5/7/2014, [*] Alastair Crooke, Conflicts Forum
Traduzido pelo pessoal da
Vila Vudu
A
expressão “management [ou gestão] da selvageria” – detalhadamente
explicada no Tratado de Abu Bakr Naji
[2] –
refere-se àquele hiato que acontece entre o esvaziamento de um poder e a
consolidação de outro. Assume-se aqui que haverá algum caos, e que o território
disputado será varrido pela violência, enquanto o poder oscila de um lado para
o outro, entre o velho poder e o poder que o sucede.
Áreas do Iraque e da Síria controladas pelo ISIS |
BEIRUTE – Vivemos tempos
extraordinários. No Iraque (e no mundo muçulmano, há eventos extraordinários).
Há a tomada relâmpago de “território sunita” da Síria e do Iraque (mas imaginada
como a concretização de um “cinturão” sunita que se estenderia pela região). O
simbolismo é potente no contexto da história inicial do Islã. A crueldade fria
da estratégia militar do ISIS capturou e estimulou a imaginação e o
ardor de jovens muçulmanos sunitas em todo o mundo.
E foi recebida com admiração por muitos
no Iraque e nos Estados do Golfo. Mas assusta: a “marcha
dos degoladores” dá calafrios.
Essa adrenalina pesada, mistura de medo e excitação, e mais o senso eufórico de
que os eventos reproduzem a implantação de um Império Islâmico, está caindo em
campo fértil.
Por todo o Oriente Médio e África, as
questões agrárias e os salafistas a inflar uma atitude vitimária dos sunitas
mediante usurpação e ofensas, tudo contribui para engrossar a onda geral de
vulnerabilidade a esse novo fervor coletivo de entusiasmo pelo grupo ISIS
(ISIL, DAISH).
Abdullah Azzam |
ISIS não é al-Qaeda; não é franqueado da al-Qaeda, nem seu
afiliado. Depois de breve flerte, ISIS e al-Qaeda estão separados,
distantes, apartados e em oposição direta; o ISIS considera errada a
posição da al-Qaeda (embora ainda siga os escritos de Abdallah Azzam, uma das
influências intelectuais chaves que inspiraram a al-Qaeda).
A al-Qaeda emergiu do “mito” de que a
URSS teria sido “implodida” pelo mujahidin do Afeganistão, que teriam
sido bem-sucedidos na tática de forçar a super distensão política e econômica
dos soviéticos. Na sequência, a análise feita por Abdullah Azzam da
vulnerabilidade da URSS naquele processo, levou à ideia de que os EUA também
poderiam ser similarmente “implodidos” – por choque, depois de serem forçados a
se super distender por todo o planeta, em dimensões ditas “globais”. O
resultado seria que as fragilidades e a hipocrisia da superpotência acabariam
por ser expostas aos olhos dos muçulmanos comuns, o que os levaria a perder o
medo que os EUA lhes inspirariam.
Para alcançar esse objetivo, porém, bin
Laden entendeu que seria indispensável que os muçulmanos se unissem (vale
dizer: o sectarismo foi desencorajado). Àquela altura, a guerra de “perturbar e
exaurir” [3] estava dirigida contra o “inimigo distante” mediante atos
globais de “choque e pavor”, mas a guerra da al-Qaeda era mais guerra virtual
que guerra quente guerreada em campo.
O zarqawismo
(expressão que uso aqui para designar, sem ambição de rigor, a ideologia do
grupo ISIS) cresceu de diferentes raízes. Não foi algum esquema
grandioso para implodir os EUA, mas teve sempre a ver com queixas e
ressentimentos (com raízes nos sentimentos de uma classe rural empobrecida e
deslocada). Teve a ver com o sentimento dos sunitas de perda de privilégios, de
poder, de posse do estado e de direitos considerados seus. Foi movido por um
profundo desejo de vingança contra “usurpadores”. Teve também seus sobretons de
guerra de classes (camponeses e agricultores contra uma elite cosmopolita
afluente). Mas, sobretudo, teve raízes profundas no preconceito: ódio ao
“outro” e, em particular, ódio aos xiitas e ao Irã.
Abu Musab al-Zarqawi |
O zarqawismo
fixou-se no Iraque, em guerra quente (a “política do sangue” então ainda era
local, antes dos paradigmas globais que bin Laden lhe deu). Fixou-se no
contexto de violenta luta sectária (Bagdá estava passando por processo de
limpeza étnica) e na humilhação dos Sunnah (derrubados do poder e
sumariamente expulsos do exército). Subsequentemente, sunitas da Síria que
combatiam a ocupação do Iraque (muitos dos combatentes sírios e palestinos
gravitaram para os grupos de Zarqawi) levaram a “ideia” de Zarqawi de volta
para as áreas já muito sofridas e densas de ressentimentos de Homs e Hama.
O que mais caracterizava a doutrina de
Zarqawi era a absorção de um wahhabismo intolerante que exigia purgação – pelo
fio da espada – de um Islã “desnorteado”. Ele teria de ser “purificado” até ser
convertido em uma única voz, uma única autoridade, uma única liderança para
todos. Mediante essa purificação e seguindo uma via de deliberada crueldade, a
Lei Xaria e o Estado Islâmico seriam reconstruídos.
Dois elementos põem Zarqawi em espaço à
parte e o separam da al-Qaeda: primeiro, uma recusa radical a aceitar a
interpretação histórica tradicional sobre como o estado islâmico foi
constituído. Nesse revisionismo histórico, foram os “clérigos combatentes” e
seus seguidores armados, lutando em nome do Islã, que fundaram o Estado (essa
não é a interpretação convencional).
Assim, ao mesmo tempo em que o zarqawismo adota o “puritanismo”
wahhabista, ele também rompe com o wahhabismo de modo realmente revolucionário,
porque nega ao Reino Saudita qualquer legitimidade como fundadores de algum
Estado, como zeladores da Mesquita, ou como intérpretes do Corão. Todos
esses atributos o ISIS toma para si. Nessa interpretação zarqawista, o ISIS é o Estado. Isso
implica completa rejeição de todos os aspectos da autoridade temporal e
religiosa dos sunitas.
Abu Bakr al-Baghdadi |
Embora o zarqawismo siga o pensamento de Azzam ao ver a implosão dos EUA como
alvo principal, na prática o ISIS filtra seu entendimento da política
contemporânea pelo prisma da migração do Profeta, saído de Meca, sua luta
contra os habitantes de Meca e, conforme a interpretação que faz o primeiro
califa do ISIS, Abu Bakr, seu modo de guerra violenta.
Simbolicamente tudo isso é muito
importante. Assim sendo, como quando o “projeto muçulmano” do profeta foi quase
destroçado na batalha de Uhud pelos exércitos de Meca, os revezes de
hoje contra a “missão divina” do ISIS na Síria são vistos como
simbolicamente equivalentes – como uma “Uhud” de hoje – quer dizer, o
revés do ISIS na Síria é interpretado por muitos como revés existencial
contra o projeto sunita como um todo.
O Irã é o novo “inimigo distante”
Mas quem faz as vezes de Meca e seus
moradores nessa alegoria? Não os EUA, mas o Irã. Continuam a falar muito do
“inimigo distante”, mas o simbolismo aponta indiscutivelmente na direção de um
inimigo bem próximo: o Irã.
Hoje, no Iraque, é bem claro que o ISIS
entende que o caminho para consolidar o Estado Islâmico já ultrapassou o
primeiro estágio (operações de “perturbação” e forçar o inimigo a dispersar
forças e recursos sobre superfícies vastíssimas).
Nourial-Maliki e Bashar al-Assad (fev/2014) |
Aqui, outra vez, surge a questão: a que
“inimigo” o ISIS refere-se? Bem, o ISIS não diz, mas líderes do
Golfo dizem com todas as letras, quando insistem nas conversas com “parceiros”
ocidentais; o que dizem é que, se se tratasse só de remover Bashar al-Assad e
Nouri al-Maliki seria fácil, tudo se resolveria, e a paz voltaria ao Oriente
Médio (os dois presidentes, é claro são vistos como obstáculos à hegemonia
regional sunita).
Assim, hoje, o ISIS vê o Iraque
(e o leste da Síria) como o segundo estágio (“Management da
Selvageria”) no progresso rumo à consolidação do Califado (terceiro estágio). O
que significa isso? E o que implica, para a condução até o estágio seguinte?
A expressão “management [ou
gestão] da selvageria” – detalhadamente explicada no Tratado de Abu Bakr Naji – refere-se de fato àquele hiato que
acontece entre o esvaziamento de um poder e a consolidação de outro. Assume-se
aqui que haverá algum caos, e que o território disputado será varrido pela
violência, enquanto o poder oscila de um lado para o outro, entre o “velho”
poder e seu sucessor (o Estado Islâmico).
Estabelecer uma sociedade de combatentes
Nesse período, segundo suas fontes
teóricas, o ISIS terá objetivos limitados: alcançar segurança interna e
preservá-la; fixar as próprias fronteiras; alimentar a população; estabelecer a
Xaria e a justiça islâmica e − mais importante − fixar o estabelecimento de uma
sociedade de luta, uma “sociedade de combatentes” em todos os níveis da
comunidade.
Segundo o Tratado O Management da
Selvageria [...], nesse estágio a segurança impõe que se eliminem os
espiões e “detenham-se os hipócritas com provas e outros meios para obrigá-los
a reprimir e esconder a própria hipocrisia, a reprimir e esconder suas opiniões
acovardadas, e a obedecer aos que estão no poder, até que o mal que há neles
desapareça”. Em resumo: deve-se esperar que todos os objetivos do ISIS para
o próximo estágio estejam incluídos nesse parágrafo.
Humvees capturados pelo ISIS em Mosul |
Em outras palavras, qualquer ataque a
Bagdá, que o Estado Islâmico insiste que virá, provavelmente não
acontecerá imediatamente; terá de esperar até que a área já tomada seja
“tornada segura”, e suas fronteiras controladas.
Assalto e saque dos recursos financeiros
A atual fase marca também o momento de
“assalto e saque dos recursos financeiros” para os objetivos do “projeto”. A
implicação aqui é que o ISIS tem o objetivo de vir a ser financeiramente
autossuficiente. De fato, está claramente perseguindo esse objetivo na Síria
(tomando campos de petróleo, depósitos de armas do Conselho Nacional Sírio e
vendendo aos turcos parte considerável da infraestrutura industrial de Aleppo e
do norte da Síria).
Isso sugere também que, embora o ISIS
não esteja atualmente contestando militarmente a tomada de Kirkuk (com seus
importantes recursos de petróleo) pela guerrilha curda Peshmerga, é só questão
de tempo antes que o Estado Islâmico passe a tentar apossar-se dessa evidente
fonte de dinheiro – como já deu combate a outros grupos jihadistas na Síria,
pelo controle da renda do petróleo de Raqa’a.
Mas essa segunda fase (administrar o
violento hiato até que o estado esteja consolidado) assinala – mais
terrivelmente – o início de “massacrar o inimigo e mantê-lo apavorado”. A
literatura sublinha que qualquer pessoa que tenha experiência de guerra (bem
diferentes de quem só teoriza sobre a guerra) compreende facilmente que massacrar
e implantar bem fundo o medo no coração do inimigo está na natureza da guerra.
Para confirmar o argumento, há exemplos
de Companheiros (do Profeta) que “queimavam pessoas vivas, embora considerassem
a prática odiosa, porque conheciam bem o efeito da violência bruta em tempos de
violência necessária”.
Sem mercê
O autor do tratado O Management da
Selvageria declara sem meias palavras que não há lugar para “suavidade”.
“Suavidade” é ingrediente do fracasso: “nossos inimigos não nos darão mercê. Compete
a nós fazê-los pensar mil vezes antes de atreverem-se a nos atacar”.
ISIS fuzila xiitas sumariamente |
Aqui se vê a segunda noção chave do zarqawismo: a interpretação que o ISIS
dá às campanhas militares comandadas pelo primeiro Califa. Essa “interpretação”
destaca (e procura legitimar) a necessidade de usar “violência bruta” durante
esse período de hiato, quando o poder islâmico não estiver plenamente
consolidado. Houve um momento, depois da morte do Profeta, quando várias tribos
árabes recusaram-se a pagar Zakat a Abu Bakr (como sempre haviam pagado
antes ao Profeta, enquanto viveu), e alegaram (conforme a tradição árabe
dominante) que a lealdade tribal que os ligava ao Profeta extinguira-se
naturalmente com a morte do líder. Daí começaram as brutais Guerras de Ridda
[Guerras da Apostasia]. O que interessa aqui é o destaque e a importância que
recebe o conceito de Apostasia – definição que o ISIS acompanha
estritamente.
Em resumo, temos que os degolamentos
e outras violências praticadas pelo ISIS não são atos de fanatismo
enlouquecido, nem estão imitando outros grupos: a violência, em todos os casos,
é estratégia refletida e atentamente elaborada. A estratégia militar que o ISIS
segue no Iraque tampouco é ingênua, ou alguma espécie de aventura populista: é
estratégia bem preparada, de planejamento militar profissional.
A violência aparentemente randômica tem
objetivo preciso: visa a gerar grande medo; quebrar o moral, destruir a
estabilidade psicológica do povo – e, segundo relatos, é exatamente o que o ISIS
já começou a fazer com moradores de Bagdá. Estão, muito compreensivelmente,
muito assustados.
Uma política de polarização
Por hora, o ISIS está focado em
aumentar a pressão sobre a população da cidade, procurando tomar suas fontes de
combustível (a refinaria de Baiji) e de suprimento de água (a barragem de Haditha). O explícito objetivo do ISIS nesse caso em Bagdá, como também na
Síria – é polarizar a população, como explica o autor de O Management
da Selvageria:
Por polarização, aqui, falo de arrastar as massas para a batalha, de tal
modo que haja polarização entre todos, na população. Assim, um grupo deles
ficará ao lado do povo da verdade, outro grupo ficará ao lado do povo da
mentira e um terceiro grupo permanecerá neutro – esperando que a batalha se decida,
para aliar-se ao vencedor. Temos de atrair a simpatia desse último grupo e
fazê-lo desejar a vitória do povo da fé, especialmente porque esse grupo tem
papel decisivo nos estágios posteriores da atual batalha. Arrastar as massas
para a batalha exige mais ações que inflamem a oposição que façam o povo entrar
na batalha, querendo ou não, de tal modo que cada indivíduo irá para o lado que
apoia. Temos de fazer essa batalha muito violenta, de tal modo que a morte esteja
sempre a um passo, para que os grupos deem-se conta de que entrar na batalha
levará muito frequentemente à morte. Esse será poderoso motivo para que os
indivíduos escolham combater nas fileiras do povo da verdade, para morrer bem,
o que é melhor que morrer em falsidade e perder os dois mundos, esse e o
próximo. [Abu Bakr
Naji, The Management of Savagery].
Localização da barragem de Hadhita que abastece Bagdá |
Essa é a estratégia que com muita
probabilidade o governo do Iraque enfrentará. Nouri al-Maliki está dedicado em
reunir e preparar um grande exército xiita. O mais provável é que, de início,
concentre-se em deter o ímpeto do ISIS e assim, aplicando-lhe pesada
derrota militar, espera quebrar o encanto que o ISIS exerce sobre os
muitos sunitas inebriados por seu impetuoso avanço pelo território do Iraque.
Já tentou retomar Takrit, deixando para
mais adiante a tarefa muito mais difícil de desalojá-los de Mosul. (Os que se
lembram do sítio do Campo Naher al-Barad no norte do Líbano lembram
também que o exército libanês teve de atacar durante três meses e meio e perdeu
300 soldados – para conseguir livrar esse campo de refugiados palestinos de
nada além de 100 jihadistas do tipo ISIS. No processo, Naher al-Barad
foi praticamente destruído).
O sucesso (ou fracasso) da defesa de
al-Maliki – contra o ISIS – incide diretamente na questão da
polarização: força excessiva, com muitos civis mortos e armamento muito pesado
polarizará a população sunita, para vantagem do ISIS; mas pouco, desses
mesmos itens, cria o risco de inflar ainda mais a reputação do ISIS.
Há também um risco real de esse conflito
metamorfosear-se num conflito sunita-xiita polarizado – resultado que o Irã
pressiona al-Maliki para que evite. Uma primeira prioridade será proteger os
locais sagrados dos xiitas. O Irã não quer se ver envolvido diretamente nos
combates (nem vê esse envolvimento como necessário, hoje), e prefere continuar
a garantir apoio e aconselhamento discretos ao Iraque.
Com o palavrório de sempre, a imprensa-empresa
liberal intervencionista está promovendo uma narrativa simplória que
sugere que a mobilização defensiva de milícias iraquianas xiitas não seria
diferente do que o ISIS faz.
Adotar essa narrativa reflete ao mesmo
tempo (i) o quão profundamente o
discurso sunita da exploração e da vitimização foi absorvido sem críticas pelo
ocidente; e (ii) como passou a ser
aceito como argumento de legitimação do jihadismo takfiri também no
ocidente e entre os liberais! (Ver, por exemplo, “Graças
a Deus, pelos sauditas!”, 23/6/2014, em The Atlantic). Isso, por
sua vez, mostra o quanto os perigos reais que o ISIS representa estão
sendo mal compreendidos.
O ISIS acaba de declarar
guerra no Líbano. Seus sucessos
(a menos que sejam rapidamente detidos) inspirarão
jovens em todo o mundo muçulmano. Ver vídeo abaixo (em inglês). O
campo foi bem preparado por redes de televisão e rádio salafistas, no ar 24
horas por dia, e por vastas campanhas de propaganda & marketing (“Relações
Públicas”) pelas redes sociais, que se alastram por todo o Oriente Médio e cada
vez mais também pela África. Muito depende do que aconteça no Iraque.
______________________
Notas dos tradutores
[1] Artigo
publicado dia 30/6/2014 no Huffington
Post, sob o título: The
ISIS’ “Management of Savagery” in Iraq
[2] ABU BAKR NAJI, Management of Savagery. The most
critical stage through which the Umma will pass
[O Management da Selvageria. O estágio mais crítico
pelo qual passará a Comunidade Muçulmana]. O tratado está traduzido ao inglês,
296 pp., datado de 2006.
[3] Orig. vexing and exhausting. Sobre a
expressão, ver “A
grande estratégia da al-Qaeda” [em inglês] postado do dia 31/3/2005.
__________________
[*] Alastair
Crooke, às vezes erroneamente
referido como Alistair Crooke, (nascido em 1950) é um diplomata britânico,
fundador e diretor do Conflicts Forum,
uma organização que defende o engajamento entre o Islã político e o Ocidente. Anteriormente,
foi figura proeminente, tanto da Inteligência Britânica (MI6) como da
diplomacia da União Europeia como conselheiro para assuntos do Oriente Médio de
Javier Solana (1997-2003), no cargo de High
Representative for Common Foreign and Security Policy da União Europeia.
Foi ácido crítico da violência e saques militares contra os territórios
palestinos e movimentos islâmicos de 2000-2003. Esteve envolvido nos esforços
diplomáticos no Cerco da Igreja da Natividade, em Belém. Foi membro do Comitê
Mitchell sobre as causas da Segunda Intifada, em 2000. Manteve encontros
clandestinos com a liderança do Hamas em junho de 2002. É defensor ativo do
engajamento do Hamas no processo de paz na Palestina, a quem ele se referiu
como “Combatentes da Resistência".
Crooke estudou na University of St Andrews (1968–1972) do
qual ele obteve um mestrado em Política e Economia. Seu livro Resistance: The Essence of the Islamist
Revolution fornece informações sobre o que ele chama de “revolução islâmica”
no Oriente Médio, ajudando a oferecer insights
estratégicos sobre as origens e a lógica de grupos islâmicos que adotaram
resistência militar como uma tática, incluindo Hamas e Hezbollah. Seguindo a
essência da Revolução islâmica desde as suas origens no Egito, através de
Najaf, Líbano, Irã e da Revolução Iraniana até os dias de hoje, desbloqueando
algumas das questões mais espinhosas que cercam estabilidade na atual paisagem
do Oriente Médio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.