Kubaku Baat e Mehdi Hassan
Enviado e comentado pelo pessoal
da Vila Vudu
A seguir ouve-se esse cantor,
Mehdi Hassan, indiano nascido no Rajastão, mas que viveu no Paquistão, onde fez
fama e morreu aos 84 anos, dia desses. Aí ele canta um gazal (pelo menos, é o
que me escreveu o nosso correspondente, em quem acredito). Posto no blog, porque
é muito bonito.
Antes, eu só sabia, de gazais, o
que Manuel Bandeira
(da lírica
multitudinária) escreveu:
Gazal em Louvor de Hafiz
[1]
Escuta o gazal
que fiz,
Darling,
em louvor de
Hafiz :
Poeta de
Chiraz, teu verso
Tuas magoas e
as minhas diz.
Pois no
mistério do mundo
Também me sinta
infeliz.
Falaste:
“Amarei constante
Aquela que não
me quis.”
E as filhas de
Samarcanda,
Cameleiros e
sufis
Ainda repetem
os cantos
Em que choras e
sorris.
As bem amadas
ingratas,
São pó; tu,
vives, Hafiz!
Manuel Bandeira (Petrópolis,
1943)
Notas colhidas no blog Poetas
de Marte
[1] Hafiz criou uma poesia cristalina, sobre o amor divino sexual. Por mais de 50 anos escreveu movido pela inspiração divina, porém muitos dos seus 500 gazéis [2] cantam a riqueza e a beleza de Shakh-e Nabat, que ocupa em sua obra o mesmo lugar que Laura de Petrarca. Além de ser poeta da corte de Abu Ishak e depois do xá Shuja, Hafiz foi um mestre divino. Seus conhecimentos religiosos estão embutidos em seu nome de escritor: Hafiz indica aquele que memorizou o Corão. De uma grande tradição poética lírica expressa em sua obra, celebrou interligações entre o erótico e o espiritual.
[2] Matthew Sperling: “Os gazéis de Hafiz”
foi corajoso trabalho de tradução de Aurélio
Buarque de Hollanda, publicado em 1944 pela Livraria José Olympio
Editora. A tiragem foi de 200 exemplares numerados.Raríssimos volumes.
Possivelmente Bandeira foi dono de um desses.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.