15/8/2014, RT Russia
Today
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
O Canal de
Panamá faz 100 anos. Mas as necessidades do comércio mundial impõem que se crie
rota marítima mais ampla e moderna, razão pela qual já está em projeto uma via
interoceânica alternativa.
É obra
gigante. Um canal interoceânico de 278 quilômetros de
comprimento, 105 dos quais passam pelo Lago Cocibolca. O ambicioso projeto nicaragüense
tem orçamento prévio de mais de US$ 50 bilhões, de contrato já assinado com a
empresa chinesa HKND.
Serão necessários
mais de 50.000 trabalhadores além de equipamentos especialmente projetado para
execução do Projeto.
É desafio para nós, porque não temos ainda o
pessoal capacitado para executar o projeto. Por isso mantemos contato muito
ativo com as universidades da Nicarágua, com o Conselho Nacional de
Universidades, para preparar profissionais não só para construir, mas para
operar o canal – diz Laureano Ortega, assessor da agência de promoção e
investimento da Nicarágua, Pro-Nicaragua.
Um canal a serviço da
natureza
De fato, a complexidade e o alto custo do projeto foi
parcialmente explicado pela escolha de uma rota com menor impacto ambiental. Um
exemplo desta atitude é a criação do Lago Artificial Atlanta que evitará a
salinização da água doce.
Nós pensamos este mega projeto, de maneira que o canal deva estar a
serviço da natureza e não a natureza a serviço do canal. Acredito que é uma
oportunidade para a recuperação ambiental do território e que dará uma muito
valiosa oportunidade para a gestão ambiental do território, disse o
ambientalista Camilo Lara Jesus Bermudez, membro do Comitê de Desenvolvimento
Nicarágua Canal.
Perspectivas
comerciais para a Nicarágua
O Canal da
Nicarágua será três vezes más longo que o do Panamá e dará vida nova à economia
das áreas que atravessa. Vários projetos complementares podem converter a
Nicarágua em núcleo comercial para toda a região.
Será na região
de Rivas onde, segundo o Projeto, ficará um megacentro logístico. A poucos quilômetros
do Lago Cocibolca construiremos o maior e mais moderno aeroporto da América
Central que terá categoria internacional 4E, podendo receber aviões (carga e
passageiros) tipo Airbus 380 e Boeing 777. A capacidade anual do aeroporto será de 1
milhão de pessoas e 22.000 ton. de carga. (...)
O Porto
Brito, que hoje é pequena aldeia de pescadores, receberá um dos maiores portos
de águas profundas do mundo. Essa área da costa do Pacífico será uma das
principais rotas do grande canal, e aí também haverá uma zona de livre comércio
e complexos turísticos.
Uma das
principais vantagens dessa infraestrutura, comparada à panamenha, será a
possibilidade de atender embarcações de maior calado. No futuro, os grandes
cargueiros de última geração simplesmente não poderão passar pelo antigo
trajeto. A passagem pela Nicarágua será a única alternativa para o transporte
global de mercadorias e receberá boa parte do trânsito marítimo mundial.
Se se considera, por exemplo, um navio que vai
de costa a costa nos EUA pelo Panamá, se cruzar o Canal da Nicarágua,
economizará mais de 900
quilômetros. É relevante para a empresa e também para os
consumidores dos produtos que transitam por ali. Navega-se menos, economiza-se
combustível e contamina-se menos – diz Telémaco Talavera, engenheiro e
membro da comissão de Desenvolvimento do Canal da Nicarágua.
Garantia de
prosperidade para Nicarágua
O canal, como consequência,
terá efeito multiplicador sobre a Nicarágua,
fazendo mais que dobrar a economia nicaragüense, dobrando também os ingressos
de divisas que deverão reduzir o atual índice de pobreza extrema no país de 14%
para 7%, além de retirar cerca de 25% da população da informalidade; fator que é
absolutamente majoritário nos dias atuais, diz Paul
Oquist, Secretário Executivo da Comissão do Projeto de Desenvolvimento do Canal
da Nicarágua.
Para o analista
político Jorge Capelán,
(...) o que estamos vendo é mudança dramática no
mundo das correlações de forças econômicas e políticas no mundo, que
necessariamente implicam novas rotas comerciais. O comércio, no mundo
multipolar não se pode desenvolver dando-se a volta pelo sul, ou pelo Polo Norte.
O projeto
será lançado em dezembro, quando será dragada uma primeira “pista”, a qual,
tudo correndo bem, marcará época.
Algumas reportagens
anteriores:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.