5/7/2011, Luc Michel, CAEL, Comitês de Ação Euro-Líbios (distribuído em português)
Distribuído pelo pessoal da Vila Vudu
Gaddafi chamou na segunda-feira voluntários para alistarem-se para lutar contra as forças dos “cruzados” e dos rebeldes, quando eles, apoiados por ataques aéreos da OTAN e armados diretamente pelo regime de Sarkozy, preparam-se para lançar uma ofensiva na Frente Ocidental com o objetivo de chegar à distância de tiro de canhão, de Trípoli.
Sobre as armas fornecidas aos monárquico-muçulmanos rebeldes por Sarkozy, o porta-voz do Exército francês, Thierry Burkhard disse que “são armas que podem ser manipuladas por civis, o rifle do tipo leve de infantaria.” Ele se referiu a “algumas gotas ocasionais durante vários dias, para impedir civis de serem massacrados”. Como seus mestres, ele mente descaradamente!
Segundo uma fonte não oficial familiarizada com o assunto, a França passou quarenta toneladas de armas, especialmente “alguns tanques leves”, por pára-quedas e através de fronteiras terrestres dos países vizinhos da Líbia. De acordo com o jornal parisiense Le Figaro, “A França teria entregue em região localizada várias dezenas quilômetros ao sul da capital, lançadores de foguetes, rifles de assalto, metralhadoras e mísseis antitanque Milan”.
De acordo com o Le Figaro, as autoridades francesas esperam que o progresso da rebelião na frente sul possa ajudar numa possível queda de Trípoli. “Se os rebeldes vierem para os arredores de Trípoli, a capital certamente irá se levantar contra Gaddafi” (sic) disse ao jornal um alto funcionário francês. No primeiro de julho, um milhão dos moradores da Trípoli marchou pelas ruas da capital para apoiar Gaddafi, uma vasta maré verde! O que, no entanto a “mídia” pró-OTAN nunca vê.
Geoff Porter, dos Consultores de Risco do Norte de África, empresa de gestão de risco, estima que o objetivo real da OTAN esteja claro agora: “A política oficial da OTAN é proteger os civis contra as tropas de Gaddafi. Mas o objetivo não declarado é criar condições em Trípoli para que forças locais possam fazer um avanço militar e derrubar Gaddafi”, ele disse.
“É estratégia de alto risco, mas a aliança foi forçada a isso, porque, três meses depois do início de uma campanha militar que acreditávamos que levaria apenas algumas semanas, já não temos outra opção”.
A resposta de Trípoli é a mobilização geral, o povo armado. O espírito de Valmy está com Gaddafi, não com os soldados de Sarkozy e Juppé. “O Comitê Geral da Defesa anunciou a abertura de escritórios para registrar os combatentes, mulheres e homens que querem lutar contra as forças dos cruzados e gangues de traidores”, de acordo com a televisão estatal.
Esse anúncio aparece três dias depois do discurso do coronel Gaddafi, em que ele ordenou a mobilização e pediu aos seus apoiadores que marchem sobre as posições ocupadas pelos rebeldes, para recuperá-las.
Discursando para uma multidão enorme, adornado com verde, na Praça Verde neste 1 de julho, Muammar Gaddafi pediu que seus apoiadores tomem aos rebeldes as armas que lhes foram entregues pela França na região de Jebel Nefusa. Ameaçou também levar “a batalha para a Europa”, se a OTAN não parar sua campanha militar na Líbia.
“Marchem contra Jebel e apreendam as armas que a França entregou a eles. Se vocês então quiserem perdoar [os rebeldes], é decisão de cada um de vocês.”
“Vão embora, vocês não têm chance de vencer este povo corajoso,” ele disse às forças da OTAN. “Os aconselhamos a recuar sob a ameaça do desastre.”
Foto: Praça Verde, em Trípoli, neste 01° de julho |
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