domingo, 2 de fevereiro de 2014

Shinzo Abe já trata Obama como Pato Manco?

E Joe Biden foi nomeado Saco de Pancadas?

30/1/2014, [*] Peter Lee, Blog China Matters
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Shinzo Abe
Sempre houve uma contradição implícita entre o desejo declarado de Shinzo Abe de “trazer de volta o Japão” e o desejo dos EUA de liderar a “Ásia Livre”.

A divergência dos objetivos foi obscurecida pela ansiedade obcecada do establishment da Defesa dos EUA, empenhado em estimular o ímpeto crescente do Japão como “ativo pacifista” da “segurança” e da “defesa”. Bem, falemos logo de poder “militar”, para acrescentar credibilidade à dominação norte-americana no Pacífico Ocidental; e da consciência, do Japão, de que o apoio militar norte-americano, se adequadamente explorado − mediante o Tratado de Segurança EUA-Japão – pode dar aos japoneses empurrão significativo na confrontação com a República Popular da China (RPC).

O governo Abe fez exatamente como desejavam os estrategistas militares norte-americanos, tanto na disposição, pode-se falar até de forte empenho, para reconstruir seus exércitos e endossar o conceito de “autodefesa coletiva”, como, também, na questão altamente controversa de enfiar a relocação da base aérea de Futenma goela abaixo do resistente povo de Okinawa, mediante uma combinação de afagos financeiros e pressão política nua e crua.

Base aérea de Futenma (atual e futura) e outras instalações militares dos EUA em Okinawa realizadas CONTRA a vontade da população da ilha (clique na imagem para aumentar)
Contudo, há sinais de tensões no love-affair EUA-Japão, em larga medida porque o governo Obama realmente está decidido a explorar o potencial japonês de “intermediário honesto”, para escavar um papel para os próprios EUA como interlocutores necessários entre Japão e China – movimento que a China está encorajando, para cavar, ela, uma ravina entre Tóquio e Washington.

Por isso, os EUA não estão dando ao Primeiro-Ministro, Shinzo Abe, o apoio em alto e bom som, que ele acredita que precise e mereça. 

É possível também que o governo Abe esteja interpretando a atual política asiática moderada do Presidente Obama, do Vice-Presidente, Joe Biden e do Secretário de Estado, John Kerry como sonho transitório, precário, de um governo que entra em fase de “pato manco”, e que pode ser desafiado (cuidadosamente), enquanto o Japão espera um sucessor mais militantemente pró-Japão na Casa Branca.

Um dos aspectos menos comentados da política dos EUA para a Ásia foi a marcada divergência entre as respostas dos EUA e do Japão, à criação, pelos chineses, de sua Zona Aérea de Identificação da Defesa (ZAID) no Mar do Leste da China. O Primeiro-Ministro Abe mergulhou  imediatamente na retórica à moda Churchill, de “não vai funcionar”, e declarou que nenhuma aeronave japonesa – inclusive os aviões de transporte comercial civil, que já haviam declarado que aceitavam a exigência de identificação – de modo algum respeitaria a ZAID chinesa.

ZAID da China (fucsia) e ZAID do Japão (azul)
(clique na imagem para aumentar e vizualizar)
Os EUA, conscientes talvez de que mantêm uma ZAID furiosamente defendida sobre a América do Norte, decidiram afirmar, só, o direito de aeronaves militares norte-americanas voarem por onde bem entendessem dentro do espaço aéreo chinês; e despacharam para lá dois bombardeiros B-52, que decolaram de Guam e surgiram, sem se identificarem, na ZAID chinesa. Mas os EUA não recomendaram que empresas civis ignorassem a ZAID. A Coreia do Sul aproveitou o tumulto e expandiu sua própria ZAID, o que, parece, desejava fazer há muito tempo, ação que a China aprovou. Parece que, hoje, aeronaves civis da República da Coreia respeitam a ZAID chinesa.

Tudo disso deixou o Japão num limbo, bastante isolado, estado de coisas que a imprensa-empresa ocidental cuidou atentamente de ignorar completamente, mas que parece ter despertado algum ressentimento contra os EUA, talvez no governo Abe, mas certamente entre os que, nos EUA, simpatizam com sua atitude de desafiar a China.

O Primeiro-Ministro Abe não conseguiu construir uma frente unida contra a ZAID chinesa, da primeira vez; durante o convescote da elite global em Davos, Suíça, tentou outra vez dar algum fôlego àquela frente.

Ian Bremmer
Ian Bremmer, “especialista” em questões internacionais e um muito suspeitamente enorme exército de “especialistas” de think-tanks estavam todos preparados para amar o discurso (o texto, como é praxe em Davos, não foi distribuído para a patuleia). E amaram.


E o Primeiro-Ministro Abe veio, e fez um grande discurso. O pessoal está otimista com a economia. A parte do discurso que mais preocupou o pessoal foi sobre Japão-China. E é compreensível que assim seja. Ele está criticando os chineses, por serem agressivos e militaristas. Comparou as relações Japão-China explicitamente às relações entre Alemanha e Grã-Bretanha em 1914, quando as relações econômicas eram boas, mas as tensões de segurança, digamos assim, não eram muito boas. E ele sabe o que aconteceu lá.

Eu não diria que Abe está diretamente despertando o espectro da guerra, mas ele disse que a China está agindo de forma inaceitável, e que o Japão não tolerará essa ação.

Bremmer também sugeriu que a China estaria tirando vantagem de uma certa falta de decisão testicular dos EUA:

É claro que os chineses querem engajar-se seriamente com os EUA. Há muitas razões para isso: a economia dos EUA está em plena recuperação. Mas eles também estão vendo uma janela aqui, porque todos os linha-dura contra a China que havia no governo dos EUA já deixaram o governo. Hillary [Clinton] já não está no governo, Kurt Campbell já se foi, [o ex-Secretário do Tesouro Timothy] Geithner, sempre muito focado nessa região, também já se foi, e [ex-Conselheiro de Segurança Nacional Thomas] Donilon também já se foi. Assim sendo, eles veem uma oportunidade, agora que quem está conduzindo as relações EUA-China é Biden, ao mesmo tempo que vai mudando as regras em campo com o Japão.

Ao mesmo tempo, dois paus-mandados do Center for a New American Security, think-tank de segurança de “centro-esquerda”, declararam-se preocupados com a possibilidade de fazer-se paz entre EUA e a China e, em vez de paz, propuseram aumentar as tensões, com ajuda empenhada do Japão e outros aliados asiáticos:

Os "think tanks" anglófobos...

Funcionários dos EUA tiveram o cuidado de não provocar a China, que parece cada dia mais interessada em acionar a musculatura militar que os chineses acabam de descobrir. Talvez por isso Biden tenha invocado o conselho que recebeu do pai, e invocou justamente na véspera de sua visita a Pequim. Disse que “o único conflito pior que conflito que alguém deseja é conflito que ninguém deseja”. Mas superenfatizar a estabilidade pode ser perigoso.”

O ponto é, simplesmente, que um país com o poder de URSS ou China, insatisfeito com a ordem existente, motivado para fazer alguma coisa para mudá-la, e que não creia na firme decisão dos EUA, pode bem iniciar uma política de coerção e diplomacia temerária, mesmo sob a sombra de armas atômicas.

Os EUA têm de injetar uma boa dose de risco saudável no cálculo de Pequim, por mais que lhes interesse cooperar com a China. Não implica abandonar o engajamento ou tentar conter a China, nem, muito menos, implica fomentar o conflito. Mas, sim, significa comunicar que Pequim tem menor habilidade para controlar a escalada do conflito do que parece supor. A China tem de entender que tentativas para agitar as águas podem resultar em precisamente os mesmos tipos de custos e conflitos que visam a evitar.

Para que isso funcione, os EUA devem implementar políticas que realmente aumentem os riscos – políticos, econômicos ou outros – para Pequim, no caso de agir assertivamente. (...) Os militares dos EUA precisam de capacidades e de planos que não apenas os preparem para uma grande guerra, mas que, também ofereçam opções plausíveis, concretas, para responder às tentativas chinesas de explorar a percebida aversão dos EUA a qualquer instabilidade. Líderes em toda a Ásia estarão vigilantes e atentos. Excesso de cautela, sobretudo se a China é claramente o agente iniciador, pode ser lido como fraqueza dos EUA, o que perpetuará, em vez de reduzir, os incentivos da China na direção do aventureirismo.

Os EUA devem pois subir as apostas e aprofundar seus laços militares com o Japão (...).

John McCain
O senador John McCain, cujo confidente, Roy Pflauch, manobra o acesso, informa, cuidadoso e extensivo do governo Abe à direita norte-americana, também invocou a analogia com 1914 durante a sessão de aprovação do nome do novo embaixador dos EUA à República Popular da China, Max Baucus, indicação de que talvez todos os aliados de Abe em Washington cantam pelo mesmo hinário.

UAU! Parece que todo mundo está louquinho para unir-se ao Japão contra a China, exceto o Vice-Presidente dos EUA, VPOTUS, Joe Biden! Quer dizer: quase todo mundo.

As relações entre o presidente Obama e o Primeiro-Ministro Abe do Japão são, na avaliação mais favorável, frias.

Abe, deve-se não esquecer, é Cheney-ita não reconstruído no que tenha a ver com a admiração e emulação da visão de mundo maniqueísta de Dick Cheney, especialmente no que se refira à China. (Deve-se notar, en passant, que foi “Scooter” Libby, escoteiro leal a Cheney, que apresentou Abe, na conferência que fez de setembro de 2013, no Hudson Institute [1]).

Abe também tem sido insistente em seu silencioso acesso aos Republicanos, falcões linha mais dura, e elementos anti-Obama em Washington, mais recentemente, num esforço para obter a concordância dos EUA para a visita de Abe ao santuário de Yasukuni, e, como resultado, não tem nenhum amigo conhecido na Casa Branca, exceto o amigável e frequentemente demonizado como “suave com qualquer coisa”, Joe Biden.

Joe Biden
Talvez a equipe de Obama não tenha avaliado a implicação de terem de manter-se agora ao lado do Japão! 1914! (acho meio esquisitas as analogias com a 2ª Guerra Mundial) – numa aliança anti-China, ou corre o risco de ser marcada pelo pincel do apaziguamento, e deixou ver seu desprazer.

Seja como for, Abe rapidamente retrocedeu da analogia com 1914, pondo a culpa no erro de interpretação de um intérprete, e correndo imediatamente para o modo de diz-que-diz. Ele não disse que é possível a guerra, se o mundo não enfrentar a China! Disse o contrário: que a guerra é impossível! Segundo o Japan Times:

O governo está dizendo com insistência que o que Abe quis dizer foi que uma guerra entre Japão e China é impossível, porque causaria devastação, não só nos dois países, mas em todo o mundo.

“Esclareceremos pelos canais diplomáticos o que o primeiro-ministro quis dizer” – disse em conferência de imprensa o secretário do Gabinete Yoshihide Suga.

Quando do encontro com jornalistas no Fórum Econômico de Davos, Suíça, Abe foi perguntado se uma guerra entre Japão e China é concebível e, na resposta, comparou as atuais tensões entre os países à rivalidade entre Grã-Bretanha e Alemanha, nos anos anteriores à 1ª Guerra Mundial.

Abe disse que seria “situação similar”, segundo o Financial Times e alguns outros veículos.

Na 6ª-feira pela manhã, o governo “brifou” a BBC sobre a intenção de Abe, disse uma fonte no Ministério do Exterior. A emissora pública britânica estava entre os veículos que noticiavam intensamente os comentários do Primeiro-Ministro. Tóquio também “brifaria” imediatamente a Agência Reuters, disse a fonte.

Muitas matérias “deixaram a impressão de que Abe não negara [a possibilidade de] um confronto militar (entre Japão e China) e daí brotou a interpretação errada” – disse outra fonte do governo.

E então, Abe voou para os ambientes acolhedores da Índia, onde foi convidado de honra nas celebrações do Dia da República, e assinou um pacote de acordos – e não houve vozes dissidentes quando tratou de fazer avançar uma aliança de segurança indiana-japonesa contra a República Popular da China.

A viagem, ao que parece, foi arranjada no último momento, a ponto de Abe ter de faltar aos preparativos para a abertura dos trabalho do Parlamento japonês [ing. Diet]. Pode-se especular livremente se seu desapontamento ante o governo Obama levou-o a dizer que o Japão, não, de modo algum, depende exclusivamente do patrão EUA para traçar o caminho que o levará até a Ásia do século 21.

Os Primeiros Ministros do Japão, Shinzo Abe e da Índia, Monahan Singh cumprimentam-se durante recepção em Nova Delhi em 25/1/2014
Abe descreveu o relacionamento Japão-Índia como “o maior potencial de relações bilaterais que há em todo o mundo”. Pode-se inserir aqui uma ilustração que mostre a águia careca em prantos, porque é outra indicação de que a rejeição, pelo governo Abe, da “justiça do vitorioso” da 2ª Guerra Mundial não é só questão de enfurecer a China; é uma rejeição contra a tutela diplomática e de segurança dos EUA e um anúncio de que o Japão dará prioridade aos próprios interesses, em vez de sacrificá-los como leal aliado dos EUA.

A visita foi anotada por um especialista indiano que escreveu na Nikkei Asia Review e explicitamente argumentou a favor da aliança Índia-Japão para conter a China e, de fato, apresentou os laços de segurança como o fundamento mais estável para laços econômicos.

Por exemplo, nessa passagem:

Japão e Índia, aliados estratégicos naturais, localizados nos flancos opostos do continente, têm papel protagonista a desempenhar para garantir o equilíbrio regional de poder e salvaguardar águas vitalmente importantes na ampla região do Indo-Pacífico – portal essencial para o comércio e o fornecimento de energia globais. (...) A lógica para a cooperação estratégica não é menos determinante. Se China, Índia Japão são o triângulo escaleno da Ásia – com a China como o lado A, mais longo; a Índia como lado B; e o Japão como lado C – a soma de B + C sempre será maior que A. Não chega pois a surpreender que Japão e Índia busquem acrescentar conteúdo estratégico ao relacionamento entre ambos, que rapidamente se aprofunda.

De fato, as parcerias econômicas mais estáveis do mundo, como a comunidade Atlântica e a parceria Japão-EUA, foram construídas sobre a base sólida da colaboração de segurança. Laços econômicos nos quais não haja esse substrato estratégico tendem a ser menos estáveis e até voláteis, como se vê aparente nas relações econômicas da China com Japão, Índia e com os EUA.

A “entente” transformadora Índia-Japão promete modelar positivamente a dinâmica de poder na Ásia.

Depois do retorno de Abe a Tóquio, imediatamente vazou para a rede de notícias Kyodo que o Vice-Presidente Biden tentara, sem sucesso, persuadir Abe a não visitar o Santuário Yasukuni em dezembro.

É situação muito interessante, porque a versão anterior dessa história era que o Primeiro-Ministro Abe recebera mensagens conflitantes de um pacote misto de enviados informais japoneses a Washington, sobre a atitude oficial dos EUA em relação àquela visita.

Mas telefonema de uma hora de duração, do Vice-Presidente dos EUA, dizendo “Por favor, não vá” é mensagem bem clara; absolutamente sem ambiguidades.

Santuário Yasukuni
E, deve-se acrescentar, que o Primeiro-Ministro Abe desconsiderar o telefonema de Biden e ir, mesmo assim, ao santuário de Yasukuni, também é mensagem bem clara de que ele não está comprando seja o que for que Biden esteja vendendo.

Como escreve a Agência France Press:

Mas a notícia de que intervenções pessoais de Joe Biden, que sempre manteve boas relações de trabalho com altos funcionários japoneses, foram rejeitadas será um embaraço para a Casa Branca.

É possível que Abe supusesse que mereceria ser conversado, nessa questão vital, pelo Presidente Obama em pessoa; e que tenha desconsiderado o pedido dos norte-americanos por pura birra; mas o mais provável é que tenha querido deixar claro que os EUA não receberão fidelidade automática do Japão em questões que Abe entenda que andem contra interesses japoneses.

Também é possível que Abe tenha querido enviar a mensagem de que governo dos EUA que não apoie completamente o gambito do Japão contra a China não é, de fato, verdadeiro aliado – nem é líder real da coalizão asiática.

Será interessante observar para ver se Abe e seus aliados veem o presidente Obama como “pato manco”, e passarão a criticar organizadamente sua estratégia chinesa – atacando o conveniente intermediário Joe Biden – enquanto esperam novo governo, mais militante, em 2016, seja sob o comando da timoneira-arquiteta do “pivô” e detonadora-mór da China, Hillary Clinton; seja um adequado governo Republicano anti-China.

Obama?
Indicadores chaves da atitude do governo Abe podem incluir uma leva de colunas em jornais nos EUA que digam que o governo Obama está sendo excessivamente circunspecto no confronto com a China; e que reforcem a já rotineira crítica contra o Vice-Presidente Biden (descrito como peso excessivamente leve na política exterior, tema que voltou a aparecer na imprensa-empresa norte-americana, depois que a China, sem delongas, recusou vistos de entrada a dois correspondentes do New York Times designados para trabalhar em Pequim, apesar da empenhada campanha que Biden fez a favor dos dois junto à liderança chinesa).

Afirmação ainda mais clara de uma política japonesa independente nos anos finais do governo Obama seria qualquer tipo de contato unilateral com a Coreia do Norte, que quebraria a frente unida China-Coreia do Sul-EUA, que tem sido a pedra de toda das negociações atualmente em curso. O chefe de gabinete de Abe já foi convocado para negar matérias publicadas segundo as quais enviados japoneses já se teriam encontrado com enviados da Coreia do Norte (República Popular Democrática da Coreia, RPDC) em Hanói.

Além disso, o embaixador indiano em Piongueangue e o regime da RPDC já se manifestaram, com excesso, muito suspeito, de manifestações de mútua consideração. Segundo a imprensa norte-coreana, o embaixador da Índia recepcionou na embaixada enviados da RPDC, ocasião em que declarou:

A Índia valoriza e estimula os laços de tradicional amizade com a Coreia do Norte, na esperança de que o país prospere e obtenha progresso dinâmico.

Falou também sobre o fato de os dois países, nações-membro do Movimento dos Não Alinhados, terem visões semelhantes sobre várias questões internacionais.

Disse esperar que as tensões se dissipem, e que a Coreia possa ser reunificada pacificamente mediante o diálogo – e que a Índia dará todo o apoio possível a esse movimento.

[O embaixador da Índia em Pionguiangue] Disse que o povo indiano reverencia o Presidente Kim Il Sung e o líder Kim Jong Il, líderes eternos do povo coreano. E observou que o Marechal Kim Jong Un, líder supremo do povo coreano está acompanhando com profunda atenção o desenvolvimento de relações bilaterais amistosas; e manifestou a certeza de que, sob sua liderança sábia, a causa da construção de uma nação pujante na Coreia do Norte será bem-sucedida.

Fato é que se devem esperar muitas surpresas na evolução da posição do Japão sobre segurança “no futuro próximo”. E, no que tenha a ver com os EUA, que ninguém assuma que todas as surpresas serão agradáveis.




Nota dos tradutores
[1] I. Lewis “Scooter” [escoteiro, escudeiro] Libby, ex-chefe de Gabinete do Vice-Presidente Dick Cheney e figura chave na corrupção do sistema de inteligência dos EUA que levou à Guerra do Iraque de 2003. (É também já condenado pelo seu papel no affair Valerie Plame e, se houvesse castigo legal para os que lançaram a guerra ilegal contra o Iraque, Libby também teria sido com certeza condenado também como criminoso de guerra). Nada disso contudo impediu, até agora, sua nomeação para a Vice-Presidência do Hudson Institute; de fato, parece que esses crimes servem como uma espécie de recomendação, nesses círculos conservadores extremistas de linha duríssima.
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[*] Peter Lee é jornalista norte americano de origem chinesa que escreve sobre assuntos dos países do sul e leste da Ásia e a intersecção de negócios entre essa região e os EUA. Além de articulista de várias publicações anima o blog China Matters.

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