A Síria é o coração da resistência
31/8/2013, [*] Finian
Cunningham, Information Clearing
House
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
O terrorista Barack Obama no salão oval da Casa Branca |
Os EUA
estão expostos aos olhos do mundo inteiro como a ameaça terrorista número 1 que
pesa sobre o futuro da humanidade. Muitos sabem disso há muito tempo, mas agora
já está universalmente claro.
Com os
EUA preparando-se para lançar guerra aberta contra a Síria (a guerra clandestina
já varre o país há 30 meses), a vasta maioria da humanidade pode afinal ver por
através das décadas de falsidade e autopromoção como modelo mundial de
democracia e da lei internacional. O que o mundo vê é o feio oposto disso tudo.
Os EUA
são estado terrorista que tem o mais profundo desprezo pela lei internacional, a
democracia e os direitos humanos. Está outra vez pronto a matar incontáveis
civis em nome de suas ambições políticas egoístas e autocentradas. Essa é a
definição convencionada de “terrorismo”.
Bashar al-Assad |
O
presidente Bashar al-Assad da Síria disse verdade profunda recentemente, quando
disse que seu país enfrenta agressão por mais de dois anos, mas só agora o real
inimigo mostrou a própria cara – os EUA e seus seguidores servis. Mas o estado
terrorista dos EUA não se deixa ver afinal só contra a Síria. Está-se revelando
como inimigo do mundo todo.
Desde
as guerras passadas no Caribe, América Central, Filipinas, Vietnã e Indochina,
mediante golpes e operações clandestinas no Irã, Iraque, África, aos recentes
campos de matança no Afeganistão, Iêmen, Paquistão e Somália, o quadro histórico
agora está completo. Todos esses conflitos e muitos outros – numerosos demais
para listar aqui – integram-se numa só verdade indiscutível. Os EUA são o maior
estado terrorista do mundo. Se não for contestado definitivamente, então o
futuro do mundo está hoje em perigo, mais do que nunca.
Em
crimes de agressão anteriores, a elite governante dos EUA podia invocar a
cobertura espúria de uma “coalizão de vontades”, ou violentava a autoridade da
ONU ou da OTAN. Conseguia seus objetivos mediante uso abundante de mentiras,
invencionices e de uma gigantesca máquina de imprensa-empresa para dar
credibilidade à mendacidade.
![]() |
John Kerry |
Dessa
vez, graças a uma imprensa alternativa e crítica e às comunicações globais
instantâneas, as mentiras norte-americanas já não funcionaram. Foram expostos em
apenas alguns dias, como foi exposta também, nas últimas poucas horas a
tentativa do secretário de Estado Kerry de envolver a Síria no crime das armas
químicas.
New York
Times, a BBC e os falastrões de sempre na
imprensa-empresa ocidental a serviço da propaganda imperialista cuidaram de
facilitar o golpe de Kerry e o terrorismo de estado dos EUA com manchetes
bombásticas: “Kerry apresenta provas contra a Síria”. Nenhuma crítica, nenhuma
pergunta, por mais que tantos tivessem tantas críticas e tantas perguntas, com
muita substância.
Há
alguns anos, esse tipo de pensamento de manada teria bastado para dar aos cães
de guerra norte-americanos tempo suficiente para iniciar uma guerra. Hoje, não
mais. Em apenas alguns minutos depois da suposta condenação definitiva inventada
por Kerry, declarações, artigos, tweets e blogs já haviam desmascarado a encenação
e mostravam que, exceto pela repercussão na mídia ocidental, Kerry nada tinha a
dizer e nada dizia, que se aproveitasse. Mais uma risível repetição das
hipérboles de antes e retórica oca. Ou, pelo nome que merece: só mais mentiras.
O povo
do mundo já alcançou nível de massa crítica de rejeição contra os estados
bandidos de EUA, Grã-Bretanha, França, Israel e mais alguns cúmplices.
Vimos
seus intermináveis assassinatos em massa e exploração de homens e mulheres na
Ásia, África e nas Américas. Somos testemunhas de como esse mínimo grupo de
estados terroristas impõem à vasta maioria da humanidade sua criminalidade vil e
no processo nos insultam com mentiras e justificativas grotescas.
Vimos como
esses estados bandidos roubaram terras, envenenaram águas, queimaram colheitas,
destruíram moradias, assassinaram famílias inteiras com drones aéreos e drones em terra, na forma de esquadrões
da morte. Cometeram todos esses crimes horríveis com mentiras e impunidade, a
ponto de esses estados terroristas já operarem agora simultaneamente em mais de
um país, em estado de guerra permanente e ininterrupta, levando o próprio futuro
da humanidade à beira do abismo.
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David Cameron Domkey Hotey |
Pois
ainda assim, apesar do gangsterismo e de não haver lei que os proteja, os povos
do mundo levantam-se e resistem.
Essa
semana, o Parlamento britânico votou contra a arrogância do governo de Londres e
não lhe permitiu continuar na relação criminosa de sempre com os
norte-americanos. Na execução de crimes de guerra passados, no Afeganistão,
Iraque e Líbia – para citar só esses – Washington sempre contou com os
imperialistas britânicos para dar aos seus crimes um verniz de “coalizão de
vontades”. Os planos do premiê britânico David Cameron de repetir o crime e
apoiar Washington no bombardeio à Síria sofreram duro revés do Parlamento
britânico, que não o autorizou a fazer o que tantas vezes antes os britânicos
fizeram. Cameron foi forçado a recuar.
A
votação no Parlamento britânico não é sinal de ética dos políticos britânicos.
É, muito mais, reflexo do despertar global dos cidadãos do mundo, que afinal
decidem que esse terrorismo de estado insano tem de acabar.
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François Hollande Domkey Hotey |
O
governo francês também recuou das bravatas belicistas de antes, e o presidente
François Hollande já fala também de “solução pacífica, política, para a crise
síria”. Até o primeiro-ministro fantoche, Stephen Harper, do Canadá, aliado
sempre confiável de Washington, já disse que seu país não se envolverá
militarmente na Síria. E há notícias de que 10 membros da aliança da OTAN – um
terço do total – não apoiarão os ataques dos norte-americanos. Vários desses
sempre foram tradicionais serviçais dos EUA. E, isso, sem falar dos opositores
mais estridentes, como Rússia, China, Irã e a maioria das nações de Ásia, África
e das Américas.
Os
povos do mundo fartaram-se de assistir à elite ocidental reinante que age como
terroristas que capturaram toda a humanidade como seus reféns. Essa elite não
governa só o terrorismo militarista. Eles praticam terrorismo econômico, social,
ecológico, com seu sistema capitalista arruinado de roubar e correr. Esse
sistema alcançou seu ponto de colapso e por isso nós estamos sendo empurrados
para tantas guerras – para que aquelas elites e seus fantoches políticos possam
se apropriar dos últimos recursos. A solução que resta para pôr fim às guerras,
é o povo derrubar o sistema econômico que os EUA e a elite ocidental ainda
comandam.
Chuck Hagel |
A
criminalidade insana dos governantes dos EUA contra a Síria está deixando aí, à
vista de todos, esse desafio histórico que toda a humanidade terá de enfrentar.
Depois
da derrota parlamentar do governo Cameron na Grã-Bretanha, o secretário de
Defesa dos EUA, Chuck Hagel, disse que
Nossa
abordagem é continuar a buscar uma coalizão internacional que agirá em conjunto.
É o objetivo do presidente Obama e de nosso governo... Seja qual for a decisão,
que seja colaboração e esforço internacional.
Quase
nem se acredita que esses fantoches norte-americanos possam soar tão ridículos!
Esses norte-americanos iludidos parecem não estar vendo que estão sós.
As
únicas “vontades” interessadas em apoiar a agressão dos EUA à Síria são Arábia
Saudita e Israel. Só isso. Washington só conta hoje com as “vontades” de um
regime feudal, de degoladores, e de um regime criminoso genocida pária.
Coalizão
de vontades? Parece mais coalizão de assassinos.
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[*] Finian
Cunningham nasceu
Belfast, Irlanda do Norte, em 1963. Especialista em política internacional.
Autor de artigos para várias publicações e comentarista de mídia. Recentemente
foi expulso do Bahrain (em 6/2011) por seu jornalismo crítico no qual destacou
as violações dos direitos humanos por parte do regime barahini apoiado pelo
Ocidente. É pós-graduado com mestrado em Química Agrícola e trabalhou como
editor científico da Royal Society of Chemistry, Cambridge, Inglaterra,
antes de seguir carreira no jornalismo. Também é músico e compositor. Por muitos
anos, trabalhou como editor e articulista nos meios de comunicação tradicionais,
incluindo os jornais Irish Times e The Independent. Atualmente
está baseado na África Oriental, onde escreve um livro sobre o Bahrain e a
Primavera Árabe. Anima um programa semanal de variedades aos domingos, às 03:00
GMT na Rádio
Bandung.
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