segunda-feira, 17 de março de 2014

A Venezuela também está sendo derrubada pelo regime criminoso dos EUA


14/3/2014, [*] Paul Craig RobertsInstitute for Political Economy
Traduzido por João Aroldo

A violência dos "coxinhas" na Venezuela é comandada por Washington (14/2/2014)
O golpe orquestrado pelos EUA na Ucrânia manteve a Venezuela fora das manchetes.

Um confronto com a Rússia com armas nucleares é mais perigoso do que com a Venezuela. Mas a violência que os EUA desencadearam na Venezuela, quase simultaneamente com a Ucrânia, é testemunho da criminalidade gritante em Washington.

A América do Sul sempre consistiu de uma pequena elite espanhola com todo o dinheiro e poder sobre grandes populações majoritárias de povos indígenas que não tinham representação política. Na Venezuela, Chávez rompeu esse padrão. Foi eleito um presidente indígena que representava o povo e trabalhou em seu favor, em vez de saquear o país. Chávez tornou-se um modelo, e presidentes indígenas foram eleitos no Equador e na Bolívia.

Chávez foi odiado por Washington e demonizado por presstitutos americanos.

Quando Chávez morreu de câncer, Washington comemorou.

Evo Morales, presidente da Bolívia, estava inclinado em favor de conceder asilo a Edward Snowden. Consequentemente, Washington ordenou a seus estados fantoches europeus negar a permissão de sobrevoo do avião do presidente Morales em seu retorno da Rússia à Bolívia. O avião de Morales, em violação a todos os protocolos diplomáticos, foi forçado a aterrissar e foi revistado. Morales, desde então, sofreu outras humilhações nas mãos dos criminosos dos EUA.

Rafael Correa, presidente do Equador, tornou-se um alvo dos EUA através da concessão de asilo político a Julian Assange. Sob as ordens de Washington, o estado britânico fantoche de Washington recusou-se a conceder a livre passagem para Assange, e Assange está vivendo na Embaixada do Equador em Londres, assim como o Cardeal Mindszenty passou sua vida na Embaixada dos EUA na Hungria comunista.

Com a morte de Chávez, Nicolás Maduro tornou-se presidente. Maduro não tem o carisma de Chávez, o que o torna alvo fácil para a pequena elite espanhola que detém a mídia.

Washington começou o ataque contra Maduro atacando a moeda venezuelana e reduzindo o seu valor nos mercados cambiais. Em seguida, os estudantes universitários, muitos dos quais são filhos das ricas elites espanholas, foram enviados para protestar.

Nicolás Maduro e o povo venezuelano
A moeda venezuelana em queda aumentou os preços, e a insatisfação se espalhou entre os pobres da base indígena de Maduro. Para acabar com os tumultos, os danos à propriedade e o distúrbio que Washington está usando para lançar um golpe, Maduro teve que usar a polícia.

O Secretário de Estado John Kerry chamou o esforço do governo para restabelecer a ordem pública e evitar um golpe de estado uma “campanha de terror contra seus próprios cidadãos”.  

Tendo orquestrado os protestos e conspirado um golpe de estado, Kerry culpou Maduro pela violência que Kerry desencadeou e exortou Maduro “a respeitar os direitos humanos.

Para os EUA, é sempre o mesmo roteiro. Cometer um crime e culpar a vítima.

Se os EUA conseguirem derrubar Maduro, o próximo alvo será Correa. Se Washington conseguir se livrar de Correa e reempossar um governo fantoche das ricas elites espanholas, Washington pode fazer o governo equatoriano revogar o asilo político que Correa concedeu a Julian Assange. A embaixada equatoriana em Londres será ordenada a mandar Assange para os braços da polícia britânica, que irá mandá-lo para a Suécia, que vai mandá-lo a Washington para ser torturado até que ele confesse o que Washington quiser.

Estudantes das elites venezuelanas armam barricadas nas ruas de Caracas em 12/3/2014
Os pobres idiotas úteis protestando nas ruas venezuelanas não têm mais ideia do dano que estão fazendo a si mesmos e aos outros do que suas contrapartes na Ucrânia.

Os venezuelanos já se esqueceram de como a vida era para eles sob o domínio das elites espanholas. Parece que os venezuelanos estão determinados a ajudar Washington a devolvê-los à sua servidão.

Se os EUA reconquistarem a Venezuela e o Equador, a Bolívia será a próxima. Em seguida, o Brasil. Washington está de olho no Brasil, porque o país é membro dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul), e Washington tem a intenção de destruir esta organização antes que esses países possam estabelecer um bloco comercial que não utilize o dólar norte-americano.

Não faz muito tempo, um funcionário norte-americano disse que assim que nós (EUA) colocarmos a Rússia contra a parede, nós vamos lidar com os emergentes da América Latina.

O programa está dentro do cronograma.
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[*] Paul Craig Roberts (nascido em 03 de abril de 1939) é um economista norte-americano, colunista do Creators Syndicate. Serviu como secretário-assistente do Tesouro na administração Reagan e foi destacado como um co-fundador da Reaganomics. Ex-editor e colunista do Wall Street Journal, Business Week e Scripps Howard News Service. Testemunhou perante comissões do Congresso em 30 ocasiões em questões de política econômica. Durante o século XXI, Roberts tem frequentemente publicado em Counterpunch, escrevendo extensamente sobre os efeitos das administrações Bush (e mais tarde Obama) relacionadas com a guerra contra o terror, que ele diz ter destruído a proteção das liberdades civis dos americanos da Constituição dos EUA, tais como habeas corpus e o devido processo legal. Tem tomado posições diferentes de ex-aliados republicanos, opondo-se à guerra contra as drogas e a guerra contra o terror, e criticando as políticas e ações de Israel contra os palestinos. Roberts é um graduado do Instituto de Tecnologia da Geórgia e tem Ph.D. da Universidade de Virginia, com pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley e na Faculdade de Merton, Oxford University.

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