2/2/2012, Zhang Yuwei e
Li Lianxing, China
Daily, Pequim
Traduzido
pelo pessoal da Vila
Vudu
Li Baodong, Embaixador da China na ONU |
NAÇÕES
UNIDAS/DAMASCO – A China manifestou hoje sua oposição a intervenção militar ou
imposição de novas sanções, como via para resolver o conflito na Síria, divulgou
alerta de viagem e alertou cidadãos chineses que vivam na Síria, para que
redobrem as precauções de segurança.
“A
China opõe-se firmemente a qualquer tipo de ação para “mudança forçada de
regime”, que viola os objetivos e princípios da Carta das Nações Unidas e as
normas básicas que governam as relações internacionais” – disse Li Baodong,
embaixador da China na ONU, durante reunião no Conselho de Segurança para
discutir a Síria, na 3ª-feira.
O
Conselho de Segurança debatia um projeto de resolução apresentado pela Liga
Árabe, que “exige” que o presidente sírio renuncie. China e Rússia disseram,
durante a reunião, que esse projeto sugeria muito claramente uma “mudança
forçada de regime”.
Para
o embaixador Li, “sanções, além de não ajudarem a resolver problemas, levam a
complicações ainda maiores”. Disse também que a China apoia a posição dos
russos, na discussão sobre a Síria.
Na
primeira expressão completa da posição da China sobre a questão síria, as
palavras de Li mostraram claramente que a China não deseja que se repitam os
eventos que se viram na Líbia – disseram analistas chineses. No caso da Líbia, o
Conselho de Segurança adotou resolução, ano passado, que autorizou “todas as
medidas necessárias” para proteger cidadãos líbios. Em seguida, aconteceu o
ataque militar da OTAN contra cidades e populações
desarmadas.
Yin
Gang, especialista em questões do Oriente Médio na Academia Chinesa de Ciências
Sociais, disse que os dois países, China e Rússia, não admitirão que o Conselho
de Segurança seja usado como anteparo para intervenção militar. “O sistema
político sírio talvez precise ser melhorado, mas qualquer tentativa de
melhorá-lo terá de ser feita por meios pacíficos” – acrescentou
Yin.
Na
3ª-feira, Li disse também que o povo sírio encontrará solução para seus
problemas. “A Síria e os sírios são suficientemente capazes e competentes para
inventar um sistema político e um regime de crescimento econômico que se
integrem harmonicamente com as condições daquele país.”
Durante
os debates na 3ª-feira, o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, disse que a
Síria “é capaz de decidir por ela mesma” – reiterando a oposição dos russos a
sanções e deslocamento de soldados.
Mas
estados árabes, os EUA e países europeus tentam empurrar o Conselho a adotar um
projeto de resolução que imporia à Síria o que seus apoiadores estão chamando de
“transição política”; e encampa um plano dos árabes que tenta forçar o
presidente Bashar al-Assad a renunciar.
Para
Jihad Makdissi, porta-voz do ministro sírio de Relações Exteriores, falando
a China Daily na 4ª-feira, a atual crise é cheia de
complexidades e não pode ser tratada como questão de “ou branco ou preto”. E
concluiu: “A Síria é favorável ao diálogo e o governo aceitará qualquer
iniciativa que seja construtiva, não destrutiva.”
Para
Ye Hailin, pesquisador do Oriente Médio na Academia Chinesa de Ciências Sociais,
não há dúvidas de que a Liga Árabe e o Conselho de Cooperação do Golfo terão
participação importante em qualquer resolução que venha a ser
aprovada.
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