sábado, 11 de dezembro de 2010

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POLÍTICA E ECONOMIA
Sexta-feira, 10 de Dezembro de 2010 - 00:23
A farsa contra o ministro Alexandre Padilha

Recebi documento - original no formato PDF - que segundo o jornal O Estado de S. Paulo, comprovaria o aval do ministro Alexandre Padilha (SRI) à liberação de verbas do ministério do Turismo para entidade fantasma (Instituto Brasil de Arte, Esporte, Cultura e Lazer - Inbrasil). Padilha sustenta que não assinou o documento e instaurou sindicância pra investigar internamente como tal documento foi aceito. 

De posse da suposta declaração que ilustra a matéria Documento que deu aval a entidade fantasma foi assinada por ministro [1], podemos observar, a olho nu, que são rasteiras as falsificações. Para começar, o ofício teria de ser uma imagem só, mas clicando na assinatura do ministro, observa-se que a pessoa teve a imperícia de gerar o PDF com duas diferentes fontes, com as quais montou a declaração falsa. 

Nas imagens abaixo, fica claro que além de ser possível selecionar a assinatura como um objeto independente (imagem 2), ela apresenta, ao contrário do texto, "serrilhas" demonstrando que se trata de um bitmap; já o texto é um arquivo vetorial (sem serrilha). Outro detalhe importante é que a assinatura está debaixo do texto. 

Assinatura selecionada, comprovando que se trata de um objeto independente no arquivo PDF.

Assinatura ampliada, mostrando que se trata de um bitmap (serrilha) enquanto o texto é vetorizado (sem serrilha). Além disso, a assinatura foi posicionda por debaixo do texto.


A falsificação é grosseira, como tento demonstrar nas imagens, mas de qualquer forma, o ministro Padilha encaminhou a documentação à Polícia Federal, solicitando perícia e investigação do caso, conforme portaria da Secretaria publicada ainda hoje (09/12). 


A SRI não tem nenhum registro em seus arquivos da entrada ou saída da declaração em questão. Todos os documentos oficiais assinados pelo ministro são obrigatoriamente elaborados pela Coordenação Geral de Gestão Interna da SRI, que mantém registro interno de sua emissão. 

a) O timbre está incorreto, bem como os dados de seu cabeçalho: o telefone da Secretaria; sua identidade visual e o endereço - mesmo durante o período de reforma do Palácio do Planalto, durante o qual a SRI instalou-se provisoriamente no Anexo do Palácio Itamaraty (Bolo de Noiva), toda a documentação oficial manteve o endereço original da secretaria, no Palácio do Planalto. A declaração registra o endereço provisório, ao invés do oficial. 

b) Os dados pessoais do ministro também estão incompletos, como a numeração de seu RG, o que não é habitual nas documentações oficiais emitidas pela SRI. 

c) A declaração não apresenta numeração de controle interno, como é prática da Secretaria para emissão de todos os documentos oficiais. 



Extraído do Blog do AlêPorto

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