sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

“LIBERDADE DE EXPRESSÃO” É FALAR O QUE O DONO QUER

Laerte Braga

O Departamento de Estado, a Secretária de Estado para ser mais preciso, Hillary Clinton, ficou maravilhada com o relatório do agente William Waack sobre as possibilidades do candidato José Serra. Waack, que faz plantão na GLOBO no estilo sério – não sabe o que é isso – fez uma análise pré-eleitoral onde afirmava que Serra iria vencer. O comunicado aos patrões, os donos, foi feito via embaixada dos EUA no Brasil.

Deu tudo errado.

Um dos grandes problemas da mídia norte-americana é evitar que venham a público as brigas do casal Obama. Michele não agüenta mais, dizem uns poucos jornais e assim mesmo de periferia, as escapadas do marido com atrizes. Tentativa de imitar John Kennedy, pena que falte Marilyn Monroe.

Seguram as pontas também no que diz respeito aos documentos secretos revelados pelo site WikiLeaks.

No Brasil então nem é preciso recomendar à mídia privada que faça isso. É só estalar o chicote que William Waack sai pressuroso a fazer essas análises perfeitas onde tudo acontece ao contrário. A mesada deve diminuir, só essa conseqüência.

Waack cumpre um papel importante em mentir diariamente através dos telejornais da GLOBO e iludir uma parcela ponderável da opinião pública com aquele jeito de jornalista. Não é. Mande recitar o código de ética da profissão. É agente estrangeiro numa empresa que funciona como laranja do governo dos EUA.

E assim vai a FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO, ESTADO DE MINAS (o controle acionário não sei de quem é, mas da vergonha dos caras é de Aécio e sua turma, cortam até vírgula).

As últimas revelações do site WikiLeaks falam em pedido de um general Padilha, colombiano, traficante, no governo do narcotráfico, o de Álvaro Uribe, para que o presidente da Venezuela seja espionado, o do Equador idem e as informações coletadas repartidas com a Colômbia.

Em troca o general dava a mãe, a mulher, os filhos, as forças armadas colombianas e a própria Colômbia.

Os EUA, lógico, não aceitam de primeira para regatear, tomam conta na segunda.

São os tentáculos da elite como disse Julian Assange.

Silêncio total da mídia privada/vagabunda brasileira (e latino-americana) que vive pedindo e clamando por liberdade de expressão.

Quem é que vai dizer que os norte-americanos estão nos documentos, consideram que militares latino-americanos são susceptíveis de serem cooptados (comprados com brinquedinhos que soltam fogo) e golpistas.

Todo mundo sabe disso. A imensa e esmagadora maioria das forças armadas de países latino-americanos bate continência para Washington e se a turma exigir cai de quatro e levanta o rabo.

E cooptados é um termo leve, imagine quanto o tal brigadeiro comandante da Força Aérea “Brasileira” não ganhou de mimos para defender a compra de aviões fabricados pela Boeing. Que nem o general Heleno, comandante da VALE, quando permitiu ataques às reservas indígenas.

A mídia privada no Brasil é podre, fétida e sabe disso, não liga à mínima. Importante é prestar serviços aos donos, mentir, defender de mentirinha a liberdade de expressão, a canalhice diária de jornais, rádios e tevês, semanal ou mensal de revistas.

E colocar Julian Assange contra a parede agora da tal “segurança internacional”. A não ser que façam a coisa manu militari, ou seja, percam a vergonha total, neste momento, americanos e os povos da Europa colonizada já pensam duas vezes que entraram numa fria na armação contra o fundador do site.

O curso do processo vai custar caro e muitos outros documentos.

Vai ser longo. Rápido, só se passarem por cima das leis da antiga Grã Bretanha, hoje colônia e base militar norte-americana. Os ilhéus ainda gostam de fingir que aquilo lá é uma nação.

Pelo menos para contar ao resto do mundo que o império onde o sol não se punha virou adereço da antiga colônia da América do Norte.

Grã Bretanha só em filme antigo e aqueles negócios de rainha Vitória e piratas.

Imagino general colombiano negociando com embaixador dos EUA a troca de informações sobre Hugo Chávez e a cessão de uma base militar ao irmão do norte, rico e poderoso em brinquedinhos que cospem fogo.

General colombiano é que nem viciado longe da droga quanto encontra uma graminha ali. Cai e pasta.

Quando vê F-18 voando então, aí tem orgasmo e começa a gritar que é patriota. Os militares brasileiros são idênticos. Foram bem, adestrados.

Lá pelas tantas não percebe que é borboleta com várias cores e matizes, tudo terminando em malas de dólares.

Os bancos? Suíços ainda são os mais seguros. O país onde Hitler guardava o seu dinheirinho não perdeu o velho cinismo.

Lula deu uma traulitada nessa dita mídia nacional “independente”. Os caras nem reagiram, iriam ter que discutir o assunto e isso não interessa a eles.

O que interessa é o show e está chegando a edição de 2011 do Big Brother Brasil. Felicidade geral e alienação idem.

O prostíbulo em sua casa. Tem diferença de general colombiano e de embaixador dos EUA?

Ou de William Waack fazendo análise para o Departamento de Estado?

Queria ver como o cara, ou o Wiliam Bonner, nos documentos que constam torturas, estupros, seqüestros, assassinatos, etc, todo o repertório, como os caras iriam falar. “Fadas da liberdade”, ou terroristas?

Eles escondem, sentam em cima e ganham uma nota para fazer o leitor, telespectador, ouvinte, que distinto seja, de bobo.

É a “liberdade de expressão deles”.  A expressão dos que pagam, logo, compram.

Vai um Moreira Franco aí? Tá baratinho, saiu do túmulo, está meio decomposto, muito formol, coisa de dez por cento, se quiser levar inteiro, tá soltando pedaço, faço por oito por cento. 

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