14/5/2014, [*] Tyler Durden, Zero Edge
Traduzido por mberublue
Não é segredo para ninguém que a Rússia tem se esforçado em
conseguir acordos comerciais que venham a diminuir a participação (e
influência) do dólar americano desde o início da crise ucraniana (e mesmo
antes): a questão já foi abordada antes nestas páginas (veja: Gazprom
prepara emissão “simbólica” de títulos em Yuan chinês; Petrodólar
em alerta: Putin prepara-se para anunciar o “Santo Graal” (Acordo de gás
com a China): Rússia
e China prestes a assinar o “Santo Graal” (Acordo sobre gás}; 40
Bancos Centrais apostam que esta será a nova moeda de reserva [e outros artigos assinados por “Tyler
Durden” no Zero Edge - NT].
Afinal de contas, não é realmente “ridículo” que qualquer
país possa sequer considerar viver fora dos limites ideológicos e... religiosos
do Petrodólar? Porque se qualquer um puder fazer isso, todos poderão e isso,
vocês sabem, significará para os EUA a hiperinflação, colapso social, guerra
civil e tudo o que sói acontecer apenas em repúblicas de bananas como a
Venezuela, que infelizmente não possui de seu nenhuma moeda mundial de reserva
para dar-lhe um pontapé na...
Ou pelo menos é isso que os economistas keynesianos, também conhecidos como grão
sacerdotes da já mencionada religião do Petrodólar nos querem fazer acreditar.
Desglobalização |
Porém ainda que isso esteja sendo chato para os estadistas
lerem, a Rússia está trabalhando duro para ver o dólar dos Estados Unidos pelo
espelho retrovisor, com a firme intenção de substituí-lo por um sistema
monetário que seja livre dele. Ou, como está
sendo chamado na Rússia, um mundo “desdolarizado”.
A Voz
da Rússia, citando fontes da imprensa russa, reporta que o Ministério das Finanças está pronto para
iniciar um plano para incrementar radicalmente a participação do rublo russo
nas operações de exportação, o que acarretará a redução do percentual nas
transações com utilização do dólar americano. Fontes do governo crêem que o
setor bancário russo está “preparado
para organizar o incremento no número de transações com utilização do rublo”.
Conforme a agência de notícias Prime, o governo organizou em 24 de abril um encontro especial cujo mote foi a
procura de uma forma de se livrar do dólar nas operações russas de exportação.
Experts de nível superior dos setores energético, bancário e de agências
governamentais foram convocados e colocados frente a certo número de medidas a
serem tomadas como uma resposta às sanções aplicadas à Rússia pelos Estados
Unidos.
Igor Shuvalov |
Pois
é... Se o mundo ocidental queria uma resposta russa ao crescente número de
sanções contra o país, está na iminência de vê-la.
A “reunião de desdolarização” presidida
pelo vice primeiro Ministro da Federação Russa, Igor Shuvalov, é prova de que Moscou tem sérias intenções
de parar de usar o dólar americano. A reunião seguinte foi presidida pelo
vice Ministro das Finanças, Alexey Moiseev o qual declarou mais tarde ao canal
Rossia 24 que “será incrementada a proporção atual de contratos em rublo” acrescentando que nenhum dos especialistas
e representantes de bancos, ao serem inquiridos, viu qualquer problema no plano
governamental de aumentar a quota dos pagamentos em rublo.
Para a comodidade dos leitores que falam russo, a entrevista
com Moiseev pode ser vista em:
Моисеев: объем рублевых расчетов будем увеличивать
Моисеев: объем рублевых расчетов будем увеличивать
Então, se
você pensou que apenas o supremo Obama poderia reinar sozinho através de ordens
executivas, você estava enganado. Os russos também podem fazer isso de forma
tão eficiente quanto. Clique em “ordem executiva de troca de moeda”.
Alexey Moiseev |
É
interessante que em sua entrevista, Moiseev tenha mencionado um instrumento
legal que pode ser descrito como “ordem
executiva de troca de moeda”, afirmando que o governo russo tem o poder legal
de obrigar as companhias russas a comerciar uma percentagem de certos bens e
serviços apenas em rublos. Referindo-se aos casos em que essa proporção
pode chegar a 100%, a autoridade russa afirmou que “seria um caso extremo e não
posso dizer neste momento como e quando o governo russo usará esse poder”.
Bem. A todo o tempo em que a
opção for válida.
Mas o mais importante não é que a Rússia tenha realmente
qualquer chance prática de implementar as medidas, se não fosse a existência de
outras nações que se disponham a relações de comércio bilateral livres do
dólar. Ocorre que esses países existem e não deve ser surpresa para ninguém que
dois deles que já intensificaram essa prática são nada mais nada menos que Irã
e China.
Claro, o
sucesso da campanha de Moscou para a mudança para o rublo ou outras moedas
regionais nas negociações comerciais depende da boa vontade de seus parceiros
comerciais de se livrar do dólar. Dois
países estariam dispostos a apoiar a Rússia, conforme fontes citadas por
Politonline.ru: Irã e China.
Dado que
Vladimir Putin deve visitar Pequim em 20 de maio próximo, pode-se especular que
os contratos de gás e petróleo que deverão ser assinados entre Rússia e China o
serão em rublos e yuans, não em dólares.
Em outras palavras, no tempo de uma semana veremos não
apenas o anúncio do “Santo Graal” no acordo do gás Rússia-China já descrito
aqui, mas seu termo financeiro, que agora parece quase certo que será fechado
exclusivamente em RUBLOS e YUANS e não em DÓLARES AMERICANOS.
E como já explicamos repetidamente, quanto mais o ocidente
hostiliza a Rússia, quanto mais pesadas se tornam as sanções, mais a Rússia se
vê forçada a abandonar um sistema de comércio dominado pelo dólar americano,
voltando-se para a China e a Índia. É por isso que o anúncio a ser feito na
próxima semana é inovador e, certamente será, mas é apenas o começo.
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Poderiam fazer essas transações em ouro, que é um padrão universal e que não está atrelado a nenhum país. Era o que Kaddafi queria fazer, usando os Dinares de Ouro líbios, que eram uma promessa de prosperidade para todo o continente africano.
ResponderExcluir"era o que Kadafi queria fazer"Poderia acrescentar o que Sadan Hussein quiz fazer o que De Gaulle sonhou fazer: Acabar com o que ele denominou "privilegio exorbitante dos EUA. Todos sabemos o que aconteceu Kadafi e Sadan. Mas o que pouca gente sabe e que De Gaulle tambem foi outra vitima. O movimento popular de 1968 que levou De gaulle renunciar nao foi um movimento popular expontaneo, uma "revolucao" como foi apregoada, mas tal qual a chamada "Primavera Arabe" um movimento popular fabricado por agentes da Cia na Franca.
ExcluirAcontece que o ouro é limitado e está em sua maior parte sob controle americano.
ResponderExcluirLógico, por isso que os EUA não podem devolver o ouro alemão, simplesmente porque Fort Knox está cheio de ouro! Acorda, os EUA não tem reservas, por isso tem uma moeda sem lastro, que há muito deixou de ser amortizável em ouro. A China encheu seus cofres de ouro, talvez seja a maior detentora em cofre.
ExcluirFort Knox esta cheio de ar. O ouro que la estava depositado, que nao foi vendido foi roubado pelos presidents Bush, o pai, e Clinton.
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