Veterano da Guerra da Coreia e ex-comandante do quartel de Quantico pede uma mudança de tratamento dado a Manning, lembra o direito a um julgamento rápido e público, e sugere tratamento igual ao dado a Oliver North.
Artigo | 20 Janeiro, 2011 - 17:50
Bradley Manning |
David C. MacMichael, ex-comandante do quartel de Quantico – onde está preso o soldado Bradley Manning, acusado de ser o autor do desvio dos telegramas da diplomacia americana para a WikiLeaks – escreveu uma carta ao general James F. Amos, Comandante do Corpo de Fuzileiros Navais, em que protesta contra as condições prisionais de Manning.
MacMichael, veterano da Guerra da Coreia, diz que se for correta a acusação de que Manning violou as disposições do Código Uniforme de Justiça Militar, fornecendo a pessoas não autorizadas informação classificada relativa às operações militares dos EUA e a comunicações do Departamento de Estado, ele deve comparecer diante de um tribunal marcial e, se for considerado culpado, condenado em conformidade com o Código.
“O que me preocupa aqui”, diz MacMichael, “e apresso-me a admitir que respeito os motivos de Manning, é a maneira pela qual a ação legal contra ele está sendo conduzida. Pergunto-me, em primeiro lugar, porque um homem alistado no Exército está detido numa instalação do Corpo de Fuzileiros Navais. Em segundo lugar, questiono a duração do confinamento anterior à realização do tribunal marcial. A sexta emenda à Constituição dos EUA, garantindo ao acusado em qualquer processo criminal o direito a um julgamento rápido e público, estende-se àqueles que estão sendo processados no sistema de Justiça Militar. Em terceiro lugar, duvido seriamente que as condições do seu confinamento – em solitária, com interrupção do sono, privação de todo o exercício físico, excepto o mínimo, etc. – sejam necessárias, ou estejam em conformidade com a lei, seja dos EUA ou internacional”.
O ex-comandante exorta o general James F. Amos a usar sua autoridade para tornar as condições confinamento do soldado Manning menos extremas. E recorda o tratamento dado ao tenente-coronel Oliver North, “que claramente violou o UCMJ – e, em minha opinião, desgraçou o nosso serviço – e não foi submetido a tribunal marcial”. North foi protagonista do famoso caso Irã-Contras, revelado em Novembro de 1986, durante o segundo mandato do presidente Ronald Reagan, no qual figuras-chave da CIA facilitaram o tráfico de armas para o Irã, que estava sujeito a um embargo internacional de armamento, para assegurar a libertação de reféns e para financiar os Contras nicaraguenses.
Quando MacMichael perguntou, na época, por que North não foi processado no âmbito do Código Uniforme de Justiça Militar, foi informado que quando oficiais são nomeados para funções na Casa Branca, NSC, ou similares, de certa forma deixam legalmente de estar nas Forças Armadas. No entanto, observa o militar, ele continuou a receber a sua remuneração militar e benefícios, a aumentar a sua antiguidade, a ser promovido, e apareceu de uniforme ao testemunhar a respeito de violações da legislação dos EUA perante o Congresso.
Não querendo equiparar o caso North a Manning, MacMichael sugere “que o tratamento igual perante a lei é um dos princípios americanos e que o Corpo de Fuzileiros Navais existe para o proteger”.
extraído do Esquerda.net
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