7/9/2012, Colectivo La Pluma
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Senhor
Juan Manuel Santos, Presidente da Colômbia e Comandante Timoleón Jiménez,
Comandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército Popular
(FARC-EP):
Com
grande satisfação saudamos o acordo que foi divulgado para a opinião pública
pelo governo colombiano e pelas FARC-EP. Confiamos que o processo que se inicia
culminará na criação de uma Colômbia em paz, único destino que as futuras
gerações merecem.
Reconhecemos
o valor do passo dado e a coragem que manifestam os dois lados, ao
comprometer-se num processo indispensável ao bem do povo colombiano.
Dada
a natureza eminentemente social do conflito colombiano, saudamos esta
oportunidade como espaço a partir do qual se gere um verdadeiro diálogo nacional
em torno de questões de suma importância para o futuro da Colômbia, questões
estruturais e de fundo, intimamente ligadas à paz.
Ante
acontecimento de tanta transcendência, é legítimo propor perguntas de suma
importância para assegurar o êxito e a representatividade dessa iniciativa.
· Como
se assegurará a participação da sociedade civil e das organizações populares nas
negociações?
· Que
mecanismos se estabelecerão para que as consultas e ideais que cheguem à mesa de
negociações sejam consideradas com seriedade e deem eficácia ao debate
democrático, como é normal numa democracia?
· Haverá
cenários adequados para as contribuições da cidadania, de coletivos, mesas
regionais, processos constituintes e outros similares?
· Que
medidas o governo adotará para garantir o direito à oposição e à dissidência
durante as negociações?
· Como
efetivamente procederão as autoridades, para que direito de o povo
manifestar-se e pronunciar-se sobre temas como a paz e a guerra – que compete ao
povo discutir – não seja equiparado ao “terrorismo” e nenhuma “mão negra”
atribua a quem discuta paz e guerra “objetivos militares”?
· Que
medidas serão tomadas para desmontar o paramilitarismo e as milícias privadas a
serviço de interesses econômicos e de caciques políticos?
· Supõem
ainda que seja possível negociar em meio ao conflito, como o governo nacional
não se cansa de repetir que seria?
· Não
seria mais sensato, para que não se repitam experiências negativas do passado,
construir um cessar-fogo bilateral e por prazo indefinido, que comece no
instante em que se iniciem as negociações?
Presidente
Santos, Comandante Jiménez, acreditamos que essas são inquietações da imensa
maioria da população, a mesma que já se manifestou claramente a favor da
iniciativa das conversações.
Temos
confiança de que nossas inquietações serão ouvidas. Somos muitos os que
esperamos que essa oportunidade converta-se no início do caminho que levará à
paz e à justiça social.
Temos
grandes expectativas investidas no resultado final dessas negociações e
sinceramente confiamos no desenvolvimento de um processo pleno de altruísmo, de
parte de todos.
Sabemos
que os senhores estão plenamente conscientes das altas responsabilidades que
lhes cabem. Temos certeza de que saberão responder à altura ao desafio que a
história lhes impõe.
Nós,
e mais milhões, na Colômbia e em todo o mundo, contribuiremos com tudo que
esteja ao nosso alcance para a tarefa de construir um país novo e feliz, em paz
consigo mesmo.
Coletivo
“La Pluma”, 7/9/2012
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Nota:
Indivíduos e organizações que
desejem subscrever essa Carta Aberta devem enviar mensagem ao seguinte
endereço: contact@lapluma.net
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