1/8/2014, Russia Today - RT, Moscou – com vídeo, em inglês
Texto traduzido pelo pessoal
da Vila Vudu
Barack Obama, na Casa Branca, em 1/'8/2014 |
O presidente
Barack Obama fez um rara admissão de culpa durante conferência de imprensa
sobre o uso, pelos EUA de táticas de interrogatório com estimulação, logo
depois dos ataques terroristas do 11/9.
“Imediatamente depois do 11/9, fizemos
algumas coisas erradas. Fizemos muitas coisas certas, mas torturamos uns
caras... Fizemos coisas que contrariam nossos valores” – disse o presidente
Obama na parte final de conferência de quase uma hora com jornalistas na Casa
Branca em Washington, DC.
O
comandante-em-chefe fez a admissão ao responder a uma pergunta sobre John
Brennan, Diretor da CIA-EUA, entre várias perguntas de jornalistas sobre as
situações em Gaza, na Ucrânia e no Oeste da África.
No início
dessa semana, Brennan admitira que empregados da CIA teriam, como foi
divulgado, espionado o computador de uso dos funcionários da Comissão de
Inteligência do Senado, quando trabalhavam num relatório sobre o uso, pela CIA,
de táticas controversas de interrogatório. O relatório, de 6 mil páginas, ainda
não foi divulgado, mas a senadora Dianne Feinstein (D-California), que preside
a investigação sobre as práticas da inteligência, considerou-o “apavorante”;
disse que, quando for divulgado, mostrará que a tortura é prática “muito mais
sistemática e difundida do que pensávamos”.
Depois de
admitir que os EUA “torturaram uns caras”,
na conferência de imprensa dessa 6ª-feira (1/8/2014), Obama acrescentou: “É o que aquele relatório reflete”.
No início da
semana, o senador Ron Wyden (D-Oregon) disse ao The Daily Beast que “o
povo americano ficará gravemente perturbado com o que esse relatório mostrará”.
Por sua vez,
o presidente Obama disse, no briefing desta 6ª-feira (1/8/2014), que “O caráter de nossa nação deve ser medido em
parte não pelas coisas que fazemos quando as coisas estão fáceis, mas pelo que
fazemos quando as coisas estão difíceis”.
Vídeo a seguir:
A palavra
“tortura” para descrever as táticas de interrogatório empregadas pela CIA é
raramente usada por altos funcionários do governo, mas o presidente Obama já
condenara antes abusos passados da CIA. Em discurso ano passado na Universidade
da Defesa, Obama disse que, em alguns casos, “creio que conspurcamos nossos
valores básicos, ao usar tortura para interrogar inimigos e ao deter indivíduos
de modo contrário ao que a lei ordena”.
“Por isso, depois que assumi a presidência,
ampliamos a guerra contra a Al-Qaeda, mas também buscamos mudar o curso daquela
guerra. Atacamos sem trégua a liderança da Al-Qaeda. Pusemos fim à guerra do
Iraque e trouxemos de volta para casa 150 mil soldados. Procuramos estratégia
diferente no Afeganistão e ampliamos o treinamento do exército afegão. Banimos
inequivocamente a tortura, reafirmamos nossos compromissos em tribunais civis,
trabalhamos para alinhar nossas políticas e o estado de direito e expandimos as
consultas ao Congresso”, disse Obama naquela fala de maio passado.
O presidente
falou do relatório, depois de perguntado sobre sua opinião sobre Brennan, que,
antes, dissera que a senadora Feinstein errara ao dizer que a CIA espionara os
funcionários da Comissão de Inteligência do Senado.
“Estou profundamente desapontado, porque
membros do Senado decidiram fazer acusações espúrias sobre ações da CIA,
acusações que absolutamente não encontram confirmação nos fatos” – dissera
Brennan, comentando a fala da senadora.
John Brennan, Diretor da CIA |
Na 5ª-feira
(31/7/2014), McClatchy noticiou que investigação feita pelo
Gabinete do Inspetor Geral da CIA concluíra que seus funcionários “agiram de modo inconsistente com o
entendimento vigente” entre a Agência e o senador Saxby Chambliss
(R-Georgia), vice-presidente da Comissão, e “pediu-lhes desculpas pelas ações dos funcionários da CIA descritas no
relatório OIG” – como um porta-voz da CIA informou a [revista] McClatchy.
“Tenho confiança integral em John Brennan”
– disse Obama na 6ª-feira, aos jornalistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.