quinta-feira, 2 de junho de 2011

Programa Brasil sem Miséria (Como foi a entrevista da Ministra)

Os jornalistas brasileiros são, MESMO, ignorantes e/ou mal intencionados

Jotamorim

Assisti há pouco trecho da coletiva da Ministra Tereza Campello. Os jornalistas cheios de pegadinhas e a Ministra e sua equipe dando um show

Perguntaram qual o índice residual de miséria que o governo entendia como admissível. A ministra explicou que para nenhum programa de governo há o zero estatístico (toma na cabeça 1).

Uma assessora complementou afirmando que esses índices residuais existem em todos os países e que no Uruguai é de 2% e no Chile é de 4%. Ou seja, no Uruguai, ficarão de fora dos programas 2% da população de miseráveis.

Outro repórter “bem intencionado” perguntou se a ampliação do número de filhos atendidos pelo Bolsa-Família (de 3 para 5) não estimularia as famílias a terem mais filho. 

A ministra afirmou que no site do IBGE há dados estatísticos mostrando que a taxa de natalidade tem caído consideravelmente em todas as camadas sociais, inclusive nas camadas mais pobres (toma na cabeça 2) e que ela não acredita que o acréscimo de R$ 32,00 por filho vá estimular o aumento da população (toma na cabeça 3).

Outro lá perguntou o que seriam os “desafios de gestão” de que a ministra falava. E por que eles já estavam prevendo desafios. 

A ministra, com a calma dos competentes, informou ao repórter que todos os programas de âmbito nacional enfrentam desafios de gestão por ser nosso país um país continental (toma na cabeça 4). E lembrou que um dos mais exitosos programas do governo federal, em que todos os problemas de gestão foram superados, e que a mídia nunca informou sobre ele (toma na cabeça 5), foi o de distribuição do biodiesel, iniciado em 2008 e do qual a ministra participou. Depois de iniciada a distribuição nunca houve problemas, nenhuma interrupção no programa. E também lembrou da dificuldade inicial na implantação do Bolsa-Família, por óbvio.

Mas o que me fez dar gargalhadas foi a implicância dos jornalistas com o tal “serviço de busca ativa”. O que é isso? Como se dá? A ministra disse que importava num “conjunto de estratégias” visando trazer para o vínculo com o Estado várias pessoas ainda não “cadastradas”. Citou como exemplo outro programa do Governo Lula ignorado pela imprensa (toma na cabeça 6): BPC na Escola (não lembro se a sigla é essa mesmo). O Governo percebeu que 70% dos jovens entre 0 e 18 anos e com alguma deficiência física estavam fora da Escola. O Programa consistiu em entrevistas feitas pelas Assistentes Sociais nas residências para detectar os motivos e tentar reverter o quadro. Muitas vezes essas famílias nem sabiam que tinham direito ao Bolsa-Família e a benefícios de prestação continuada (falta de informação da imprensa). O programa conseguiu reverter esse indicador negativo em 2 anos, indicadores que levam geralmente 10 anos para serem alterados.

Ela também deu outro exemplo interessante. No Programa Arca Verde, Terra Legal houve pessoas que, no mesmo dia nasceram (tiraram Certidão de Nascimento), casaram (tiram Certidão de Casamento) e se aposentaram, saindo também com cartão para saque bancário.

Programa exitoso que nossa imprensa ignorante fez questão de não informar.

Mas outro jornalista não se conformou, não sei se por burrice ou por má fé.

Perguntou se esse serviço de “busca ativa” consistia numa sala com funcionários públicos procurando por pessoas miseráveis (juro que foi assim, ‘tá no YouTube, nos vídeos da NBR). Acho que ele estava de má fé, pois enquanto a Ministra insistia na tese de “consiste em várias estratégias”, a câmera da NBR focava o repórter conversando com sua colega também jornalista, sem prestar atenção ao que a Ministra respondia.

Foram grandes minhas gargalhadas e certa preocupação, pois deu pra prever os ataques que vêm por aí de jornalistas que, para além de serem despreparados, já começaram a detonar com o Programa, sem ao menos conhecê-lo.

Os negritos foram colocados pela redecastorphoto

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