MUÇULMANOS NEVER - ARIANOS FOREVER
Laerte Braga
Bento XVI é daqueles que prega a paz em público e nos bastidores fulmina os “inimigos”. O WikiLeaks mostra que o papa não queria a Turquia na Comunidade Européia. Um país de população esmagadoramente muçulmana não interessa a “sua santidade” (epa!) e fere as “raízes cristãs da Europa”.
O perigo é uma nova cruzada, aí dana tudo.
O papa é acusado diretamente de não permitir a punição de sacerdotes e freiras irlandeses envolvidos em crime de pedofilia. A “santa sé” pressionou até obter imunidades para os envolvidos nos escândalos, de proporções imensas para a Irlanda e todo o mundo. Ou seja, garantir que não seriam punidos.
Todo esse arsenal de “papices” está revelado em documentos do site WikiLeaks. Troca de telegramas entre diplomatas do Vaticano, norte-americanos, autoridades européias (a Europa Ocidental é a maior colônia dos EUA fora das Américas. Quase toda).
A mídia brasileira, a grande, a privada, não mostra os protestos em Londres contra a prisão de Julian Assange, fundador do WikiLeaks e nem mostra as reações no resto do mundo contra o atentado à liberdade de expressão.
É cúmplice da política de mordaça. Verdade só aquela dita por William Bonner ou William Waack. São os agentes norte-americanos autorizados a falar por Washington.
Os documentos envolvendo o Vaticano possivelmente levarão o papa a excomungar Julian Assange.
Tenho a impressão, num sei porque, que o quarto do “sumo pontífice” é decorado com suásticas, recordações do período da Inquisição, um quadro de Hitler falando ao povo alemão, isso ao lado do crucifixo que é para não pegar mal.
Pode juntar com Edir Macedo; farinha do mesmo saco.
Numa sociedade democrática, falo de democracia e não de farsa, Bento XVI poderia sofrer uma condenação leve, mas capaz de pelo menos tentar fazer com que possa se recuperar e voltar à convivência dos seres normais. Isso pelos crimes de cumplicidade e omissão diante da pedofilia.
Um ano ouvindo Jimi Hendrix, Dizzie Gillesppie e Ray Charles. Iria ter a oportunidade de entender a Deus de um jeito bem mais humano, mais íntegro. Se não conseguisse, caso perdido, não tem jeito e particularmente acho que não tem. Como diz um amigo meu tem “lugar reservado ao lado esquerdo de Lúcifer”.
O preconceito do “sacerdote de Roma” contra o povo muçulmano está explícito na posição do papa contrária à Turquia.
Basta um preconceito para que todos os outros sejam percebidos como implícitos no caráter a na natureza de Bento XVI. Contra os excluídos, por exemplo. Cristãos puros e aptos ao paraíso passam pelos palácios de Berlusconi, é sua visão mais imediata, aquela ao alcance de sua janela.
Onde já viu aceitar um país de maioria muçulmana na Comunidade Européia (colônia européia)? Esse pessoal não tem noção do que seja “harpic”, que limpa os vasos matando os germes mais insistentes. E muito menos usa “Omo” para lavar mais branco, agora então com o perfume da natureza aprisionado em frascos para levar felicidade à família é que Bento XVI vai ficar impossível.
No antigo Little Club, na Duvivier, em Copacabana, onde Rogéria praticamente começou sua carreira – e cantando – a tarefa das meninas era levar os clientes a consumir, de preferência uísque – até um determinado momento, década de 60, foi honesto –. Uma delas, 1968, se opunha tenazmente – vale o termo – à guerra do Vietnã.
Como os caras que lá estavam não estavam nem aí para a guerra do Vietnã, pelo menos naquele momento, acabou demitida. Não cumpria a cota mínima estabelecida pela casa.
Ao invés de pedir uísque ou induzir os clientes a tal, recomendava que não se pedisse coca cola por conta dos vínculos terroristas da empresa. Defendia o antigo e extinto guaraná Brahma e se recusava a fumar Kingston, o primeiro cigarro brasileiro com filtro (o filtro segundo ela era tecnologia norte-americana, tudo bem que o cigarro fosse da British Tobbaco, mas aí era outra coisa, exigir demais, quase que santidade, isso hoje tem outros sinônimos assim como hipocrisia, perversão).
Bento XVI não tem a menor noção da importância do Little Club (e outros por ali), na vida de uma ou duas gerações na cidade do Rio de Janeiro. Nem pode, só conhece aquele negócio de parada militar, tudo certinho, passo sincronizado e de ganso.
Quando passam pelo palanque todos erguem as mãos (direita evidente) e saúdam “Heil Hitler”. E alguns, ainda hoje, para disfarçar, continuam saudando, só que com anauê.
Ganham direito a uma prece de Marcelo Rossi em culto ecumênico com Macedo, Malafaia, etc, etc, chegada em “cadillac” da década de 50, tudo original, placa preta e blindado, óbvio.
O bispo de Guarujá abençoa a Opus Dei e proclama a ordem soberana.
Muçulmanos não. Brancos arianos sim.
Vai daí que se Julian Assange escapar da “justiça” da base militar Grã Bretanha, corre o risco de ter que enfrentar Bento XVI e sua fúria “cristã”.
No fim vai tudo terminar em “exorcismo”. Haja demônio a ser expulso.
Bendito seja o WikiLeaks (bem que poderia, sugestão apropriada de Sílvio Tendler, pegar os documentos da ditadura, a turma da tortura, os mortos do Araguaia e esse mundão da Operação Condor afora).
O troféu, no entanto, vai para o senador Eduardo Azeredo, parceiro de Aécio Neves na “reconstrução” do PSDB. Segundo o dito cujo Azeredo, Assange é um “hacker”. E dizem que o cara tem diploma de qualquer coisa de informática.
É “pastel de vento” pronto e acabado da política brasileira. Vai virar deputado, não tinha votos para se reeleger senador, vai continuar a luta para censurar a rede mundial de computadores.
Deve ter pego uma grana do Departamento de Estado e ganho uma bênção única de Bento XVI. Em si e por si não anda e fala ao mesmo tempo, tropeça, cai, enrola a língua e fica.
E se dizia que o Little Club era lugar de pecado.
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