25/11/2014,
Sayed Ali Khamenei, Guia Supremo da
República Islâmica do Irã no Congresso Internacional sobre movimentos
extremistas e takfiris
Enviado
por Sayed Hasan e traduzido do
francês pelo pessoal da Vila Vudu
Excerto: “As três tarefas urgentes” ‒ vídeo original
Versão original legendada
em português a seguir:
[...] É
nossa responsabilidade levar a bom termo algumas tarefas da mais alta
importância. Durante esse Congresso de dois dias, os senhores, ilustres participantes,
elaboraram e propuseram algumas soluções e especificaram certas
responsabilidades. Cuidarei aqui de mencionar também duas ou três tarefas que
não devem ser negligenciadas.
Primeira
tarefa
Uma é que
os teólogos do Islã têm de formar
um movimento racional, global, de inteligência, que inclua todas as escolas
islâmicas, que terá por objetivo cortar as raízes da corrente takfiri. Esse movimento não se
deverá limitar a algumas escolas de pensamento [islâmicas]. Todas as correntes
do Islã que creiam nessa religião e a considerem bem-vinda e a vejam com
generosidade partilham esse responsabilidade. Todos os sábios do Islã devem lançar
um grande movimento intelectual.
[O Estado
Islâmico] entrou em cena sob a falsa pretensão de seguir “os piedosos
predecessores” [al-Salafu al-Saleh]. Temos de demonstrar e provar que os
piedosos predecessores sempre se opuseram radicalmente aos atos que eles
perpetram e ao movimento que eles lançaram. Deve-se fazer isso recorrendo à
linguagem da religião, do saber e da razão.
É vosso
dever salvar os mais jovens. Muitos se deixam influenciar por esses pensamentos
desviantes e desorientados. Esses infelizes supõem que estejam realizando boas
ações. São a encarnação dos santos versos do Corão: “Quereis que vos inteire de
quem são os mais desmerecedores, por suas obras? São aqueles cujos esforços se
desvaneceram na vida terrena, não obstante crerem haver praticado o bem”. [Alcorão,
18, 103-104].
São a
encarnação desses versos corânicos. Pensam, errados, que combatem na trilha de
Deus. São os que dirão a Deus, no Dia do Julgamento Final: “Ó Senhor nosso, em
verdade, obedecíamos aos nossos chefes, os quais nos desviaram da (verdadeira)
senda. Ó Senhor nosso, redobra-lhes o castigo e amaldiçoa-os reiteradamente!”.
[Alcorão,
33, 67-68].
[Os que
combatem pelo Estado Islâmico] são esses miseráveis. Os que assassinaram um
grande sábio na mesquita de Damasco são também desses. Os que decapitaram
muçulmanos acusando-os de apostasia são também desses. Os que fazem correr, em
atentados, o sangue de inocentes no Paquistão, no Afeganistão, em Bagdá e em
diferentes vilas do Iraque, Síria, Líbano são dos que gemerão no Dia do Juízo
Final: “Oh, Senhor, nos seguimos nossos chefes que nos desviaram da (verdadeira)senda.
Castiga-os, Senhor, com duplo castigo”.
Em outro
ponto do Santo Alcorão, Deus diz [aos que lhe pedem que duplique o castigo
infernal] “o dobro será para todos” [Alcorão, 7, 38]. Todos vocês serão castigados, ao mesmo
tempo os chefes e guias e os guiados. “Por certo que é real a disputa dos
réprobos!”. [Alcorão, 38, 64]
Nesse dia,
esses todos estarão em campos opostos e se enfrentarão. Por isso é necessário
salvá-los [dessa provação]. Os jovens têm de ser salvos e essa é a
responsabilidade dos sábios, porque eles estão em contato, ao mesmo tempo, com
os intelectuais e com as massas. É necessário que se esforcem para salvar os
mais jovens. Deus, o Altíssimo, interrogará os sábios no Último Dia: “O que
fizeste?” É imperioso que os sábios ajam [desde já]. Essa é uma primeira tarefa
imediata.
A segunda
tarefa
A segunda
tarefa extremamente urgente que tem de ser executada é chamar a atenção e destacar sempre o
papel dos políticos arrogantes dos EUA e da Inglaterra.
O papel
deles tem de ser destacado e explicado. Cada pessoa do mundo muçulmano deve
conhecer o papel e a responsabilidade dos políticos dos EUA em tudo que tenha a
ver com o Estado Islâmico.
Todos
devem conhecer o papel dos serviços secretos norte-americanos, britânicos e do
regime sionista, em todos os atos do movimento takfiri. Todo o mundo deve saber que
o Estado Islâmico trabalha para eles; que o complô foi fomentado pela
Arrogância [o Imperialismo Ocidental] e que essas correntes takfiris são ajudadas e financiadas por aquelas
potências.
O Estado
Islâmico recebe dinheiro dos regimes fantoches da região. São esses regimes
fantoches que lhes fornecem dinheiro, mas o complô é fomentado pelo
Imperialismo Ocidental, a Arrogância, e o resultado é, principalmente, que
destroem esses infelizes jovens takfiris.
Estão criando problemas sem precedentes para o mundo do Islã. E aí está a
segunda tarefa a ser cumprida completamente, imediatamente.
A terceira
tarefa
A terceira
tarefa absolutamente inadiável é
ocupar-se, como prioridade, da causa palestina. Não permitam que a causa da
Palestina, da Santa Al-Qods (Jerusalém) e da Mesquita Al-Aqsa seja apagada e
caia no esquecimento. Isso, precisamente, é o que eles desejam: querem que o
mundo islâmico esqueça a causa palestina.
Já viram
que, recentemente, o regime sionista declarou que a Palestina seria estado
judeu. O regime sionista anunciou que a Palestina seria estado judeu. É o que
sempre tentaram, já faz muito tempo.
Agora,
apenas o declararam abertamente. Aproveitando-se da ignorância e da apatia do
mundo muçulmano, das massas, das populações dos países muçulmanos, depois de
ter ocupado a Santa Al-Qods (Jerusalém) e a Mesquita Al-Aqsa, o regime sionista
continua a enfraquecer os palestinos, o mais que consiga.
Temos de
nos manter vigilantes. Todos os povos devem exigir de seus governos que
assumam, como deles, a causa palestina. Os mestres e sábios do Islã devem
exigir dos governos que assumam, como deles, a causa palestina, que a abracem,
que se envolvam nela. Essa é responsabilidade de importância capital.
Agradecemos
a Deus que, na República Islâmica do Irã, o governo e o povo partilham esse
princípio. Desde o início, o governo da República Islâmica e nosso generoso Imã
[Khomeini] anunciaram e estimularam a política de apoio à Palestina e de
hostilidade declarada contra o regime sionista. Essa política continua mantida
até hoje. São já 35 anos que vimos mantendo essa linha de conduta, e nosso povo
mantém a mesma política com entusiasmo e com adesão plena.
Vez ou
outra, alguns dos nossos jovens, cujas demandas não são plenamente satisfeitas
nesse campo, escrevem para mim e pedem insistentemente: “Permita que partamos,
para lutar contra o regime sionista nas linhas de frente!”. Nosso povo deseja
ardentemente combater contra o regime sionista, e a República Islâmica também
manifestou seu compromisso com essa luta.
Pela Graça
de Deus e Sua Misericórdia, ultrapassamos as barreiras e as lutas sectárias e
em torno de questões de doutrina.
Ajudamos o
Hezbollah libanês, que é grupo de xiitas, assim como ajudamos o Hamas e a Jihad Islâmica, sunitas. E
continuaremos a ajudá-los. Nunca nos deixamos capturar por barreiras sectárias.
Jamais demarcamos qualquer diferença entre xiitas, sunitas, hanafitas,
hanbalitas, xafitas ou zaidis [escolas do Islã]. Mantivemos nossos olhos
focados no nosso objetivo principal e oferecemos nossa ajuda.
Conseguimos
reforçar os contingentes de nossos irmãos palestinos em Gaza e, pela Graça de
Deus, continuaremos a fazê-lo. Já anunciei, e sem dúvida será feito conforme
foi anunciado, que a Cisjordânia tem de ser armada, como Gaza, e preparar-se
para se autodefender também militarmente.
[Fim do excerto transcrito]
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