sexta-feira, 29 de junho de 2012

Um jornal em que a “notícia” (quase) tem boa chance de ser fato


Traduzido e comentado pelo pessoal da Vila Vudu

Entreouvido na Vila Vudu: Em mundo em que todos conhecemos a opiniãozinha da D. Eliane Cantanhede sobre tuuuudo, de “ética” a “Lula ficou maluco?”, passando por aviõezinhos Legacy & pilotinhos salafras; em que todos conhecemos a opiniãozinha da Carla Vilhena e da Ana Maria Brega, agora, também, da Fátima Bernardes reconvertida em neo Ana Maria Brega só que “noticiosa” e, claro, opiniõezinhas sempre sobre tuuuuuudo, de “ética” a políticas públicas e relações internacionais, passando por aquecimento global e antropologia dos tupinambá e técnicas culinárias para esquartejar maridos; em que todos conhecemos as opiniõezinhas metidas a inteligentíssimas do Arnaldo Jabor, sobre tuuuuuuuudo, de “ética” e “democracia” a “prender-matar-arrebentar toooodo mundo que não veja o mundo como mente que o vê o Arnaldo Jabor, neojornalista metido a besta... A NOTÍCIA ABAIXO É UM REFRIGÉRIO! Quem sabe estamos a um passo de ter jornalismo interessante, afinal, no mundo?

Calma, jornalistas empregados e patrões do Grupo GAFE (Globo-Abril-FSP-Estadão).

É só brincadeira...


Os criadores de jogos para internet procuram inspiração no jornalismo, desde antes de a Atari nos dar Paperboy. Em 1970, foi Deadline. Nos anos 50s, foram Scoop e Calling Superman.

Adrienne LaFrance
A meta sempre é cumprir o dever pressuposto de quem ganhe a vida como jornalista: entregar o jornal sem sem mordido pelo cachorro, nem devorado por abelhas, não deixar espaços em branco e montar a primeira página de um jornal diário, para atrair compradores.

Que tal um joguinho em que a notícia é real?

Quem está tentando criar esse fenômeno é Thomas Loudon, presidente do grupo holandês VJ Movement. A ideia, que está sendo desenvolvida, é um jogo para a empresa Facebook: os jogadores assumem o papel de correspondentes estrangeiros e têm de superar desafios do tipo “você tem de atravessar a fronteira e entrar no Irã” ou “salve crianças soldados na Somália” – diz Loudon.

Pitaco da Vila Vudu: Engraçado... Nem nesse jornalismo de brincadeirinha, alguém cogita de sugerir ao jornalista, coisa simples como: “Você é uma criança soldado na Somália. Pronto. Agora... REPORTE, SEJA VOCÊ A MÍDIA, FAÇA O SEU JORNALISMO!”

“O jogador tem de criar suas habilidades, sua personalidade, viajar pelo mundo virtual como um jornalista” – Loudon explica. – “Você coopera ou compete com outros jogadores-jornalistas. Você pode optar por fazer uma dupla com um fotógrafo, por exemplo. Ou você pode dispensar o fotógrafo e dizer “Vou sozinho”, mas pode não ser seguro”.

Os jogadores encontrarão questões, no jogo, que, muitas vezes, serão eventos do mundo real – bombardeio no Paquistão, batalhas entre cartéis de drogas na Colômbia – e matérias escritas por jornalistas reais.

Pitaco da Vila Vudu: nada se diz sobre “jornalistas reais” escreverem matérias encomendadas por “patrocinadores” ou ordenadas, até as subvírgulas, pelo editor-chefe.

Loudon diz que, para criar o novo jogo, está trabalhando com a rede de sua empresa, VJ Movement, que já reúne 300 jornalistas reais em mais de 100 países idem. Esses jornalistas receberam 750 euros, para produzir uma videorreportagem para o comercial do novo jogo.

O jogo poderá ser jogado gratuitamente na página da empresa Facebook, mas os jogadores podem comprar ‘recursos’, como em outros jogos. Nesse caso, serão matérias produzidas por jornalistas reais.

Pitaco da Vila Vudu: Outra vez, nada se diz sobre as notícias serem reais ou inventadas, como sempre, etc. etc..

Significa que o jogo, além da renda de publicidade que atrairá, também gerará meios para remunerar os jornalistas reais que produzirão jornalismo real.

Pitaco da Vila Vudu:Jornalismo real? Fictício, como o “jornalismo” do Grupo GAFE, Globo-Abril-FSP-Estadão? Sobre esse detalhe, nada se diz e nada se pergunta?!.

“O jogo será canal de venda para vários itens” – Loudon explica. – “Câmeras fotográficas, filmadoras, por exemplo, além de passagens aéreas, porque jornalistas, como se sabe, viajam muito, além de hospedagem em hotéis, reservas em restaurantes, etc.”.

Loudon diz que está procurando parcerias com empresas-imprensa, de modo que assinantes reais ganhem créditos no jogo.

Pitaco da Vila Vudu: na verdade otários reais, portanto, QUE PAGAM dinheiro real, para ler o “jornalismo” de opinionismo e ficção do Grupo GAFE - Globo-Abril-FSP-Estadão, por exemplo, no Brasil.

Loudon também espera negociar parcerias com “personagens cômicos, como os Smurfs, por exemplo, os quais, para ele, “têm muito a ver com jornalismo” (?!).

Todos os jornalistas [reais-fictícios e fictícios-reais] terão de comprometer-se com um Código de Ética: Qualquer jogador que deliberadamente distribua notícias que agridam a ética jornalística, receberá uma marca ao lado do seu nome, na lista de “correspondentes”, para que todos saibam que não é jornalista confiável.

Conclusão da Vila Vudu: TAÍ! Essa é excelente ideia! O leitor abrirá o jornal O Globo, por exemplo, e lá encontrará, ao lado do nome do “jornalista” Perval Mereira, por exemplo:

CUIDADO! Não é jornalista sério. É amiguinho do Kali Amel, sionista, racista, um ser desprezível. Não faz jornalismo: faz propaganda de desdemocratização. É Imortal da BLA e fascista sincero de renome, pode-se dizer, internacional. Vide WikiLeaks. \o/ \o/ \o/

O que mais, diabos, o jornalismo-que-há, feito por jornalistas-empregados e vendido a consumidores por empresas-imprensa inventará, para convencer a opinião pública diariamente engambelada por esses jornalismo, jornais e jornalistas, de que o engambelamento seria “fato”... ou, talvez, de que o “fato” produzido, comprado e vendido como mercadoria, não seria sempre e só, puuuuuuuuro engambelamento?!

O que mais faltará inventarem, depois que inventarem o jogo de fingir que, no jogo, todos noticiarão seriamente (mas só de brincadeirinha)?!

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