22/12/2012, Peter Lee, Asia Times Online
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Ao
longo do ano que está acabando, a República Popular da China pela primeira vez
teve contato próximo, direto, pessoa a pessoa, com o movimento de “pivô” dos EUA
outra vez na direção da Ásia – o reequilibramento estratégico, que em tudo se
parece com movimento de “contenção”.
China e fronteiras |
A
República Popular da China passou boa parte do ano em luta-livre contra vizinhos
inamistosos, fortalecidos pela nova política dos EUA, como o Vietnã e as
Filipinas; combatendo contra os esforços dos EUA, ativos em várias esferas de
influência chinesa na península coreana e no sudeste asiático; e enfrentou um
teste de força e firmeza contra o principal representante-procurador dos EUA na
região, o Japão.
Tal
estado de coisas foi enganosamente, embora previsivelmente, apresentado na
imprensa ocidental em termos de “intransigência da China exacerba tensões
regionais”, embora interpretação mais correta pareça ser: “rivais da China
exacerbam tensões regionais para intimidar uma China assertiva”.
Seja
qual for o contexto, 2012 foi o ano em que o mundo – especialmente o Japão –
descobriu que a República Popular da China pode, sim, movimentar-se contra o
“pivô”.
Bush Filho |
Os
anos de vacas gordas para “a China em ascensão” corresponderam aos anos do
governo de George W Bush. Preocupado com desastres em cascata no Oriente
Médio , déficit fiscal galopante, que exigia parceiro com
apetite insaciável pelos papéis da dívida dos EUA e, depois, com o derretimento
das economias norte-americana e mundial, Bush não teve estômago para mexer com a
China.
A
República Popular da China pegou a bola e correu com ela o quanto quis, até
emergir com presença de superpotência no leste da Ásia; alcançou a África;
estabeleceu-se como parceiro rico crucial para a União Europeia; e pôs abaixo os
últimos bastiões da liderança ocidental no planeta pós 2ª Guerra Mundial: a
grande política multinacional e suas instituições financeiras.
Obama |
Alguma
reviravolta era inevitável e foi cuidadosamente, aplicadamente, dedicadamente
buscada, pelo governo Barack Obama.
Volta-se
a ver também em cena a inefável autoestima norte-americana. Com a eleição e
reeleição de um presidente negro, de origem social modesta, os EUA voltam a
cobrar espaços, como se algum direito de nascimento no campo moral lhes
garantisse privilégios, algo que bem se poderia supor que os EUA tivessem
esquecido por mais de uma década depois do fracasso no Iraque, as trapalhadas
que os EUA introduziram no sistema financeiro global e o rotundo fracasso na
gestão da questão existencial da mudança climática.
Teria
sido divertido, de modo meio macabro, verificar se a eleição de Mitt Romney à
presidência deslancharia o mesmo discurso de êxtase neoliberal sobre as glórias
da democracia norte-americana que se ouviu depois da reeleição do presidente
Obama. Seja como for, o comicamente incompetente Romney não foi páreo para a
popularidade, a inteligência e o incansável foco organizacional da arrogância de
Obama e dos norte-americanos – ou, como Evan Olnos da revista New Yorker
diria, em tom de elogio: “o carisma moral dos EUA” voltou ao palco.
Com
os EUA firmemente de volta à sela da liderança, pelo menos no que tenha a ver
com a gangue do comentariato dos assuntos externos, a China nada teria a mostrar
ao mundo exceto as falhas e máculas de um sistema político e econômico
autoritário; nada a ensinar, exceto aulas de como não fazer e do que não ser; e
sem qualquer direito a participar de nenhum conselho mundial de líderes, exceto
se aprovada pelo ocidente.
Essa
atitude encaixa quase à perfeição com o aparente desdém que Obama sente pela
República Popular da China, aquele regime sem brilho, inamistoso, sem graça, que
reage exageradamente a qualquer ordem para engajar-se, gente que tem de ser
forçada, pressionada e coagida a andar na direção preferencial dos objetivos
preferenciais da humanidade. Sob a liderança do governo Obama, o ocidente
decidiu cercar, conter, restringir a China, em vez de acomodá-la e acomodar-se a
ela.
A
China só será parceira bem-vinda na ordem mundial – pelo menos como o ocidente
define a tal ordem – se democratizar-se, se desmantelar sua economia controlada
pelo estado e se aderir aos padrões das instituições multinacionais, na busca do
lugar dela na tal ordem. Estando esses objetivos absolutamente fora do radar e
de qualquer consideração, no que tenha a ver com as atuais lideranças políticas
chinesas, a única saída de curto prazo para o impasse, posto nesses termos,
seria o colapso do regime chinês.
É
aposta de alto risco. Se o regime chinês não entrar em colapso, a única coisa
que cabe esperar para futuro previsível é hostilidade crescente, fervente, entre
a República Popular da China e seus muitos antagonistas.
A
China optou por evitar qualquer confronto direto com os EUA; e, em vez de
confrontar os EUA, passou a explorar as fraquezas da cadeia de representantes e
procuradores e aliados dos EUA, ao mesmo tempo em que protege os pontos fracos
de seus próprios procuradores e aliados.
Ma Ying-jeou |
A
única vitória incontestável da República Popular da China no leste da Ásia em
2012 foi a reeleição de Ma Ying-jeou, do Kuomintang, para a presidência de
Taiwan. O presidente Ma tem política de mínima fricção com a República Popular
da China, bem diferente da tumultuada política pró-independência e pró-Japão do
Partido Democrático Progressista. Em 2012, Ma deu um passo a mais. Em movimento
que foi amplamente ignorado pela imprensa-empresa ocidental, porque complicava a
narrativa segundo a qual todo o mal e todos os crimes concentram-se na República
Popular da China, Ma despachou uma flotilha de navios oficiais e nada-oficiais
para dar trabalho à guarda-costeira japonesa presente em torno das ilhas
Senkaku/Diaoyu.
Além
de Taiwan, um dos astros mais brilhantes do firmamento autoritário, hoje com
tendências pró-China é a Coreia do Norte a qual, hoje, além de pró-China também
é pró-reformas, sob o governo de Kim Jong-eun.
A
República Popular da China continua a fazer o governo Obama pagar pelos
desastrosos erros de cálculo em 2009, quando os EUA supuseram que os laços
comerciais que ligavam a República Popular da China predominantemente à Coreia
do Sul implicariam que Pequim abandonaria às traças a Coreia do Norte, depois do
acontecido à fragata Cheonan (que foi posta a pique por forças até hoje
desconhecidas, mas que muitos sempre creram que fossem norte-coreanas) e
unir-se-ia aos EUA num cerco diplomático multilateral, movido a sanções, contra
o regime de Piongueangue.
Nada
disso. O falecido Kim Jung-il percebeu que seus prolongados esforços de ópera
bufa para engajar-se com os EUA eram vãos; meteu-se pois no seu trem blindado e
viajou à China, onde foi recebido nos braços hospitaleiros de Hu Jintao.
Na
outra coluna do livro-caixa, Myanmar ameaçou deslizar para fora do campo chinês,
com a decisão governamental de “reequilibrar” sua política exterior,
afastando-se da China e aproximando-se dos EUA, e obter uma acomodação com as
forças pró-democracia. As indispensáveis demonstrações de empenho pró-democracia
e pró-ocidente, vindas do governo de Thein Sein, foram:
Aung San Suu Kyi |
1. libertar
da prisão domiciliar a ativista Aung San Suu Kyi e admitir que voltasse à vida
pública; e
2. adiar
o projeto da hidrelétrica Myitsone.
O
projeto Myitsone era domesticamente impopular, porque financiado pela República
Popular da China e adotado como símbolo de que os interesses de Myanmar estavam
sendo vendidos à China por generais corruptos. Adiar Myitsone virou ação de alta
popularidade, porque levantava a possibilidade de bloquear o desenvolvimento do
potencial hidrelétrico financiado pelos chineses e, em vez de ajudar a China,
permitia que interesses ocidentais, distantes há anos da economia de Myanmar por
força de sanções, reorientassem a exportação de energia hidrelétrica,
afastando-se da China e aproximando-se da Tailândia.
A
República Popular da China respondeu com cautela à mudança em Myanmar,
consolando-se, parece, com continuar a dominar a economia, o comércio exterior e
a política de segurança de Myanmar graças à longa e muito porosa fronteira que
os dois países compartilham.
Ao
que parece, elites políticas de Myanmar, inclusive Aung San Suu Kyi, resolveram
que uma jihad econômica anti-China seria contraproducente, e a República
Popular da China tem boas razões para esperar que, aumentando as apostas no seu
jogo de Relações Públicas, distribuindo dinheiro entre cidadãos desonestos
dentro e fora da política (e, talvez, renegociando discretamente alguns dos
termos excessivamente favoráveis em acordos de pai-para-filho com a Junta
de Myanmar), conseguirá navegar com sucesso pelos hoje perigosos atoleiros da
política multipartidária em Myanmar (onde um sempre tradicional populismo
antichinês converteu-se em ferramenta inevitável de mobilização política e
popular).
Sinal
de que os EUA esperavam pôr na roda também Laos e Camboja, a secretária de
Estado, Hillary Clinton fez rara visita a Vientiane, capital do Laos, antes da
aparição em Phnom Penh para um convescote da Associação das Nações do Sudeste
Asiático [orig. Association of Southeast Asian Nations (ASEAN)]. Os
resultados foram complexos, dado que o Camboja defendeu lealmente a República
Popular da China contra a tentativa de criar uma frente unida da ASEAN contra a
China no item relativo a uma iniciativa de mediação no Mar do Sul da China que
estava na agenda.
Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) |
Os
desejos cambojanos e laosenses de distanciarem-se da grande perturbação
asiática, a República Popular da China, são talvez contrabalançados pelo desejo
de manter ao largo a grande perturbação do sudeste asiático, o Vietnã. Quanto ao
Vietnã, já aprendeu que, no que tenha a ver com EUA, a China não é o Irã e o
Vietnã não é Israel – não, pelo menos, por hora, e bem possivelmente, jamais
serão.
Apesar
de os EUA terem falado em apoio à liberdade de navegação no Mar do Sul da China
e a uma frente unida multilateral para negócios com a República Popular da
China, os EUA evitaram “assumir lado em disputas territoriais” – a única disputa
que mobiliza as nações que cercam o Mar do Sul da China, uma vez que “a ameaça
chinesa à liberdade de navegação na área” pouco ultrapassa o plano da pura
conversa fiada e nonsense.
Mar do Sul da China |
Com
a baixa probabilidade de a 7ª Frota dos EUA deslizar para o Mar do Sul da China
e pôr a pique todos os navios chineses, como adjuntos da Marinha Vietnamita, o
Vietnã parece ter aprendido, da ferocidade chinesa contra o Japão, a lição
segundo a qual os custos de disputar o papel de estado-líder na aliança
anti-China podem ultrapassar, em muito, os benefícios.
A
grande história no campo da segurança no leste da Ásia esse ano foi a decisão da
República Popular da China de acicatar o Japão, ostensivamente por causa do
fetiche tolo chamado Ilhas Senkaku/Diaoyu, mas, de fato, por causa da decisão
tomada por Tóquio, de dar apoio moral e material ao tal movimento de “pivô” dos
EUA – o que o Japão fez, ao reacender a questão das tais detonadíssimas ilhas
(tailandesas).
Seiji Maehara |
Em
2010, a
China tomou a desastrosa decisão diplomática de retaliar oficialmente contra uma
provocação japonesa – a insistência de Seiji Maehara em processar um comandante
de pesqueiro chinês, em cortes japonesas, por uma infração em águas próximas das
Senkakus. Um movimento relativamente ponderado e limitado, de enviar uma
mensagem ao Japão, mediante movimento de segurar o esforço exportador no
semimundo nebuloso das terras raras, converteu-se em cause celèbre
anti-China, oportunidade para o Japão fazer promoção dos EUA no campo dos
assuntos de segurança marítima no leste asiático; e convite a outros vizinhos da
China para que se ponham a ocupar ilhas, na tentativa de provocar mais alguma
super-reação contraproducente de Pequim.
Em
2012, a
República Popular da China estava pronta, provavelmente ansiando ardentemente,
por uma luta, avaliando as possibilidades, até quando o governo de Yoshihiko
Noda canhestramente tentou explorar a questão Senkaku e saltou à frente do
governador de Tóquio e ultranacionalista, Shintaro Ishihara, para comprar três
das ilhas.
Yoshihiko Noda |
Dessa
vez, a retaliação chinesa veio sob vestes diplomáticas e respeitáveis: cruéis
ataques contra interesses econômicos do Japão dentro da China. A campanha de
2012 causou mais danos ao Japão que a campanha de 2010, que fora concebida como
flechada simbólica contra o arco de Japan Inc. A economia japonesa já não ia
muito bem mesmo antes de os protestos de 2012 sobre Senkaku devastarem as vendas
de carros japoneses e, sobretudo, o investimento japonês na China – o que faz
crescer a possibilidade de a China desfechar golpe mortal, não simples mensagem
de irritação, contra o Japão.
Os
vastos esforços dos EUA para refocalizar as prioridades econômicas asiáticas e
para oferecer vantagens materiais a países que, como o Japão, alinhem-se contra
a República Popular da China – na Parceria Trans-Pacífico-sem-China – enfrentam
hoje muitas dificuldades para avançar, com as economias alinhando-se, isso sim,
a favor da possibilidade de que a China, não os EUA (que já mais parece
concorrente exportador, que motor da demanda, para os tigres asiáticos) venha a
ser o motor do crescimento da Ásia no século 21.
Parece,
isso sim, que o “pivô” dos EUA na direção da Ásia será guerra de atrito cara,
dificílima, a ser combatida em vários fronts –, cabendo ao Japão arcar com os
danos principais; nada sugere que possa haver triunfo rápido para qualquer dos
lados.
Digamos
que 2012 acabou empatado. E houve empate, também no resto do mundo.
O
governo da Índia parece sentir que a cordilheira do Himalaia assegura adequada
terra-de-ninguém entre a República Popular da China e a Índia; e vai abrindo uma
trilha cuidadosa, entre China e EUA.
Vladimir Putin |
Com
a reeleição do presidente Vladimir Putin e a volta de uma declaração mais
cara-a-cara das prerrogativas da Rússia no confronto com os EUA, é menos
provável que a Rússia favoreça os EUA à custa da China, do que foi ao tempo de
Dmitry Medvedev.
Por
outro lado, a União Europeia, premiada com o Nobel da Disfunção
Patético-Trôpega, digo, o Nobel da Paz, pendura-se desesperadamente aos EUA em
quase todas as questões geopolíticas, inclusive na declarada aversão às
políticas comerciais chinesas; e na obsessão com segurança e com abusos de
direitos humanos. Resta ver se tal nobre determinação será recompensada com
alguma recuperação nas economias ocidentais, ou se, adiante, a Europa precisará
de um resgate chinês.
A
arena mais interessante e mais reveladora da competição-cooperação EUA-China é
das menos esperadas ou prováveis: o Oriente Médio. A República Popular da China,
pelo que se pode ver, está tentando um movimento de “pivô” chinês, e alavanca,
para ascender ao topo da lista, a sua posição de principal comprador de energia
do Oriente Médio, simultaneamente, da Arábia Saudita e do Irã.
Com
os EUA aproximando-se da autossuficiência nacional, ou, pelo menos, continental,
graças à extração doméstica e ao consumo das areias betuminosas [orig. tar
sands] do Canadá – e ostensivamente se pivoteando para a Ásia – parece
prudente e sábio dar boas vindas às pretensões chinesas de liderança no Oriente
Médio.
A
República Popular Chinesa tem portfólio não irracional de posições no Oriente
Médio: fala, pelo menos, a favor das aspirações dos palestinos; aceita o direito
de Israel existir e prosperar; aceita um regime de segurança nacional baseado em
desenvolvimento econômico, não em guerra total entre os blocos sunita e xiita;
aceita acomodação com regimes do Levante Islâmico, para uns; ou Primavera Árabe,
para outros (desde que se disponham a fazer negócios); tende a preferir muita
estabilidade, à moda dos emires, a muita democracia; e exige o fim da
imbecilidade em torno do
Irã “nuclear”.
Quanto
ao banho de sangue na Síria, a República Popular da China tem consistentemente
promovido uma solução que envolva algum grau de divisão de poder entre Assad e a
oposição. Os EUA, nostálgicos talvez dos 30 anos de assassinatos que
patrocinaram no Oriente Médio, e perversamente dispostos a não apressar o fim do
banho de sangue, recusaram-se a admitir que a China tivesse qualquer outra
função nas negociações, além da de marginal impotente.
A
Síria, especialmente, é símbolo da abordagem vá-tomar-no-cu, que os EUA sempre
prestigiaram, no que tenha a ver com segurança do Oriente Médio.
Washington
goza, desfalece de prazer, vendo a Síria ser reduzida a ruínas, desde que – com
a extinção da Síria – Irã, Rússia e China percam um aliado na região.
A
mensagem chinesa parece ser: os EUA que se “pivoteiem” para a Ásia, e que
ameacem destruir um regime de estabilidade e segurança que gerou paz e
prosperidade que a região, antes, jamais conheceu; em nenhum caso a República
Popular da China se envolverá do pântano do Oriente Médio, apesar de – ou,
melhor dito, porque – aquela região é crucialmente vital para a segurança
energética e econômica da China.
Tio Sam |
Essa
dinâmica empurra a China para ganhar musculatura militar, projetar poder e
reforçar suas competências, suas habilidades, para controlar o destino de sua
própria segurança em todo o hemisfério.
A
provável resposta chinesa não será pôr-se a ameaçar atores regionais para abalar
Tio Sam, o qual tem interesse mais esportivo do que existencial em manter
ocultas várias coisas na Ásia.
Até
hoje, o governo Obama ainda não se manifestou sobre o jogo de gato e rato que a
China está impondo ao Japão – acovardado ante a economia global. Mandar a 7ª
Frota velejar pelo Pacífico ocidental à procura de náufragos de tsunamis e
tufões e de piratas esfarrapados pouco ajudará o Japão.
Se
o Japão decidir assumir o controle do próprio destino de segurança, dando as
costas à Constituição pacifista, construindo para si uma posição de potência
militar independente, e convertendo sua plena capacidade para construir armas
atômicas em arsenal nuclear real – o que levará a Coreia do Sul a também se
nuclearizar – nesse caso o tão afamado ‘'pivô'’ arrastará, em mortal espiral
descendente, toda a influência e toda a credibilidade dos EUA na região.
Se
acontecer, 2012 será lembrado como o ano em que tudo começou a fazer
sentido.
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