terça-feira, 21 de junho de 2011

Israel rouba terras palestinas

A queda do muro de Bil’in

A data de 21 de junho de 2011 vai entrar para a história de Bil’in como o dia em que o Muro do Apartheid que cerca a vila começou a cair.

Vitória dos moradores, que ao longo de seis anos, toda sexta-feira, depois das orações na mesquita, saem em passeata até ele, acompanhados de ativistas israelenses e internacionais.

Os mesmos moradores que decidiram lutar também na justiça israelense e conseguiram, contra os prognósticos mais pessimistas, que a Suprema Corte decidisse, em 4 de setembro de 2007, a favor da ilegalidade das três cercas – uma delas eletrificada – paralelas que subtraíam da vila 2.300 de seus 4.000 dununs (cada dunum equivale a 1.000 m2).
Trator removendo o Muro de Bil'in

Nesses seis anos de luta, Bil’in perdeu dois moradores, assassinados pelas forças de ocupação israelenses – os irmãos Bassem e Jawaher Abu Rahmah, 30 e 35 anos, respectivamente –, viu 140 pessoas serem presas (grande parte crianças) e mais de 1.400 feridos durante as manifestações. Uma conta muito alta, em número, perdas e sofrimento, imposta pela política sionista.

Com a retirada das cercas, cuja função e altura são as mesmas dos muros pré-fabricados de cimento que Israel ergue para tomar as terras palestinas na Cisjordânia e isolar os habitantes das vilas e cidades, Bil’in recupera 1.200 dununs de sua área original.

A demolição começou a oeste, perto da torre onde ficam as câmaras que fiscalizam a vila noite e dia, e, segundo cálculos de Rateb Abu Rahmah, que nasceu em Bil’in e é vice-diretor acadêmico da Open University em Jericó, deve durar até julho.

Há cerca de três meses os sionistas, já sinalizando o cumprimento (atrasado) da decisão da Suprema Corte, iniciaram a construção do muro de cimento no local estabelecido pela justiça israelense. Esse será o novo muro de Bil’in, contra o qual vão se voltar, a partir da próxima sexta-feira, as manifestações dos pacifistas.

enviado por Baby Siqueira Abrão       

Um comentário:

  1. (comentário enviado por e-0mail e postado por Castor)

    Aquele treco branco da cerca de Bilin que se vê na foto em cima de um sim, outro não dos moirões, é sinal de que a cerca é eletrificada. Esse tipo de obstáculo é o mesmo que os israelenses implantaram ao longo de quilômetros da fronteira com a Jordânia e, mais acima, a montante do rio batismal, em Golan, com a Síria. Convém não esquecer que o Vale do Jordão foi anexado à força à Cisjordânia e à Gaileia, pelo exército israelense, e é um dos quatro TPOs (Territórios Palestinos Ocupados).

    Abraços do
    ArnaC

    ResponderExcluir

Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.