Istambul recebe ativistas interceptados por Israel como heróis; Parlamentares alemãs falam em "sequestro"
Da RTP de Portugal: “O Governo turco recebeu esta quinta-feira (03), em Istambul, 488 ativistas que integraram a frota humanitária interceptada por comandos israelitas na aproximação à Faixa de Gaza. Com o dedo apontado ao Estado hebraico, Bulent Arinc, vice-primeiro-ministro no Executivo de Recep Tayyip Erdogan, afirmou que os militantes “enfrentaram a barbárie” e “regressaram com orgulho” [...]”Leia na íntegra aqui.
Israel comete crime de lesa-humanidade
Do Portal Vermelho: “Eu esperava que eles atirassem nas pernas ou para o alto, só para aterrorizar as pessoas, mas eles foram atirando direto, alguns foram atingidos na cabeça”. Esta descrição, feita pela brasileira Iara Lee, que estava na Flotilha da Liberdade atacada na segunda-feira (dia 31), é a melhor descrição da barbárie dos esbirros de Israel contra aquele comboio desarmado que tentava furar o bloqueio israelense e levar ajuda humanitária aos palestinos da Faixa de Gaza.
A ação criminosa de Israel, que deixou pelo menos nove mortos e mais de trinta feridos, levantou mais uma vez uma onda mundial de protesto contra o governo de Tel Aviv. E expõe a hipocrisia da política externa das grandes potências, particularmente do principal suporte da violência praticada por Israel contra o povo palestino: os EUA.” (Leia aqui na íntegra)
Na “democracia israelense”, quem é de oposição não consegue falar
No parlamento israelita, o clima é de alta tensão. Nesta quarta-feira, uma deputada árabe que participou na frota humanitária foi impedida de tomar a palavra e vaiada por deputados judeus. Jadallah Safa, em carta à Revista Consciência.Net, descreve: “Hanin Zoabi, uma palestina membro do Knesset (Parlamento Israelense), estava na comboio de navios em seu caminho para Gaza quando foi atacado pela marinha israelense na madrugada do dia 31/05. Em seu discurso, ela recebeu muitas palavrões e foi impedida de falar com tentativa de agressão”.
http://www.youtube.com/watch?v=78U0Sh05aEc
A Agência Estado/Dow Jones complementam: “Hanin Zoabi, uma parlamentar árabe-israelense que estava no navio turco Mavi Marmara com os ativistas, foi insultada quando subiu à tribuna no Knesset, o Parlamento de Israel, nesta quarta-feira. “Vá para Gaza, sua traidora”, gritou a parlamentar Miri Regev, do governista Partido Likud (direita), em árabe.
Hanin Zoabi deu uma entrevista ao jornal britânico Birmingham Star. Ela afirmou que nenhum passageiro do navio turco abordado, o Mavi Marmara, onde ela estava, levava armas. Segundo ela, alguns minutos após Israel desfechar o ataque, três corpos foram levados para uma sala do navio. Os passageiros foram forçados a descer do convés por canhões de água.
Ela disse que dois outros ativistas feridos sangraram até morrer numa sala onde ela estava com outras pessoas, após soldados israelenses ignorarem pedidos de socorro que ela fez em hebraico por uma escotilha. Ela disse ter visto outros sete ativistas seriamente feridos.
Hanin Zoabi foi libertada na terça-feira, aparentemente por causa da sua imunidade parlamentar. Contrariando as alegações dos militares israelenses, ela disse que os comandos israelenses fizeram uma vistoria completa no Mavi Marmara e não encontraram nenhuma arma.”
Ativistas da flotilha de ajuda a Gaza acusam Israel de matança indiscriminada
De Antoine Demaison (AFP): “ISTAMBUL — Centenas de membros da missão humanitária para Gaza atacada por Israel chegaram nesta quinta-feira à Turquia, onde foram recebidos como heróis, e chamaram de matança indiscriminada a operação na qual morreram oito turcos e um americano. Um comunicado do gabinete do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan revelou a identidade das vítimas, todas eram homens entre 19 e 61 anos. O mais jovem era o de nacionalidade americana. Os corpos foram entregues às famílias, após os exames forenses em Istambul.” (leia aqui na íntegra)
Milhares de pessoas rezam em Istambul pelas vítimas da flotilha de ajuda humanitária
Da AFP – “ISTAMBUL — Milhares de pessoas se reuniram nesta quinta-feira em Istambul para rezar pelas vítimas do ataque israelense à flotilha de ajuda humanitária a Gaza, gritando palavras de apoio ao Hamas e de condenação a Israel. “Abaixo Israel! Israel é o anjo da morte!”, gritava a multidão reunida diante da mesquita Fatih, agitando bandeiras turcas e palestinas. “Somos os soldados do Hamas!”, movimento islamita palestino que controla a Faixa de Gaza, gritavam. De acordo com o canal de televisão NTV, entre 15.000 e 20.000 pessoas estavam reunidas.” (leia na íntegra clicando aqui)
Israel: brasileira diz que soldados atiraram em feridos
Do Jornal do Brasil: “De acordo com nota distribuída pelo Itamaraty, no início da tarde de terça-feira, o encarregado de negócios do Brasil em Israel, Eduardo Uziel, esteve com Iara Lee, a cineasta brasileira detida durante o ataque israelense. Em entrevista divulgada na TV Globo, Iara afirmou que os israelenses “deram tiros em pessoas que estavam feridas”. Segundo a nota do Itamaraty, Iara “está bem de saúde e confirmou dispor na prisão de alimentos e vestimentas adequadas”. O diplomata informou que as autoridades israelenses não permitiram, na segunda-feira, que ela entrasse em contato com a Embaixada do Brasil, e reclamou que suas bagagens e passaportes (brasileiro e americano) continuavam retidos por Israel.
Ainda conforme a nota oficial, a cineasta explicou a Uziel que as autoridades israelenses exigiram, como condição para a sua libertação, que ela assinasse termo declarando ter entrado ilegalmente em Israel. Iara não aceitou a condição, tendo informado que não pretende “assinar o documento, uma vez que fui presa pelas forças israelenses em águas internacionais”.
– Não colocamos qualquer resistência, nem se quiséssemos poderíamos. O que poderíamos ter feito contra os comandos que escalaram o convés? – indagou Mihalis Grigoropoulos, que estava a bordo do navio Mavi Marmara, onde a maior parte da violência aconteceu.”
Parlamentares alemãs falam em ’sequestro’
Do Jornal do Brasil: “Duas parlamentares alemãs que viajavam a bordo da frota humanitária disseram que se sentiram sequestradas e como se estivessem em uma guerra. Em entrevista coletiva terça-feira no Parlamento alemão após retornar de Israel, a deputada Annette Groth qualificou o episódio como “um ato de barbárie” e acredita haver mais mortos que as dez vítimas dos dados oficiais. Já a deputada Inge Höger disse se sentir “sequestrada” e como se tivessem passado “no meio de uma guerra”.
As duas parlamentares, do partido alemão A Esquerda, foram libertadas terça-feira à noite depois de o Exército israelense torná-las prisioneiras após a abordagem aos seis navios da frota que levava ajuda humanitária a Gaza.
Ativistas planejam enviar nova flotilha à Gaza
Da Agência Estado/Associated Press
Ativistas pró-palestinos disseram nesta quinta-feira (03) que estão organizando uma nova flotilha em outra tentativa de romper o bloqueio imposto por Israel à Gaza. A porta-voz do Movimento Gaza Livre, Greta Berlin, disse que seu grupo vai trabalhar com a Campanha Europeia para Acabar com o Cerco à Gaza para enviar pelo menos três embarcações de ajuda humanitária ao território palestino em setembro ou outubro.
Berlin convidou a organização não-governamental turca IHH a integrar a flotilha, apesar das alegações de Israel de que a ONG tem conexões terroristas. A IHH não está na lista de grupos terroristas dos Estados Unidos.
A porta-voz disse ainda que um cargueiro com mais de dez ativistas a bordo, incluindo a ganhadora do prêmio Nobel da Paz Mairead McGuire, está seguindo para Gaza, onde deverá chegar “no começo da próxima semana”.
Na segunda-feira, pelo menos nove pessoas foram mortas a bordo de um navio da IHH durante um ataque israelense à uma flotilha humanitária formada por seis embarcações, provocando reações de protesto em todo o mundo.
Especialista alemão denuncia violência criminosa de Israel
O especialista alemão em direito internacional Norman Paech denunciou hoje a violência criminosa de Israel contra ativistas de uma missão humanitária que transportou um carregamento de ajuda à Faixa de Gaza na Frota da Liberdade. A investida do exército israelense na segunda-feira contra o comboio humanitário próximo à costa de Gaza em águas internacionais deixou, ao que parece, nove mortos e dezenas de feridos, ainda que a cifra de vítimas possa ser maior.
Segundo a Fundação turca de Ajuda Humanitária, que denunciou a existência de desaparecidos após o assalto à frota da paz, as autoridades israelenses entregaram até o momento os cadáveres de nove pessoas, mas a lista é mais longa e ainda falta gente. Em declarações para o jornal vasco Berria, Paech ratificou a disposição dos ativistas de continuar as ações pacifistas para romper o bloqueio de Israel contra Gaza, declarado ilegal pela comunidade internacional.
Recordou que a nave irlandesa “Rachel Corrie” se encontra neste momento a caminho de Gaza, território palestino. O governo de Dublín solicitou a Tel-Aviv que permitisse ao barco sua chegada à Faixa com ajuda humanitária.
O ex-deputado do partido socialista Die Linke (A Esquerda), integrante do grupo de cerca de 750 ativistas da Frota da Liberdade, denunciou que, depois do assalto na noite da segunda-feira, não contavam com semelhante violência criminosa por parte do exército israelense. Paech, de 72 anos, foi testemunha presencial dessa tragédia junto a outras duas parlamentares alemãs, Ingo Höger e Annette Groth.
Diante das afirmações de Israel de que no barco turco Mavi Marmara se teriam encontrado armas, o especialista em direito internacional negou sua existência argumentando que por um acordo entre todas as organizações “pretendíamos protestar pacificamente, mas de forma decidida, contra o bloqueio à faixa de Gaza”.
“Quando se produziu o assalto armado nós estávamos fora da zona de soberania, que oscila entre 70 e 120 milhas marítimas, segundo o direito internacional marítimo, isto é, nos encontrávamos em águas internacionais”, enfatizou Paech. Relatou como na madrugada foram surpreendidos pelo ataque do exército sionista com fortes detonações de granadas de gás e de fragmentos desde helicópteros. Esclareceu também que as imagens de vídeo difundidas procediam dos militares israelenses, “já que eles ficaram com tudo o que filmamos, e inclusive com os corpos dos mortos e feridos. Nos roubaram as provas”.
“Mas uma coisa deve ficar clara: foi um ataque ilegal em águas internacionais. Segundo o direito internacional, a marinha turca estava autorizada inclusive a enviar um barco de guerra para ajudar o barco turco. Ainda que fosse verdadeiro que os passageiros bradaram suas armas, isso não se pode comparar de nenhuma forma com os métodos brutais e as armas usadas pelos atacantes”.
“Não contávamos com semelhante violência criminosa”, reiterou o especialista alemão em sua denúncia sobre o ataque de Israel à frota humanitária que se dirigia à Faixa de Gaza, bloqueada desde 2009, e do silencio cúmplice dos Estados Unidos e da União Europeia.
Movimento Libertem Gaza: uma coalizão que quer romper o bloqueio
O Movimento Libertem Gaza, responsável pela flotilha destinada ao território palestino que sofreu uma violenta abordagem por parte das forças israelenses na segunda-feira passada, é uma coalizão de organizações de apoio aos palestinos que tem como objetivo declarado “romper o bloqueio” a esse enclave.
“Queremos romper o bloqueio de Gaza”, indica o grupo em seu site. “Queremos reforçar a consciência internacional em relação ao fechamento da Faixa de Gaza, que a transforma em uma prisão, e pressionar a comunidade internacional para que (…) ponha fim a seu apoio à ocupação israelense”, acrescenta.
Esse enclave de 362 km2, onde se amontoam 1,5 milhão de palestinos, está submetido desde 2006 a um bloqueio israelense, à exceção de determinados produtos de primeira necessidade.
O bloqueio foi reforçado em junho de 2007, depois que o Hamas tomou o poder à força, expulsando o Fatah do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
O Movimento Libertem Gaza, que possui representações em diversos países, com um grande escritório no Chipre, surgiu “no final de 2006, graças a uma ideia simples”, indicam os organizadores em seu portal na internet. “Em vez de esperar que o mundo agisse, nós iríamos a Gaza e colocaríamos diretamente à prova o bloqueio de Gaza”.
A primeira viagem foi organizada em agosto de 2008, e dois barcos de pesca, com 44 militantes a bordo, atracaram em Gaza.
A flotilha interceptada na segunda-feira era a nona travessia desse tipo e a primeira a transportar uma grande ajuda, de cerca de 10.000 toneladas.
No total, cinco comboios conseguiram chegar ao destino e quatro foram interceptados por Israel.
Este movimento é composto por militantes e organizações pró-palestinas de defesa dos Direitos Humanos, como o Movimento Internacional de Solidariedade, com o apoio de personalidades como o Prêmio Nobel da Paz 1976 Mairead Maguire e o intelectual judeu americano Noam Chomsky. Seus estatutos estabelecem que seus membros “aderem aos princípios da não-violência e da resistência não-violenta nas palavras e nos fatos”.
Embora Israel reconheça que este movimento inclui pacifistas, o acusa de ser integrado também por elementos favoráveis ao Hamas – considerado uma organização terrorista pelo Estado hebreu– e por outros islamitas que representam uma ameaça a sua segurança.
("pescado" de consciencia.net - agencia)