17/12/2014,
[*] Moon
of Alabama
Traduzido
pelo pessoal da Vila Vudu
Quer dizer
então que os EUA estão se fazendo de amiguinhos de Cuba?
Em
movimento para encobrir um dos últimos vestígios da Guerra Fria, o presidente
Barack Obama iniciará negociações com Cuba sobre o pleno reatamento de relações
diplomáticas rompidas há 50 anos, informou a Yahoo News um funcionário do governo dos EUA, na 4ª-feira
(17/12/2014). A decisão de Obama foi tomada depois que Cuba libertou um
empresário norte-americano, Alan Gross.
A verdade é
que os EUA libertaram os últimos três dos “Cinco Héroes” cubanos que
mantinham presos em território norte-americano, e Cuba só libertou um “ativo”
norte-americano desconhecido.
Alan Gross
era contratado da agência USAID em missão clandestina para, ao que se divulgou,
distribuir telefones por satélite que conseguiam passar despercebidos nos
controles que Cuba mantinha sobre o próprio espectro eletromagnético.
Interessante:
essa notícia aparece no mesmo dia em que o diretor da USAID, Raj Shah, foi demitido. A demissão dele teria sido exigida
por Cuba, para a troca de prisioneiros?
Shah
falou conosco na 3ª-feira (16/12/2014) à noite, mas pouco disse sobre por que
está deixando a agência, além da razão oficial segundo a qual, depois de seis
anos de serviços prestados ao governo Obama, está querendo dedicar mais tempo à família.
Shah foi
demitido depois que fracassaram várias tentativas clandestinas, estúpidas, de
sua agência USAID, o chamado “esquema Alan Gross”, para criar um Twitter cubano falso,
organizando falsos seminários para prevenção de contágio por HIV e infiltrando toda a cena hip hop cubana, sempre
tentando “desestabilizar” o sistema político cubano.
Mas... se
vier a ser criada alguma embaixada dos EUA em Havana, a mesma tarefa voltará a
ser atribuída à CIA [com,
esperamos, igual fracasso (NTs)]. Cuba deve tomar extremo cuidado
[como se Cuba não conhecesse a canalha da CIA (NTs)].
Há quem diga
que a única razão pela qual nenhum governo dos EUA foi jamais derrubado pela CIA é: “Porque não há embaixada dos EUA em Washington DC”. [1]
Não há razão
alguma para que Cuba creia no que lhe dizem os EUA, e o país deve ser
extremamente cuidadoso nessa “abertura” do país aos seus piores inimigos. Não
se trata só de a USAID que já se intrometeu na crise dos mísseis cubanos (que
eliminaram as armas nucleares dos EUA na Turquia apontadas contra a Rússia), o
que sim, exige cautela, mas há também outros
planos de ataque e tentativas de assassinato de líderes cubanos.
E há também
as recentes “operações para mudança de regime” que os EUA estão conduzindo na
Ucrânia, na Líbia, na Síria, em Hongkong e em outros pontos.
Digam o que
disserem em público, os EUA com certeza continuarão a atacar o regime
socialista cubano e a tentar “mudança de regime”.
Os cubanos
que não esqueçam que ser “abraçados” pelos EUA é e sempre será tentativa de
assassinar, por sufocamento, a autodeterminação dos cubanos.
Nota dos tradutores
[1] 22/5/2014, “Assange
entrevista No. 6 – Rafael Correa, presidente do Equador”, (Episódio 6),
Russia Today, 26’16 - “The World Tomorrow”:
JULIAN ASSANGE: O que pensa o Equador, dos EUA, sobre o envolvimento dos EUA? Não
lhe peço que faça alguma caricatura dos EUA. Mas... O que pensam os
equatorianos sobre os EUA e o envolvimento dos EUA no Equador e na América?
RAFAEL CORREA: Como disse Evo Morales [presidente da Bolívia], os EUA são o único
país que pode ter certeza de lá jamais haverá golpes de Estado – porque não há
embaixada dos EUA nos EUA. [Assange e equipe riem].
[*] “Moon of Alabama” é título popular de “Alabama Song” (também
conhecida como “Whisky Bar ou “Moon over Alabama”) dentre outras
formas. Essa canção aparece na peçaHauspostille (1927) de Bertolt
Brecht, com música de Kurt Weil; e foi novamente usada pelos dois autores, em
1930, na ópera A Ascensão e a Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa
utilização, aparece cantada pela personagem Jenny e suas colegas putas no
primeiro ato. Apesar de a ópera ter sido escrita em alemão, essa canção sempre
aparece cantada em inglês.
Foi regravada por vários grandes artistas, dentre os quais
David Bowie (1978) e The Doors (1967). A seguir podemos ver/ouvir versão em performance
de David Johansen com legendas em português.
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