Novamente, os tanques tomaram as ruas
cariocas, junto com as tropas armadas até os dentes, os helicópteros, e todo um
cenário que tanto agrada à Rede Globo, e aos imbecis que não sabem onde termina
a novela e começa sua própria vida. Agora, foi a Rocinha a comunidade
invadida…
Num
momento como esse, é preciso denunciar novamente que
as “ocupações” dos morros pelos militares e policiais não têm nada a ver com o
combate ao tráfico (de drogas e de armas) ou ao “crime organizado”, e sim com
uma reorganização dessas atividades tão lucrativas. Além disso, passam pela
reorganização da própria cidade, sempre pautada pela especulação imobiliária e
pelo interesse dos grandes grupos econômicos, e nunca pelos interesses da
população pobre.
Mas,
como de costume, nesse tipo de situação acontece uma mágica; os governantes e a
grande mídia transformam invasão em “ocupação; militarização em “pacificação”;
já o terror é chamado de “ordem”; o medo vira “respeito”; a especulação
imobiliária passa a ser “interesse social”, e por aí vai.
Todo
mundo sabe que a maior parte do dinheiro que o tráfico movimenta não fica na
quebrada, mas sim no bolso dos grandes empresários, banqueiros, políticos,
juízes, etc., pelo mundo afora. Outra parte importante vai para a polícia. Não é
à toa que as milícias, que aterrorizam várias quebradas cariocas, e estão se
expandindo cada vez mais (não só na cidade do Rio de Janeiro, mas em vários
estados do Brasil) são formadas principalmente por policiais, na ativa ou não, cada uma
ligada a vereadores, deputados estaduais, federais, juízes, membros da
Prefeitura, do Governo estadual, etc. E essas milícias estão envolvidas não
somente com a extorsão, mas com o tráfico de drogas e de armas.
O
verdadeiro crime organizado tá na direção do Estado e das grandes empresas. E os
que fazem a tal “política de segurança” são os mesmos que lucram com as chamadas
atividades criminosas.
Haja hipocrisia…
Enviado por Rede Extremo Sul
( comentário enviado por e-mail e postado por Castor)
ResponderExcluirMais um caso de perguntinha metida a 'equilibrada' e metida a 'isenta', no título. E a ideia aproveitável (porque é a ideia que se pode discutir, da qual se pode discordar e com a qual se pode concordar) perdida lá em baixo, no fim do artigo.
O título de propagada de democratização, desse artigo, teria de ser "O verdadeiro crime organizado tá na direção do Estado e das grandes empresas".
E os 'críticos', os 'éticos', os 'científicos', os 'equilibrados', os 'jornalistas', se quisessem, que fizessem a perguntinha metida a equilibrada: "Pacificação ou militarização?"
Essa perguntinha 'equilibrada' é JORNALÍSTICA e não interessa a ninguém. Só interessa ao próprio jornalismo e ao jornalista que, com essa perguntinha metida a 'equilibrada', fingem que mantêm a discussão aberta.
A discussão só será mantida DEMOCRATICAMENTE aberta se e quando alguém AFIRMAR ALGUMA COISA, com lado, é claro, e posição clara. E o outro lado puder ser ouvido no mesmo jornal, mesmo espaço, mesmo destaque E NA MESMA HORA, na coluna ao lado. Numa coluna o que a D. Eliane Cantanhede pense sobre alguma coisa e, na coluna ao lado, o que eu-euzinha penso sobre a MESMA coisa. Enquanto as coisas não forem assim, NENHUM jornalismo ou jornalista é ou pode ser democrático.
O título de propaganda de democratização certo, nessa matéria, se o jornal fosse MEU, seria: "Pacificação". Daí em diante, deixa o pau quebrar na discussão social: cada lado com seu lado. Só a luta ensina.
Só os jornais e os jornalistas -- a empresa-imprensa -- precisam do jornalismo que há. A Internet NÃO É JORNALÍSTICA.
Vila Vudu