terça-feira, 30 de novembro de 2021

Oliver Stone on his new JFK film.

TRADUÇÃO da resenha escrita por Patrick Lawrence sobre o documentário de Oliver Stone "JFK Revisited" para o site The Scrum no link:
https://thescrum.substack.com/p/if-you-remember-youre-alive/

"'Se você se lembra, você está vivo.'"
Oliver Stone em "JFK Revisited"
29 de novembro de 2021

Há muitas coisas a dizer sobre o novo filme recém-lançado de Oliver Stone, "JFK Revisited: Through the Looking Glass" . Um deles é que o novo trabalho de Stone destrói, completa e conclusivamente, a versão oficial do que aconteceu em 22 de novembro de 1963. O caso padrão de que Lee Harvey Oswald foi o assassino e agiu sozinho agora não é apenas implausível. Como o filme de Stone estabelece, é impossível de acordo com a perícia, as leis da física, muitas evidências suprimidas e o que muitas testemunhas viram - testemunhas cujos depoimentos foram sistematicamente enterrados por décadas.

A verdade, em suma, ainda não foi revelada. Mas JFK Revisited , em todos os seus detalhes extraordinariamente bem pesquisados ​​e bem escritos, nos aproxima dele. 

Como Stone explica na troca que o Scrum agora publica, ele foi movido a fazer este filme por causa do impacto de seu trabalho original no assassinato de Kennedy, JFK , uma dramatização que saiu em 1991. O Congresso subsequentemente aprovou a Lei de Registros JFK e criou o Conselho de Revisão de Registros de Assassinato, que desclassificou uma quantidade considerável de documentação no período de 1994–98. O novo filme explora esse material e, para isso, Stone tomou a decisão - mais política ou histórica do que estética - de retornar à forma documental. “O novo filme tenta reunir essas informações de forma coerente para que o público entenda”, explica. “Eu queria estabelecer o recorde, o melhor que posso pelo que sei, direto para o povo americano.”

JFK Revisited foi muito aclamado quando foi exibido nos festivais de cinema de Cannes, Deauville e Roma no início deste ano. Agora está disponível via Showtime, mas aqui vou deixar Stone apontar outro ponto que vale a pena contemplar neste ponto:

"Nos Estados Unidos, quando se trata do assassinato de Kennedy, eu diria que há quase um apagão da mídia sobre qualquer pensamento livre. Não obtivemos cooperação de nenhum distribuidor americano, exceto Showtime…. Nenhuma entidade americana se dispôs a financiar este documentário. Tivemos que ir para a Inglaterra para conseguir o financiamento…."
 
O filme de Stone me lembrou The Devil's Chessboard: Allen Dulles, the CIA e the Rise of America's Secret Government , de David Talbot (HarperCollins, 2015), outro exame escrupuloso do assassinato. Stone e Talbot (que aparece no novo filme) quase afirmam que Allen Dulles, que Kennedy demitiu como diretor da Agência Central de Inteligência em 1961, foi o mestre das marionetes por trás do assassinato de nosso trigésimo quinto presidente. Mas nenhum deles chega explicitamente a essa conclusão. Aqui está a resposta surpreendente de Stone quando perguntei a ele sobre isso: 

Estou na área do que penso em oposição ao que sei. Acho que, depois de todo esse tempo com isso, e intuição, vai além de Dulles. Eu acho que o Dulles era um empresário, provavelmente o empresário, porque ele tinha acesso à agência, ele ainda era um homem muito poderoso, ele estava em Washington, ele estava zunindo por toda a cena….

Dulles, sim, mas acho que ele teve que obter permissão de chefes, alguém, eu acho, da estrutura financeira da Costa Leste, talvez - você sabe que os Rockefellers fizeram tanto mal a este país que eu certamente não poderia colocar isso além sua capacidade de ter participado, porque Kennedy era perigoso para os negócios, e eles sabiam disso, e o que mais temiam era sua reeleição em 64…. É assim que eu vejo. Eles sabiam que se ele fosse refletido, eles estariam mortos na água porque ele teria mais poder.

Há muito tempo considero o assassinato de Kennedy um momento de importância histórica inestimável, pois excluiu um mundo que estávamos perto de trazer à vida e conduziu, mais imediatamente por meio da guerra do Vietnã, ao mundo de sofrimento e caos que encontramos em nossas janelas. Minha pergunta final nesta troca foi uma que eu esperava muito fazer. Dizia respeito ao dano psicológico infligido pelo assassinato de Kennedy e, subsequentemente, pela guerra do Vietnã. Será que esses eventos nos tornaram um povo perdido e sem amarras? Stone, um veterano do Vietnã e possuidor de uma memória aguda e inabalável, ficou visivelmente comovido enquanto lutava para responder. Foi em parte:

Todas essas coisas voltam ao poleiro, foi o que Malcolm X disse. O carma ... se você acredita em uma dimensão espiritual, não vejo como podemos ir e fazer isso e não sofrer as consequências. Onde está nossa humanidade? ... Não sei para onde estamos indo, mas parece que nosso carma está tão fodido, tão fodido. Dante nos escreveria no último círculo do inferno. Espero pelo nosso país, sou otimista, que possamos superar isso, mas é assustador pensar nas coisas que fizemos….

“Devíamos nos contar entre as vítimas de outra forma”, disse eu quando ele terminou. Resposta de Stone:

Você é apenas uma baixa na medida em que esquece, e se você se lembra que está vivo, você não é mais uma vítima porque está travando uma luta, uma cruzada, para não esquecer.   

■ ■ ■

The Scrum disponibiliza este webcast para todos os telespectadores, sem pay wall, porque todos deveriam saber desse filme maravilhoso e todos deveriam assisti-lo. Conhecer o trabalho de Stone, todo ele, é parte do que significa entender o mundo em que vivemos. Ele é esse tipo de cineasta. E com esse espírito, JFK Revisited é imperdível.

——PL (Patrick Lawrence)

domingo, 28 de novembro de 2021

Blog do Roberto Moraes: Livro "Economia e desenvolvimento no NF: da cana-d...

Blog do Roberto Moraes: Livro "Economia e desenvolvimento no NF: da cana-d...: O livro " Economia e desenvolvimento no NF: da cana-de-açúcar aos royalties do petróleo " foi editado em 2004 pela editora WTC.

Livro "Economia e desenvolvimento no NORTE FLUMINENSE: da cana-de-açúcar aos royalties do petróleo"

disponibilizado em versão PDF

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Live Cinegnose #30 - 21/11/2021

Live Cinegnose 360 desse domingo: ocultismo, rock, magia do caos e o xadrez semiótico da política. 

Ocultismo, Rock, Magia do Caos e Política darão o tom da Live Cinegnose 360 #30 desse domingo (21/11/2021), às 18h, no YouTube. 

Começando pelos vinis desse humilde blogueiro, o mergulho do Led Zeppelin no Ocultismo a partir do álbum “Led Zeppelin IV”: Aleister Crowley versus Austin Spare (Magia do Caos) na ascensão e queda da banda. Depois, vamos discutir os filmes “Finch” (Tom Hanks e a propaganda do pós-humanismo) e “Pulse” (o profético terror japonês). Em seguida, algumas parábolas da Inteligência Artificial. 

A Teoria da Estupidez de Dietrich Bonhoeffer explica por que o Brasil deu nisso. Uma pergunta: Por que o mercado financeiro brasileiro se autodescreve através dos simbolismos do touro e da baleia? O xadrez semiótico da terceira via e a crítica midiática da semana.  

Na segunda-feira, no YouTube, o leitor encontra a Live Cinegnose 360 #30 gravada com minutagem, bibliografia e discografia.

Blog do Roberto Moraes: Mídias digitais (sociais), estruturas, distopia & ...

Blog do Roberto Moraes: Mídias digitais (sociais), estruturas, distopia & ...

Mídias digitais (sociais), estruturas, distopia & resistência

As mídias sociais são paradoxais em diversas dimensões, mas em especial nas relações de poder (política). As redes sociais (APPs) ligam e desligam. Articulam e fragmentam. Implodem e explodem. Atraem, arrastam e expulsam. As redes sociais socializam, mas também individualizam.

O uso da ciberesfera que ganhou potência com a internet móvel dos celulares (e aplicativos, APPs), embrulhando a relação com a nossa conhecida socioesfera. 

Relações físicas e digitais se misturam no âmbito social, econômico e político. As relações entre estes mundos dos símbolos e do imaginário circulam pelas subjetividades que leem o real por trás (background) das atraentes, transparentes e transcendentes telas florescentes. 

Em termos de estruturas, as mídias digitais são hoje em boa parte os aplicativos das redes que se autodenominam sociais, misturando aquilo que é meio do que são os objetivos. Essas redes (digitais e sociais) são frutos da APPficação, onde se situam os APPs mais baixados e usados do mundo. Em especial aqueles controlados pelas Big Techs, as gigantes do mundo digital. Entre eles estão: WhatsApp; Facebook; Youtube; Twitter; TikTok; Wechat; Instagram;  Messenger, etc.

Em termos de atuação no campo político, as redes sociais parecem atomizar a organização de movimentos e partidos. Assim, com menos identidades eles tendem a se tornar instrumentos e passagens provisórias (fluidas), fato que favorece a dispersão. Assim, de forma simultânea e também contraditória, as redes sociais levam aos oligopólios e à concentração das relações de poder. Um poder mais concentrado e quase imperial.

As disputas são também paradoxais. De um lado os agentes se multiplicam e fragmentam, mas na outra ponta se tornam cada vez mais concentrados e sob um forte controle dos algoritmos da dominação técnico-digital que amplia a capacidade de manipular a política, as relações de poder.

Todo esse movimento se dá em meio às diversidades que nascem utópicas, mas parecem cada vez mais distópicas, apesar dos esforços de integração.

Penso que o uso das redes sociais representa um aprendizado, mas os resultados desta utilização parecem atender, majoritariamente, a processos de manipulação que estão servindo bem mais aos objetivos da tecnocracia e das autocracias pós-democráticas e de extrema direita. São milhões de robôs dirigindo os algoritmos pela vida da inteligência artificial (IA). Uma disputa assimétrica como a racionalidade de um ideal de democracia fugidio.

As redes sociais na essência se encaixam na lógica (hoje mais clara) da guerra híbrida, quando servem como meios e instrumentos de disputas não militares, mas com apoio, sigilo, disciplina, coordenação e controle de estilo militar, com a finalidade de alcançar os objetivos estratégicos, políticos e geopolíticos de hegemonia. 

As redes servem a esse propósito de guerra híbrida, financeira, de informações, de energia e de sanções de maneira espetacular e já muito comprovada. Processo que parece um exercício militar da guerra cibernética ampla (ou total) para a qual nos encaminhamos, aceleradamente.

Mas, enfim, é preciso também considerar que poder sempre leva a contra-poder. Marchas a contra-marchas. É por aí que hoje enxergamos o variado uso desse espaço digital. Esforços, lutas e movimentos tentam encontrar meios para enfrentamentos aos donos dos algoritmo. Aqueles que exercem na prática o domínio técnico-digital a favor da minoria endinheirada no andar de cima. 

A luta deve ser para estancar a sangria obtida pelas Big Techs com a captura dos nossos dados e até do nosso imaginário. Tudo isso se tornou mais um campo de disputa assimétrica, como sempre foi a luta de classes em que a maioria é controlada e dirigida. 

Vivemos época de oligopólios, massificação e manipulação destas novas tecnologias digitais. Eles precisam ser enfrentados assim como as desigualdades. Sem ilusões, mas com determinação. A tecnologia não é neutra e precisa estar a serviço da maioria. Esta continua a ser a principal luta!

domingo, 21 de novembro de 2021

B.i.g T.e.c.h quer os dados de v.a.c.i.n.a.ç.ã.o da saúde pública brasil...

BIG TECH QUER OS DADOS DE VACINAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA BRASILEIRA

Publicado por Thiago Espindula* em 20.11.2021

Na análise de ontem, discuti o fato de que a formação de gigantescos cadastros de vacinação, em consonância com a digitalização de nossa economia, produz um banco de dados com uma quantidade enorme de informações sobre o comportamento da sociedade, posto que, assim como compras virtuais registram onde a pessoa está comprando, a exigência de QR Codes vacinais, para frequentar certos lugares, também produz um rastro digital.

Exatamente como já disse aqui antes, está em aberta disputa o controle de todos esses dados, posto que, em um cenário de guerra cognitiva (tema já abordado aqui no canal), o controle sobre dados (que permitem construir uma radiografia do comportamento humano) é algo que pode garantir o controle de toda a humanidade, posto que, alimentando inteligências artificiais com todos esses dados, a formulação de estratégias de controle das sociedades é sucesso garantido.

Imagine supercomputadores tratando a todo tempo informações que chegam de todos os lugares, utilizando inteligência artificial para identificar padrões e entregar relatórios precisos para que estratégias de vigilância e manipulação de massa sejam estabelecidos, o que fará das redes algo ainda mais nocivo do que já é, posto que, além dos dados que já entregamos “de bom grande” dando “likes” e pesquisando palavras, ainda teremos os dados sequestrados compulsoriamente.

Já falei várias vezes aqui no canal sobre o insistente terrorismo que temos visto partir de inúmeros “think tanks” e da mídia corporativa para apavorar empresas, bancos e governos sobre o risco de, em pleno curso da digitalização da vida, bancos de dados estarem expostos a ataques hackers que podem comprometer o funcionamento das atividades, estimulando que todos “guardem” com segurança os seus bancos de dados com quem pode fornecer segurança: as grandes empresas de tecnologia.

Na análise de ontem, falei sobre o artigo recente do Fórum Econômico Mundial (assim como já discuti várias vezes o Cyber Polygon) que aborda o risco de ataques hackers à bancos de dados de saúde, posto que a vacinação e a imposição de passes-sanitários estão produzindo um farto aporte de informações sobre todos, acervo que será disputado amplamente pelas mais variadas forças que controlam o mundo… E controlar esses dados é controlar o mundo.

Creio que o ataque virtual recente aos dados do sistema público de saúde brasileiro, gerando problemas no aplicativo de vacinação, tenha uma relação direta com esse contexto (isso se a coisa não tiver partido das próprias empresas de tecnologia), posto que a mídia tem explorado a questão da segurança digital, como que indicando que o governo deve procurar uma ajuda profissional para guardar os nossos dados: ou seja, as big tech.

Se o roubo de dados é algo ruim, entregar todos os nossos dados para essas empresas é algo ainda mais nocivo, o que deveria ter como resposta um amplo movimento da sociedade contra a ideia dos governos entregarem tantas informações do povo para empresas controladas pelos mesmos gestores de ativos que detém o controle de quase todo o espectro financeiro e produtivo global… Arma para que possam nos dominar e manipular ainda mais através das redes.

É justamente por isso que urge discutir (não só a digitalização da economia, e a soberania sobre esse processo, como também) o risco da geração de amplos cadastros digitais a partir dos passes-sanitários, posto que a tendência é de que esses dados todos venham a ser colocados sob o guarda-chuva de empresas de tecnologia que irão ter controle sobre informações de pessoas de vários países (isso além dos dados das empresas), aumentando ainda mais o poder de fogo desses agentes econômicos e políticos.

Portanto, por trás de um erro de aplicativo ou de uma mera troca de dados no aplicativo do sistema de saúde brasileiro, existem muito mais implicações e interesses do que costumamos supor, uma vez que esses dados todos são o ativo mais valioso em tempos nos quais toda a vida está sendo digitalizada e nos quais cada transação gera informações fundamentais para que o sistema transnacional possa seguir nos manipulando com ferramentas que nós próprios alimentamos. 

Thiago Espindula*, professor de Ciências Humanas que quer discutir o essencial. 
Ver todos os posts por Thiago Espindula* no link: https://verdadeconcreta.wordpress.com/author/verdadeconcreta/

A seguir, vídeo discutindo o assunto abordado no texto.

sábado, 20 de novembro de 2021

Blog do Roberto Moraes: Alguns outros significados da viagem de Lula à Europa

Alguns outros significados da viagem de Lula à Europa

Na Europa, mais do que massagear o ego (nosso e dele), penso que Lula acabou tomando a principal vacina que precisava contra novas tentativas de golpe.

Explico. É que diante do porte do que Lula conquistou nestes dias, ampliando o capital político e geopolítico que já possuía, a extrema direita sua adversária aqui no Brasil, fica praticamente impedida de tentar algo contra ele, seja a vida ou por instrumentos judiciais.

A Europa em seus movimentos entre a OTAN e a Eurásia, precisa de aliados transfronteira, penso que assim enxerga em Lula um pouco desse potencial. Não foi por outro motivo que Macron pediu para conversar com Lula, diante do enfrentamento da eleição daqui a cinco meses, quando disputará também com a extrema direita francesa, além da prefeita de Paris, como candidata de esquerda e que também esteve com Lula.

Artigo completo a seguir;

Blog do Roberto Moraes: Alguns outros significados da viagem de Lula à Europa


sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Blog do Roberto Moraes: Dubai-Davos, o consciente-inconsciente coletivo do...

Blog do Roberto Moraes: Dubai-Davos, o consciente-inconsciente coletivo do...

Dubai-Davos, o consciente-inconsciente coletivo do "andar de cima"


Dubai parece um ímã que atrai, consciente ou inconscientemente, os que desejam um mundo para poucos, distante da maioria, embora construído com o suor destes. Dubai é o mundo real da distopia produzida nas ideias e nos interesses de Davos que esgarça a civilização e se reenamora com a barbárie.

Há ainda contradições entre Davos e Dubai, mas elas se complementam. A primeira está na Suíça, é sede do Fórum Econômico Mundial e espaço de circulação dos negócios financeiros offshore que se escondem a tributação, enquanto aumentam seus rendimentos e derivativos. 

Artigo completo a seguir:

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Blog do Roberto Moraes: Big Techs: teia de aranha digital-financeira entra...

Blog do Roberto Moraes: Big Techs: teia de aranha digital-financeira entra...

Big Techs: teia de aranha digital-financeira entra em novo patamar de acumulação e controle sobre o mundo real e o poder
Não é necessário nem ser um observador assim tão atento, para perceber que as Big Techs estão entrando num novo patamar de atuação, muito para além do que supõe o uso de um notebook ou celular conectados à internet.


Não é só o “clube dos trilhões de dólares” em termos de valor de mercado que demonstra o porte destes maiores oligopólios da história da humanidade, em termos de escala e capacidade de acumulação. Vale registrar que juntas, as Big Techs americanas já passaram e bem dos US$ 10 trilhões.

Porém, faço questão de me referir aos avanços do prática anticoncorrencial monopolista dentro dos setores específicos de tecnologia em que atuam. Há até alguma concorrência entre elas em algumas áreas de atuação comum, mas são quase um despiste para negar a prática monopolista, mas no geral os ganhos em escala, são em setores muito específicos de cada uma das Big Techs.

Artigo completo a seguir:

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Brasil ¢ede demais ao intere$$e tran$na¢i0nal na C0P 26...


BRASIL CEDE DEMAIS AO INTERESSE TRANSNACIONAL NA COP26

Seguirei discutindo a questão da COP26, suposto encontro ambiental que está acontecendo na Escócia, da mesma maneira que tenho feito nos últimos dias, que é a de tratar o evento como um balcão de negócios do interesse transnacional (com os seus representantes políticos) utilizando a narrativa ambiental como mote para angariar apoio para uma agenda que irá aumentar sensivelmente o monopólio das grandes corporações no mundo inteiro.

A exemplo do que vimos acontecer no encontro do G20, alguns componentes dos BRICS estão batendo contra a proposta do “cavalo de pau” na economia que os países centrais buscam dar em função da dita agenda ambiental, pois (acertadamente) enxergam que uma manobra desse tipo irá promover uma destruição de setores econômicos e da própria qualidade de vida do povo (o que só beneficiará empresas transnacionais que irão abocanhar essas fatias do mercado após a quebradeira).

O fato do Brasil estar topando a agenda da criminalização do carbono irá gerar efeitos devastadores se a coisa toda for colocada em marcha como tem ocorrido na Europa, posto que a tributação do carbono tende a atingir em cheio os nossos transportes (por causa do aumento ainda maior do preço dos combustíveis) e da energia (por causa da termoelétricas), o que irá desaguar no preço de toda a produção (aumentando ainda mais a inflação).

Por outro lado, não serão poucos os setores que irão quebrar, posto que os tributos ambientais, somados ao aumento do preço dos insumos que já vemos ocorrer no mundo inteiro, irá degolar empresas que não possuem “gordura para queimar” nesse período de encarecimento acentuado da produção, gerando ainda mais desemprego e reduzindo ainda mais a oferta (em função da quebra de empresas), o que eleva a inflação.

O caso da Europa parece ser ilustrativo sobre o rumo que o Brasil está tomando, posto que, como alertei aqui meses atrás, a escolha de criminalizar o carbono e de dar um “cavalo de pau” na economia, associada à retomada econômica pós-isolamento social, está produzindo um blecaute energético e produtivo em todo o continente, que agora depende de um inverno menos rigoroso para não sofrer ainda mais com suas péssimas escolhas “ambientais”.

A concessão que o governo Bolsonaro fez, hoje pela manhã, de reduzir drasticamente as emissões de metano (sobretudo de rebanhos), não serão menos catastróficas, posto que o nosso setor rural será golpeado em cheio pela medida, encarecendo ainda mais o custo da produção e da alimentação, isso em um país que, por exportar uma parte considerável de sua carne, abriga uma população que está cada vez mais distante do consumo de proteína animal.

Esse impacto sobre o setor rural irá abrir oportunidades para os tais sistemas alimentares, vendidos como a grande solução pelo interesse transnacional, o que tende a fazer com que o meio rural brasileiro seja ainda mais dominado por interesses internacionais que colocarão o nosso trabalhador do campo a serviço de grandes corporações produtoras de alimentos no mundo todo, como já tem ocorrido em vários países.

O Fórum Econômico Mundial usa e abusa dos elogios ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola e iniciativas como a Grow (Ásia, África e América Latina), consórcios de corporações transnacionais que utilizam o discurso ambiental e de respeito à diversidade para dominar a agricultura dos países, através de compra de políticos, de grilagem e de muita poluição no campo, para produzir cultivos para abastecer a indústria de alimentos (de péssima qualidade) no mundo todo.

Decodificando a pauta do metano na COP26, podemos perceber que um ataque ao setor rural brasileiro, por parte do interesse transnacional, visa utilizar a questão ambiental para impor restrições à nossa (já ameaçada) soberania alimentar, para, no lugar, impor um receituário que já tem se apresentado uma grande fraude no mundo inteiro, como podemos perceber através desses consórcios agrícolas forjados pelo interesse monopolista (e elogiado pela ONU).

Precisamos ter em mente que a concessão que o Brasil está fazendo na COP26, quando concorda em reduzir drasticamente a emissão de carbono na atmosfera, irá gerar um impacto gigantesco na economia e para a sociedade, de forma que a resposta do povo não tende a ser de apoio a uma agenda que irá massacrar ainda mais a classe média e a classe trabalhadora no país, que já tem sofrido com inflação e desemprego.

A fala de John Kerry nas redes, elogiando o governo Bolsonaro sobre a adoção de metas “ousadas” no que tange ao carbono, é ilustrativa, posto que (como já discuti aqui no início do ano), Biden já criou de antemão gabinetes ambientais e a tal “justiça climática” para poder se intrometer na gestão soberana (dos recursos naturais) dos países utilizando o mote ambiental/climático como narrativa (o que estou há meses aqui chamando de “imperialismo verde”, bolado pelo Departamento de Justiça ianque).

John Kerry é o representante desse trabalho no mundo inteiro, utilizando a narrativa ambiental para destruir setores econômicos dos países e para impor restrições para que as nações façam um uso soberano de suas riquezas naturais, tudo devidamente emoldurado pela farsesca narrativa ambiental/climática, o que visa conquistar o apoio de setores progressistas desavisados que servirão como uma tropa de soldados a favor do interesse transnacional.

Publicado por Thiago Espindula
Professor de Ciências Humanas que quer discutir o essencial. 

Ver todos os posts por Thiago Espindula em: https://verdadeconcreta.wordpress.com/author/verdadeconcreta/

A seguir, vídeo discutindo o assunto abordado no texto.