quarta-feira, 3 de novembro de 2021

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BRASIL CEDE DEMAIS AO INTERESSE TRANSNACIONAL NA COP26

Seguirei discutindo a questão da COP26, suposto encontro ambiental que está acontecendo na Escócia, da mesma maneira que tenho feito nos últimos dias, que é a de tratar o evento como um balcão de negócios do interesse transnacional (com os seus representantes políticos) utilizando a narrativa ambiental como mote para angariar apoio para uma agenda que irá aumentar sensivelmente o monopólio das grandes corporações no mundo inteiro.

A exemplo do que vimos acontecer no encontro do G20, alguns componentes dos BRICS estão batendo contra a proposta do “cavalo de pau” na economia que os países centrais buscam dar em função da dita agenda ambiental, pois (acertadamente) enxergam que uma manobra desse tipo irá promover uma destruição de setores econômicos e da própria qualidade de vida do povo (o que só beneficiará empresas transnacionais que irão abocanhar essas fatias do mercado após a quebradeira).

O fato do Brasil estar topando a agenda da criminalização do carbono irá gerar efeitos devastadores se a coisa toda for colocada em marcha como tem ocorrido na Europa, posto que a tributação do carbono tende a atingir em cheio os nossos transportes (por causa do aumento ainda maior do preço dos combustíveis) e da energia (por causa da termoelétricas), o que irá desaguar no preço de toda a produção (aumentando ainda mais a inflação).

Por outro lado, não serão poucos os setores que irão quebrar, posto que os tributos ambientais, somados ao aumento do preço dos insumos que já vemos ocorrer no mundo inteiro, irá degolar empresas que não possuem “gordura para queimar” nesse período de encarecimento acentuado da produção, gerando ainda mais desemprego e reduzindo ainda mais a oferta (em função da quebra de empresas), o que eleva a inflação.

O caso da Europa parece ser ilustrativo sobre o rumo que o Brasil está tomando, posto que, como alertei aqui meses atrás, a escolha de criminalizar o carbono e de dar um “cavalo de pau” na economia, associada à retomada econômica pós-isolamento social, está produzindo um blecaute energético e produtivo em todo o continente, que agora depende de um inverno menos rigoroso para não sofrer ainda mais com suas péssimas escolhas “ambientais”.

A concessão que o governo Bolsonaro fez, hoje pela manhã, de reduzir drasticamente as emissões de metano (sobretudo de rebanhos), não serão menos catastróficas, posto que o nosso setor rural será golpeado em cheio pela medida, encarecendo ainda mais o custo da produção e da alimentação, isso em um país que, por exportar uma parte considerável de sua carne, abriga uma população que está cada vez mais distante do consumo de proteína animal.

Esse impacto sobre o setor rural irá abrir oportunidades para os tais sistemas alimentares, vendidos como a grande solução pelo interesse transnacional, o que tende a fazer com que o meio rural brasileiro seja ainda mais dominado por interesses internacionais que colocarão o nosso trabalhador do campo a serviço de grandes corporações produtoras de alimentos no mundo todo, como já tem ocorrido em vários países.

O Fórum Econômico Mundial usa e abusa dos elogios ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola e iniciativas como a Grow (Ásia, África e América Latina), consórcios de corporações transnacionais que utilizam o discurso ambiental e de respeito à diversidade para dominar a agricultura dos países, através de compra de políticos, de grilagem e de muita poluição no campo, para produzir cultivos para abastecer a indústria de alimentos (de péssima qualidade) no mundo todo.

Decodificando a pauta do metano na COP26, podemos perceber que um ataque ao setor rural brasileiro, por parte do interesse transnacional, visa utilizar a questão ambiental para impor restrições à nossa (já ameaçada) soberania alimentar, para, no lugar, impor um receituário que já tem se apresentado uma grande fraude no mundo inteiro, como podemos perceber através desses consórcios agrícolas forjados pelo interesse monopolista (e elogiado pela ONU).

Precisamos ter em mente que a concessão que o Brasil está fazendo na COP26, quando concorda em reduzir drasticamente a emissão de carbono na atmosfera, irá gerar um impacto gigantesco na economia e para a sociedade, de forma que a resposta do povo não tende a ser de apoio a uma agenda que irá massacrar ainda mais a classe média e a classe trabalhadora no país, que já tem sofrido com inflação e desemprego.

A fala de John Kerry nas redes, elogiando o governo Bolsonaro sobre a adoção de metas “ousadas” no que tange ao carbono, é ilustrativa, posto que (como já discuti aqui no início do ano), Biden já criou de antemão gabinetes ambientais e a tal “justiça climática” para poder se intrometer na gestão soberana (dos recursos naturais) dos países utilizando o mote ambiental/climático como narrativa (o que estou há meses aqui chamando de “imperialismo verde”, bolado pelo Departamento de Justiça ianque).

John Kerry é o representante desse trabalho no mundo inteiro, utilizando a narrativa ambiental para destruir setores econômicos dos países e para impor restrições para que as nações façam um uso soberano de suas riquezas naturais, tudo devidamente emoldurado pela farsesca narrativa ambiental/climática, o que visa conquistar o apoio de setores progressistas desavisados que servirão como uma tropa de soldados a favor do interesse transnacional.

Publicado por Thiago Espindula
Professor de Ciências Humanas que quer discutir o essencial. 

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A seguir, vídeo discutindo o assunto abordado no texto.

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