Ismail Salami |
14/12/2011, Ismail Salami, Global
Research
Traduzido
pelo pessoal da Vila
Vudu
Ver
também:
15/12/2011, “O caso do
‘drone’-espião: Obama entra em cena pisando leve”, Indian Punchline, em
português
A
evidência de que iranianos especialistas em cyber-guerra rastrearam e pousaram
um avião-robô comandado à distância (drone) é sinal claro de que o Irã é
eficiente e poderoso. Mas a missão de espionagem em que aquele drone estava sendo usado – descobrir a maior
quantidade possível de dados secretos sobre as instalações nucleares para fins
pacíficos que há no Irã – consolida a ideia de que Washington está, mais do que
nunca, dedicada a operações de guerra suja dentro do Irã e que acalenta plano de
agressão contra as instalações nucleares no Irã, se não de criar um Armageddon
na região.
Em
atitude que nada sugere, além do estilo arrogante dos norte-americanos, o
presidente Barack Obama solicitou a devolução do drone espião, capturado quando violava o espaço
aéreo da República Islâmica e que, desmascarando a falácia de um sempre
alardeado “excepcionalismo” tecnológico dos EUA, foi rastreado e pousado pelo
exército iraniano.
O drone RQ-170 Sentinel supersecreto, usado por
Washington como arma em operações clandestinas que agentes dos EUA já
confessaram que tentam implantar e conduzir em território iraniano, foi apanhado
numa “armadilha” eletrônica construída por
hackers do exército
iraniano e foi pousado sem danos em área próxima da cidade de Kashmar, a cerca
de 250
km de distância da fronteira, em território do
Irã.
Atentamente dedicada a não divulgar as realidades das
políticas de submundo de Washington, a imprensa-empresa ocidental tratou as
declarações do Irã com desconfiança e desprezo, sempre falando sobre um inócuo e
inofensivo “drone de
reconhecimento”. Mas, quando o Pentágono, pouco depois, foi obrigado a
reconhecer “o misterioso desaparecimento de um
drone de reconhecimento”
[1], muitos foram obrigados a encarar os
fatos.
Chama
a atenção, pela bizarrice, que Washington tenha solicitado a devolução do drone, que os próprios
norte-americanos já confessaram que operava em missão de espionagem, para reunir
informações.
“Solicitamos
que nos devolvam. Agora, vamos ver o que os iranianos respondem” – disse o
presidente Obama.
O
Irã já disse que não tem qualquer intenção de devolver o drone e exigiu reparação, pela violação do espaço
aéreo nacional.
Sem
sequer considerar a possibilidade de devolver o drone, o presidente da Comissão
Parlamentar (Majlis) de Segurança Nacional e Política Exterior do Irã
Alaeddin Boroujerdi disse, na 3ª-feira, que a Casa Branca tem de ser
responsabilizada e encarar as consequências do crime de violação do espaço aéreo
de país soberano.
A
insistência de Washington, para que o Irã devolva o drone sugere imediatamente que os EUA estão
gravemente preocupados com a natureza do que os iranianos já obtiveram (ou estão
em vias de obter), no campo das invenções e inovações tecnológicas, tão logo
completem a engenharia reversa do
drone espião.
Já
se sabe que os especialistas iranianos estão no estágio final da extração de
todas as informações e sistemas instalados no
drone. O trabalho de extrair aquelas informações é fundamental –
disseram as autoridades iranianas, para processar os EUA em tribunais
internacionais.
Perguntado,
em coletiva de imprensa na Casa Branca, se estava preocupado com novos riscos
para a segurança nacional dos EUA, agora que os iranianos obtiveram informações
cruciais do drone-espião
capturado, Obama disse: “Não comentarei temas de inteligência, que são
secretos”.
Sem se referir ao
drone-espião capturado pelos iranianos, Obama, pouco antes,
repetira a mesma velha ameaça de sempre (“todas as opções estão sobre a mesa,
nos contatos com o Irã”); disse que “O Irã está isolado. E o mundo está unido a
favor das mais duras sanções que o Irã jamais recebeu. Para romper esse
isolamento, o Irã terá de agir com responsabilidade e suspender o
desenvolvimento de armas nucleares (...) ou podem insistir em operar de modo que
os isola da comunidade internacional.” [2]
As
ameaças que agora vêm de Obama alimentam-se da literatura de ficção assinada por
seu antecessor George W. Bush. De fato, Obama segue as pegadas de Bush e,
metaforicamente, já assumiu a personalidade beligerante do
outro.
Não
há nenhuma dúvida de que, nos últimos tempos, Washington ampliou muito as
atividades de espionagem contra o Irã.
Dia
21/5/2011, o Ministério da Inteligência do Irã desbaratou uma rede de espionagem, e prendeu 30 espiões que trabalhavam para a CIA, além de 42 agentes
da própria agência norte-americana que mantinham contato com aquela rede local
de espiões. A rede local de espiões que trabalhava para a CIA usava, para
abordar os “candidatos” a espião, a conhecida tática de prometer vistos de
viagem, residência permanente nos EUA, além de emprego e oportunidades de estudo
em universidades dos EUA.
Segundo
o Ministério da Inteligência iraniano, a rede já desmontada trabalhava
diretamente contra as usinas nucleares do país, os campos de petróleo, centros
sensíveis da extração e exportação do petróleo, com o objetivo definido de
sabotá-los.
O
Irã já sabe que os agentes da CIA obtiveram informações de universidades e
centros de pesquisa científica nos campos das indústrias aeroespacial, da defesa
e da biotecnologia.
Dia
24/11/2011, o Irã também prendeu outros 12 agentes da CIA que trabalhavam com o
Mossad israelense, contra o exército do Irã e o programa nuclear iraniano.
Parviz Sorouri, membro da Comissão Parlamentar (Majlis) de Segurança
Nacional e Política Exterior do Irã disse que os aparatos de espionagem da CIA e
do Mossad trabalhavam para atingir o Irã de fora para dentro e de dentro para
fora, com a ajuda de outros serviços regionais de
inteligência.
“Felizmente,
graças à rápida resposta dos setores de inteligência do Irã, aquela tentativa de
agressão já foi abortada” – disse Sorouri.
Fato
já bem claro é que a captura do
drone-espião, intacto, como estava ao ser pousado, foi pesado
golpe contra o aparato de inteligência dos EUA em toda a região; muitas penas
voaram, em Washington. Como voz da violência mais beligerante e agressiva, o
ex-vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, não mediu palavras em sua fúria
carniceira também contra o presidente Barack Obama: disse que Obama deveria ter
“subido a aposta”. Que depois de ter-se deixado apanhar espionando, a única
alternativa seria lançar ataque imediato, aberto, contra o
Irã.
“A resposta certa seria invadir o Irã, imediatamente
depois da queda” – disse Cheney. [3]
Confundindo
Irã com Iraque e Afeganistão, Cheney sugeriu que algum ataque direto seria ação
viável, fosse por terra, para recuperar o
drone, fosse via bombardeio, até destruir o drone.
“A
resposta certa seria invadir em seguida e destruir o drone. Pode-se fazer por ar. Um
ataque aéreo fulminante, que os impedisse de obter qualquer vantagem por ter
capturado o drone. Soube que o
presidente tinha três opções sobre a mesa. Rejeitou todas. Todas envolviam
mandar alguém para recuperar o
drone, ou, se não fosse possível, e sabe-se que seria operação
difícil, sempre seria possível destruir o
drone onde estivesse
guardado, com ataque aéreo. Mas o presidente rejeitou todas essas opções. Optou
por pedir que devolvessem o
drone. E não vão devolver.”
A
fúria do pobre Cheney é visível e patética. E bem se podem imaginar as
dificuldades que o pobre presidente Obama enfrenta.
De
qualquer modo, melhor fariam os EUA se reconhecessem o grande feito da defesa do
Irã, em vez de se porem a fingir que não perderam a principal e mais moderna
arma de seu arsenal de espionagem, ou de se porem a culpar o presidente pela
perda do
drone.
Notas
dos tradutores
[1]
Sobre
isso, ver 8/12/2011,
“O caso do
drone que se suicidou”,
Pepe Escobar (Asia Times Online), em português.
[3]
13/12/2011,
vídeo em ingles, a seguir:
os estados unidos poderiam ser um grande país, se deixasem de roubar e fossem trabalhar, pois, eles tem um grande potencial!!
ResponderExcluirO problema é que depois que ladrao se acostuma a roubar, é pior que craque, ninguem tira o vício.
A proposito, os estados unidos nao sao um país, sao uma organizacao criminosa latrocida!!