. Só não será bom para a SOBERANIA BRASILEIRA e para o ERÁRIO.
E o XENÓFOBO NICOLAS SARKOZY está na SUA GUIANA lançando satélite, quem lança satélite, lança MÍSSIL também.
ORINOCO e AMAZÔNIA é o ALVO dos PIRATAS da OTAN. Eles tem aporte em Curacao, Malvinas e Guiana, as bases da Colômbia não vão fazer diferença para eles.
É melhor, mais estratégico e RACIONAL comprar nos camaradas: Putin ou Jiabao. Esperar por fabricar no BraSil só vai postergar mais ainda nosso Poder de Defesa, quanto mais atrasarmos, melhor para os covardes da OTAN. E, comprar os produtos da OTAN é a mesma coisa de deixar a raposa tomando conta do galinheiro.