Fernando Siqueira |
Data:
21/11/2011
Fernando
Siqueira- Presidente da *AEPET
No
jornal Nacional do dia 18, o presidente da Chevron fez uma declaração vazia: "os
engenheiros da Chevron subestimaram a pressão do reservatório". O que quer dizer
isto? Nada. O que ele não disse, mas deveria, é que: mesmo já tendo alguns poços
em produção, o que fornece a pressão no reservatório, os engenheiros erraram no
dimensionamento da densidade da lama de perfuração quando chegaram à zona
produtora do reservatório, após 60 dias de perfuração, eles perceberam um Kick
de pressão (com perigo de perda de controle do poço), em função, provável, de
lama mais leve do que o necessário.
Depois
erraram na injeção de lama mais pesada, com pressão acima do suportável pelo
reservatório e fraturaram o seu reservatório. Afobados, começaram a
injetar uma lama mais densa para controlar o poço. Só que, ao injetar essa lama
eles o fizeram com pressão mais elevada do que o invólucro selador do
reservatório suportava e, assim, causaram a fissura do mesmo. Portanto, uma
sucessão de erros operacionais cometidos e não
confessados.
Segundo
o Wall Street Journal, a plataforma
que está perfurando, é uma plataforma improvisada. Era obsoleta e funcionava
como flotel (hotel flutuante) no Mar do Norte; Foi “armengada” e foi alugada por
U$ 315 mil por dia. Uma plataforma moderna e adequada para essa atividade custa
cerca de U$ 700.000 por dia. No inicio, a Chevron tentou por a culpa na
Petrobrás insinuando que o vazamento era do campo de Roncador. Foi preciso o
CenPes (Centro de Pesquisas da Petrobras) analisar o óleo para verificar o DNA do mesmo e identificá-lo como do
campo de Frade, desmentindo os irresponsáveis.
Essas
são algumas evidências objetivas que mostram que é preciso acabar com os leilões
para evitar que empresas aventureiras, predadoras e mentirosas venham fazer no
Brasil a mesma devastação que tem feito nos outros países como Nigéria, Equador,
Peru, Iraque, Afeganistão, Líbia e, até na Amazônia, pois durante os contratos
de Risco, nas décadas de 70 e 80 eles perfuraram na Amazônia e deixaram um
rastro de destruição.
A Petrobrás já
perfurou dezenas de poços nessa e em maiores profundidades, sendo mais de 20
poços no pré-sal e não provocou acidentes, muito menos dessa gravidade, mesmo
não contando com essa benevolência da grande mídia.
Enviado pela *AEPET –
Associação dos Engenheiros da Petrobras
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