De:
29/5/2010, Haaretz, Telavive, entrevista a Charlie Rose
“Se se abstrai Israel, o Hamás não tem nenhum tipo de problema com os EUA nem nos opomos aos interesses dos EUA” – disse Meshal à conhecida jornalista norte-americana Charlie Rose.
“Os EUA são um grande Estado, uma superpotência e têm direito de defender seus interesses. O que não se entende é que se comportem como se tivessem interesses exatamente idênticos aos de Israel e diretamente opostos à paz e à sobrevivência de pessoas que nasceram e vivem na Palestina.”
E continuou: “O grande obstáculo à paz na Região são Israel e os EUA, moralmente e politicamente. Ambos têm de enfrentar essa realidade e parar de pressionar os palestinos ou os árabes em geral.”
Meshal criticou os EUA por não aceitarem manter contato direto com o Hamás. Para ele, a missão do enviado especial de Obama ao Oriente Médio George Mitchell é causa perdida, enquanto os EUA e Israel não reconhecerem o Hamás como força política legítima e parceiro necessário em todos os contatos.
“Claro que os EUA têm de construir um diálogo direto com o Hamás, sem mediadores, porque os EUA são potência militar e econômica e não se pode aceitar que temam e obedeçam Israel, mesmo à custa dos próprios interesses norte-americanos” – disse. “Será que Mitchell supõe que será bem-sucedido, na sua mediação para a questão palestina, sem diálogo com o Hamás? É difícil acreditar que pense assim.”
“Por que o governo dos EUA aceita os resultados das eleições em Israel, vença quem vencer, e aceitaram [o primeiro-ministro Benjamin] Netanyahu, e aceitaram a presença no governo de um extremista conhecido como [o ministro de Negócios Estrangeiros Avigdor] Lieberman – um extremista comandando a diplomacia israelense! –, e não aceitam a eleição legítima e limpa do Hamás? São dois pesos e duas medidas, incompreensíveis num Estado importante como são os EUA.”
Meshall disse a Rose que condena todo o tipo de violência contra civis em todo o mundo e sempre. Acrescentou que o Hamás não apóia nem promove ataques terroristas. Previu que, tão logo a ocupação de terra árabe tenha fim e Israel volte às fronteiras de 1967, os ataques terroristas deixarão de acontecer.
“O mundo árabe e muçulmano vê como ultraje os crimes de Israel e a ocupação da Palestina; também são ultrajantes para nós as política viciosas dos EUA e de países europeus a favor de Israel e contra os interesses legítimos dos árabes” – Meshal continuou.
“Todo o mundo muçulmano sente que os EUA apóiam Israel. E todos se revoltam contra essa violência” – disse. “Para realmente por fim aos ataques terroristas em todo o mundo, é preciso levar a bom termo a questão palestina e pôr fim à ocupação no Iraque e no Afeganistão”.
Se vez ou outra os militantes do Hamás erram o alvo e atingem civis em território israelense, é porque “os EUA só fornecem mísseis tecnicamente avançados a Israel. Se também os vendessem ao Hamás, acertaríamos mais só alvos militares”. Negou que o Hamás esconda seus foguetes de fabricação caseira entre a população civil.
Perguntado sobre o soldado Gilad Shalit, do exército israelense, mantido cativo pelo Hamás e jamais localizado pelo exército de Israel que o procura desde 2006, Meshall culpou “Netanyahu e seu governo incompetente e os EUA. Tudo estaria resolvido se Israel sentasse para negociar com o governo do Hamás, governo eleito”.
“Infelizmente, o governo dos EUA tem tido influência negativa e impedido um acordo de troca de prisioneiros, condição necessária para libertarmos o soldado capturado, porque os EUA proibiram Netanyahu de fazer qualquer acordo que fortaleça o Hamás e enfraqueça Mahmoud Abbas.” São exatamente as mesmas palavras que disse, essa semana, Noam Shalit, pai de Gilad.
O entrevista original, em inglês, pode ser lido em:
Ou copiado a seguir:
Mon, May 31, 2010 Sivan 18, 5770
- Published 09:45 29.05.10
- Latest update 09:45 29.05.10
Meshal: Israel is the main obstacle to Mideast peace
In an interview with Charlie Rose, Hamas leader says that Israel , U.S. are responsible for standstill in talks to release Gilad Shalit.
Hamas political leader Khaled Meshal spoke out on Friday against American support of
Khaled Meshal | |
|
"We don’t have a problem whatsoever with the
"
Meshal also criticized the
"I think that the
"Why did the American administration accept the Israeli election regardless of the results, it accepted [Prime Minister Benjamin] Netanyahu, it accepted extremists like [Foreign minister Avigdor] Lieberman, to be the head of the diplomacy, and did not accept Hamas," he added and called this a "double standard."
Hamas was elected into power in the
Meshal told Rose that he condemned any violence against citizens all over the world, and added that he did not support terrorist attacks, promising that once the occupation of Arab land around the world ceased and Israel withdraw back to the 1967 borders, so would the attacks.
"There is an outrage in the Arab world and the Muslim world about the Israeli crimes and the Israeli occupation, and about the American biased politics in favor of
"The overall feeling in the Muslim world is that the Americans are supporting
The Hamas leader urged the
When asked regarding abducted Israel Defense Forces soldier Gilad Shalit, who has been held captive by the Hamas since 2006, Meshal shifted the blame for the standstill in the talks for his release onto "Netanyahu and his smaller government," and the U.S.
"Unfortunately, the American administration had a negative influence in delaying the exchange agreement because it requested Netanyahu not to have the agreement in order not to make Hamas stronger and weaken Mahmoud Abbas,' he said, quoting Noam Shalit, Gilad's father.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.