terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Apoio popular multiplica WikiLeaks e cria mais de 500 clones

06 de dezembro de 2010 • 21h23 • atualizado às 22h40

À medida que se fecha o cerco governamental sobre o WikiLeaks e seu fundador, Julian Assange, o apoio popular no mundo todo permitiu que nas últimas horas o site fosse clonado e existam mais de 500 páginas oferecendo seu conteúdo na rede.

No último sábado, após uma semana de publicação de documentos diplomáticos dos Estados Unidos com informações confidenciais e secretas, e perante a crescente pressão de governos e grandes companhias, o WikiLeaks fez um pedido popular através do Twitter sob a bandeira "imwikileaks" (eu sou wikileaks).

Nesta segunda-feira, 48 horas depois do início da campanha, a organização conseguiu que 507 sites clonassem seus conteúdos "para deixar impossível que o WikiLeaks seja retirado totalmente da internet", precisamente o que o governo dos Estados Unidos e outros países estão tentando há uma semana. Em mensagem publicada no wikileaks.ch, a página criada pelo Partido Pirata suíço para hospedar o WikiLeaks depois que a “Amazon Web Server” (AWS) decidiu expulsar de seus servidores o site, indica que o WikiLeaks “está sob forte ataque”.

O WikiLeaks também oferece as instruções para que qualquer servidor possa clonar a página. O êxito do crescente apoio popular ao WikiLeaks, que corre paralelo aos crescentes esforços governamentais e corporativos para silenciar o site, está tornando muito difícil que as autoridades americanas possam apagar a página de Assange e impedir a revelação de mais informação comprometedora.

O próprio procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, reconheceu nesta segunda-feira de forma implícita as dificuldades que Washington está tendo para silenciar o WikiLeaks. “Estamos fazendo tudo o que podemos”, disse Holder durante uma entrevista coletiva em Washington.

Holder não quis explicar as ações que as autoridades americanas estão tomando, mas disse que "a segurança nacional dos Estados Unidos foi colocada em risco. As vidas das pessoas que trabalham para o povo americano foram colocadas em risco".

Por enquanto, o que parece ter causado mais danos ao WikiLeaks e Assange foram as companhias particulares que deram as costas ao australiano desde que começou a publicar o conteúdo dos documentos.

Primeiro foi a “Amazon Web Server” (AWS), uma filial do gigante da internet Amazon, especializada em oferecer servidores para hospedar sites.

Na semana passada a AWS decidiu expulsar o WikiLeaks de seus servidores oficialmente porque o conteúdo da página era roubado.

Pouco depois, outra empresa americana “EveryDNS.net” interrompeu a conexão entre o nome WikiLeaks.org e os servidores que contêm o site, o que impediu temporariamente que os internautas acessassem a página.

Depois o PayPal cancelou a conta do WikiLeaks, deixando mais difícil que o público possa doar dinheiro a Assange. Finalmente, o banco suíço PostFinance anunciou nesta segunda-feira o fechamento da conta aberta para cobrir os custos legais da página.

Além disso, Assange enfrenta pedidos públicos para ser executado por parte de importantes figuras conservadoras norte-americanas e acusações de abusos sexuais na Suécia, que os advogados do australiano consideram motivadas politicamente.

Assange distribuiu através da internet um arquivo codificado que contém todos os documentos diplomáticos dos EUA, assim como outras informações adicionais, cujo conteúdo será acessível caso lhe ocorra algo ou o WikiLeaks desapareça.































Extraído doTerra

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