sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Apocalypse Now, edição iraquiana

Lutando no Iraque até o inferno congelar

23/9/2014, [*] Peter Van BurenTomDispatch
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

                                      — De que lado nós estamos?
               — Eu não sei!
Usei, no título, uma fórmula irônica, antes de mergulharmos na questão pesada do Iraque. Pensei também em começar contando como, em 2011, fiz contato com autor muito conhecido, para pedir-lhe que escrevesse umas linhas sobre o livro que eu estava lançando We Meant Well: How I Helped Lose the Battle for the Hearts and Minds of the Iraqi People [Nossa intenção foi boa: Como ajudei a perder a guerra pelos corações e mentes do povo iraquiano], e ele, sábio, declinou do meu convite e acrescentou, irônico: “E você por acaso pensa que escreveu o último livro sobre fracassos dos EUA no Iraque?”.

Mas não posso continuar no mesmo passo irônico. Como norte-americano que ama profundamente o próprio país, absolutamente não consigo, está acima das minhas forças, acreditar que Washington mergulhou outra vez no pântano das questões iraquianas entre sunitas e xiitas. Qualquer jovem soldado agora incluído entre os 1.600 coturnos não-em-solo no Iraque tinha oito anos quando aconteceu a primeira invasão, em 2003. Provavelmente, teve de perguntar ao pai sobre a coisa. Afinal, há menos de três anos, quando papai afinal voltou para casa de cabeça erguida, o presidente Obama garantiu aos norte-americanos  que “deixamos para trás um Iraque soberano, estável e autoconfiante”. O quê?! Como? O que aconteceu, afinal, no piscar de um olho?
 
Os Filhos do Iraque

Às vezes, nesses dias, quando ligo a TV, toma conta de mim a impressão de estar vendo outra vez as mesmas paisagens do Iraque que conheço bem. Com 22 anos como diplomata a serviço do Departamento de Estado, passei 12 longos meses no Iraque, em 2009-2010, como parte da ocupação norte-americana. Minha função era comandar duas equipes nareconstrução da nação. Na prática, significava pagar por escolas que jamais seriam completadas, por padarias em ruas sem água nem eletricidade, e organizar incontáveis infindáveis eventos de propaganda sobre “temas da semana” que Washington gerava (“pequenos negócios”, “empreendedorismo”, “empoderamento das mulheres”, “construção da democracia”).

Organizamos até desconjuntados jogos de futebol, nos quais o dinheiro do contribuinte norte-americano era usado para coagir relutantes equipes de sunitas a enfrentar cara a cara hesitantes equipes de xiitas, na esperança de que, sabe-se lá como, o caos criado pela invasão norte-americana pudesse ser suavizado entre as quatro linhas. Uma tarde, fracassamos horrivelmente no esforço para reconciliar a milenar fratura entre sunitas e xiitas que nós mesmos despertáramos e convertêramos em limpeza étnica como meio de vida em 2003-2004, embora o placar tenha sido gerenciado atentamente para não sair do empate entre iraquianos e soldados do 82º Batalhão Aeroembarcado com os quais trabalhei.

Nouri al-Maliki - ex Primeiro Ministro do Iraque
Em 2006, os EUA negociaram a ascensão ao poder do Primeiro-Ministro Nouri al-Maliki, político xiita escolhido a dedo para unir o Iraque. Plano horrível, perfeita, luminosa mentira, logo apareceu sobre a mesa. Aplicando quantidades imensas de dinheiro, os emissários de Washington criaram a  grupo de sunitas unidos por laços frouxos e apresentados como “moderados”, que aceitaram parar temporariamente a matança, em troca da promessa de que teriam lugar à mesa do Novo Iraque (do Iraque ainda-mais-novo).

O “espaço político” para tudo isso foi criado por escalada massiva do esforço militar norte-americano, que, de tão massiva, recebeu nome especial aprovado pelo pessoal da “publicidade & marketing’: o surge, a avançada.

Fui encarregado de reunir-me com os líderes da Sahwa na minha área. Meu trabalho naquele momento era persuadi-los a não abandonar o barco, ficar onde estavam só um pouco mais, embora eles já tivessem certeza de que já haviam sido nossos aliados por, precisamente, tempo demais. O governo xiita de Maliki em Bagdá, que já estava ignorando todas as sugestões dos EUA para ser inclusivo, não fazia outra coisa além de garantir que não houvesse nenhum “filho do Iraque” sunita, no Iraque dele.

Falsas alianças e puxa-tapetes não eram estranhos aos sunitas senhores-da-guerra com os quais me cabia trabalhar. Frequentemente, nossa conversa – embalada por número incalculável de pequenos copos de chá doce, doce, mexido com colheres de metal quentes ao rubro – mudava, de xiitas e norte-americanos, para a luta dos bisavós deles contra os britânicos. A vingança cobre várias gerações, eles me garantiam; e as lembranças vão muito muito longe no Oriente Médio, avisavam.

Quando afinal saí de lá, em 2010, um ano antes de os militares norte-americanos afinal partirem, a verdade em campo já deveria ser perfeitamente evidente para qualquer um capaz de ver. O Iraque já havia sido tacitamente fraturado em vários pequenos “estadetes” controlados por sunitas, xiitas e curdos. O governo de Bagdá convertera-se em típica cleptocracia de terceiro-mundo mantida por dinheiro dos EUA, mas com viés particularmente repugnante: era também governo de um grupo de autocratas dedicados a perseguir, marginalizar, degradar e, talvez, algum dia, destruir a minoria sunita do país.

A influência dos EUA evanescia rapidamente, deixando o Departamento de Estado, um pequenos contingente militar, vários espiões e ‘terceirizados’ de empresas privadas obrigados a esconder-se por trás das muralhas da embaixada de um bilhão de dólares (a maior do planeta!), que fora erguida em momento de surto de húbris imperial.

A potência estrangeira que tinha a maior influência sobre os eventos então era o Irã, país que, certo dia, o governo Bush decidiu derrubar, junto com Saddam Hussein, como parte do Eixo do Mal.

Os netos do Iraque

Os custos espantosos apavorantes de tudo isso – US$ 25 bilhões para treinar o exército iraquiano; US para a reconstrução-que-nada-constrói;US para a guerra em geral; quase 4.500 norte-americanos mortos e mais de 32 mil feridos; e no Iraque mais de 190.000 mortos (com estimativas que falam de um milhão de mortos) – podem ser agora avaliados em relação aos resultados. A tentativa, durante nove anos, de criar um estado-cliente dos EUA no Iraque fracassou, tragicamente e completamente. A prova está hoje nas primeiras páginas de todos os jornais.

Fazendo uma conta em termos os mais brutais, gastamos sangue e voltamos sem petróleo. Em vez do que queríamos, a guerra ao terror dos EUA resultou na dissolução de uma estase que havia no Oriente Médio pós-Guerra Fria que, estranhamente, foi preservada pelo autocrata iraquiano que os EUA derrubaram, Saddam Hussein. Agitamos um ninho de vespas de fervor islâmico, sectarismo, fundamentalismo e pan-nacionalismo. Ano após ano, os grupos islamistas de terror ficaram mais fortes. Aquele horrível raio que expôs a política dos EUA para o Oriente Médio sob luz tão horrenda persistirá até os dias de nossos netos. Poderia ter havido tantos e tão variados futuros. Agora só restam uns poucos, e as pilhas de mortos só crescem sobre as ruínas na nossa húbris. Eis o que conseguimos. Eis o que ganhamos.

Com um novo presidente eleito em 2008, em parte por causa do que prometera, que poria fim ao envolvimento militar dos EUA no Iraque, a estratégia de Washington sofreu uma metamorfose e virou o mantra mais midiático-palatável do tal “sem coturnos no solo”. Em vez dos coturnos, apoiados por agressiva inteligência de guerra e aplicação “cirúrgica” de ataques de drones e outros tipos de poder aéreo, as operações secretas dos EUA passaram a associar-se com elementos “moderados” dentro de governos islamistas, ou com elementos rebeldes da oposição a eles – conforme Washington optasse por apoiar governo−bandido ou oposição−bandida.

Resultados? Caos na Líbia, cuja extensão se avalia pelo fluxo de armamento avançado dos arsenais de Muammar Gaddafi, deposto, que se espalhou por todo o Oriente Médio e partes significativas da África; caos no Iêmen; caos na Síria; caos na Somália; caos no Quênia; caos no Sudão do Sul e, claro, caos no Iraque.

Abu Bakr al-Baghdadi, O Califa
E então apareceu o Estado Islâmico (EI) e o novo “califato”, filho parido por uma ocupação negligente, no leito de um governo xiita autocrático decidido a acabar com os sunitas de uma vez por todas. E de repente... Lá se vão os EUA outra vez de volta ao Iraque!

O que, em agosto de 2014 foi inicialmente divulgado como esforço humanitário limitado para salvar os iazidis, pequena seita religiosa da qual ninguém em Washington nem em lugar algum dos EUA jamais ouvira falar, logo se metamorfoseou e já lá se iam os 1.600 soldados norte-americanos de volta ao solo no Iraque, e os aviões dos EUA de volta aos céus do Curdistão no norte, até o sul de Bagdá.

Na sequência, os iazidis também foram ou abandonados ou salvos; ou então já ninguém em Washington precisava deles para coisa alguma. Quem sabe quem, naquele momento, teria alguma vez pensado neles? Serviram, isso sim, ao objetivo para o qual foram lembrados: aparecer como casus belli dessa guerra.

A agonia dos iazidis, pelo menos, foi horrendamente real, diferente do ataque inventado no Golfo de Tonkin que levou à vastíssima guerra no Vietnã em 1964, e das inexistentes Armas de Destruição em Massa que nunca existiram, senão como pretexto para que os EUA invadissem o Iraque em 2003.

A  mais recente guerra no Iraque exibe “instrutores” de Operações Especiais, ataques aéreos contra combatentes do Estado Islâmico armados com armas norte-americanas que o Exército do Iraque abandonou (e armamento que, evidentemente, será refornecido por Washington ao Exército do Iraque), aviação norte-americana levantando voo de dentro do Iraque e, também, de um porta-aviões no Golfo Persa e possivelmente de vários pontos, e com guerra aérea através da fronteira, dentro da Síria.

É preciso unir muitos pontos de virada, para ter um círculo

A verdade em campo hoje é tragicamente familiar: um Iraque ainda mais dividido em estadetes em luta uns contra outros; uma cleptocracia, no governo de Bagdá, já começando a ser reanimada com o sangue novo de mais dinheiro norte-americano despejado lá; e mais um primeiro-ministro xiita recebendo a mesma lista de tarefas a cumprir que Washington mandou para lá em 2003-2011: amolecer os sunitas; unificar o Iraque; tornar o país mastigável. O Departamento de Estado ainda permanece lá, escondido por trás das muralhas daquela embaixada de 1 bilhão de dólares. Mais dinheiro será consumido para treinar o exército iraquiano já destruído e em colapso. E o Irã continua a ser, como sempre foi, a potência estrangeira com maior capacidade para influenciar aqueles eventos.

Aiatolá Ali Khamenei, do Irã
Mas há uma estranha diferença a ser observada: na guerra do Iraque passada, os iranianos patrocinaram e comandaram ataques de milícias xiitas contra as forças norte-americanas de ocupação (e contra mim); agora, seus agentes de forças especiais e conselheiros militares estão lutando lado a lado com aqueles mesmos milicianos xiitas sob a cobertura da força aérea dos EUA. Querem coturnos em solo? Já há forças iranianas em solo, lá mesmo. Aí está um exemplo de como e o quanto a política cria estranhos companheiros de cama (Os homens do Aiatolá), mas também exemplo de o que acontece quando você sai de casa sem ideia do que fará, montando alguma “estratégia” na correria, pelo caminho.

Obama não pode ser culpado de todos esses desmandos, com certamente fez sua parte para piorar tudo – e não há dúvida de que, sim, tudo piora muito, se o governo de Obama outra vez assume a “propriedade” da luta entre sunitas e xiitas. O “novo” plano de unidade que falhará segue o padrão do que já falhou em 2007: usar força militar dos EUA para criar algum espaço político para “reconciliação” entre sunitas (primeiro, incinerados; segundo, sempre perseguidos) e um governo xiita comprado, que o dinheiro dos EUA tenta encurralar num “acordo” feito ao arrepio do que o Irã deseja. Talvez se possa chamar qualquer nova organização sunita que representantes dos EUA alinhavem, ainda que por pouco tempo, precariamente, de “os Netos do Iraque”.

Brett McGurk
Só para aumentar ainda mais o fator horror, o pessoal chave encarregado de pôr em andamento os “planos” de Washington são, todos, caras muito conhecidas. Brett McGurk, que ocupou posições chaves no Iraque, lá está novamente como vice-secretário de Estado Assistente para o Iraque e Irã. McGurk já foi chamado de soprador de orelha de Maliki, por causa da proximidade que mantinha com o ex-primeiro-ministro. O atual embaixador dos EUA, Robert Stephen Beecroft, era o vice-chefe da missão diplomática, o segundo homem na embaixada em Bagdá, em 2011.

O que se vê é que está sendo montada uma segunda falsa coalizão de gente espantosamente pouco desejante/disposta a fazer qualquer paz. E os “especialistas” midiáticos sempre a clamar histericamente por mais guerra em Washington são também, todos eles, nomes muito conhecidos: praticamente todos são cadáveres ressuscitados dos dias de glória da invasão de 2003.

Loyd Austin
Lloyd Austin, o general que supervisiona o novo esforço militar dos EUA, já supervisionou a retirada em 2011. O general John Allen, foi arrancado da aposentadoria militar para coordenar a nova guerra na região – trabalhou há pouco tempo como conselheiro civil do Secretário de Estado John Kerry – e foi vice-comandante na província Anbar no Iraque, durante a “avançada” [surge]. E também do lado dos EUA, estão de volta, recontratados, todos os mercenários das empresas de segurança terceirizadas, sem qualquer novidade. De novidade, mesmo, só o presidente Obama, que  cita sem ironia e sem vergonha, a velha autorização congressional de 2002 para invadir o Iraque, contra a qual Obama candidato discursou e votou, como sua base legal para a nova guerra desse ano.

Os iranianos também mantêm o mesmo comandante militar em solo no Iraque, Qassem Suleimani, comandante da Força Quds do Corpo de Guardas Revolucionários do Irã. Que mundo pequeno! Suleimani também ajuda na coordenação das operações diretas do Hezbollah dentro da Síria.

Até o porta-aviões no Golfo Persa do qual partem os ataques aéreos, o USS George H.W. Bush, foi batizado, muito a propósito, com o nome do primeiro-presidente que afundou os EUA bem fundo no Iraque – há quase um quarto de século. Considerem o seguinte: os EUA estão no Iraque há tanto, tanto tempo, que já têm até um porta-aviões com o nome do presidente que inventou a loucura toda.

USS George H.W. Bush
Numa agenda de 36 meses para “destruir” o ISIS/ISIL, o presidente Obama já concede que essa guerra passará às mãos do próximo presidente, como George W. Bush fez com o Iraque “dele”, que entregou a Obama. O próximo governo talvez seja chefiado por Hillary Clinton, que era Secretária de Estado quando a Guerra do Iraque 2.0 “chegou ao fim”. E é impossível não lembrar que foi o governo do marido dela quem manteve viva a Guerra do Iraque original, de 1990-1991, mediante as zonas aéreas de exclusão e sanções, que inventou sem parar. Pode-se falar de uma tradição, de um pedigree, no que tenha a ver com criar e recriar guerras no Iraque, até que o mundo se acabe.

Se há alguma lição resumida a extrair disso tudo, talvez seja que não há poço que não possa ser escavado ainda mais fundo. Como é possível que ainda haja quem não veja que, depois de mais de vinte anos de declarações de vitória-sem-vitória no Iraque, o tal “sucesso” genuíno de que falam é impossível, e não importa como o “definam”? A única via para vencer, e não guerrear. Se insistir em guerrear, você não passa de um equivalente geopolítico do bobo-de-feira que, com um saco cheio de dinheiro falso, tenta comprar um jumento de pelúcia.

Apocalypse daquela vez, Apocalypse o retorno

As guerras dos EUA no Oriente Médio acontecem num espaço de alucinação, onde a realidade pouco importa. Portanto, se você está com a impressão de já leu tudo isso antes, entre 2003 e 2010, é porque realmente leu.

Mas para os que tenham um pouco mais de idade, os ecos vão muito mais longe. Participei recentemente de um programa de entrevista na televisão holandesa, durante o qual o ex-deputado Republicano Pete Hoekstra cometeu um lapso de linguagem, muito esclarecedor. Estávamos falando sobre o ISIS/ISIL, e Hoekstra, às tantas, disse que os EUA de modo algum poderiam oferecer ao ISIS/ISIL “santuário no Camboja”. Corrigiu-se rapidamente e emendou “na Síria”. Mas já dissera tudo.

Tanques do Exército iraquiano
Já passamos por coisa semelhante, com os fracassos da política e da estratégia dos EUA no Vietnam convertidos, por metástase, em guerra no Camboja e Laos – e para negar santuário às forças do Vietnã do Norte. Como hoje, sobre o ISIS/ISIL, só nos diziam que eram bárbaros, que queriam impor uma filosofia maléfica sobre toda a região. Eles também, inesquecivelmente, tinham de ser combatidos “lá mesmo”, para impedir que nos atacassem “cá em casa”. Naquele tempo não se dizia “the Homeland”, mas o resto foi idêntico, sem tirar nem pôr.

Assim como a similitude, também a diferença em relação ao Vietnã é muito eloquente. Quando a realidade do fracasso dos EUA no Vietnã afinal tornou-se tão evidente, que já não havia mais ninguém para quem mentir, a guerra do Vietnã acabou e os soldados voltaram para casa. E nunca mais foram mandados para aquela mesma guerra perdida.

Mas hoje os EUA estão entrando na “guerra do Iraque” pela terceira vez – e alguma loucura de repetição os faz crer que, dessa vez, a vitória virá. A verdade é outra: dali os EUA só extrairão fracasso e mais fracasso. Parafraseando um jovem John Kerry, ele mesmo retornado do Vietnam: quem será o último a morrer, por esse erro sem fim? Desgraçadamente, ainda se passarão muitos anos antes que os EUA aprendam.
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[*] Peter Van Buren nasceu em New York/1960. Trabalhou durante 24 anos como funcionário doForeign Service do governo dos EUA, alertou sobre desmandos e má gestão do Departamento de Estado durante a reconstrução do Iraque em seu primeiro livroWe Meant Well: How I Helped Lose the Battle for the Hearts and Minds of the Iraqi People. Escreve regularmente no blog TomDispatchsobre acontecimentos atuais. Seu novo livro, Ghosts of Tom Joad: A Story of the # 99percent, acaba de ser publicado.
É articulista habitual também nas seguintes publicações: The New York TimesSalonNPRAl Jazzeera,Huffington PostThe NationAntiwar, American Conservative MagazineMother Jones, MichaelMoore.com,  Le MondeAsia TimesThe Guardian (UK), Daily KosMiddle East OnlineGuernica e muitas outras. É comentarista habitual nas redes de rádio e TV no programas: BBC World ServiceNPR’s All Things Considered and Fresh AirCurrentTVHuffPo LiveRT−Russia TodayITVBritain’s Channel 4 ViewpointCCTV e Voice of America,

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