9/10/2012, Tom Engelhardt, Tom Dispatch
Blog
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
O
quê, exatamente, que força é essa que impede sempre o sucesso de Washington?
Essa resposta permanece absolutamente inacessível, um mistério. Com certeza há
algo lá, relacionado talvez ao meio
século de movimentos de descolonização, às rebeliões, aos rebeldes, às
guerrilhas e aos guerrilheiros que foram tão ativos no século
passado.
Os
norte-americanos viveram numa “cultura da vitória” durante a maior parte do
século 20. Pode-se dizer que vivemos quase 75 anos de triunfalismo –
praticamente um verdadeiro “século americano”, da 1ª Guerra Mundial ao fim da
Guerra Fria, com tempo sobrando para nos meter num beco sem saída na Coreia e
sermos derrotados no Vietnã, eventos chocantes demais tanto para absorver como
para esquecer.
Quando
a União Soviética desintegrou-se em 1991, tudo parecia óbvio. O destino
claramente mandara diretamente a Washington uma rodada de cartas vencedoras, um
royal flush. Vitória com V maiúsculo. Os EUA ali estavam, afinal, a única
superpotência sobrevivente, depois de séculos de incessantes disputas de poder
pelo planeta. Potência militar sem comparação nem inimigo, sem nenhum “estado
bandido” à vista. Quase entediante esse navegar em mar sem ondas, em céu sem
nuvens, rumo a futuro de dominação sem desafiante. Mas momento a registrar na
história do mundo. Durante uma década, especialistas em Washington viveram de se
elogiarem eles mesmos como “a potência dominante no mundo, mais dominante que
qualquer outra desde Roma”.
Estranho.
Em certo sentido, pouco mudou de lá até hoje. Mesmo assim, tudo parece
diferente. Pode-se chamar de “o paradoxo do império americano”: hoje, por todos
os lados apontam-se “ameaças” contra nosso bem-estar que exigem ação imediata,
embora não se veja, por mais que se procure, inimigo de equivalente tamanho ou
força. Por todo o mundo os militares dos EUA ainda reinam supremos, por
praticamente qualquer critério de aferição que se use.
Mesmo
assim – caso alguém ainda não tenha percebido o paradoxo – em lugar algum do
planeta os exércitos dos EUA conseguem fazer o que dizem que têm de fazer.
Nenhuma missão cumprida.
Num
nível, a situação dos EUA é magnífica, de tirar o fôlego. Nunca antes na
história moderna houve notícia de corrida armamentista de corredor único; grande
ameaça da qual não se vê o ameaçador; confronto de titãs, de um só titã. Pelo
menos em termos militares, exatamente como os neoconservadores sonharam nesses
primeiros anos do século 21, os EUA permanecem como “a única superpotência”, a
única, até, “hiperpotência” do planeta Terra.
Top
Gun
planetário
Pois
mesmo assim, quanto mais dominantes se vão tornando os exércitos
norte-americanos, na habilidade para destruir, e quanto mais se vão espalhando
pelo mundo, maiores as derrotas e semiderrotas que se vão empilhando no
currículo; cresce a pilha dos erros; quanto maior a pilha dos erros e o
estresse, maior o número de suicídios; e mais depressa o Tesouro americano vê-se
autoescorrer pelo ralo, num buraco negro. E, resposta a tudo isso, mais o
Pentágono se agita.
Grande
potência militar sem inimigo? Só se viu no auge do Império Romano ou em alguma
dinastia chinesa em momento de apogeu. Osama bin Laden está morto. A Al-Qaeda
está consideravelmente reduzida. As grandes ameaças regionais do momento, a
Coreia do Norte e o Irã são regimes que se mantêm precariamente na corda bamba,
com populações em sofrimento perpétuo. A
única incipiente grande potência planetária rival, a China, acaba de lançar ao
mar o primeiro porta-aviões, modelo ucraniano 1990 recauchutado. E não há ainda
aviões para serem transportados pelo porta-aviões.
Os
EUA têm mais de 1.000 bases militares pelo mundo; outros países, mal chegam à
meia dúzia. Os EUA gastam mais para manter seus exércitos que todas as 14
potências militares que aparecem abaixo, na lista (aliadas dos EUA, quase
todas), somadas. De fato, os EUA estão investindo estimados $1,45 trilhões de
dólares para produzir e operar uma única aeronave, o F-35 – mais do que qualquer
país, incluídos os EUA, gastam anualmente nos programas de defesa nacional.
Há
outras singularidades nos militares dos EUA. Já conseguiram dividir o globo – a
Terra inteira – em seis “comandos”. Com mais um “comando”, para o caso de terem
esquecido alguma coisa, um Stratcom, Comando Estratégico, que comanda a
terra, o inferno e o paraíso e mais um pouco; e ainda mais um comando, criado
recentemente, exclusivamente para comandar o espaço ainda não ocupado, o
ciberespaço, no qual os EUA já estão (extraoficialmente) também “em guerra”. Nenhum
outro país do planeta pensa-se ele mesmo, nem de longe, em termos tão absoluta e
completamente militares e belicistas.
Quando
o alto comando dos EUA planeja-se para futuras “necessidades”, iniciativa do
comandante da junta do estado-maior dos comandantes de todos os corpos militares
[orig. Joint Chiefs of Staff],
general Martin Dempsey, eles falam em “retornar” (não pronuncie a palavra
“retirada”) uma base militar ao sul da capital, onde se põem a inventar
presentes e futuros novos jogos de guerra para possíveis crises, enquanto andam,
para lá e para cá, sobre um mapa do mundo maior que uma quadra de basquete. Que
outros militares seriam páreo para tal método de produzir guerras?
O
presidente já tem agora, sob seu comando, não um, mas dois exércitos de
mercenários, privados. O primeiro é a CIA que em anos recentes tornou-se
pesadamente militarizada, comandada por ex-general de quatro estrelas (que se
refere ao novo emprego como “viver um sonho”) e comanda suas próprias, pessoais,
privadas campanhas de assassinatos predeterminados e guerra de drones
em todo o Oriente
Médio Expandido. O segundo é uma elite sempre em expansão, o
Comando de Operações Especiais Conjuntas [orig. Joint Special Operations Command], encapsulado dentro do corpo militar
dos EUA e cujos membros são deslocados para os “pontos quentes” por aí, pelo
mundo.
A
Marinha dos EUA, com seus 11 porta-aviões movidos a energia nuclear para
transporte de forças-tarefas, domina as ondas do planeta como antes, talvez, só
a Marinha Britânica; e os céus planetários são controlados pela Força Aérea dos
EUA, de modo absolutamente incontestável. (Apesar das várias guerras e
conflitos, o último caso de avião norte-americano derrubado em combate aéreo
parece ter acontecido em 1991, na Primeira Guerra do Golfo.) Em todo o sul
global, praticamente não há espaço aéreo de país soberano que os drones
de Washington não possam invadir para assassinar quem quer que a Casa Branca
considere “ameaça” (e, portanto, assassinável).
Resumindo,
os EUA são o único, solitário, Top Gun planetário, exatamente como os
antigos construtores de impérios fantasiavam, mas que ninguém, depois de Genghis
Khan, jamais foi: solitário e sem adversário no planeta. De fato – não fossem os
fracassos – poder-se-ia dizer que nunca antes o mundo conheceu tal poder.
Mas
cegos para as consequências previsíveis não desejadas
Por
todos os critérios usuais, os EUA deveriam ser supremos de um modo que não tem
precedentes históricos.
Pois,
mesmo assim, difícil é não ver que, apesar de todas as bases, as forças de
elite, os exércitos privados, os mercenários, os drones, os porta-aviões,
as guerras, os conflitos, os ataques, as intervenções e as operações
clandestinas, apesar de uma inteligência burocrática labiríntica, praticamente
sem limites ou controle que parece nunca parar de inchar e na qual o país
queima, no mínimo $80 bilhões de dólares/ano, nada parece funcionar de modo
satisfatoriamente imperial. Não há como não ver que não vivemos um sonho
glorioso, mas algum tipo de pesadelo imperial em contínua expansão.
Tudo
isso, é claro, já era bem visível, bem claramente, no mínimo, no início de 2004,
menos de um ano depois que o governo Bush invadiu e ocupou o Iraque, quando as
estradas começaram a ser minadas e tudo começou a explodir todos os dias, e o
número de homens-bomba começou a aumentar, ao mesmo ritmo em que se iam calando
as comparações com Roma. E a possibilidade de uma Pax Americana no
Oriente Médio Expandido sumiu como o orvalho da manhã sob sol quente.
Mesmo
assim, as guerras contra grupos relativamente pequenos de guerrilheiros
maltrapilhos e mal armados iam tomando, parecia, o rumo do triste fim
previsível. (Sinal eloquente do que já estava acontecendo é que hoje, depois de
quase 11 anos de guerra, morreu o 2.000 soldado dos EUA no Afeganistão, sob
tiros de um “aliado” afegão, num “ataque interno”). Durante todos esses anos,
Washington continuou perfeitamente cega – regularmente enceguecida – sem ver as
consequências não desejadas dos movimentos dos militares norte-americanos. As
surpresas – nenhuma agradável – tornaram-se rotina. E vitórias militares viraram
coisa rara, raríssima, cada dia mais rara.
Uma
coisa já parece óbvia: uma superpotência bélica, com poderio militar sem
paralelo para destruir o que bem entenda, já não tem sequer alguma mínima
capacidade para impor o próprio desejo seja onde for, pelo planeta.
O
que se vê é, de fato, o contrário disso: o poderio militar dos EUA já está
espantosamente desacreditado globalmente, e por forças que, na comparação, se
pode dizer, são miseráveis. Do Paquistão a Honduras, praticamente em qualquer
ponto do velho mundo colonial e neocolonial, naquelas regiões que se conheceu
durante a sempre contestada Guerra Fria como “o Terceiro Mundo”, brotou uma
resistência, várias resistências, cada uma a seu modo, dos mais surpreendentes
tipos, e o fracasso dos EUA se vai delineando, lento, dramático e espetacular.
Dada
a total ausência de inimigos – alguns poucos milhares de jihadis, um
conjunto ínfimo de guerrilhas minoritárias, um ou dois frágeis poderes regionais
– por que as coisas são o que são?
O
quê, exatamente, que força é essa que impede sempre o sucesso de Washington?
Essa resposta permanece absolutamente inacessível, um mistério. Com certeza há
algo lá, relacionado talvez ao meio século de movimentos de descolonização, às
rebeliões, aos rebeldes, às guerrilhas e aos guerrilheiros que foram tão ativos
no século passado.
E
tem algo a ver também com o modo como a catástrofe econômica espalhou-se para
além dos EUA, Europa e Japão – com a ascensão dos “tigres” asiáticos, a explosão
das economias chinesa e indiana, os avanços nacionais do Brasil e da Turquia, e
o movimento de todo o planeta na direção de alguma genuína multipolaridade
econômica. Pode ter algo a ver, também, com o fim da Guerra Fria, que pôs fim a
vários séculos de disputas imperiais ou entre grandes potências, que deixaram,
como resto, uma única potência, o Victor solitário, o qual, como agora se
vê com espantosa clareza, caminha na direção da saída, naufragado numa tormenta
de autocongratulações.
Expliquem
como queiram, é como se o próprio planeta, ou a humanidade, se tivessem
autoimunizado contra a imposição de qualquer poder imperial, que agora é
rejeitado onde e quando se tente impor. No século passado, bastou uma
meia-nação, a Coreia do Norte, apoiada por suprimentos russos e soldados
chineses, para empurrar os EUA para um impasse sem saída; ou um movimento de
levante popular, apoiado por uma potência local, o Vietnã do Norte, apoiado por
sua vez pela União Soviética e pela China, para derrotar o poder dos EUA. Hoje
são pequenas guerrilhas minoritárias, que lutam com bombas de fabricação caseira
e homens-bombas, e que também já empurraram os EUA para impasse sem saída (ou,
talvez pior do que isso) e, dessa vez, sem qualquer grande potência bélica a
apoiá-los.
Penso
nessa força crescente de resistência, que resiste contra o maior exército que o
mundo jamais conheceu, como o equivalente da “matéria escura” no universo. As
provas estão aí. Sabemos (ou deveríamos saber) que a coisa está aí, mesmo que
não se possa vê-la.
As
guerras de Washington, no piloto automático
Depois
da década passada de fracassos militares, impasses sem saída e frustrações seria
de esperar que tudo isso já fosse visível também em Washington. Afinal, os EUA
já são império visivelmente super estendido e super tensionado, que vai do
Oriente Médio Expandido à América Latina; e os limites desse poder são cada dia
mais evidentes. Pois é. Aí está a coisa mais estranha: dois sucessivos governos
em Washington vieram e passaram e nada viram, nada concluíram. De fato, seja
quem for o eleito nas próximas eleições presidenciais, já se vê, com absoluta
clareza, que, no que tenha a ver com isso, absolutamente nada mudará.
Apesar
de, como potência militar, os EUA acumularem fracasso sobre fracasso, os
políticos nos EUA confiam hoje, mais do que jamais antes, em resposta
militarista e bélica aos problemas globais. Em outras palavras, os EUA não são
hoje apenas império super distendido e tensionado clássico, mas também império
sem temperança, destemperado, temerário, que opera, parece, governado por uma
espécie de piloto automático militar. Falta atenção a uma curva de aprendizagem.
O que se vê não é só que ninguém aprende. O que se vê é que já nem pode haver
curva de aprendizagem, porque já ninguém sabe aprender.
Washington,
ao que se vê, só conhece um modo de pensar e agir, não importa o problema ou o
objetivo, e esse modo envolve sempre, direta ou indiretamente, abertamente ou
clandestinamente, aplicar força militar. E nem importa que cada nova aplicação
de força militar só consiga desestabilizar mais uma região do mundo ou
comprometa cada vez mais o que, antes, se conhecia como “interesses dos EUA”.
Na
Líbia, por exemplo. De início, quase pareceu que seria rara história de sucesso
dos militares norte-americanos: intervenção rápida, em apoio a uma rebelião
contra um ditador reconhecido tão brutal que a CIA, pouco antes, despachava para
lá “suspeitos de terrorismo” e rebeldes islâmicos, para serem torturados lá! Não
houve baixas no exército dos EUA. Mas aquela ação foi decisiva para por no poder
um (outro) bando governante que, de democrático, nada tem ou algum dia teve.
No
planeta das consequências não desejadas, contudo, a queda de Gaddafi despachou
os tuaregues de seus exércitos para o Mali. Agora, o que se vê é que todo o
norte da Líbia já está sob controle de extremistas e outras partes do Norte da
África também já se veem envolvidas na mesma guerra. Ao mesmo tempo, é claro,
aconteceram as primeiras baixas norte-americanas, o embaixador Christopher
Stevens e três outros morreram num ataque ao consulado dos EUA em Benghazi,
dentro do que se supunha que fosse “local seguro”.
Com
a situação regional em rápida degeneração, a resposta não poderia ser mais
previsível. Como Greg Miller e Craig Whitlock do Washington Post já
noticiaram, a Casa Branca já trabalha, em reuniões secretas, no planejamento de
novas operações militares contra a al-Qaeda-no-Magreb (Norte da África), a qual,
hoje, já está rearmada com o armamento que recolheu nos arsenais de Gaddafi.
Esses planos, evidentemente, incluem a abordagem já usada contra o Iêmen
(“forças especiais” dos EUA em solo, ataques de drones, guerra suja da
CIA, apoiada por paramilitares e mercenários africanos); claro que também se
cogita, como sempre, da “possibilidade de intervenção direta dos EUA”.
Como
se não bastasse, Eric Schmitt e David Kilpatrick do New York Times
noticiam que o governo Obama “prepara ação de retaliação” contra os que se
suspeita que sejam os assassinos do embaixador dos EUA – retaliação que, claro,
deve incluir “ataques de drones e ação de agentes de operações especiais” semelhantes ao
raid que levou ao assassinato de Osama bin Laden, e “operações conjuntas
com as autoridades líbias”. A absoluta certeza de que, como em intervenções
anteriores, esse novo conjunto de ações militares só conseguirá desestabilizar
ainda mais aquela região, o que gerará mais surpresas terríveis e mais
consequências não desejadas parece não preocupar absolutamente ninguém. Tampouco
se veem sinais de preocupação com a evidência, tão clara para tantos de nós, de
que ações desse tipo só geram, por principal efeito, ânsia renovada para
planejar e ordenar mais ações desse tipo.
A
cada dia, veem-se mais situações como essa, em todo o Oriente Médio
Expandido e pelo planeta. Outro pequeno exemplo: o Iraque, de onde, depois de
praticamente uma década de desastre militar ininterrupto, as “últimas” unidades
norte-americanas partiram em correria, no meio da noite, no final de 2011. Mesmo
nesses momentos finais, o governo Obama e o Pentágono ainda tentavam manter lá
número significativo de soldados dos EUA (e, de fato, conseguiram deixar para
trás várias centenas de soldados, encarregados de treinar unidades de elite
iraquianas). E, simultaneamente, o Iraque jamais deixou de apoiar o regime sírio
e aproximou-se ainda mais do Irã, apesar de ver crescer, também internamente, a
luta sectária.
Pois,
apesar desse resultado de sua ação espantosamente desastrada no Iraque, os EUA,
segundo o New York Times, negociam agora um acordo “que pode resultar no
retorno de pequenas unidades de soldados dos EUA ao Iraque, para missões de
treinamento. A pedido do governo iraquiano, segundo o general Caslen, uma
unidade de soldados das Operações Especiais do Exército foi recentemente
deslocada para o Iraque, onde os soldados operarão como conselheiros de
contraterrorismo e apoio de inteligência”.
Que
vontade de dizer a esses “negociadores”, como se diz a criança teimosa: “Não,
não faça mais isso!”, mas o impulso para retornar à cena do mais recente
fracasso, parece incontrolável. Podem-se oferecer várias explicações de por que
os políticos, militares e civis norte-americanos insistem nessa repetição
doentia e - do ponto de vista imperial – contraproducente, recriando situações
cujas consequências indesejadas são absolutamente garantidas e o fracasso já
pode ser narrado hoje. Sim, claro, é preciso alimentar o complexo
industrial-militar. Sim, claro, queremos controlar recursos cruciais, sobretudo
energia, sim, e tal e tal e tal.
Mas
o que de mais razoável se pode dizer é que há uma mentalidade militarista,
bélica, sempre ativa; e as manobras globais continuarão ininterruptas. É como se
Washington tivesse feito da guerra seu way of life e, doravante, os EUA
tivessem de viver eternamente “em guerra”. Veem-se os tiques
da grande potência em declínio, como se veem os tiques de quem sofre de uma
síndrome obsessivo-compulsiva. Os tiques vêm, porque não há como impedir que
venham, porque estão impressos no DNA político do complexo de segurança nacional
dos EUA. Em outras palavras: é como se os agentes da guerra já nada pudessem
fazer para impedir-se de agir.
Essa
é a única conclusão a que se pode chegar, num mundo onde o óbvio se tornou cada
dia mais impensável: retirar-se, afastar-se, sair de lá! (Norte do Chad? Mas o
que temos os EUA a ver com o norte do Chad? Quando, afinal, o norte do Chad
virou região crucialmente decisiva para o bem-estar dos norte-americanos?)
Reduzir contingentes? Retirar missões? É inconcebível. Pensar o impensável?
Cale-se! Nunca mais fale disso!
O
que sobra, claro, é fórmula infalível para novos desastres de guerra comandada
por piloto automático. Mas não informem Washington. Não fará diferença alguma.
Eles acham que sabem.
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