sábado, 4 de dezembro de 2010

Nosso embaixador em Pyongyang pode evitar a guerra?




Embaixador Arnaldo Carrilho e Kim Jong Il: Cinema em comum.

Depois do torpedo da Coréia do Norte ter afundado a corveta sul coreana, matando 46 marinheiro, a maior baixa desde o cessar fogo ocorrido em  53, a guerra parece  iminente.

O Brasil é um dos poucos países que tem embaixada na capital Pyongyang.

Desde junho do ano passado, Arnaldo Carrilho responde pela chancelaria brasileira.

Era para ele ter assumido em maio, mas o  teste da  bomba atômica norte coreana retardou a sua chegada.

Portanto o Embaixador Carrilho já sabia o barulho que o esperava.

Mas para quem já ocupou uma
embaixada na Palestina e tomou posição a favor do Hamas, Kim Jong Il é mais uma etapa na sua vida.

Vida que o  vice cônsul de Nagoya, Marco Kinzo Bernardy ajudou a retratar em  uma matéria para a revista JUCA,  dos formandos do Instituto Rio Branco . Uma ¨Vida de Cinema¨  está na página 6
desse link. Marco clicou,  não o rosto do diplomata, mas o seu prosaico maço de cigarros Camel e seu isqueiro BIC, mostrando que embaixadores também são pessoas comuns.

O Embaixador Carrilho, um cinéfilo,   com quase 50 anos  de carreira diplomática, já fez alguns progressos na   terra do ¨grande líder¨. trouxe o pesquisador  da EMBRAPA, Paulo Roberto Galerani, uma das maiores autoridades em soja do Brasil , para fazer um diagnóstico  das plantações norte coreanas e suas possíveis demandas.

Carrilho também está ajudando  a trazer 
 as carnes brasileiras, através da Sadia e da Friboi. Portanto o nosso homem em Pyongyang não fica só sonhando na frente da tela do cinema.

O próximo desafio é ganhar a confiança do Kim Jong Il, pra isso vai usar o seu interesse  comum pelas artes cinematográficas e propor um festival de cinema brasileiro em Pyongyang.além de
presentear o líder norte coreano com DVDs de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos.

Falando em cinema, o vice cônsul Marco Kinzo Bernardy  também  é do ramo. Participou da produção do curta metragem  O Diário Aberto de R. como fotógrafo de cena, o curta  revelou o ator global Marco Pigossi.

Um comentário:

  1. Vamos aplicar os pontos nos “is”, senão a coisa desanda inapelavelmente, favorecendo o que deveria ser por todos repelido: antes, durante e depois da minha feliz gestão à frente dos negócios brasileiros nos TPOs (Territórios Palestinos Ocupados), jamais tomei posição a favor do Hamás (MRI: Movimento de Resistência Islâmica).

    Apresentei-me tão-somente à ANP (Autoridade Nacional Palestina), primeiro ao seu dirigente Máhmude Ábbas (alias Ábu Maazen), líder de Al-Fátah, a quem apresentei meu credenciamento; e ao Governo de então, eleito legitimamente pouco meses antes(*), chefiado por um dos líderes da referida facção islâmica, Ismaïl Haníie.

    Ambos receberam-me condigna e simpaticamente, de vez que eu representava um País a que prestam grande respeito e cordialidades.

    O que preconizei sempre é que o MRI não deve, absolutamente, ser descartado das conversações, tratativas e negociações conducentes à pacificação dos ânimos na Palestina e Israel, atendo-se ao cumprimento do Direito das Gentes, tal como prescrito na Lei Humanitária Internacional, nas Convenções genebrinas sobre direitos políticos, sociais, culturais, econômicos e nas Resoluções das Nações Unidas. Em todos meus contatos com autoridades daquele Governo, jamais me deparei com intransigências ou pedidos de apoio, assim como nunca divisei junto aos líderes atitudes que revelassem caráter terrorista.

    Tratava-se de pessoas cristalinamente dialogáveis, segundo pude constatar.

    Por último, cabe recordar que não cabe a diplomatas tomarem partido nos Postos em que exercem suas atividades. Os que assim agem ferem o nervo de suas atribuições e quebram a confiança do Governo acreditado e do Governo acreditante.

    Nossa função precípua é cuidar e defender os interesses nacionais do País que representamos, em nome do qual informamos, negociamos e cuidamos de nossos patrícios.

    Abraços do
    Arnaldo Carrilho

    (*) A bem de registro, cabe reiterar que as eleições que guindaram o Hamás ao poder, tidas a 26-27 de janeiro de 2006, constituem até hoje uma exceção no mundo árabe, por sua efetiva lisura e liberdade. Até cristãos depositaram confiança em seus candidatos, a ponto de cederem uma Pasta ministerial, a da Cultura, a mulher católica, de Belém, bela (mas hoje sitiada) cidade-berço do que viria a ser Fundador da Nova Aliança.

    (por razões técnicas este comentário foi recebido por e-mail pela redecastorphoto)

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