Laerte
Braga
Um dos fatos mais destacados da semana terá sido a foto
do interrogatório de Dilma Rousseff (MILICANALHAS
tem vergonha da cara!) numa
Auditoria Militar do Rio de Janeiro. Os militares que integravam o Conselho
Permanente de Justiça (complicado isso) cobriram o rosto com as mãos para não
serem identificados.
Com
certeza irão dizer que o gesto era necessário àquela época, que o país estava em
guerra contra o “terrorismo”, coisas do gênero. Nem por um instante admitirão
que se tratasse de vergonha pura e simples.
Covardes
têm vergonha.
É
difícil entender a posição das Forças Armadas no que diz respeito às torturas
praticadas ao longo dos anos de chumbo da ditadura. Por vários motivos. O
primeiro deles é que os militares que assumiram o poder derrubando o governo
constitucional de João Goulart o fizeram em cima de mentiras, que continuam
sendo repetidas até hoje e sob comando de potência estrangeira. Tentavam chegar
ao poder na presunção que eram os únicos capazes de governar o Brasil desde a
queda de Getúlio em 1945. Perderam três eleições. Duas com o brigadeiro Eduardo
Gomes e uma com Juarez Távora.
A
quarta, curiosamente, ganharam com um civil, Jânio Quadros, derrotando um
militar legalista, um dos grandes nomes da história das Forças Armadas, o
marechal Henrique Duffles Teixeira Lott. O azar foi que Jânio, além de louco, um
dia bebeu demais e pôs tudo a perder.
No
meio desse caminho algumas tentativas de golpe, o manifesto dos coronéis, toda
uma trajetória até 1964. O embate se dava dentro das próprias Forças Armadas.
Militares fiéis à legalidade e ao Brasil, caso de Lott, Moreira Lima e muitos
outros deixam exemplos que é possível uma força armada comprometida primeiro com
o seu País, segundo com a democracia.
A
foto tem outro significado também. Serve para lembrar a presidente Dilma
Rousseff suas origens, seus ideais, justo num momento em que seu governo parece
perder-se em meio ao peleguismo de setores do seu partido, alianças terríveis
com setores podres da política e do empresariado brasileiro, enfim, talvez um
tranco para que Dilma acorde a tempo.
Não
é o caso dos tucanos, matriz do peleguismo de setores do PT. O sub-chefe da Casa
Civil de José Serra no governo de São Paulo, o tal Faustino, foi preso numa
operação no Rio Grande do Norte – Sinal Fechado –, num esquema de milhões de
reais em corrupção e que fora tentado no governo Maluf, no governo Pitta, no
governo Serra e ressurgiu com força no governo de Gilberto
Kassab.
Privatização
e terceirização. As formas mais rápidas do dinheiro entrar em caixa. No caso a
CONTROLAR, uma quadrilha que vistoriava por tarifa módica os carros em Natal, em
São Paulo e planejava atender a dez estados da Federação em curto prazo para
regar as campanhas tucanas.
Tem
o outro lado também.
Um
trabalho extraordinário do engenheiro Antônio Fernando Araújo mostra a cobiça
sobre as águas no Brasil. Potências
e empresas estrangeiras deitando olhos sobre nossos mananciais e com um apetite
sem medida. Pior, aliados a empresários brasileiros, com a complacência de
políticos venais.
Há
anos os EUA tentam, por exemplo, uma base militar na chamada Tríplice Fronteira,
na região de Foz de Iguaçu, onde é grande a população de palestinos, árabes de
um modo geral, com a alegação que ali existem focos de terrorismo. Nem FHC
empregado da Fundação Ford conseguiu vender esse peixe.
Está ali
o Aqüífero Guarani o quinto maior do mundo e na Amazônia acaba de ser descoberto
um outro aqüífero fantástico, maior que o próprio rio. Um
trabalho extraordinário do engenheiro Antônio Fernando Araújo mostra a cobiça
sobre as águas no Brasil.
Nem
tudo na vida é a saída de Fátima Bernardes do Jornal Nacional – o da mentira –.
Esse “acontecimento” reflete apenas a disputa interna de poder na maior empresa
de comunicação do Brasil, mostra que começa a cair o castelo de Ali Kamel –
diretor geral de jornalismo – e vai tentar tapar os rombos na audiência matinal,
já que dona Ana Maria Braga vem sendo sistematicamente batida pela principal
concorrente, a TV Record, o mesmo valendo para o Bom(?) dia
Brasil.
Não
perceberam ainda que cada vez que Miriam Leitão (a que erra TODAS) aparece na
telinha as pessoas se assustam e pensam que é invasão de monstros de outro
planeta. O que não significa e nem tem nada a ver com Orson Welles. Welles era
um gênio e Miriam Leitão uma variação de ornitorrinco
mental.
Para
além de nossas fronteiras continua a distorção sobre os fatos que acontecem no
Oriente Médio, na tentativa de repetir na Síria o massacre que promoveram na
Líbia. Encontram resistência maior, já que a Rússia de Putin e a China não estão
dispostas a aceitar o cerco que o Conglomerado Israel/EUA S/A tenta impor ao
resto do mundo.
O “vilão” da vez é a Síria. Além do Irã, é claro. Uma
reunião de líderes da falida Comunidade Européia mostrou o governador da atual
Micro-Bretanha (antiga Grã Bretanha), David Cameron, exibindo sua face Tony
Blair. A da mentira repetida sistematicamente na velha teoria de Goebbels
que as pessoas acreditem nos bons
propósitos dos vassalos europeus de Washington.
A
saída mais adequada para os países da Comunidade Européia seria tombá-los como
patrimônio da humanidade, transformar tudo num grande parque turístico e pronto.
O
rei da Espanha, por exemplo, poderia exibir sua perícia de caçador de búfalos.
Isso para os de cima e deixar o resto por conta da classe trabalhadora,
expurgando banqueiros e grandes corporações. Do contrário levam o dinheiro todo
e dona Christine Lagarde, gerente geral do FMI, já está no Brasil tentando
convencer dona Dilma Rousseff a investir em títulos podres de uma comunidade em
processo de insolvência.
Sérgio Cabral, que finge governar o Rio de Janeiro
– está vendendo o estado para empresários como Eike Batista que agora escreve
livros de auto-ajuda – quer privatizar o Maracanã. Um dos símbolos do Rio, do
Brasil e que tem sua imagem em todo o mundo.
Quem
sabe o sogro (que tem a concessão de várias linhas de ônibus urbanos no Rio e
vai pegar a do bondinho de Santa Teresa, lógico, macete velho) e a primeira dama
não arranjam um jeito de colocar Luciano Huck na jogada.
Já
não “legalizaram” a casa ilegal do cara em Angra? Ele já não andou dando
declarações sobre vontade de participação política? Deve ter percebido que é
mais negócio que aquela xaropada de todos os sábados à tarde. O deprimente
espetáculo em versão terror da sociedade do espetáculo.
Olha!
Se o senador Aloysio Nunes, um dos grandes nomes do tucanato saiu de Brasília
para ir a Natal visitar o operador da quadrilha da CONTROLAR, preso pela Polícia
Federal (já ganhou habeas corpus) na Operação Sinal Fechado, é que o negócio
está prá lá de grave. Aloysio era o chefe do Gabinete Civil e Faustino o
sub-chefe.
Na
toca José Serra, o patético e que era o governador, como antes foi o
prefeito.
Fora
isso há uma expectativa que a OTAN possa usar suas forças para assegurar o
direito de cidadãos norte-americanos saírem às ruas para protestar contra
bancos, grandes corporações, governo, etc. É que a polícia está baixando o
sarrafo, prendendo e arrebentando, no melhor estilo da democracia cristã e
ocidental. Seria o mais coerente, não? Que tal uma R2P (Responsability to Protect) da ONU ou uma
exclusão aérea sobre os EUA?
E
a ficha limpa – que não vai mudar nada – ficou para mais tarde. Pedido de vistas
do ministro Tófoli, nomeado por Lula e parceiro de Gilmar Dantas Mendes. Os tribunais superiores
(STF, STJ et cataerva) sempre nos
envergonham...
Não
são só os militares que têm que cobrir os rostos com as mãos para esconder a
vergonha. Tem muito mais gente.
Morreu
Sócrates, um dos maiores jogadores de futebol de seu tempo. Um dos grandes do
esporte em todos os tempos. Deixa lições de futebol e exemplos de coragem.
Desafiou a ditadura militar em várias situações. Manifestou a crença que o
futebol poderia e deveria ser um esporte livre de figuras como Ricardo Teixeira
e outros tantos. Ao contrário dos militares que tamparam o rosto com as mãos
para esconder a vergonha, Sócrates mostrava a cara a milhões de torcedores para
mostrar sua coragem, do tamanho do seu futebol.
Concordo que não só os milicos que devem cobrir os rostos com as mãos para cobrir as vergonhas. Os mentirosos também!
ResponderExcluir