5/9/2014, [*] Moon of Alabama
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Obama e seu "poodle" britânico visitam Lincoln |
O presidente Obama e o seu poodle
britânico tentaram e tentaram e
tentaram empurrar outros
países membros da OTAN a repetir os mesmos erros que EUA e Grã-Bretanha
cometeram quando invadiram o Iraque:
O
presidente Obama e o primeiro-ministro David Cameron da Grã-Bretanha conclamaram a OTAN a rejeitar impulsos “isolacionistas” e a confrontar a crescente ameaça
terrorista que vem de militantes sunitas no Oriente Médio, dizendo que EUA e
Grã-Bretanha “não se deixarão acovardar por matadores barbaric”.
“Não
cederemos em nossa determinação de confrontar o grupo militante chamado Estado
Islâmico no Iraque e no Levante, ISIL”, escreveu a dupla em coluna
conjunta, assinada por eles e publicada nas edições da 5ª-feira (4/9/2014) do Times de Londres. “Se terroristas pensam que fraquejaremos ante
suas ameaças, não poderiam errar mais completamente”.
O problema
com essa valentia toda é que foi publicada sob o selo da folha de pagamento do Times de Londres. Por que algum chefe de estado
da OTAN teria qualquer interesse em pagar a Rupert Murdoch para usufruir o
duvidoso prazer de ler frases e mais frase de
lobbying aplicado por
EUA/UK a favor das indústrias fabricantes de armas deles mesmos?
Mr. Obama e Mr. Cameron argumentaram que a OTAN deve
completar a transição para “uma rede de segurança mais efetiva que promova a
estabilidade em todo o mundo” – e insistiram que outros países membros devem
aumentar seus gastos militares.
Os líderes da OTAN reunidos em Newport, Gales |
Os líderes
de outros estados da OTAN sabem que seus respectivos cidadãos-contribuintes não
aceitarão qualquer aumento nos gastos militares. E rejeitaram a conclamação.
Mas o esforço de escrever toda aquela coluna a quatro mãos, e publicá-la no
jornal de Murdoch teria sido completamente perdido? Talvez não.
Líderes da
OTAN estão dispostos a concordar com uma reunião na 6ª-feira (5/9/2014) para ajudar a organizar a assistência de segurança ao Iraque, em
sua luta contra militantes do ISIL,
incluindo coordenar a entrega de
suprimentos por via aérea, disse um funcionário ocidental.
Espera-se
que a OTAN organize a distribuição de suprimentos militares para ajudar as
autoridades iraquianas com todo o transporte aéreo disponível – disse aquele
funcionário, que pediu para não ser identificado.
A OTAN não tomará parte em nenhuma
operação de combate, e a assistência de segurança será fornecida
individualmente por estados-membros e parceiros, completou o mesmo funcionário.
Lá em algum
canto em Bruxelas, algum sargento norte-americano ou britânico, perdido no
labirinto do Quartel-General da OTAN, receberá memorando que informa que cinco
colchões estão à espera de transporte para voarem da Croácia para Basra. Grande
“ajuda”.
Observem que
o resultado é uma total rejeição da “conclamação” de Obama/Cameron. A expressão
“ajuda para coordenar” significa que a OTAN não fará absolutamente N-A-D-A.
Tudo que for feito será feito por “membros individuais”, quer dizer: por EUA e
Grã-Bretanha.
Escrevi há dois dias que
a OTAN está em declínio:
Pouco
restou da OTAN, que algum contribuinte tenha interesse em apoiar
Pelo menos,
no que tenha a ver com Iraque (e Síria), os membros da OTAN disseram, na lata,
ao autoproclamado “líder do mundo livre”, que vá-se-catá.
Marquemos
esse como um resultado positivo da atual reunião da cúpula da OTAN em Gales.
[*] “Moon of Alabama” é título popular de “Alabama Song” (também conhecida
como “Whisky Bar” ou “Moon over Alabama”) dentre outras formas.
Essa canção aparece na peça Hauspostille (1927) de Bertolt Brecht, com música de
Kurt Weil; e foi novamente usada pelos dois autores, em 1930, na ópera A
Ascensão e a Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa utilização, aparece
cantada pela personagem Jenny e suas colegas putas no primeiro ato. Apesar de a
ópera ter sido escrita em alemão, essa canção sempre aparece cantada em inglês.
Foi regravada por vários grandes artistas, dentre os quais David Bowie (1978) e
The Doors (1967). A seguir podemos ouvir versão em performance de Tim van
Broekhuizen.
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