Como
se vê, o “ataque” ao ISIS/ISIL/Daesh é
apenas disfarce
16/10/2014, [*] Moon
of Alabama
Traduzido pelo pessoal da
Vila Vudu
"Rebeldes" afegãos armados pelos EUA contra a URSS em 1980 |
Estudos
feitos pela CIA, encomendados
em 2012 e 2013, demonstraram que
armar “rebeldes” em guerras civis é tática que quase sempre fracassa. Quando
esse tipo de operação dá certo, de algum modo, como no Afeganistão contra os
soviéticos, é quase sempre impossível evitar o revide. O governo Obama fez
vazar essa história agora, como argumento contra as críticas que suas atuais
políticas na Síria têm recebido; o governo Obama, como se sabe, já desistiu do
Exército Sírio Livre e está querendo inventar outro exército.
Cientistas
políticos já sabem há bastante tempo que armar “rebeldes” é sempre ou quase sempre péssima política:
Em geral, apoio externo a rebeldes quase sempre torna as
guerras mais longas, mas sangrentas e mais difíceis de resolver (..). Pior:
como demonstrou David Cunningham da Universidade de Maryland, a Síria tinha
todas as características do tipo de guerra civil na qual o apoio externo a
rebeldes é menos efetivo.
Terroristas da Frente al-Nusra, armados pelos EUA, combatem contra o Exército da Síria |
Mas se o
governo Obama sabia que armar rebeldes era má política, por que os EUA
começaram a armar rebeldes em junho de 2012? E por que continuam a armá-los? E por que continuam a permitir que Israel e Qatar continuem
a armá-los?
Dan Froomkin sugere que
tudo se deva às políticas eleitorais. Não armar os “rebeldes” ...
... seria mostrado pela imprensa-empresa da elite – para nem
falar da FoxNews – como rendição, e provavelmente custaria aos Democratas mais
algumas cadeiras na Câmara de Representantes e no Senado.
Também pode
ter sido política comandada pela ânsia intervencionista de liberais e
neoconservadores, sempre aflitos para “fazer alguma coisa” – quer dizer, sempre
em busca de autossatisfação autoindulgente.
Ou, então, o
plano jamais foi vencer a guerra. Se o único objetivo sempre foi “destruir
a infraestrutura e o tecido econômico e social da sociedade síria”... nesse caso,
sim, armar qualquer tipo de “rebelde” – e não faz diferença quem seja o “rebelde”
– foi e ainda é política não insana e bem-sucedida.
[*] “Moon of Alabama” é título popular de “Alabama Song” (também conhecida
como “Whisky Bar” ou “Moon over Alabama”) dentre outras formas.
Essa canção aparece na peça Hauspostille (1927) de Bertolt Brecht, com
música de Kurt Weil; e foi novamente usada pelos dois autores, em 1930, na
ópera A Ascensão e a Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa utilização,
aparece cantada pela personagem Jenny e suas colegas putas no primeiro ato.
Apesar de a ópera ter sido escrita em alemão, essa canção sempre aparece
cantada em inglês. Foi regravada por vários grandes artistas, dentre os quais
David Bowie (1978) e The Doors (1967). A seguir podemos ver/ouvir versão em
performance de David Johansen com legendas em português.
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