Passamos adiante, aqui, uma mensagem publicada hoje por
"The Saker", do blog The Vineyard of the Saker,
que não se sabe quem é, e cujo trabalho na rede foi divulgado por Pepe Escobar,
pelo Facebook, onde o descobrimos.
The saker |
A mensagem pareceu-nos interessante e está, na íntegra (em inglês), em “An amazing week has turned to an amazing month - heartfelt thanks for all those who made this possible (UPDATED)”, porque o Saker (é um tipo de falcão, foto acima) parece trabalhar numa linha semelhante à nossa: escreve e
posta no blog (no nosso caso, traduzimos, postamos e espalhamos pela
rede) sem qualquer tipo de “seleção” entre os destinatários: se o cara
diz que quer receber, mandamos. O blog redecastorphoto é depositário da
totalidade das traduções e manifestações do pessoal da Vila Vudu desde
2010.
Gostamos
do que o Saker escreveu, porque ele pôs, num parágrafo, praticamente o
resumo de algo que nós (também) pensamos -- e que pode ser o “fundamento
teórico”, se algum houver, do que a gente pensa, com alguma variação
nos “exemplos”:
Finalmente,
a grande lição [da surpresa, para ele,
que foi descobrir o que ele escreve traduzido para zilhões de línguas e
distribuído pelo planeta inteiro] é
que há uma sede no planeta por um tipo diferente de pensamento. As velhas
categorias - Esquerda vs Direita, Leste vs Oeste, Progressistas vs
Conservadores - estão morrendo e muita gente está farta delas. Muita gente
também está farta das regras estritas do “politicamente correto” que *todos* os
establishments sempre impõem. Digo
isso, porque recebemos pouquíssimos e-mails de ódio. Não há dúvidas de que há “algo
novo” em gestação no mundo. Na Rússia, esse “algo novo” aparece encarnado em
Putin; na França, em Soral
e Dieudo; na América Latina provavelmente em Morales; no Oriente Médio,
em Nasrallah. Talvez, algum “consenso” pós-capitalista?
Cá na Vila Vudu / redecastorphoto, ainda não demos por
morto-e-enterrado o discurso da esquerda. Nos declaramos completamente “de
esquerda”. Entendemos que a luta continua, mas que, sim, que a esquerda
europeia, sim, acabou-se, autodiluída em grupelhismos. E diríamos que “há algo
de novo no Brasil, em Lula-Dilma”; na América Latina talvez, mais, em Correa (do Equador), melhor herdeiro do chavismo, nos parece, que Evo Morales”.
Na França, não sabemos e, assim, demos divulgação ao que
pareceu “novo” ao Saker. E no Oriente Médio, sim, parece que, sem dúvida, “há
algo de novo em Hassan Nasrallah” que traduzimos frequentemente já há muito
tempo e que Assange entrevistou há um ano (entrevista que fica cada dia mais
atual, se se consideram os desenvolvimentos contemporâneos na Síria, e que pode
ser relida
na redecastorphoto), e que é personagem DESCONHECIDO dos
leitores/ espectadores/ ouvintes da imprensa-empresa brasileira (censurado
também pelos blogueiros jornalistas ditos “progressistas” brasileiros).
No caso da Vila Vudu/ redecastorphoto, deve-se acrescentar
que nós empenhadamente nos dedicamos a divulgar matérias e publicações que se
encontram na rede, pelo mundo, e que NUNCA, JAMAIS, EM CASO ALGUM, apareceram
ou algum dia aparecerão publicadas em língua portuguesa do Brasil nos JORNAIS/ REVISTAS/
RÁDIOS/ TVs brasileiros.
Nesse sentido, costumamos dizer, cá entre nós, que fazemos um
trabalho DES-JORNALÍSTICO.
Em todos esses casos, o que fazemos é alguma espécie vaga de “seguir
a multidão” - um conceito importante e utilíssimo, que aprendemos (e continuamos
a aprender) criado por Antônio Negri - mais do que insistir em supor que
saberíamos mais que a multidão.
Em todos os casos, nos interessam sempre mais as vozes que
NÃO LEEM JORNAIS e REVISTAS BRASILEIROS E NÃO ASSISTEM À REDE GLOBO, nem TV
comercial brasileira em geral, nem ouvem noticiários radiofônicos (tipo CBN, a
rádio que troca notícias, p. ex.).
Se os muitos hoje, no mundo, são islamistas e só esses, no
mundo, estão fazendo a oposição política (e armada) ao capitalismo selvagem que
os EUA tentam impor pelas armas, pelo planeta, então oferecemos nossos ouvidos
e dedos a Nasrallah, da resistência xiita, que parece ser o mais consequente,
politicamente falando, dos islamistas.
Entendemos que o jornalismo que há no Brasil, jamais, em
tempo algum -- e por definição -- será instrumento útil para construir e
distribuir a informação que interessa ao esclarecimento e formação (no sentido
complexo, de “ilustração”) da opinião pública brasileira.
O jornalismo brasileiro é o pior do mundo? É.
O jornalismo brasileiro tem de ser EXTINTO. As empresas têm
de ser fechadas e o terreno salgado, para que ali nada mais do mesmo jamais
torne a brotar. E para que os terrenos salgados e devolvidos ao estado de terra
bruta, ali permaneçam, secos e estéreis, como monumento fúnebre, para que todos
vejam, bem graficamente, o mal que o jornalismo brasileiro (teoria e prática)
fez ao Brasil, por mais de um século e, hoje, ainda mais do que nunca antes.
Decidimos distribuir hoje este EDITORIAL para não deixar aí,
como última palavra, ao nos desligarmos das listas “nômade”, as tolices/ besteiróis
publicados por “nômades” do Rio de Janeiro, para os quais nós não faríamos
outra coisa além de “inundar a lista com material islamista”. De fato, esse
tipo de tolice jamais havia sido escrito, sequer, pelos sionistas que vivem a
nos espinafrar e até ameaçar.
Há um risco muito específico da internet, que é o risco da
palavra escrita por impulso.
Paul Virilio |
A rede -- que é vastamente AÇÃO POR ESCRITO -- é lugar muito
perigoso onde se vê, muito claramente, o que há de verdade no que Paul Virilio escreveu:
A Internet nos deu o tempo do reflexo e
roubou-nos o tempo da reflexão.
Isso, precisamente, é o que fazem também o jornal, o rádio e
a televisão comerciais liberais (no sentido de “liberal udenista”) que há no
Brasil.
Nesse sentido, e se for usada só para distribuir reflexos
& xiliques hiper-mega-over
grupelhistas ou de clusters
acadêmicos ou individualistas e roubar a todos o tempo da reflexão, a rede
TAMBÉM é ferramenta a favor do capitalismo selvagem e seus comanditários.
O mesmo vale também para o jornalismo “ninja”, o qual é “comunicação”
e como tal não nos interessa, porque nenhuma “Teoria da Comunicação”
capitalista nos interessa, como nenhuma teoria do jornalismo liberal
capitalista nos interessa, ainda que metida a “ninja”.
Sobre os black blocs,
adotamos
a posição dos Zapatistas: venham, se quiserem vir, mas,
escrevam meia página sobre o que pensam e
sobre por que fazem o que fazem como fazem: mais importante que a quebradeira
cenográfica, é vocês explicarem-ensinarem POR QUE vocês fazem a parte
quebradeira, da luta comum de todos.
Por hora, é isso.
Vila Vudu e redecastorphoto
Parabéns!
ResponderExcluirAcompanho atentamente a página, penso como vocês.
:-)
Gratos! Hoje à noite tem mais sobre P5+1 e Irã...
ExcluirAbraço
Castor