Lula na Cúpula da União Africana |
1/7/2011 - Extraído do Blog “O Livro Verde – A Terceira Teoria”
Enviado pelo pessoal da Vila Vudu
Uma crítica arrojada da atitude do Ocidente em relação à África e à América Latina feita pelo ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva provocou aplausos de pé na cúpula da União Africana nesta quinta-feira.
Lula censurou em particular as Nações Unidas por não concederem a nenhum país africano ou latino-americano um assento permanente em seu Conselho de Segurança.
“Não é possível que o continente africano, com 53 países, não tenha uma representação (permanente) no Conselho de Segurança”, afirmou.
“Não é possível que a América Latina, com seus 400 milhões de habitantes, não tenha uma representação (permanente), que cinco países decidam o que fazer, como fazer, sem levar em consideração o resto dos seres humanos que vivem neste planeta”.
Lula se referia aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Estados Unidos).
O Brasil, uma potência emergente com um aumento progressivo de influência no cenário mundial, luta há muito tempo por um assento permanente no Conselho de 15 membros.
O conflito na Líbia é um foco da cúpula, que teve início nesta quinta-feira na capital da Guiné Equatorial, Malabo, com críticas à ação da OTAN e ao envolvimento do Ocidente na crise líbia. Essa agressão à Líbia é a continuidade da política dos países colonialistas e imperialistas que sempre criaram guerras e revoluções na África para roubar as riquezas naturais dos países africanos ao longo dos séculos.
“Precisamos de uma Organização das Nações Unidas que tenha a coragem de impor um cessar-fogo na Líbia e imponha negociações entre o presidente Muamar Kadafi e seus opositores rebeldes”, disse Lula.
“A solução para o conflito na Líbia deve partir dos próprios líbios e não de potências colonialistas estrangeiras”, finalizou.
O Brasil foi um dos cinco países que se abstiveram na votação do Conselho de Segurança da ONU em março sobre a Resolução 1973, que autorizou a utilização de “todos os meios necessários” para “proteger os civis das forças de Kadafi”, mas na realidade havia interesse em legitimar um ataque militar à Líbia para os governos dos EUA, França e Inglaterra roubarem o petróleo líbio.
A autorização - contrariando todos os preceitos da ONU - se converteu em uma “carta branca” para a OTAN bombardear indiscriminadamente a população civil da Líbia – algo que não consta no documento da ONU.
A crise é dos ricos
Lula também acusou o Ocidente de impor injustamente a países pobres, incluindo europeus, medidas de austeridade após uma crise financeira que, segundo ele, teve suas raízes nos Estados Unidos e na Europa.
“A crise veio dos Estados Unidos, de banqueiros americanos, de especulação financeira nos países mais ricos da Europa. E são os países pobres da África, América Latina e Ásia que vão pagar a conta”, afirmou.
“Agora as vítimas pagarão o preço por um crime que não cometeram - isso é o que está acontecendo na Grécia”, disse.
“O Ocidente foi incapaz de ver uma África que é composta por seres humanos iguais aos do continente europeu”, ressaltou, acrescentando que “talvez eles pensem que nós africanos ou latino-americanos sejamos cidadãos de segunda classe ou porque parecemos com nativos”.
“Nós queremos apenas ser tratados igualmente e dividir a riqueza que está sendo produzida neste mundo”.
Lula pediu um aumento da integração entre nações africanas e emergentes.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul formam o grupo dos BRICS, que aparece como uma possível contra-força em assuntos internacionais em relação aos países do Ocidente.
(comentário enviado por e-mail e postado por Castor)
ResponderExcluirComo todos podemos constatar, as palavras de nosso líder em Malabo dão bem a medida do seu papel de internacionalista, com ideias e princípios bem assentados na conjuntura mundial. Além dos 5 com direito a veto no CSNU, nos anos do imediato pós-guerra de 1939-45 apelidados de Os Cinco Grandes, mais dois novos asiáticos (Índia e Japão, embora este já conte com decidida oposição chinesa); três africanos (África do Sul, Nigéria e Egito); um novo europeu (Alemanha); e três latino-americanos (Brasil, Argentina e México). Seremos, então, um total de 14 membros na instância suprema das Nações Unidas. Haveria um 15º membro, o próprio Secretário-Geral, cujo voto-veto não atenderia a vetores de poderes imperiais, mas aos interesses da comunidade internacional, expressão que Washington muito utiliza, quando em jogo a defesa dos seus interesses.
Essa reforma estatutária iluminaria as outras que devem ser o quanto antes empreendidas nas Nações Unidas e Organismos internacionais, imbuindo-se de mudança de espírito, em prol do bem da humanidade. Não resultaria de novas divisões de áreas de influência nem de divisões de poderes grupais, mas de resgatar as ideias e os princípios da Carta de São Francisco (1945) e consolidá-los nas gestões setoriais. Se há um novo mundo em andamento, enfrentando trágicas degenerescências ditadas pelas políticas de potência, o Órgão máximo de representação da Comunidade Internacional não pode ficar nas mãos das potências, superpotências e da Hiperpotência que exploram a humanidade e destroem o meio ambiente, sem prévias consultas aos povos atingidos.
Tão grande é seu desespero, que recorreram a algo que fora sepultado na Idade Média, desde 1268, as guerras de religião, em que nem Napoleão ousara aventurar-se, após o massacre de Iaffa (1799). Haviam sido para sempre banidas no Ocidente, até que os fundamentalismos "evangélicos" nos EUA as retomaram, desde a tomada do Afeganistão pelos comunistas (1978-92) - 14 anos pouco estudados, conquanto mereçam pesquisas mais aprofundadas - e da derrubada do Xainxá em Téheran (1979).
O episódio das Torres Gêmeas, perpetrado por muçulmanos, consagrariam as lutas contra o Islam no Ocidente, precedidas pelas máquinas de propaganda de Washington. Estes últimos ataques de drones na Somália, última novidade do Pentágono, se fazem contra uma nação muçulmana e a um país-membro da LEA (Liga dos Estados Árabes).
Em Malabo, mais uma vez confirmou-se que o ex-Presidente Lula faz gosto por Política Externa. A sua foi a de mais amplos expectros em nossa história diplomática, não pairam dúvidas a esse respeito.
Abraços do
ArnaC.
(comentário enviado por e-mail e postado por Castor)
ResponderExcluirUma reforma na ONU ajudaria os palestinos, pois tiraria poder do movimento sionista, cabeça do espoliador capitalismo financeiro e da “crise” que coloca países europeus nas mãos do FMI, além de capitão da política externa dos EUA e das ações da OTAN.
Será jogo duro, mas é preciso começar, e já, a construir movimentos na direção dessa reforma. Aqui, um participante da Terceira Intifada abriu uma página no Facebook para que as pessoas postassem mensagens que serão entregues a Ban Ki-Moon. A maioria delas, escrita em termos duros, desmascara a influência do dinheiro sionista nas decisões da ONU e pede o fechamento do organismo internacional, bem como a criação de outro, que represente povos, não governos.
Abração,
Baby