29/8/2013, [*] MK Bhadrakumar, Indian Punchline
Traduzido
pelo pessoal da Vila
Vudu
Hassan Rouhani e Vladimir Putin em Xangai, China em reunião da SCO (9/8/2013) |
Foi iniciativa do presidente
Vladimir Putin da Rússia, que deveria ter sido tomada há, pelo menos, 72 horas –
a conversa telefônica, ontem, com o presidente do Irã,
Hassan Rouhani.
Mas,
OK. O importante é que houve a conversa. A versão iraniana deixa bem claro que o
assunto foi Síria. Não basta que a Rússia consulte líderes ocidentais (exceto
Barack Obama, é claro) sobre a Síria. O Kremlin não deveria consultar as
capitais dos BRICS, também?
Mas,
é claro, a Rússia tem mais em comum com o Irã. Perda de tempo argumentar que a
Rússia não seria ideológica. O que interessa é que os EUA continuam ideológicos (embora já
sem Guerra Fria), e a Rússia plantou-se firmemente em seu espaço na Eurásia e
não se aventurou para longe de lá.
Que
ninguém se engane: o movimento dos EUA por “mudança de regime” é parte
constitutiva essencial do projeto para atacar o Irã e eliminar a única potência
regional que manifestou a audácia de resistir contra a hegemonia ocidental e
israelense no Oriente Médio. Mas Moscou deixou que a questão nuclear iraniana
virasse moeda de troca e barganha no “reset” EUA-Rússia (“reset” o qual,
ironicamente, já está totalmente em ruínas).
Será
que alguma coisa realmente mudou na era pós-Guerra Fria? Iugoslávia,
Afeganistão, Iraque, Líbia – a lista tornou-se sem fim. A OTAN já levantou a
cabeça sobre o muro, também no caso da Síria.
Mais
uma mais, só depois de iniciada a mobilização para ataque militar contra a
Síria, Obama começou a telefonar aos seus aliados da Guerra Fria na Europa e no
Golfo Persa e nomeou o comandante do Estado-Maior das forças dos EUA, Martin
Dempsey, para reunir-se com os comandantes árabes e da Turquia e construir a
“coalizão de vontades”. (Esqueçam a “briga em família” sobre o Egito). É viável
alguma opção por ser “desideologizado”?
_____________________
[*] MK Bhadrakumar foi
diplomata de carreira do Serviço Exterior da Índia. Prestou serviços na União
Soviética, Coreia do Sul, Sri Lanka, Alemanha, Afeganistão, Paquistão,
Uzbequistão e Turquia. É especialista em
questões do Irã, Afeganistão e
Paquistão e escreve sobre temas de energia e segurança para várias publicações,
dentre as quais The
Hindu, Asia
Times Online e Indian Punchline.
É o filho mais velho de MK Kumaran (1915–1994), famoso escritor, jornalista,
tradutor e militante de Kerala.
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