terça-feira, 31 de agosto de 2010

SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL GOVERNO BRASILEIRO PARA GAZA

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.292, DE 20 DE JULHO DE 2010.

Autoriza o Poder Executivo a realizar doação para a reconstrução de Gaza.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Fica o Poder Executivo autorizado a doar recursos à Autoridade Nacional Palestina, em apoio à economia palestina para a reconstrução de Gaza, no valor de até R$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais).

Parágrafo único. A doação será efetivada mediante termo firmado pelo Poder Executivo, por intermédio do Ministério das Relações Exteriores, e correrá à conta de dotações orçamentárias daquela Pasta.

Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 20 de julho de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Celso Luiz Nunes Amorim
Paulo Bernardo Silva

FONTE: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12292.htm

enviado por RaulL e Urda

Temporão mata a pau a gestão Serra na Saúde

30 de agosto de 2010 às 17:24h

Temporão, o alvo preferido de José Serra

Em entrevista exclusiva a Rodrigo Martins, o ministro rebate as críticas do candidato tucano à Presidência e faz um balanço da gestão.
Foto: Agência Brasil

Nos últimos meses, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, está na berlinda. Não que seu trabalho desagrade ao governo, mas a sua gestão virou alvo de críticas ferrenhas da oposição. Especialmente de José Serra, candidato do PSDB à Presidência, que faz campanha muito focada no tema.

A CartaCapital, Temporão fez um balanço de seus três anos e cinco meses à frente do Ministério. E contesta as críticas do candidato tucano, a quem acusa de fazer “populismo sanitário” com indicadores pontuais. Confira, a seguir, a íntegra da entrevista:

CartaCapital: Nos últimos meses, o ex-ministro José Serra, hoje candidato à Presidência, passou a atacar a gestão da saúde. Diz que o governo pecou na prevenção e na promoção da saúde.
José Gomes Temporão:
Ele fala, mas não apresenta dados. Diz que recuamos na prevenção, na saúde da mulher. Mas o que exatamente? Aumentamos o número de pré-natal. Só no ano passado distribuímos mais de 500 milhões de preservativos. Serra se coloca como pai do programa de combate à Aids, mas a primeira quebra de patente da história do Brasil foi durante o governo Lula, não foi o Serra nem o presidente Fernando Henrique. E nós incorporamos novos medicamentos ao coquetel anti-Aids. Como dizer que não houve avanços?

CC: Há também a crítica da interrupção dos mutirões para cirurgias eletivas, como as de correção da catarata.
JGT:
Mutirão é para atacar um problema agudo, específico, que demanda uma ação pontual para resolver. Transformar isso numa política permanente é descabido, é reconhecer que o sistema de saúde é um fracasso. Eu chamei isso, em 2006, de “populismo sanitário”. Pegamos as quatro cirurgias que eram feitas em mutirões e incluímos num rol de 90 tipos diferentes de cirurgias. Resultado: 500 mil cirurgias a mais que o governo anterior. Estruturamos uma política, definimos os critérios, financiamos os procedimentos do SUS. Mas quem define as metas, onde serão feitas as cirurgias, em que quantidade, é o gestor municipal. Cirurgia eletiva é uma atribuição municipal, a União financia.

CC: E o acesso à medicação?
JGT: Criamos as farmácias populares, com remédios subsidiados. São 534 estabelecimentos que vendem medicamentos a preço de custo, cerca de 105 drogas e preservativos, especialmente remédios para hipertensão, diabetes, colesterol, pílula anticoncepcional, insulina. Além disso, no fim de 2002, a participação dos genéricos no mercado de medicamentos era de 5%. Neste ano vai fechar em 22%. Na medida em que aumenta o poder de consumo da população brasileira, cresce o consumo de medicamentos genéricos. Tanto que esse mercado está crescendo a uma média de 15% ao ano. Houve um forte aumento dos genéricos no governo Lula e isso deve crescer ainda mais. Nos EUA, esse tipo de medicação domina 60% do mercado. Também fizemos as duas maiores campanhas de imunização do País: 67 milhões de vacinados contra a rubéola, em 2008, e 89 milhões agora contra H1N1. Erradicamos o cólera em 2005, a transmissão da doença de Chagas em 2006, a rubéola em 2009.

CC: O Brasil conseguiu eliminar a transmissão da doença de Chagas, mas não obteve êxito no combate à dengue e à malária. Por quê?
JGT: O vetor da doença de Chagas se reproduz em paredes de taipa (barro). Só de mudar o padrão de habitação interrompemos a transmissão. O Aedes aegypti, da dengue, se reproduz em qualquer poça de água. No calor, ele diminui o tempo de incubação das suas larvas. Em média, 60% dos focos de dengue estão dentro das residências. São 100 milhões de casos em todo o mundo.

CC: Então não tem solução?
JGT: A esperança é uma vacina, capaz de combater os quatro sorotipos da dengue. Daqui a quatro ou cinco anos chegaremos a ela. Há vários protótipos sendo testados.

CC: E quanto à malária?
JGT: O foco da transmissão é na Amazônia, em áreas de difícil acesso. Por isso, descentralizamos radicalmente o diagnóstico, o que permite iniciar o tratamento mais cedo. A probabilidade de complicações e morte reduz muito. É o que está acontecendo. Ainda há surtos localizados. Mas, em média, a tendência é de queda no contágio.

CC: No plano da assistência médica, persiste o impasse das longas filas de espera para cirurgias e exames complexos.
JGT: Nenhum sistema de saúde do mundo é imune a filas. Na Inglaterra, a espera por uma cirurgia eletiva pode chegar a 8 meses. Porque a demanda em saúde é muito elástica. Dou razão num ponto: os exames e os procedimentos de certas especialidades, como neurologia, dermatologia e urologia, são excessivos. Só que, no Brasil, essa é uma questão heterogênea. Há cidades em Santa Catarina que praticamente não possuem fila. Em outras, de médio porte, no interior do Nordeste, a longíssimas esperas. É muito difícil ter equipamentos e especialistas em número suficiente, até por falta de dinheiro. Só que este não é o único problema. Temos dificuldade de redistribuir os médicos pelo território nacional, hoje concentrados no Sul e no Sudeste. Falta de dinheiro, falta equipamentos, falta especialistas. É preciso criar arranjos regionais para garantir o atendimento de toda a população, já que é impossível ampliar muito a oferta,

CC: Qual é a marca da sua gestão?
JGT: Trabalho com o conceito de determinação social da saúde. Ou seja, a saúde está relacionada a questões como acesso a educação, emprego, habitação. Qualquer estratégia consistente de saúde tem de estar articulada à melhor distribuição da renda. E nisso o governo Lula fez a diferença. Trinta milhões de brasileiros ascenderam socialmente. Criaram-se novos padrões de consumo. Por isso não podemos olhar para a questão da saúde com foco exclusivo na assistência médica. Deste ponto de vista, colocamos um vetor de transformação que não vinha sendo percebido em épocas anteriores: redução de desigualdades. Porque a assistência médica, por si só, não tem condições de resolver as questões estruturais do País, de adoecimento e morte da população.

CC: A redução das desigualdades é política de saúde?
JGT: Não podemos olhar para a questão da saúde com foco exclusivo na assistência médica. Mas também avançamos nas políticas específicas. Aumentamos em 60% a cobertura do Programa Saúde da Família (PSF). Com isso, criamos uma rede capilarizada de médicos, enfermeiros e agentes comunitários. É um verdadeiro Exército, hoje temos praticamente 240 mil agentes. São 100 milhões de brasileiros cobertos. Além dos aspectos de cuidado médico, o programa avança na promoção da saúde.

CC: Há resultados perceptíveis?
JGT: Um dos resultados mais visíveis seria a redução da mortalidade infantil. Estudos publicados em revistas internacionais mostram que a cada 10% de aumento da cobertura do PSF a mortalidade infantil é reduzida em 4%. Entre 2003 e 2008, a proporção de mortes em cada mil crianças nascidas vivas baixou de 23,6 para 19. E antes de 2015 vamos cumprir a Meta do Milênio, de chegar a 15. Houve ainda uma redução de internações por algumas causas, como insuficiência cardíaca, crise hipertensiva, diabetes.

CC: Êxito na prevenção, é isso?
JGT: Está melhor. Criamos, por exemplo, o serviço do SAMU, que não existia. Concebido com base na experiência francesa, ele tem uma central de regulação de médicos e enfermeiros que atendem por um número nacional, o 192. Esses profissionais se deslocam com ambulâncias às residências ou para a rua para prestar um primeiro atendimento. Chegaremos a dezembro com 162 milhões de brasileiros cobertos. Se o problema é menos complexo, resolve logo ali. Se é mais grave, leva-se o paciente ao hospital ou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), dependendo da gravidade. Já temos 431 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), para casos de baixa ou média complexidade. Serão mil unidades até 2013, para atender todos.

CC: Uma estratégia para desafogar os hospitais?
JGT: É preciso acabar com essa visão hospitalocêntrica. Estudos mostram que países com foco na atenção primária, como Canadá e Reino Unido, resolvem 80% dos problemas fora dos hospitais. Programas com foco na promoção da saúde são mais eficientes, a relação custo-benefício é melhor e os indicadores de saúde, idem. Basta comparar os índices de saúde dos EUA com a Inglaterra. Os EUA gastam 17% do PIB e a Inglaterra gasta 8%. E todos os indicadores de saúde ingleses são melhores que os americanos. Expectativa de vida, mortalidade infantil, taxa de infecção hospitalar etc. Por quê? Foco na atenção primária.

CC: E a questão da falta de recursos para a saúde?
JGT: O orçamento do Ministério da Saúde é de 60 bilhões de reais. Temos outros 60 bilhões em gastos estaduais e municipais. Isso dá mais ou menos uns 650 reais per capita ao ano. Quando eu pego os gastos da classe média com seguro saúde, dá 1,4 mil reais per capita ao ano. Na Inglaterra, 80% do gasto em saúde é público. No Brasil, é o inverso: 40% do gasto é público e 60%, privado. Se a saúde é um direito de todos e um dever do Estado, como diz a Constituição, como explicar que a maior parcela do investimento é privada? É preciso inverter essa estrutura de investimento.

CC: O governo federal não poderia equilibrar melhor essa conta?
JGT: A Emenda 29 estabeleceu que 12% das receitas dos estados e 15% dos municípios devem ir para a saúde. Na prática, as cidades todas gastam mais, mas nem todos os estados investem o que deveriam, porque não está definido claramente o que é gasto com saúde. Exemplo: os 70 milhões de reais gastos pelo Paraná com distribuição de leite para as crianças. O estado coloca isso na contabilidade de saúde. Isso não deveria acontecer, porque senão tudo pode ser gasto em saúde. A regra que vale para a União segue uma fórmula: o gasto do ano anterior corrigido pela variação do PIB. Num ano de crescimento econômico, isso é bom. Num ano de crise, é péssimo. A demanda por saúde não para de crescer, aumenta 2% ao ano.

CC: O impacto do fim da CPMF continua pesando?
JGT: Teríamos 40 bilhões de reais a mais atualmente. Por isso o governo propôs um novo tributo, a Contribuição Social da Saúde. Mas ninguém quer aprovar um novo imposto em ano eleitoral. O positivo é que todos os candidatos à Presidência da República explicitaram em seus discursos a necessidade de regulamentar a emenda 29. Mas ainda há uma interrogação: de onde sairão os recursos adicionais para a saúde? Trocando em miúdos, nenhuma alternativa que não garanta ao menos 40 bilhões de reais a mais terá um efeito significativo para a saúde, que está subfinanciado.

CC: Muitos especialistas criticam a existência de uma dupla porta de entrada em hospitais públicos, com atendimento diferenciado a quem é bancado pelo SUS e a quem tem plano de saúde.
JGT: Eu, particularmente, sou contra a dupla porta. Acho que hospital público não deve ter duas portas, deve atender todo mundo sem distinção. A grande maioria dos hospitais particulares atende tanto o SUS como a rede privada. A hotelaria com certeza é diferente. Mas o mesmo tomógrafo é usado pelo paciente do SUS ou da rede privada. O mesmo centro cirúrgico e por aí vai. Se houver critérios diferenciados de acesso, como menor tempo de espera para exames e cirurgias, isso é ilegal. É crime.

CC: Com o problema da desnutrição superado, o elevado crescimento da obesidade no Brasil preocupa especialistas. Mas o governo parece vacilante na hora de impor regras à indústria alimentícia, que oferece produtos calóricos e gordurosos demais.
JGT: Criamos um fórum com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) e pactuamos um prazo para a redução dos percentuais de gordura trans nos alimentos. Estamos discutindo a redução do sal e do açúcar. Por que optamos por esse caminho? Há questões tecnológicas envolvidas. As indústrias possuem portes e tecnologias diferentes. É preciso oferecer um prazo de adaptação, porque uma medida mais radical poderia comprometer todo um setor da economia brasileira. O caminho da regulação estrita esbarraria na incapacidade da indústria se adequar.

CC: A Anvisa publicou uma portaria que regulamenta a publicidade de alimentos, mas não aprovou regras específicas da propaganda dirigida a crianças, como pretendia antes. Por quê?
JGT: Houve uma gritaria enorme. Transformaram uma questão de saúde pública em atentado contra a liberdade de expressão. Mas eu não consigo entender como um bichinho pulando numa tela e dizendo para as crianças “coma isso” pode ser interpretado como liberdade de expressão. A Anvisa recuou porque entrou uma questão relacionada não à legitimidade da proposta, e sim à sua legalidade. O argumento de que apenas o Congresso pode regular isso por meio de lei. É o mesmo que ocorreu no caso da cerveja. Mandamos um projeto para regulamentar a publicidade das bebidas alcoólicas e ele dorme em berço esplendido nalguma gaveta do Parlamento. E de lá não sairá, porque os interesses econômicos são fortíssimos. Fiquei chocado de ver, por exemplo, a seleção brasileira ser patrocinada por uma cerveja.

CC: Qual o maior fracasso da sua gestão?
JGT: A incapacidade de regulamentar a Emenda 29. Sou um militante da reforma sanitária e, como ministro, pensei: “Agora vai”. Mas não foi possível. Não conseguimos equacionar o problema do subfinanciamento crônico da saúde.

*Rodrigo Martins é repórter da revista CartaCapital há quatro anos. Trabalhou como editor assistente do portal UOL e já escreveu para as revistas Foco Economia e Negócios, Sustenta!,Ensino Superior e Revista da Cultura, entre outras publicações. Em 2008 foi um dos vencedores do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.


Comentário de Acarr

Conheci esse Ministro carioca só no ano passado, em Pequim, e dele tive a melhor das impressões. Conversamos longamente sobre a impossibilidade, porquanto ilegal, do envio de sangue humano do Brasil para o exterior. Em nosso País, para certas enfermidades, sobretudo na área de nefrologia, as em que deficiências cromossômicas provocam uma gravíssima enfermidade chamada de síndrome finlandesa.

Não existe entre nós laboratórios hematológicos aparelhados para exames de sangue da enfermidade, assim levando a morte de bebês com a tal síndrome. Quando parti para o oriente, em maio do ano passado, faria, como de costume, uma escala de três dias na Alemanha. Um médico patrício solicitou-me levasse uma amostra de sangue de parente, o que fiz, para submetê-la a laboratório na Saxônia, um dos raros do planeta que pode efetuar análises da síndrome em apreço.

Não só o Ministro, como os dirigentes da Anvisa e Fiocruz, além de empresários do setor de genéricos me ouviram de cenho franzido e olhares condenatórios (1 caso/1 milhão, eu lhes dizia). Uma doença raríssima levara um Embaixador a cometer ilegalidade confessada em público.

O Ministro Temporão chamou-me para um canto, a fim de inteirar-se do problema, já que nunca ouvira falar da tal síndrome finlandesa. Eu até lhe disse que sei de nefrologistas de espírito missionário que levam, eles mesmos, para o exterior, amostras desses casos, arriscando seus nomes...

O titular da Pasta sanitária surpreendeu-se com mais essa declaração. Disse que iria obter informações sobre a doença, tendo eu insistido em que até meros turistas levam em suas malas tantas coisas que não devem, proibidas, que uma placa de sangue de um bebê necessitado "é pinto", perto de outras coisas. Sugeri-lhe mudança da lei a respeito, permitindo-se a exportação de sangue em casos especialíssimos, como o em apreço, o Poder Público se aparelhando para promover o despacho do material recolhido para um dos três ou quatro laboratórios do planeta capazes de analisar a síndrome.

O que não pude, então, dizer ao Ministro é que a menininha está viva, submetida a dieta alimentar bem rígida, linda, louçã e sorridente. Uma alegria para nossos olhos. A Medicina Social, conquista do século XX, é tema delicadíssimo, porque trata de levar à Multidão as complicações da Medicina de indivíduos. Nenhum caso, logo nenhum tratamento, é idêntico ao outro. As máquinas humanas, por razões psicobiológicas e outras, são individuais. A maior parte das "barbeiragens" médicas se devem à inconsciência disso ou - mais grave - à premeditada indiferença pelo fenômeno.

A enorme maioria dos óbitos se deve a isso, às tensões dos médicos, vítimas, como todos, da esculhambação neocapitalista, consacrante do à qui mieux, mieux! O indivíduo é a base das estruturas comuns e públicas. Tem de a estas ser conduzido, e não só em casos médicos. Cada corpo humano, cada mente são singularidades vivas.

Outro aspecto que tratei com Temporão refere-se à carestia dos medicamentos no Brasil, 2/3 mais caros que seus correspondentes nos países mais prósperos. Não vou entrar em detalhe, aqui, sobre o que dele ouvi a respeito.

Ele me deixou a melhor das impressões e bem mereceria um repeteco de cargo, no Terceiro Mandato que os brasileiros conquistarão, dentro de 33 dias.

Abraços do

Acarr

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Deve ser chato...

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enviado por Sílvio de Barros Pinheiro

Defunto Caguete - Serra é o "ganso"!!!

Os Passageiros Comentaram

Tem duas coisas que o povão não perdoa: "caguetagem" e gente "traíra" ( o que explica o péssimo desempenho eleitoral da candidata Marina do PVsdb ).

Depois de virar um "defunto vivo" desde o início do horário eleitoral gratuito, a alma penada de Serra vagueia a êsmo pelo país não vendo a hora da campanha acabar para finalmente "cantar pra subir". Mas ainda assim encontra tempo pra enxergar fantasmas - coisa de defuntos !!! - ao ir fazer feio no Clube de Oficiais da Aeronáutica para "caguetar" o PT de ( segundo ele )aparelhar e ocupar feito um exército quase todos os espaços políticos no Brasil.

No "vernáculo" popular, o "ganso" é aquele que atua de graça para a polícia, se enfiando nos guetos para depois "dar o serviço". Fazem isso só para ficarem de bem com "os alemão". Não tem nada de nobreza ou de vocação nisso aí. Serra agora deu de virar "ganso" de milico !!! Como se até os "milicos" precisassem desses tipos em tempos de democracia e em pleno seculo XXI !!!

O "dedo-de-seta" se esquece que é exatamente OCUPAR OS ESPAÇOS que se faz em política pois caso um não o faça, vem outro e o fará !!! Ocupar espaços é a razão de existir e de se fazer política, quem não pensa assim que vá fazer assistência social numa igreja ou numa organização solidária qualquer - o que é mais que legítimo e por vezes fundamental -. Mas não queira fundar um partido !!!. Partido político foi feito para disputar a vontade da maioria e se convencer , exercer de fato o poder !!! É simples assim.

Gostaria muito que os outros partidos se fortalecessem e disputassem cada vez mais as associações comunitárias, os movimentos sociais e os sindicatos. Não o fazem e depois ainda se queixam!!! Ora, ora, ora... quem não é do ramo então que não se estabeleça!!! Venham pra base e disputem contra o PT!!! Quem for melhor... leva !!! O nome disso é democracia.

Mas não adianta... eles jamais irão entender. Só fazem política para os próprios bolsos, não sabem e jamais saberão o que é política na base, o que é trabalho, o que é suar camisa, gastar sola de sapato e amassar barro, que foi tudo o que fêz o PT durante esses mais de 30 anos até chegar no poder do Brasil e se consolidar como um dos maiores ( se não o maior ) partidos de esquerda do mundo (tirando os países das tiranias de partido único).

http://www.youtube.com/watch?v=9pEXtw6Svj8&feature=player_embedded

Sr. José Serra...

Quando se dá qualquer "guinada" à direita, o caminho é sem volta !!!

Que vá e que fique por lá, onde a chapa é mais quente e o diabo recebe com gosto os que se arvoram em exercer a arte de "dedurar" !!!

Extraído do PTrem das 13


Imprensa europeia vê Serra como político experiente à beira da derrota

Brasil | 30.08.2010

José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira


Imprensa europeia destaca longa experiência política do candidato de oposição, e tenta explicar mau desempenho de José Serra na campanha eleitoral. Para ingleses, Serra ainda pode virar o jogo.

Para muitos jornais europeus, o passado político de José Serra não passa despercebido. O candidato do PSDB a presidente do Brasil é visto como um bem-sucedido ex-ministro da Saúde, um respeitado e competente ex-governador do estado de São Paulo. "Para esse homem, enfrentar e derrotar um adversário político novato parecia uma aposta razoável", avalia o jornal francês Le Monde.

Mas o desenrolar da campanha eleitoral colocou Serra, de 68 anos, numa situação adversa, como lembra a publicação, que reproduz a opinião de um eleitor do Nordeste brasileiro dada a uma revista: "Se Lula apoiasse Serra, eu votaria no Serra."

Para o Le Monde, o candidato não tem mais chances – e, mais uma vez, sua derrota é causada por Lula. "Esta campanha é sua última chance de se tornar presidente, um objetivo para o qual, segundo disse, 'se preparou a vida inteira'. E mais uma vez Lula e Dilma Rousseff o impedem de alcançá-lo", escreve o jornal francês sobre José Serra.

Críticas moderadas

O diário alemão Süddeutsche Zeitung é mais comedido ao noticiar a disputa presidencial no Brasil. Sobre Serra, destaca o lema do candidato – "O Brasil pode mais" – e as críticas que ele faz contra alguns pontos da política de Lula, como a proximidade com Irã, Cuba e Venezuela.

"Ele acredita ser o Estado", reproduz o jornal a fala de Serra sobre algumas decisões do presidente. A publicação, no entanto, afirma que o candidato da oposição não pode endurecer o tom, já que o bom momento da economia brasileira deu muita popularidade a Lula.

Crise anunciada

Por outro lado, o jornal suíço Neue Zürcher Zeitung julga que Serra faz um grande esforço para se aproximar da imagem do presidente Lula. A tática, segundo a publicação, é vista como uma fraqueza do candidato da oposição.

A chance de vitória é "atualmente menor do que nunca", prossegue o jornal, segundo o qual a oposição poderá sofrer uma derrota histórica. "O clima no comitê de Serra é tenso. Alguns aliados já tentam minimizar os danos e se afastam do candidato. Parece que já há um resultado preliminar da campanha presidencial", arrisca o Neue Zürcher Zeitung.

Ainda há esperança

A publicação inglesa The Economist acompanha de perto o panorama da política brasileira. A revista reconhece que, na teoria, José Serra seria capaz de vencer a eleição, "afinal já desempenhou diversos cargos políticos em uma carreira longa e bem-sucedida". Mas a verdade é que Serra está se esforçando para continuar na corrida até 3 de outubro.

The Economist ressalta que Serra é conhecido por sua atuação no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que, "apesar de ter obtido algumas conquistas sólidas, é lembrado sem ternura pelos brasileiros".

A revista inglesa é um pouco mais relutante quando tenta prever o resultado das eleições presidenciais. A publicação afirma que a liderança de Rousseff ainda não é "incontestável". Na visão do semanário, Serra pode ter uma chance se houver um segundo turno. "E, no Brasil, há sempre a possibilidade de um escândalo ou um tropeço."

Autora: Nádia Pontes
Revisão: Roselaine Wandscheer


http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5955699,00.html

Mais artigos sobre o tema

O ANDAR EXCLUSIVO DE MAITÊ PROENÇA

Laerte Braga

A dublê de atriz e socialite Maitê Proença tem restrições à candidata Dilma Roussef e está em dúvida entre votar em Marina da Silva ou José Arruda Serra. Foi o que disse à imprensa. Ao comentar a candidatura Dilma incita “machos selvagens” a “nos livrar da Dilma”.

Cabe a Maitê nessas eleições o papel que coube a Regina Duarte nas eleições de 2002, quando do alto do trono de namoradinha do Brasil disse ter medo “muito medo” da vitória de Lula.

Há cerca de um ano e meio, dois no máximo, Maitê Proença sofreu um acidente durante as gravações de uma novela nas imediações da cidade mineira de Juiz de Fora. Ao que me recordo teria caído de um cavalo ou coisa assim. Foi levada a um hospital e ao saber que teria que permanecer internada durante um dia, dois, três não importa, exigiu que a direção do Monte Sinai, nome do hospital, evacuasse todo o andar onde ela ficaria para evitar perturbações e incômodos.

É claro, a direção do hospital recusou-se a atender essa exigência de puro preconceito e deixou-a a vontade para procurar outro lugar. Complexo de Marilyn Monroe. Com um detalhe, quem é acometido desse tipo de chilique, ao contrário de Marilyn, tem só presunção.

Permaneceu no hospital o tempo necessário. Diga-se de passagem, considerado um dos melhores do País.

A jornalista e historiadora Conceição de Oliveira, num artigo publicado no site VI O MUNDO, trata das declarações de Maitê sobre “machos selvagens a nos livrar da Dilma”.

No mundo do espetáculo a glória varia de dimensão. Tanto pode ser Boninho, diretor do BBB, juntar-se a seus amigos e atirar água suja em pessoas que passam nas ruas a partir de critérios sobre esse/a ou aquele/a ser um vagabundo/a, o criador dos “heróis” de Pedro Bial, como pode ser a página central e dupla da PLAYBOY.

A “exigência” da atriz aos diretores do hospital em Juiz de Fora (são médicos, não são protagonistas de uma novela, de um show e por isso não cederam) é o modo Arruda Serra de pensar a saúde, direito básico e fundamental de cada cidadão. Inclusive aqueles que estavam nos quartos contíguos ao que Maitê estava ou no mesmo andar.

Não chega a ser um parto ao vivo, o de Xuxa, a dimensão da atriz no espetáculo é menor, mas é a forma arrogante e preconceituosa como as elites enxergam os de baixo.

Um cidadão de sobrenome Adorno, médico veterinário, no twitter, se declara tucano por ideologia (deve ter feito alguma confusão, tucano não tem ideologia, tem tabela de preço). Conceição de Oliveira trata do assunto no artigo que citei mostra uma faixa com a inscrição “BRUNO ENGRAVIDA A DILMA e DEPOIS AVISA PARA O MACARRÃO E O BOLA”.

É uma característica tucana, exatamente a absoluta falta de idéia, de programa, de princípios, de dignidade.

De respeito. O mesmo que faltou a Maitê convocando “machos selvagens” a “nos livrar da Dilma”. Respeito às mulheres.

Como a atriz aceita o papel de objeto, está acostumada a isso, acha que todas as mulheres se chamam Maitê Proença ou Regina Duarte.

Não é bem assim. Não pode ser assim. E, felizmente, não é assim. Tem um monte de mulheres brasileiras que estampam na forma de ser a marca do caráter de uma luta cotidiana pela liberdade, pelo trabalho, pelo pão de cada dia, sem necessidade de andar exclusivo num hospital, ou de “machos selvagens”.

Uma das principais razões, são muitas, das constantes quedas de José Arruda Serra nas pesquisas de intenção de voto do eleitoral é essa arrogância fétida das elites. O cheiro é insuportável. Imagine alguém que cheire a FHC?

O candidato não tem programa, não tem rumo, tem apenas veneno e mau caratismo. Espalha essa “ideologia” em adornos criminosos (a faixa é uma glorificação de um crime bárbaro e incitação ao crime), que têm impresso bem embaixo, em letras miúdas, as da mentira e da vergonha do anúncio de tudo a preço de banana, o “made in FIESP/DASLU”.

Maitê é uma das muitas que junta água suja no balde para despejar sobre trabalhadores e trabalhadoras.

Deve achar-se uma deusa objeto do ardoroso amor de “machos selvagens”.

Uma vez perguntaram a Henry Miller, um dos maiores autores do século XX, proscrito pelas elites puritanas e moralistas da hipocrisia durante um bom tempo, o que era para ele uma prostituta. A pergunta foi feita por um almofadinha intrigado com o fato do autor freqüentar bordéis em Paris.

Miller respondeu assim – “a prostituta nunca é aquela que vende o corpo. É a que vende a alma”.

Deve ser por isso que o pai de todos os Macedos da vida, falo do Edir, Billy Graham, pastor preferido de Ronald Reagan, alcunhado de “Billy Grana” pelo extinto e notável O PASQUIM, diziam que Miller era um devasso, “nocivo à família americana”.

Esse tipo de família gosta de “andar exclusivo”. Dane-se o resto.

É o imprimatur Arruda Serra em toda essa campanha eleitoral.

ESPN - FOLHA - Como usar o futebol para a prática da pilantragem eleitoreira

Mauro Carrara

O golpe sujo começou com o blogueiro Juca Kfouri, do UOL, ainda no sábado, 28 de Agosto.

Segundo ele, a empreiteira Odebrecht "deu" um estádio ao Corinthians para bajular o presidente Lula.

O jornalista do UOL-FOLHA e da ESPN, no entanto, não conseguiu provar que se tratava de um presente, muito menos de uma negociata, como tentou insinuar.

A suposição eleitoreira, no entanto, logo converteu-se em "fato" para boa parte da imprensa esportiva.

Uma ironia, posto que se acolhe na corporação dos jornalistas esportivos brasileiros numeroso grupo de paus-mandados de políticos, cartolas e, principalmente, de empresários de atletas.

A peça golpista que abre esta semana foi produzida pelo jornalista carioca Mauro Cezar Pereira, ex-O Globo, ex-Placar (Abril), atual comentarista da ESPN e da Rádio Eldorado (Estadão).

A acusação está luminosamente impressa em seu blog da ESPN, filial da empresa norte-americana do mesmo nome, desde 1996 uma subsidiária da Disney.

O título é "PEDIDO DE LULA A EMPREITEIRA POR ESTÁDIO DO CORINTHIANS É VERGONHA".

Implicitamente, o autor do texto ainda chama o presidente da República de ladrão ao concluir sua mensagem com a pergunta: "ou você é adepto do rouba mas faz?"

Novamente, o leitor buscou qualquer prova (uminha que fosse) de que o presidente tenha sugerido, solicitado ou exigido esse favor dos empreiteiros.

E nada há. Apenas, o velho jornalismo de pilantragem e difamação praticado pela imprensa monopolista brasileira.

Mauro Cezar Pereira cita outro blogueiro, o jornalista Guilherme Barros, para afirmar que a Odebrecht receberá financiamento do BNDES e isenção fiscal.

Nem Pereira nem Barros, no entanto, apresentam qualquer documento sobre o acordo. Nada!

Tampouco oferecem as necessárias "aspas" de qualquer autoridade federal, executivo da construtora ou dirigente do clube paulistano.

A fonte de ambos parece ser uma matéria da Folha de S. Paulo, confusa, mal apurada e mal escrita, da lavra de Evandro Spinelli, datada de 29 de agosto.

Mesmo ali, não há qualquer prova da citada "vergonha", menos ainda se exibe qualquer evidência de que o dinheiro público financiará a obra.

Aliás, os próprios próceres do PSDB, que ergueram trombetas para anunciar o acordo, asseguram que o estádio será erguido com recursos privados.

Mauro Cezar Pereira pratica, portanto, o velho jornalismo de "achismos maliciosos", calcado nos embustes de outros "achistas inveterados".

Como boa parte de seus colegas, Mauro Cezar é preguiçoso.

Não usou seu telefone ou seu computador para tentar, por conta própria, obter alguma prova de sua acusação.

O objetivo é sempre o mesmo: atribuir a Lula a culpa por qualquer evento, real ou fantasioso, que possa servir ao processo seletivo de pulverização de reputações.

Mauro Cezar busca apenas instigar, intrigar e incitar ódios.

"Vergonha", portanto, os brasileiros deveriam ter das gangues de escribas de aluguel que se encastelaram nas redações dos principais veículos de comunicação.

Pessoas de valor e princípio, bons de texto e apuração, estão hoje relegados a assessorias de imprensa ou sobrevivem de freelas para revistas especializadas.

Enquanto isso, há empregos aos montes para Spinellis, Pereiras e Barros.

É o tipo de gente que agrada a Ali Kamel e a Eurípedes Alcântara, os mestres-gurus do jornalismo de encomenda.

Hoje, mais um se mostrou nu, deselegante, com a mão indecentemente no bolso.

E cresceu a galeria dos personagens da pilantragem imprensaleira.

Pena que não exista no PT, tão tímido e preguiçoso, alguém que faça a defesa do presidente e acione a Justiça para enquadrar esse tipo de deformador da informação.


LEIA ABAIXO A ACUSAÇÃO DE MAURO CÉZAR PEREIRA AO PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Está no blog do jornalista Guilherme Barros: "A construção do estádio do Corinthians pela Odebrecht contará com financiamento do BNDES e isenção fiscal(...). O presidente Lula, que também é corintiano, foi o principal articulador do projeto do estádio do time" — clique aqui e leia. Já a Folha de S. Paulo publicou que "Lula sugeriu à empreiteira Odebrecht a construção do estádio para o clube" — clique aqui para ler.

A Odebrecht é um gigante que atua em diversas áreas — engenharia e construção, óleo e gás, química e petroquímica, etc — e se espalha pelo mundo. E desenvolve muitas das grandes obras feitas para o governo brasileiro. Isso bastaria para que Lula jamais fizesse qualquer tipo de pedido à companhia. A Agência Estado informou que os R$ 300 milhões para a construção seriam pagos pela empresa, que em troca exploraria o nome da "arena", o chamado naming rights. Retorno garantido? Não é bem assim.

Ricardo Araujo relata no site da revista Exame — clique aqui — que nos Estados Unidos o time de futebol americano do Dallas Cowboys levantou sua arena por US$ 1,3 bilhão e negociava um contrato que bancaria cerca de 33% da obra. Veio a crise e o tal patrocinador não apareceu. Já o estádio New Meadowlands, em Nova Jersey, onde Mano Menezes estreou à frente da seleção, torrou US$ 1,7 bilhão de dois times. Giants e Jets se depararam com surpreendente dificuldade para vender o naming rights. Isso na região de Nova York!!!

Diante desse cenário, quais seria a motivação da Odebrecht para enterrar seu rico dinheirinho no estádio do Corinthians? Caridade? Paixão pelo Timão? Ou um pedido do presidente que vai eleger sua sucessora pesa um pouco? É... amigo. E tem mais. A Fonte Nova foi implodida e o novo está orçado em R$ 591 milhões. Ele será tocado pela... Odebrecht! O que explicaria o estádio baiano, pago pelo governo, custar o dobro(!) da "casa" corintiana, bancada pela empreiteira? Difícil entender, não?

Se as licitações de estádios da Copa tivessem uma tabela de "classificação", a Odebrecht lideraria com R$ 2,769 bilhões, quase dez vezes o custo estimado para o campo do Corinthians. Aliás, o portal Copa 2014 publicou ranking da revista “O Empreiteiro”, e a Andrade Gutierrez aparece abaixo, com R$ 1,9 bilhão. Ela, a Odebrecht e a Delta farão juntas a reforma do Maracanã, a mais cara da Copa: R$ 705,6 milhões que podem virar (já avisaram) R$ 880 milhões.

Na Fonte Nova a parceria da Odebrecht é com a OAS, podendo alcançar R$ 1,6 bilhão na reconstrução, acrescenta o site. Há, ainda, participação da companhia na construção do estádio pernambucano da Copa, a Arena Capibaribe, no Grande Recife. Segundo a revista “O Empreiteiro”, as 100 maiores construtoras do Brasil faturaram R$ 54,4 bilhões em 2009. O setor cresceu 15,3%. Crise para as empreiteiras? Jamais, ainda por cima com a farra da Copa.

E você, acha legítimo o presidente da república fazer esse tipo de pedido? Por favor, não vamos jogar o nível lá embaixo alegando que é correto porque outros clubes teria levantado seus estádios com ajuda governamental e existem exemplos absurdos como o Engenhão. O que é errado é errado e erros do passado não podem chancelar novos absurdos. Ou você é adepto do "rouba, mas faz"?

Aquilo que não ouvimos sobre o Iraque

Antes da invasão americana do Iraque em 2003, a percentagem da população urbana que vivia em bairros de lata situava-se abaixo dos 20%. Hoje em dia essa percentagem subiu para 53%. Por Adil E. Shamoo, Foreign Policy In Focus

Na última década a maior parte dos países conseguiu reduzir os habitantes de bairros de lata. Mas o Iraque caminhou, rápida e perigosamente, na direcção oposta. Footo The U.S. Military
Na última década a maior parte dos países conseguiu reduzir os habitantes de bairros de lata. Mas o Iraque caminhou, rápida e perigosamente, na direção oposta. Foto The U.S. Military

O Iraque tem uma taxa de desemprego que se situa entre os 25% e os 50%, um parlamento disfuncional, uma epidemia de doenças sem controlo, um flagelo de doenças mentais e bairros de lata com um crescimento descontrolado. O assassínio de pessoas inocentes tornou-se parte da vida quotidiana. Que devastação os Estados Unidos da América desencadearam no Iraque!

O UN-HABITAT, um organismo das Nações Unidas, publicou recentemente um relatório de 218 páginas intitulado “State of the World’s Cities, 2010-2011” (“O Estado das Cidades do Mundo 2010-2011”). O relatório está repleto de estatísticas sobre as condições de cidades por todo o mundo e sobre a sua demografia. Define os habitantes dos bairros de lata como aqueles que vivem em centros urbanos sem uma das seguintes infraestruturas: estruturas estáveis que os protejam dos agentes ambientais, espaço de habitar suficiente, acesso à água satisfatório, acesso a instalações sanitárias e defesa contra a expulsão.

Há um fato chocante sobre as populações urbanas iraquianas que está oculto, quase intencionalmente, nestas estatísticas. Ao longo das últimas décadas, antes da invasão americana do Iraque em 2003, a percentagem da população urbana que vivia em bairros de lata situava-se ligeiramente abaixo dos 20%. Hoje em dia essa percentagem subiu para 53%: 11 milhões do total dos 19 milhões de habitantes urbanos. Na última década a maior parte dos países conseguiu reduzir os habitantes de bairros de lata. Mas o Iraque caminhou, rápida e perigosamente, na direção oposta.

De acordo com o censo dos EUA de 2000, 80% dos 285 milhões de indivíduos que vivem nos Estados Unidos da América são habitantes urbanos. Os que vivem em bairros de lata situam-se abaixo dos 5%. Se traduzíssemos as estatísticas iraquianas para o contexto norte-americano, 121 milhões de pessoas nos EUA viveriam em bairros de lata.

Se os Estados Unidos da América tivessem uma taxa de desemprego de 25% a 50% e 121 milhões de indivíduos a viver em bairros de lata, os motins suceder-se-iam, o exército tomaria o poder e a democracia desvanecer-se-ia no ar. Assim sendo, por que é que as pessoas nos EUA não se preocupam nem se entristecem com as condições do Iraque? Porque a maior parte das pessoas nos EUA não sabem o que aconteceu no Iraque nem o que se passa lá agora. O nosso governo, incluindo o atual, vira a cara para o lado e mantém o mito de que a vida melhorou no Iraque depois da invasão. Os nossos principais meios de comunicação social reforçam esta mensagem.

Eu tinha grandes esperanças de que o novo governo iria dizer a verdade aos seus cidadãos sobre a razão por que invadimos o Iraque e o que é que andamos a fazer atualmente no país. O presidente Obama prometeu andar em frente e não olhar para o passado. Por muito problemática que esta recusa de examinar o passado seja – em particular para os historiadores – o presidente deveria pelo menos informar o público americano sobre as condições actuais no Iraque. De que outra forma podemos esperar que o governo estabeleça uma política adequada?

Audições no Congresso mais alargadas sobre o Iraque poderiam ter-nos permitido conhecer os mitos propagados sobre o Iraque antes da invasão e a dimensão dos danos e da destruição que a nossa intervenção provocou no país. Ficaríamos a conhecer o grande aumento da pobreza urbana e a expansão dos bairros de lata nas cidades. Estes factos sobre as condições actuais do Iraque iriam ajudar os cidadãos dos EUA a compreender melhor o impacto de uma retirada rápida dos EUA e quais deveriam ser as nossas responsabilidades morais no Iraque.

23 de Agosto de 2010

Adil E. Shamoo é um analista sénior da Foreign Policy In Focus e professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland. Escreve sobre ética e políticas públicas. O seu contacto é: ashamoo@umaryland.edu.

Tradução de Ana Carneiro para o Esquerda.net