quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

BANCO DE DESENVOLVIMENTO DOS BRICS: Primeiro prego no caixão do dólar norte-americano!


28/2/2013, K.Gajendra Singh, Midia with Conscience, MWC
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu


K.Gajendra Singh
Segundo matéria publicada dia 26/2 no Global Times chinês, o estabelecimento de um banco de desenvolvimento dos BRICS tem sido um dos temas centrais das discussões preparatórias à 5ª Reunião de Cúpula dos BRICS, que acontecerá em Durban, nos próximos dias 26-27 de março.

A grande expectativa é que a Reunião de Cúpula proveja a fundamentação institucional, longamente esperada, para esse Banco de Desenvolvimento que reunirá Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Simon Freemantle, do Banco South African Standard, analista sênior na Unidade de Economia Política Africana, e Jeremy Stevens, especialista em economia internacional que trabalha em Pequim, dizem, em relatório publicado em Africa Macro que o Banco de Desenvolvimento dos BRICS é item de agenda que, com certeza, aparecerá fortemente na Cúpula de Durban, nas discussões temáticas reunidas sob a rubrica “BRICS e África – parcerias para integração e industrialização”.

Segundo a rede Xinhua, espera-se que apareçam vários detalhes sobre o Banco de Desenvolvimento dos BRICS. O principal objetivo do banco visará a promover o desenvolvimento de modo que reflita as prioridades e as competências dos BRICS – como desenvolvimento da infraestrutura, preparação de projetos e estudos de viabilidade. Adiante, um grupo de trabalho será convocado para delinear os compromissos técnicos e as estruturas de organização do novo banco. A China já é a principal presença que anima o comércio na África. “O banco proposto contribui construtivamente para o desenvolvimentos de laços robustos de interdependência entre os países BRICS” – diz o relatório. Espera-se que os estados membros contribuam, metendo a mão nos próprios bolsos, para que o banco funcione.

Segundo um blog do Financial Times, embora algumas decisões chaves ainda não tenham sido tomadas – por exemplo onde o banco terá sede e o que deverá fazer exatamente – alguns elementos começam a aparecer das discussões preparatórias, principalmente sobre o possível capital do novo banco: 50 bilhões de dólares.

O banco não é alguma espécie de contrapeso aos bancos multilaterais de desenvolvimento – como, principalmente, o Banco Mundial. Mas, sim, a dominação que EUA e a União Europeia exercem sobre as instituições de Bretton Woods é fonte de discussão entre os BRICS. Apesar disso, no escopo específico, o banco que os BRICS planejam criar será instituição auxiliar de financiamento – evidentemente mais diretamente alinhada com a agenda de desenvolvimento dos BRICS. O novo banco tampouco será criado para competir com bancos nacionais de desenvolvimento nos países BRICS.

A relevância do Banco de Desenvolvimento dos BRICS dependerá de sua efetividade e especialização. Mais do que posicionar-se como denominador comum, ou construir agendas que se sobreponham às de outras instituições de financiamento do desenvolvimento que há nos BRICS e aos bancos nacionais, entre os quais o Banco de Deselvimento do Brasil (BNDES), o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) e o Banco Export-Import da Índia, o novo Banco precisará de músculos sobre os ossos, antes de nos arriscarmos a qualquer otimismo. (...)

Enquanto China, Índia, Rússia e outros comerciam com a África e investem na África, velhas potências coloniais como a, hoje, socialista França, o Reino Unido e, mais que todos, os EUA, destroem Estados e desejam saquear todo o ouro e outros recursos naturais que encontrem, como fizeram nos séculos 19 e 20.

Há uma semana, divulguei um artigo, Manipulations and Mystery about Gold Reserves; an ounce in hand is better than two with US Federal Reserve [Manipulações e mistérios sobre reservas em ouro: uma onça de ouro na mão vale mais que duas no Federal Reserve dos EUA].

O artigo IMF Information Leaks: Central Banks Gold Manipulations[Vazam Informações do FMI: Bancos Centrais e a Manipulação Do Ouro], Valentin Katasonov, 7/2/2013, oferece leitura quase surrealista sobre as reservas em ouro e os suspeitos de sempre – Wall Street e a City de Londres, banqueiros e financistas londrinos. A informação disponível é leitura de dar medo, que comprova que o sistema financeiro internacional não passa de castelo de cartas, também conhecido como deslavada roubalheira, bandidagem e daí, só piora.

Em 1971, pelo menos, os EUA cumpriram o que ficou acordado em Bretton Woods e pagaram US$ 35 pela onça de ouro, o que valeu, ao dólar, o status de moeda de reserva.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.