11/9/2013, Global Times,
Pequim - Editorial
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Manifestantes
desfilam em frente à Casa Branca, em Washington DC, nos Estados
Unidos, em 7/9/2013,
instando o Congresso a rejeitar o plano de ação militar do
presidente Barack Obama contra a Síria.
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A mudança é
dramática. Moscou sugeriu a Damasco que deve entregar suas armas químicas,
destruí-las sob supervisão internacional e unir-se à Convenção pelo Banimento de
Armas Químicas. A Síria rapidamente respondeu positivamente ao plano; e o
presidente Obama também enviou um sinal; declarou que a resposta da Síria era
“desenvolvimento potencialmente positivo”. Essa virada inesperada, depois que
Washington mostrou seu plano para um ataque aéreo à Síria, trouxe algum alívio.
A mídia nos EUA já
suspeitava de que o presidente Obama estivesse cuidando de uma “rota de escape”.
Também muitos creem que seu ataque aéreo pode ser cancelado. O plano não obteve
apoio suficiente dos cidadãos nos EUA e muitos deputados e senadores
manifestaram objeções.
A proposta russa,
para alguns analistas, é uma escapatória que Vladimir Putin oferece ao
presidente americano.
A situação ainda é
cheia de incertezas. Os EUA tornaram-se hesitantes, hesitação sem precedentes,
no que tenha a ver com “punir” nação muito menor que os EUA. Obama passou a bola
ao Congresso, onde logo emergiram divergências massivas. Estará Tio Sam tomado
de temores, só porque a liderança do presidente Obama é fraca? O caso não parece
ser esse.
Washington perdeu o
senso de direção no Oriente Médio. Basta um estalo de dedos, e Tio Sam pode
reduzir a cinzas a Síria, com um único ataque aéreo. Mas a ambiguidade dos
propósitos políticos dos EUA está pondo o país numa situação de alto risco.
Afinal, já se sabe que o Grande Oriente Médio, proposto depois da derrubada do
regime de Saddam Hussein, nunca passou de utopia.
Ao mesmo tempo, a
“conclamação” de Tio Sam aos amigos já não funciona tão bem como antes. Dessa
vez, o mais provável é que a Royal Air Force britânica não compareça ao lado de Tio Sam.
Mais importante, praticamente todas as grandes potências europeias já aplaudiram
a solução pacífica concebida pelos russos.
A hesitação de Obama
sugere que o poder dos EUA está declinante na comunidade internacional.
O mundo começa a
preocupar-se com movimentos que lhe parecem inconsequentes ou temerários
demais.
A proposta do
Kremlin, clara, decisiva, tática e executável, foi golpe duríssimo no calcanhar
de Aquiles de Washington. A Rússia superou o que foi em crises passadas, como na
Iugoslávia, e acertou um cruzado no olho do mundo beligerante.
Contudo, deve-se
notar que só o fim total desse “drama” pode forjar o futuro geopolítico no
Oriente Médio. O que realmente fará diferença é se os EUA desistirão do ataque e
se o governo de Bashar al-Assad será mesmo derrotado, caso o botão da guerra
seja acionado.
Se Washington
desistir do ataque aéreo, não importa por que motivo, ter-se-á o início do fim
do intervencionismo militar comandado pelo ocidente. Os EUA talvez consigam
começar a “raciocinar” com o mundo. Mas se a guerra eclodir, ela, em seguida, se
converterá em vale-tudo dos mais incertos entre muitas diferentes
potências.
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