quarta-feira, 20 de junho de 2012

Muito bonito!



Kubaku Baat e Mehdi Hassan
Enviado e comentado pelo pessoal da Vila Vudu

A seguir ouve-se esse cantor, Mehdi Hassan, indiano nascido no Rajastão, mas que viveu no Paquistão, onde fez fama e morreu aos 84 anos, dia desses. Aí ele canta um gazal (pelo menos, é o que me escreveu o nosso correspondente, em quem acredito). Posto no blog, porque é muito bonito.


Antes, eu só sabia, de gazais, o que Manuel Bandeira (da lírica multitudinária) escreveu:

Gazal em Louvor de Hafiz [1]

Escuta o gazal que fiz,
Darling, em louvor de Hafiz:

Poeta de Chiraz, teu verso
Tuas magoas e as minhas diz.
Pois no mistério do mundo
Também me sinta infeliz.

Falaste: “Amarei constante
Aquela que não me quis.”

E as filhas de Samarcanda,
Cameleiros e sufis

Ainda repetem os cantos
Em que choras e sorris.

As bem amadas ingratas,
São pó; tu, vives, Hafiz!

Manuel Bandeira (Petrópolis, 1943)

Notas colhidas no blog Poetas de Marte

[1] Hafiz
criou uma poesia cristalina, sobre o amor divino sexual. Por mais de 50 anos escreveu movido pela inspiração divina, porém muitos dos seus 500 gazéis [2] cantam a riqueza e a beleza de Shakh-e Nabat, que ocupa em sua obra o mesmo lugar que Laura de Petrarca. Além de ser poeta da corte de Abu Ishak e depois do xá Shuja, Hafiz foi um mestre divino. Seus conhecimentos religiosos estão embutidos em seu nome de escritor: Hafiz indica aquele que memorizou o Corão. De uma grande tradição poética lírica expressa em sua obra, celebrou interligações entre o erótico e o espiritual.

[2] Matthew Sperling: “Os gazéis de Hafiz” foi corajoso trabalho de tradução de Aurélio Buarque de Hollanda,  publicado em 1944 pela Livraria José Olympio Editora. A tiragem foi de 200 exemplares numerados.Raríssimos volumes. Possivelmente Bandeira foi dono de um desses.

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