5/2/2012,
Yu Zhixiao, Agência Xinhua, Pequim
Traduzido e enviado pelo pessoal
da Vila Vudu
Li Baodong |
O
veto de Rússia e China a um projeto de resolução proposto por árabes e europeus
sobre a Síria visou a forçar que se trabalhe em busca de solução pacífica para a
crise já crônica que sacode a Síria; visou também impedir que se adotem vias
drásticas, temerárias e arriscadas.
É
a segunda vez, desde outubro de 2011, que Rússia e China usam o poder de veto
para bloquear projeto de resolução apresentado ao Conselho de Segurança da ONU
sobre a Síria, avaliado, dessa vez, como solução não recomendável para promover
a paz naquele país do Oriente Médio.
O
projeto de resolução agora rejeitado implicaria afirmar que o Conselho de
Segurança da ONU “apóia completamente” o plano apresentado pela Liga Árabe em
22/1, e que exigia que o presidente sírio Bashar al-Assad renunciasse – cláusula
que emperrou as discussões desde o primeiro momento nas consultas
pré-votação.
O
veto, na avaliação de Rússia e China, garante mais tempo e obriga ao exercício
da negociação paciente, para que se encontre solução política para a crise síria
e solução que efetivamente proteja o povo sírio de mais turbulência, violência e
mortes.
Horas
antes da votação no Conselho de Segurança, a Rússia distribuiu uma versão
emendada do projeto de resolução, na qual se lia que “[essa resolução] visa a
equacionar dois problemas básicos”. Primeiro, é preciso criar condições para
diálogo político na Síria; segundo, é preciso adotar medidas para influenciar o
curso das ações, não só do governo sírio, mas também dos grupos armados da
oposição.
“O
projeto de resolução que vetamos não reflete satisfatoriamente a realidade em
campo na Síria e enviaria sinais conflitantes às forças políticas na Síria”,
disse o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, depois da
votação.
Li
Baodong, representante permanente da China nas Nações Unidas, lamentou que as
emendas propostas pelos russos tenham sido ignoradas.
“A
China apóia a revisão da proposta nos termos das emendas que a Rússia
apresentou”, disse Li ao Conselho de Segurança, acrescentando que “a sugestão de
que se prossiga no processo de consultas para emendar o projeto, encaminhada por
vários membros do Conselho, é razoável.”
“Insistir
em votar, quando ainda há profundas e graves diferenças de opinião entre os
votantes, em nada ajudará a manter a autoridade e a unidade do Conselho de
Segurança, nem ajudará a resolver a questão”, disse Li.
A
ONU continua a atribuir ao governo sírio os cerca de 5.000 mortos durante os
vários meses de conflito, apesar de o governo sírio repetir insistentemente que
foram assassinados mais de 2.000 soldados e agentes da segurança
nacional.
Para
deter a violência, é indispensável construir e fazer operar imediatamente um
processo político inclusivo na Síria. Cabe ao povo sírio, não a forças externas,
decidir sobre o próprio destino.
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