China: Comunismo e Confúcio
11/5/2013, People’s Daily
Online, Pequim
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Com
a escala da guerra já em expansão, o número de mortos subindo, dissemina-se a
ideia de que a guerra síria alcançou o ponto mais crítico. Com a atenção fixada
nas rápidas modificações da situação de guerra, muitos parecem ter esquecido
que, nos primeiros dias, a tragédia síria chegou a ser vista no ocidente como
extensão da “Primavera Árabe”.
Hoje,
o tiroteio em Damasco já fez sumir do radar mundial a difícil situação na
Tunísia, na Líbia, no Egito – campos principais da “Primavera Árabe”.
Mas
quando a atitude cega, de só ver a ação em torno, dá lugar ao pensamento
racional, vê-se claramente a evolução do processo da “Primavera Árabe” – e uma
tendência à guerra aberta aparece logo à vista, bem clara.
Por
isso os círculos ideológicos nos EUA trataram logo de rebatizar como “guerra
civil na Síria” o que em outros locais foi a tão popular “Primavera Árabe”. E
assim a realidade tornou-se afinal novamente transparente.
Há
duas considerações que explicam o rebatizamento da “Primavera Árabe”, agora
chamada “guerra civil na Síria”: primeiro, que, no calor da hora, uma
“revolução” sempre se parece mais a uma tempestade, que a alguma “primavera”.
Todos aqueles países continuam em tumulto, com as respectivas economias em
frangalhos.
Segundo,
que reconstruir a ordem não é coisa fácil. Quem perca a direção do
desenvolvimento só gerará em torno de si caos em grande escala.
Mapa da Primavera Árabe (clique na Imagem para aumentar) |
Uma
página árabe na internet lembrou em artigo, há alguns dias, que o nome
“Primavera Árabe” dado ao torvelinho por que passam a Ásia Ocidental e o Norte
da África mostra que os EUA ainda tentam controlar a “campanha” e conduzi-la na
direção de alguma democracia de modelo norte-americano (quando então a
“primavera” estaria desabrochada em maduro e feliz verão). E esse impulso, que
tem raízes num preconceito ideológico, impediu que os países ocidentais
mantivessem a compostura e a decência.
Servir-se
das mídias sociais e de resoluções da ONU para derrubar governos de estados
soberanos, ou tomar partido em guerra civil em terra distante são impertinência
e autoindulgência à mentalidade de “salvadores” do mundo.
Os
EUA e países ocidentais podem seguir adiante, ou voltar atrás, no erro de tentar
mudar o nome da Primavera Árabe. Mas o Norte da África e a Ásia Ocidental não
têm forças para, sozinhos, inverter a própria maré revolucionária. E as pessoas
que morreram nessa sempre uma só e longa revolução terão morrido por nada.
A explosiva Primavera Árabe divide o mundo... |
As
grandes potências possuem força extraordinária. Usada adequadamente, essa força
pode beneficiar o mundo. Mas se essa grande força perde o rumo, causará grandes
problemas, e, mesmo, grandes desastres.
O
custo desastroso da guerra afegã, da guerra do Iraque, o torvelinho na Ásia
Ocidental, no norte da África e na Síria obrigará os povos a ver que fingir que
elas não existem e atropelar as normas que governam as relações internacionais é
absolutamente intolerável.
Agora,
as grandes potências podem deixar de lado o orgulho e o preconceito e apoiar os
países nas regiões, para que escolham, com independência, o sistema político e o
modo de desenvolvimento que desejem; devem oferecer ajuda para que resolvam a
crise política. Essa é a única via para escapar dos problemas que se criam
quando se supõe que bastaria mudar o nome do problema.
Texto importantíssimo, que pode estar passando batido porque a tradução do chinês quase sempre resulta num texto de sabor estranho demais em português. De inicio as pessoas podem ter dificuldade em atinar com o que está sendo de fato dito.
ResponderExcluirPena - pois a perspectiva trazida pelo texto é fundamental!
Foi traduzido da versão do People's Daily em inglês feita na China...Eles não devem ter feito um trabalho tão ruim...
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