domingo, 7 de setembro de 2014

Sobre combater contra o ISIL, países membros da OTAN dizem a Obama que “vá-se-catá”

5/9/2014, [*] Moon of Alabama
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Obama e seu "poodle" britânico visitam Lincoln
O presidente Obama e o seu poodle britânico tentaram e tentaram e tentaram empurrar outros países membros da OTAN a repetir os mesmos erros que EUA e Grã-Bretanha cometeram quando invadiram o Iraque:

O presidente Obama e o primeiro-ministro David Cameron da Grã-Bretanha conclamaram a OTAN a rejeitar impulsos “isolacionistas” e a confrontar a crescente ameaça terrorista que vem de militantes sunitas no Oriente Médio, dizendo que EUA e Grã-Bretanha “não se deixarão acovardar por matadores barbaric.

“Não cederemos em nossa determinação de confrontar o grupo militante chamado Estado Islâmico no Iraque e no Levante, ISIL, escreveu a dupla em coluna conjunta, assinada por eles e publicada nas edições da 5ª-feira (4/9/2014) do Times de Londres. “Se terroristas pensam que fraquejaremos ante suas ameaças, não poderiam errar mais completamente”.

O problema com essa valentia toda é que foi publicada sob o selo da folha de pagamento do Times de Londres. Por que algum chefe de estado da OTAN teria qualquer interesse em pagar a Rupert Murdoch para usufruir o duvidoso prazer de ler frases e mais frase de lobbying aplicado por EUA/UK a favor das indústrias fabricantes de armas deles mesmos?

Mr. Obama e Mr. Cameron argumentaram que a OTAN deve completar a transição para “uma rede de segurança mais efetiva que promova a estabilidade em todo o mundo” – e insistiram que outros países membros devem aumentar seus gastos militares.

Os líderes da OTAN reunidos em Newport, Gales
Os líderes de outros estados da OTAN sabem que seus respectivos cidadãos-contribuintes não aceitarão qualquer aumento nos gastos militares. E rejeitaram a conclamação. Mas o esforço de escrever toda aquela coluna a quatro mãos, e publicá-la no jornal de Murdoch teria sido completamente perdido? Talvez não.

Líderes da OTAN estão dispostos a concordar com uma reunião na 6ª-feira (5/9/2014) para ajudar a organizar a assistência de segurança ao Iraque, em sua luta contra militantes do ISIL, incluindo coordenar a entrega de suprimentos por via aérea, disse um funcionário ocidental.

Espera-se que a OTAN organize a distribuição de suprimentos militares para ajudar as autoridades iraquianas com todo o transporte aéreo disponível – disse aquele funcionário, que pediu para não ser identificado.

A OTAN não tomará parte em nenhuma operação de combate, e a assistência de segurança será fornecida individualmente por estados-membros e parceiros, completou o mesmo funcionário.

Lá em algum canto em Bruxelas, algum sargento norte-americano ou britânico, perdido no labirinto do Quartel-General da OTAN, receberá memorando que informa que cinco colchões estão à espera de transporte para voarem da Croácia para Basra. Grande “ajuda”.

Observem que o resultado é uma total rejeição da “conclamação” de Obama/Cameron. A expressão “ajuda para coordenar” significa que a OTAN não fará absolutamente N-A-D-A. Tudo que for feito será feito por “membros individuais”, quer dizer: por EUA e Grã-Bretanha.

Escrevi há dois dias que a OTAN está em declínio:

Pouco restou da OTAN, que algum contribuinte tenha interesse em apoiar

Pelo menos, no que tenha a ver com Iraque (e Síria), os membros da OTAN disseram, na lata, ao autoproclamado “líder do mundo livre”, que vá-se-catá.

Marquemos esse como um resultado positivo da atual reunião da cúpula da OTAN em Gales.


[*] “Moon of Alabama” é título popular de “Alabama Song” (também conhecida como “Whisky Bar” ou “Moon over Alabama”) dentre outras formas. Essa canção aparece na peça Hauspostille  (1927) de Bertolt Brecht, com música de Kurt Weil; e foi novamente usada pelos dois autores, em 1930, na ópera A Ascensão e a Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa utilização, aparece cantada pela personagem Jenny e suas colegas putas no primeiro ato. Apesar de a ópera ter sido escrita em alemão, essa canção sempre aparece cantada em inglês. Foi regravada por vários grandes artistas, dentre os quais David Bowie (1978) e The Doors (1967). A seguir podemos ouvir versão em performance de Tim van Broekhuizen.


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