2/2/2015, RT, Moscou – Artesanos afganos bordan drones para enviar un mensaje a Occidente
19/1/2015, Colors – DRONES ON RUGS
22/12/2013, Forbes – Carpet Bombing
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Tapetes com temas da guerra |
As tecelãs afegãs, tradicionalmente, tecem nos tapetes o que lhes seja mais familiar. Nos anos 1980s, quando os Mujahedeen combatiam contra a ocupação soviética, várias tecelãs locais abandonaram as flores e vasilhas de transportar água para mostrar, nos tapetes, o que viam todos os dias: a guerra.
Tanques, helicópteros, Kalashnikovs, granadas de mão e bazucas surgiam nos tapetes, uma tradição se séculos, fosse como elementos da paisagem ou como ícones num padrão simétrico. “Meu tapete favorito é um antigo, estilo Beluch” – diz o empresário norte-americano, 49 anos, Kevin Sudeith. – “O design é do século XIX, mas veem-se dois helicópteros e dois tanques, em cada canto do tapete”.
Em 1996, Sudeith descobriu um desses tapetes “de guerra” na casa de um arquiteto italiano e decidiu começar a colecioná-los. Em pouco tempo já os estava vendendo, tanto online como em mercados de pulgas por New York, por preços que vão de algumas poucas centenas a vários milhares de dólares norte-americanos.
Tapetes com "drones" |
Depois do 11/9, ele supôs que seu negócio fosse desaparecer. Surpreendentemente, um renovado interesse pelo Afeganistão fez os pedidos duplicarem, sobretudo depois que chegaram ao mercado as levas e levas de tapetes que mostravam os ataques às torres gêmeas. Num deles, lia-se, mal escrito “Os teroris [sic] na América”, o que causou controvérsia, porque parecia implicar que quem tecera o tapete estivesse comemorando o ataque.
Outros tapetes daquela época mostram jatos F16, tanques Abrams e mapas de Tora Bora, confirmando que a iconografia da ocupação soviética fora substituída pela iconografia da ocupação militar norte-americana. A maioria das tecelãs, diz Sudeith, eram refugiadas afegãs que viviam no Paquistão, e as quais, independente do que fizessem como profissão no Afeganistão, acabaram como “força de trabalho escravo”.
Com o crescimento do programa dos drones dos EUA, que atacam no Paquistão, o tema já começa a aparecer nos tapetes. Segundo informação recolhida em outubro de 2014, pelo Bureau of Investigative Journalism, com sede na Grã-Bretanha, mais de mil civis foram assassinados no Paquistão em ataques por drones nos últimos anos; cerca de 1/5 desses mortos eram crianças.
Tema: 11 de setembro de 2001 |
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